Notas Complementares:
1. A Essência do Ser Humano
Os seres humanos são tudo aquilo que dizem sobre eles; são seres dotados de incrível capacidade de fazer o mal, matando seus próprios semelhantes, inclusive de forma coletiva e genocida, e destruindo o próprio meio ambiente, do qual é inclusive parte integrante e indissociável. Porém, a verdade é que eles são muito mais do que (apenas) o que dizem sobre eles, ou, em outros termos, se atribuem a eles.
São, também (e contraditoriamente), seres capazes de realizar autênticos sacrifícios, verdadeiramente extraordinários, como dar a sua própria vida (na qualidade do maior bem que ostentam) a terceiros, muitas vezes pessoas completamente desconhecidas, em nome de um sublime sentimento chamado AMOR, e que, de uma certa maneira, outorga a verdadeiramente única e excepcional qualidade humana à obra-prima de Deus, ou seja, ao homem.
2. A Voz do Silêncio
O AMOR também é silencioso; mas pode ser enganoso na escuridão que igualmente não emite sons. Por isso é fundamental ouvir o sonido do coração e jamais a voz do silêncio.
"Olá, escuridão, minha velha amiga: vim conversar com você de novo, porque uma visão suavemente arrepiante deixou suas sementes enquanto eu dormia. (E esta), ainda permanece (no) som do silêncio (...) Pessoas falando sem dizer; pessoas ouvindo sem escutar (...), (e apenas) sussurrando no som do silêncio." (PAUL SIMON; The Sound of Silence, Simon and Garfunkel)
3. O Amor como Finalidade Existencial
Um dos mais sublimes sentimentos humanos (e talvez o único com universal relevância) é o AMOR.
O AMOR (verdadeiramente) move o mundo e propicia algo que é fundamental para que cada um de nós tenha real vontade de viver: a esperança.
Porém, o AMOR, - muito além de sua simples abstração ou de suas raízes familiares (originárias) -, precisa crescer e evoluir para, enfim, se firmar (no coração de cada um de nós) e (consequentemente) se reproduzir.
E esse é exatamente o sentido do casamento: cristalizar, com o outro ser eleito, a real possibilidade da reprodução desse magnânimo sentimento.
Todavia, nem todos os seres humanos (apesar de suas respectivas buscas) são iluminados pelo CRIADOR e logram conseguir encontrar sua segunda alma, que se fundirá (magicamente), formando um novo ser dúplice, através da esperada complementariedade dos dois diferentes espécimes.
Ainda assim, é cediço concluir que é precisamente essa mágica que move (e prepara) a humanidade para o encontro com nosso CRIADOR (único e universal).
4. O Amor e o Arrependimento
A vida é muito curta para acordar com arrependimentos. Ainda assim, é sempre preferível arrepender-se pelo que foi feito e não pelo que se deixou de (e poderia) ter sido realizado. Portanto, na dúvida, é sempre preferível o “positivo” ao “negativo”, oportunizando, desta feita, as infinitas possibilidades que a vida nos reserva. E o AMOR, - independentemente de se constituir no melhor que pode nos acontecer -, é (e sempre será) uma destas possibilidades. Portanto, jamais permita que, por simples medo ou receio de se arrepender, deixe escapar as oportunidades do AMOR:
“Ame as pessoas que te tratam bem. Ame, também, àqueles que, mesmo distantes, lhes são caros. Acredite que tudo acontece por uma razão. Se tiver uma segunda chance, agarre com as duas mãos. Se isso mudar sua vida, deixe acontecer. Beije devagar e perdoe rápido. DEUS nunca disse que a vida seria fácil. Ele simplesmente prometeu que daria a todos nós, no contexto de nosso livre arbítrio, a chance de fazê-la valer a pena.” (AUTORIA DESCONHECIDA)
5. Teoria Quântica e Matriz Divina
GREGG BRADEN é um estudioso e pesquisador da teoria quântica (desenvolvida por MAX PLANCK em 1944) que defende a existência de uma matriz de PLANCK que seria a matriz divina, fulcrada em nossos sentimentos e emoções.
6. Existencialismo
THEOFANIS TASIS é um filósofo e físico grego que se dedica ao estudo de “existencialismo” na Universidade Livre de Berlim.
7. A Finitude Existencial Humana
A vida não é apenas finita. Mas, dito de maneira mais correta, é, sobretudo, essencialmente curta.
“A vida é mesmo curta ou estamos na verdade (apenas) reclamando de sua finitude? (...) A resposta (definitiva) é que a vida é realmente curta (...)” (PAUL GRAHAM; A Vida é Curta, Rev. Época, nº 1.075, 11/02/2019, ps. 77-81)
Portanto, simplesmente, não há tempo a perder.
“Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou (...) Não temos tempo a perder (...)” (RENATO RUSSO; Tempo Perdido, Legião Urbana, 1986)
Cada dia que nasce é singularmente único e jamais pode ser, de nenhuma forma, repetido.
A trilogia estrutural do tempo, nesse contexto (e a bem da verdade), constitui-se, tão somente, em uma simplória obra de convenção, concebida, artificialmente (e, em última instância), pela espécie sapiens, na exata medida em que as noções de passado, presente e futuro se fundem em uma realidade única, dividida, apenas, pelo livre arbítrio humano.
O passado, por exemplo, nada mais é que o reflexo de um espaço-tempo inexistente, porém vivamente incrustado na nossa memória, que, desta feita, busca inutilmente reproduzir tudo aquilo que todos nós gostaríamos, mas que, por alguma razão, deixamos de fazer (realizar ou vivenciar), ou, quando muito, não o fizemos (realizamos ou vivenciamos) na intensidade que desejávamos. Afinal, o tempo jamais retroage e somente existe (essencialmente) nas nossas recordações.
“Quando nossas recordações são mais relevantes que nossas aspirações, o processo da morte se instalou e, consequentemente, começamos a morrer.” (LAIR RIBEIRO)
Já o futuro é apenas uma projeção mental do que ainda podemos fazer (realizar ou vivenciar), sempre limitado, entretanto, pelas chamadas “janelas de oportunidade” que se fecharam (pelos momentos desperdiçados); pelas inerentes restrições da nossa própria fé em relação as aspirações que possuímos (ou imaginamos possuir); e, acima de tudo, pela peculiar imprevisibilidade de sua projetada (e imaginada) existência após o transcurso do momento atual.
Destarte, o tempo é, por definição, um conceito quantitativamente limitado, independente de qual seja a nossa expectativa de vida, obrigando-nos, assim, a permanentemente recordar que nossa existência terrena é, por natural imposição, sempre passageira.
Nessa toada, refletir sobre a melhor tradução do que representa “aproveitar a vida” resta absolutamente fundamental, pois não há qualquer sentido lógico em viver uma vida sem relevância e, sobretudo, sem significância.
“Esse é o prenúncio do eterno: ter tempo para amar.” (RAINER MARIA RILKE; Cartas para um Jovem Poeta, Insel Verlag, 1929)
Deixemos, portanto, de desperdiçamos nosso bem mais precioso (ou seja, o tempo) e, consequentemente, nossa energia vital, em “distrações sem sentido” para nos dedicarmos, cada dia, hora e minuto de nossa (curta e limitada) existência terrena ao que realmente importa, ou, em outras palavras, ao que verdadeiramente toca os nossos corações.
8. A Descoberta das Cores
Quando o homem descobre que existe algo além do que convencionalmente denominamos de certo ou errado, - um grandioso conteúdo (verdadeiro e substantivo) entre os dois extremos -, ele está desnudando, em última análise, um amplo, formidável e importantíssimo espectro no extenso intervalo que divide o preto e o branco, e, assim, está encontrando as cores (e sua correspondente essência) e, portanto, o verdadeiro colorido que outorga honestidade e relevância à vida (traduzindo o genuíno sentido de justiça), como bem assim as diversas matizes concernentes às várias (e consistentes) etapas da própria evolução humana, que nos conduzem, por fim, à sabedoria (e à magnanimidade) infinita do CRIADOR.
9. A Importância de se Ter Alguém para Amar
Se amar e ser amado resta fundamental, não se deve ter dúvida quanto a resposta a um secular questionamento: “O que é pior? Perder alguém que se ama ou não ter simplesmente ninguém para se perder?”.
10. A Verdadeira Família
A FAMÍLIA é um dos grandes alicerces do indivíduo (pois constitui-se, em última análise, na qualidade de autêntico “ninho” de onde todos os seres sencientes são lançados à vida terrena) e a suposta instituição irradiadora do sentimento do AMOR ou, em outras palavras, o “berço” de onde emanam os vínculos afetivos mais genuínos que, presumivelmente, nos fortalecem para vivermos uma vida plenamente feliz. Entretanto, é importante advertir que a mesma também pode se constituir, ao arrepio desta finalística atribuição construtiva, no primeiro e no mais importante instrumento de repressão ao indivíduo, quando, - pelas mais variadas motivações -, é desviada de sua verdadeira função provedora de afeição e, sobretudo, de necessário e imperioso respeito à especial singularidade do ser humano.
Portanto, da mesma forma que o Estado genuinamente democrático representa a segurança, no seu mais amplo sentido, buscando (permanentemente) promover (como objetivo derradeiro) dignidade à existência humana, o Estado totalitário, ao reverso, traduz-se como o segundo mais contundente elemento de anulação da individualidade humana e, consequentemente, da própria cidadania (em sua tradução mais ampla). Não é por outra razão que as regras arbitrárias, - ditadas pelo Estado que se serve do cidadão em lugar de servir ao cidadão -, são sempre passíveis de serem legitimamente quebradas, sem que isto afronte (diretamente) o verdadeiro direito que nos é concedido (através de nossa consciência) pelo CRIADOR.
A mesma situação pode ser (lamentavelmente) replicada para as famílias, considerando que muitos “pais legisladores” (convenientemente) esquecem de prover AMOR (autêntico e altruístico) aos seus filhos, confundindo (deliberadamente ou não) o real significado deste maravilhoso vocábulo; ora com uma exagerada e desconexa permissividade (que mais se confunde com uma modalidade de “abandono afetivo”); ora, - de maneira até mesmo mais gravosa -, com uma forma (distorcida) de “aprisionamento afetivo”, de nítido (e inconfessável) cunho egoístico.
Destarte, simplesmente “saia pela porta” se a família em que você nasceu não é a família com quem você deveria estar, pois sempre existe uma outra família (lá fora) para todos os seres deste planeta. E, neste sentido, certamente sempre haverá uma, em particular, para cada um de nós, ansiosamente nos aguardando, de braços abertos, bastando, para tanto, procurar (persistentemente), sem nunca duvidar e jamais desistir. Até porque não se abre mão do AMOR (e de todos que podem contribuir para este último e mais importante desiderato), da mesma forma que não se abre mão da vida, verdadeiramente provida de imprescindível sentido e significado.
11. A Grandeza do Ser Humano
Não obstante toda história de profunda crueldade humana, é fato que só um ser humano pode salvar a vida de outro ser humano, só um ser humano pode ajudar outro ser humano e só um ser humano pode trazer alegria e felicidade, provendo significado e beleza, à vida em relação a outro ser humano.
“Não és bom, nem és mau: és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces (...)
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas com as virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.”
(OLAVO BILAC; Não és Bom, nem és Mau, Poesias)
12. As Preferências Humanas
Seres humanos têm (sim) as suas preferências, e se tal fato é ética e moralmente correto ou não, torna-se irrelevante em face desta efetiva e imutável realidade.
Deixar de reconhecer tal fenômeno é tão ingênuo quanto acreditar que o ser humano é um ser perfeito.
Mas o sentimento do AMOR, que também é uma realidade concreta e efetiva (e, portanto, não simplesmente imaginária), ainda que de uma certa maneira invisível, é uma derradeira resposta a esse dilema e a esta contradição.
Neste sentido, vale o seguinte exemplo traduzido por um simplório diálogo entre o pai de uma de suas duas filhas, muito bem representado no filme ENCONTRO MARCADO (protagonizado por ANTHONY HOPKINS e BRAD PITT e produzido em 1998), em que, ao se deparar com a afirmativa de sua filha mais velha, de que ela entendia perfeitamente a preferência do pai pela filha mais jovem, ela simplesmente, em tom de absoluta concordância com o fato, acrescentou: “mas você é o meu preferido e para mim isso já é o suficiente”.
A sabedoria de tal afirmativa, destarte, encontra-se na inexorável constatação de que a racionalidade humana é simplesmente inócua nestes casos, posto tratar-se de uma questão da exclusiva esfera de influência do coração, a que não exercemos (reconhecidamente) nenhum tipo de controle.
13. Das Histórias de Amor na Ficção e na Realidade
Muitas pessoas se deleitam quando assistem a histórias de amor no cinema, desejando que as mesmas fossem desfrutadas em suas vidas; não percebendo, entretanto, que, em sua existência real, enredos muito semelhantes estão a acontecer (real ou potencialmente) neste momento. Optam (consciente ou inconscientemente), portanto, em viver o sonho ao invés de desfrutar da realidade (do amor) que, na maioria dos casos, está (simplesmente) ao seu lado ou muito próximo.
14. A Aposta de Pascal
Sobre a crença em DEUS, vale consignar a chamada APOSTA DE PASCAL, que se traduz, em síntese, por uma proposta argumentativa de filosofia apologética criada pelo filósofo, matemático e físico francês do século XVII, BLAISE PASCAL. Ela postula que há mais a ser ganho pela suposição da existência de DEUS do que pelo ateísmo, e que uma pessoa racional deveria pautar sua existência como se DEUS existisse, mesmo que a veracidade da questão não possa ser conhecida de fato.
PASCAL formulou a questão em um contexto cristão, e foi publicada na seção 233 do seu livro póstumo Pensées (Pensamentos). Historicamente, foi um trabalho pioneiro no campo da teoria das probabilidades, marcou o primeiro uso formal da teoria da decisão, e antecipou filosofias futuras como o existencialismo, o pragmatismo e o voluntarismo (ALAN HÁJEK; Pascal's Wager, Stanford Encyclopedia of Philosophy, Stanford, Center for the Study of Language and Information (CSLI), Stanford University, 1998).
Este argumento tem a seguinte formatação:
- se você acredita em DEUS e estiver certo, você terá um ganho infinito;
- se você acredita em DEUS e estiver errado, você terá uma perda finita;
- se você não acredita em DEUS e estiver certo, você terá um ganho finito;
- se você não acredita em DEUS e estiver errado, você terá uma perda infinita.
PASCAL referenciou a dificuldade da razão posta para a crença genuína propondo que “agir como se acreditasse” pudesse “curar da descrença”:
“Mas ao menos reconheça sua incapacidade de acreditar, já que a razão te trouxe a isto, e você não consegue acreditar. Esforce-se para convencer a si mesmo, não através de mais provas de DEUS, mas pela redução de suas paixões. Você gostaria de ter fé, mas não sabe o caminho; você quer se curar da descrença, e pede um remédio para isto. Aprenda com aqueles que estiveram presos como você, e que agora apostam todas as suas posses. Existem pessoas que sabem o caminho que você vai seguir, e que se curaram de todas as doenças que você ainda será curado. Siga o caminho através do qual começamos; agindo como se acreditasse, recebendo a água benta, assistindo missas, etc. Até mesmo isto vai te fazer acreditar naturalmente, e acabar com sua resistência.” (Pensées; seção III, nota 233, p. 40, Tradução por RAFAEL S. T. VIEIRA)
Pascal também propõe que se siga um caminho que ele próprio já teria passado, e que é possível se ter autêntica fé com o simples exercício da mesma.
“(...) Mas existe aqui uma infinidade em uma vida infinitamente feliz a se ganhar, uma chance de ganho contra um número finito de chances de perda, e aquilo que você aposta é finito. Tudo é dividido; aonde quer que esteja o infinito, não existe um número infinito de chances de perda contra a chance de ganho, não há tempo para hesitar, você deve apostar tudo.” (Pensées; seção III, nota 233, p. 39, Tradução por RAFAEL S. T. VIEIRA)
Deve ser consignado, todavia, que existem tanto autores que defendem o argumento de PASCAL e consideram-no um argumento válido (JEFF JORDAN; Pascal’s Wager Revisited, Religious Studies, vol. 34, nº. 4, 1998; GEOFFREY BROWN; A Defense of Pascal’s Wager, Religious Studies, vol. 20, nº. 3, set. 1984; IAN HACKING; The Logical of Pascal’s Wager, American Philosophical Quarterly, vol. 9, nº. 2, abr. 1972), como, igualmente, existem autores que consideram-no inválido (ALAN HÁJEK; Pascal's Wager, Stanford Encyclopedia of Philosophy, Stanford, Center for the Study of Language and Information (CSLI), Stanford University, 1998).
15. Presente e Recordação
Existe uma diferença muito importante (e, portanto, absolutamente relevante) entre presente e recordação.
Um presente representa, de forma fidedigna, um genuíno e inconteste ato de AMOR. É algo que é dado à pessoa amada com o intuito de, sem qualquer sentimento de egoísmo ou receio de perdê-la, permitir que a mesma perceba a sua própria importância, tornando-a um ser humano pleno e verdadeiramente autônomo (e, sobretudo, livre), assumindo, em última análise, um poder real de eventual renúncia a qualquer forma de “amarras vinculativas” artificiais e impositivas. É, em última análise, uma prova incontestável de altruísmo.
Já a recordação, de modo absolutamente diverso, objetiva (consciente ou inconscientemente) estabelecer (ou mesmo reforçar) uma dependência afetiva (e, por esta razão, normalmente associada a emblemáticas datas comemorativas), eliminando (ou, no mínimo, reduzindo) espaço para que o ser amado se liberte de possíveis e veladas “correntes” de aprisionamento relacional que (sutilmente) estão (através de lembranças que “generosamente” são concedidas, com forte apelo emocional), em verdade impedindo (ou, ao menos, reduzindo) a autonomia decisória da pessoa amada (e sua própria capacidade reflexiva) em relação ao seu livre arbítrio de manter-se ou não no contexto de uma união (legalmente formal ou informal) com aquele que, por insegurança, egoísmo e até mesmo desespero, se importa muito mais com a sua satisfação pessoal (e seu bem-estar) do que propriamente com a pessoa amada.
A lembrança, portanto, representa, distante de um ato autêntico de AMOR, a celebração de um pretenso “encarceramento possessivo”, muitas vezes representado (ainda que por vias transversas) por instrumentos apelativos, de forte impacto emocional, como, por exemplo, placas gigantes com simplórias inscrições “eu te amo”.
Feitas as necessárias distinções entre presentes e recordações, resta oportuno também destacar que essas últimas não representam, necessariamente, um ato de viés dolosa e intencionalmente manipulador (e, por consequência, negativo), podendo, muitas vezes, transmitir, ao reverso, um genuíno sentimento de PAIXÃO (que não se confunde, entretanto, com a sublime emoção do AMOR), ainda que, intencionalmente ou não, eivado (em regra) de uma certa dose de egocentrismo e, igualmente, camuflando interesses próprios (de satisfação afetiva), em detrimento do bem-estar e da plenitude existencial da pessoa amada.
16. A Convergência das Diversas Religiões e Crenças no AMOR
Apesar do flagrante absurdo de uma realidade (observável) quanto à incitação do ódio e da violência (bem como das próprias guerras motivadas) por razões religiosas, inexiste (de forma originária) na doutrina (e em sua correspondente e correta interpretação contextual) das mais variadas crenças verdadeiro (e legítimo) espaço para a intolerância, em qualquer de suas diferentes modalidades exteriorizantes.
Ainda assim, vários clérigos (e supostos seguidores de DEUS), em nome de uma pretensa superioridade de suas crenças, cultura e tradições, acabam por defender tudo aquilo que não é representativo do CRIADOR (e que, em última análise, nos distancia Dele), posto que todas as religiões (e mesmo filosofias), sem qualquer exceção, compartilham, - ainda que com nomes e designações diversas (Cristianismo/CRISTO; Bahaísmo/BÁB; Budismo/BUDA; Confucionismo/CONFÚCIO; Espiritismo/ALLAN KARDEC; Hinduísmo/KRISHNA; Islamismo/MAOMÉ; Jainismo/MAHAVIRA; Judaísmo/MOISÉS; Sikhismo/GURU NANAK; Taoísmo/LAO ZI; Zoroastrismo/ZARATUSTRA etc) -, a única fonte do iluminismo divino, que se chama (simplesmente) AMOR.
Portanto, pouco importa o nome, a forma e a visão humana (consequentemente limitada) que ostentamos em relação ao CRIADOR, considerando que, não advinda do AMOR, a religião (e qualquer filosofia verdadeira) se traduz em simplória seita.