Um estudo bibliográfico do livro Elementos para uma crítica do Estado

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10/04/2018 às 13:28

Resumo:


Será que o Estado não é um organismo executor dos interesses de grupos ou de elites dirigentes mais poderosas? É nesse contexto que se pode levantar a discussão e tentar responder o que vem a ser o Estado, sua essência e natureza. Como funciona e para que existe?


- Resenha do livro "Elementos para uma crítica do Estado", de Antônio Carlos Wolkmer, que questiona as formulações tradicionais do Estado, analisando sua estrutura, funções e contradições de classe.


- O autor destaca a importância de refletir sobre a relação entre Estado e sociedade, considerando a participação democrática e a luta pela cidadania popular como elementos essenciais.


- A obra aborda a complexidade do Estado contemporâneo, sua autonomia relativa diante das classes dominantes e a necessidade de uma visão crítica e transformadora para superar desigualdades e conflitos sociais.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

6.Considerações Finais

Diante deste quadro, a questão central não é propriamente a destruição e supressão do Estado, mas o que se impõe é edificar um Estado democrático, subordinado e controlado pelo poder do Estado, que seja construído pela luta e participação da sociedade civil.

Nesse sentido, a organização dos cidadãos não deve ser feita num espaço proporcionado e manipulado exclusivamente pelo próprio Estado.

Mas, que seja fruto, sobretudo, de autonomia conquistada pela luta e pela participação democrática pelo exercício da cidadania popular.

Compreender, criticamente o Estado, pressupõem a capacidade para desenvolver uma análise desmistificadora de nossa situação presente, entender os problemas que nos cercam, e se libertar da ideologia que o concebe falsamente como um ente abstrato e neutro dos conflitos e provedor do bem-comum.

Visto que, na realidade os problemas sociais são evidenciados amplamente, e o que existe é justamente um intenso conflito e lutas de classes sociais. Verifica-se também, atualmente a ideia de centralidade de poder que se fortalece e ganha uma gama de responsabilidades que surgem dos demais poderes.

No Brasil, é o caso da politização do judiciário[3]é notória na atualidade, ganhando destaque na questão da política[4], como exemplo o julgamento de um habeas corpus preventivo, do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Não obstante, a omissão e ineficiência do Estado, que é divulgado amplamente pela imprensa, cite-se o registro de 14, 2 milhões de desemprego[5] ano passado 2017, sinal que o direito ao trabalho não está sendo garantido conforme prevê a Constituição.

Traduz um sinal de desconfiança para o cidadão, onde os direitos amplamente assegurados são ineficientes. Ademais, a insuficiência de eficácia político-administrativa do Estado, caracterizado tanto pela crise de legitimidade quanto pela natureza ainda desumanizadora do capitalismo avançado, só cresce cada vez mais a separação de classes e a intensificação de conflitos sociais.

Não basta eliminar - se as elites dominantes e o tipo tradicional de Estado se não ocorrer uma alteração na mentalidade e no comportamento das pessoas. Medidas estratégicas como educação libertadora, formação de uma identidade nacional comunitária, luta pela conquista da cidadania, desenvolvimento consciente dos canais de participação democrática e o efetivo controle descentralizado e popular dos aparelhos burocráticos do Estado.

Portanto, o papel do Estado enquanto legitimado para assegurar a justiça social, necessita de profundas transformações no todo, questões educacionais, sociais, culturais que possam ser capazes de atingir os diversos níveis, e prevalecer diante da manipulação, de modo que a luta popular e a vontade de mudança de paradigma, sejam cada vez mais frequentes no cotidiano, no espaço público, como meta de atingir e conquistar direitos para uma sociedade mais justa e participativa.


7.Bibliografia

WOLKMER, Antônio Carlos. Elementos para uma crítica do Estado. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 1990.

JUSTIFICANDO. Edição: 29/10/2015. CONCEIÇÃO, Pedro da. “Politização do Judiciário”: sintomas de uma crise permanente. Disponível em:< http://justificando.cartacapital.com.br/2015/10/29/politizacao-do-judiciario-sintoma-de-uma-crise-permanente/>. Acesso em 02 de abril de 2018, às 22:35.

ÂMBITO JURÍDICO. Com.br. JÚNIOR, Faustino da Rosa. O problema da judicialização da política e da politização do judiciário no sistema brasileiro.  Disponível em:< http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3164>. Acesso em 02 de abril de 2018, às 22:49.

G1. GLOBO. Economia – Edição 28/04/2017. SILVEIRA, Daniel; CAVALLINI, Marta. Desemprego fica em13,7% no 1º trimestre de 2017 e atinge 14,2 milhões.  Disponível em <http://g1.globo.com/economia/noticia/desemprego-fica-em-137-no-1-trimestre-de-2017.ghtml>. Acesso em 02/04/2018, às 21:44.


Notas

[2] WOLKMER, Antônio Carlos. Elementos para uma Crítica do Estado. I. ed. Porto Alegre: Sergio A. Fabris Editor, 1990, p.11.

[3] JUSTIFICANDO. Edição: 29/10/2015. CONCEIÇÃO, Pedro da. “Politização do Judiciário”: sintomas de uma crise permanente. Disponível em:< http://justificando.cartacapital.com.br/2015/10/29/politizacao-do-judiciario-sintoma-de-uma-crise-permanente/>. Acesso em 02 de abril de 2018, às 22:35.

[4] ÂMBITO JURÍDICO. Com.br. JÚNIOR, Faustino da Rosa. O problema da judicialização da política e da politização do judiciário no sistema brasileiro.  Disponível em:< http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3164>. Acesso em 02 de abril de 2018, às 22:49.

[5] G1. GLOBO. Economia – Edição 28/04/2017. SILVEIRA, Daniel; CAVALLINI, Marta. Desemprego fica em13,7% no 1º trimestre de 2017 e atinge 14,2 milhões.  Disponível em <http://g1.globo.com/economia/noticia/desemprego-fica-em-137-no-1-trimestre-de-2017.ghtml>. Acesso em 02/04/2018, às 21:44.

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Sobre o autor
Rodrigo Alves da Silva

mestre e doutor em Direito. É pesquisador e parecerista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Advogado,regularmente inscrito na OAB/SP (204.358), docente da Escola Superior de Advocacia (ESA) e Professor Universitário.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Mais informações

Trata - se de uma resenha elaborada por minha aluna, Iolanda Faustino Félix. O assunto é muito atual, considerando as peculiaridades vistas no cenário político, jurídico e social brasileiro. Gostaria de ver o trabalho publicado. Prof. Rodrigo Alves

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