Racismo: colocando fim em um ciclo perverso

12/12/2017 às 13:21
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Sabemos que, todos juntos, podemos vencer esse mal e acabar com esse ciclo perverso. E duas armas infalíveis para isso é o amor e a educação, pois ambos têm o poder de mudar as pessoas para melhor.

Recentemente foi noticiado pelo Jornal El PAÍS o ataque racista que estava acontecendo em Charlottesville, uma cidade de 45 mil habitantes na Virgínia, nos Estados Unidos.

Centenas de membros da ultradireita racista norte-americana se reuniram para protestar contra o plano de retirada de uma estátua em homenagem a Robert E. Lee, símbolo histórico do poder branco sulista, que lutou, sem êxito, contra os Estados do Norte para manter o sistema de escravidão dos negros.

Quando tomei conhecimento dessa notícia, meus sentimentos já não eram aqueles que estava acostumada a sentir nesses momentos – revolta.

Lamentável é que, em pleno século XXI, deparamo-nos, a todo o momento, com acontecimentos desse tipo, demonstrados pelo ódio e por uma eterna raiz de intolerância que parece nunca mais ter fim.

Diversas são as lutas para acabarmos com esses tipos de ataques, seja no Brasil, seja nos EUA.

 A todo o momento estamos reunindo esforços para acabar com esse racismo, seja por meio de ações afirmativas, seja por meio de políticas públicas, mas, enfim, nada parece resolver, nada parece solucionar esse problema. As coisas parecem não ter a efetividade que se espera.

Mediante tantos esforços, não seria justo conosco dizermos que não obtivemos avanços. Pelo contrário, tivemos muitas conquistas e todas de grande relevância, mas não foi o bastante para acabarmos com esse mal, para colocarmos um ponto final nisso.

Dessa forma, muitas das vezes, perguntamo-nos: O que falta para obtermos efetividade nessa luta, e não mais falarmos desse assunto?

A resposta é óbvia e não tem segredo, precisamos confrontar abertamente esses ataques, sem medirmos esforços. Não devemos nos render ou nos calar, pois é isso que eles esperam.

Além do mais, as pessoas precisam conhecer nossa real história, e identificar quem são os verdadeiros agentes desse crime.

 Muitos se emocionam, solidarizam-se com vítimas de ataques racistas. Dizem com toda convicção que não são preconceituosos. Mas, infelizmente, muitos deles – brancos – acabam por contribuir de alguma forma para que esse ciclo continue, pois temem sair de sua zona de conforto.

Outra tarefa árdua e de longo prazo é investirmos fortemente em educação, pois descendentes de pessoas que não possuem educação e de pessoas racistas, infelizmente tendem a ser sem educação e racistas. Assim, cabe a nós colocarmos um fim nesse ciclo perverso.

Infelizmente, o racismo sempre esteve presente em alguns lugares de forma mais explícita e, em outras, de forma mais velada.

Muitos dizem que nós, negros no Brasil, em 13 de maio de 1888, alcançamos a liberdade total. Pura fantasia e demagogia, vez que estamos caminhando rumo à Liberdade até os dias de hoje.

Eu espero, sinceramente, que chegue o momento em que não será mais preciso falar nisso, pois eu não consigo entender o que leva um ser humano a fazer tantas distinções entre as pessoas por causa da cor da sua pele.

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