Aluno sofrendo bullying por professor

Há 13 anos ·
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Boa noite,

estou escrevendo com uma duvida sobre a seguinte situação que aconteceu na escola particular do meu filho de 6 anos e deixou a nossa família - e outras famílias que ficaram sabendo - revoltados.

A professora estava "ensinando" sobre o tema silencio e um dos alunos falou brincando que eles somente ficariam silenciosos se botasse uma fita em cima da boca deles. Ela então foi, botou um pedaço de fita em cima da boca de todos os alunos. Meu filho falou que não queria aquilo, mas ela insistiu e botou mais fita ainda em cima da boca dele, sendo dois pedaços bem largos e dois pequenos (na boca dos outros alunos ela usou um pedacinho da fita pequena). Meu filho chegou da escola indignado, com muita raiva e vergonha porque todos riram dele.

Para mim essa situação chega a ser uma clara expressão de abuso físico e emocional ou - na linguagem de hoje - "bullying".

Já falamos com a diretoria por telefone - eles somente defenderam a professora e não mostraram nenhum entendimento para o lado do nosso filho.

Gostaria saber se tem (além do Art. 17 da lei 8069 - estatuto da criança) existem outras leis / publicações sobre o assunto que poderíamos citar durante a conversa.

Desde já, agradeço!

Christine

42 Respostas
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Marya Eduardah
Há 13 anos ·
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Apenas uma ressalva. Pelo relato não foi o filho dela que disse que só ficariam silenciosos se colocasse uma fita na boca, foi outro colega.

"A professora estava "ensinando" sobre o tema silencio e um dos alunos falou brincando que eles somente ficariam silenciosos se botasse uma fita em cima da boca deles."

Cordialmente.

orientador
Há 13 anos ·
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OK, esse ocorrido pode não se encaixar nos casos de bullyng, mas que ''poder'' é esse que a professora tentou passar ?

Primeiro que não se passa poder e autoria em sala de aula, e sim educação.

Segundo, achei de muito mal gosto o que vocês chamaram de ''brincadeira''

Terceiro, o filho dela demonstrou notadamente que não queria ter uma fita colada em sua boca, o que acho normal claro, e como contado pela autora, a professora então colocou ainda fitas a mais por ele não querer.

Essa professora não deveria praticar essa brincadeira, visto que para ensinar alunos a ficarem em silêncio, não é colando uma fita na boca deles. Absurdo.

E ela tem sim o direito de entrar judicialmente em um processo contra a professora, na representação do seu filho, não necessariamente por bullyng.

Continuo achando errado a atitude ''brincadeira'' da professora.

Voces concordam que esse seja o meio de ensinar a crianças ficarem em silêncio ?

brincadeira foi o que o aluno falou em colar fitas na boca dos colegas, isso sim, ele falou BRINCANDO, a professora teria que levar isso como se fosse uma BRINCADEIRA, não um fato a ser levado sério e concluido como ela fez.

Julianna Caroline
Há 13 anos ·
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Ela levou tanto na brincadeira que topou fazer como o aluno sugeriu. Ninguém estava na sala pra saber do ocorrido, além de que, as cças pra limparem a barra contam a história como elas acham melhor pra elas. Cças são seres dissimulados desde o nascimento. Sabem que chorando recebem atenção e assim seguem na fase de desenvolvimento. Ou vcs acham que a cça chora qdo quer alguma coisa por quê?? Porque crescem achando que é assim que se consegue as coisas. Elas já sabem contar a história de modo a ficar bom pra elas. Ele pode não ter gostado da brincadeira, do toque físico, mas daí a colocar a professora como um monstro, que maltratou o garoto já é demais. Só ele reclamou, os demais alunos toparam a brincadeira e interagiram. Volto a insistir, o problema está na cça, atentem ao problema do toque físico.

Elisete Almeida
Advertido
Há 13 anos ·
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Gabriela D

Concordo com o "hoje em dia os comportamentos realmente mudaram, não há como comparar o passado ao presente."

A grande questão é: os frutos desta mudança são melhores ou piores?

Veja bem, no passado éramos ensinados a pedir por favor, com licença, a dizer obrigada(o), etc, hj (não estou a generalizar) por favor o caraças, tô pagando, tem a obrigação de fazer; sai da frente; obrigada(o) o escambau, fez pq quis; etc.

Dito isto, resta-me dizer-lhe que na minha época não era pior, tínhamos princípios mais rígidos, éramos corrigidos à cada asneira; em compensação, raramente víamos uma criança se atirar ao chão de um supermercado aos berros "eu quero, eu quero, eu quero", fazendo os pais passarem vergonha e consumir além do que podem.

Agora, fala sério, a menina como estudante de direito me diga se durante as aulas que frequenta não há colegas que atendem celular, levantam-se para ir ao banheiro, conversam entre si sobre assuntos que em nada estão relacionados com a matéria lecionada, etc? Consideras isto normal e proveitoso? Sabe o que é isto? Falta de EDUCAÇÃO e educação vem de berço, é ensinada em família, como disse antes "é de pequenino que se torce o pepino".

Cumprimentos

Insula Ylhensi
Suspenso
Há 13 anos ·
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Além de que, o "bulliyng" não se forma com uma única atitude, ele é um processo.

Se essa professora praticou um único ato que deixou essa crinaça birrenta e má educada nervosinha porque não quer que ninguém a toque (demonstrando sérios problemas socio-afetivos) iso não seria bulliyng nem aqui nem em Marte.

Surgiu-me a idéia de alguma aproveitadora querendo um ganha fácil em cima da escola, usando a criança pertubada para tal. Isso sim!!!

Marya Eduardah
Há 13 anos ·
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Em geral quando desejam isto já perguntam no primeiro post se cabe uma indenização por danos morais e contra quem, professora ou escola e se fosse algo pessoal com a docente, quais as medidas legais e administrativas que poderiam serem aplicadas a esta.

Vislumbro uma mãe angustiada e seriamente preocupada com o filho, desejando apenas orientações para uma conversa e elucidação do caso. Embora sua formação e profissão estejam relacionadas a crianças, deseja também algum embasamento nas leis, pois imprescindível o conhecimento e aplicação destas leis e princípios pelos educadores.

A Consulente digita ao final do relato:

"Gostaria saber se tem (além do Art. 17 da lei 8069 - estatuto da criança) existem outras leis / publicações sobre o assunto que poderíamos citar durante a conversa."

Cordialmente.

orientador
Há 13 anos ·
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Sobre a questão de que antigamente as crianças pediam por favor, com licença, e obrigado, concordo. O que eu não concordo é o método que antigamente era usado, como bater com a régua na mão do aluno, e outros modos nos quais eu não acho correto.

Elisete Almeida.

Os alunos da faculdade tem a liberdade de irem ao banheiro quando precisarem, e quanto as outras colocações, elas não estão desrespeitando a professora. Nas faculdades também nunca vi ninguem colar fita durex na boca de nínguem. Querida não compare a faculdade com alunos de primeiro ano de sala de aula.

A você Julianna Caroline, você falou de um jeito das crianças que até me assustei. eu quando criança, se tinha problema na escola, como já tive, eu contava para a minha mãe, sem chorar, o problema que estava acontecendo, e eu concerteza não iria gostar de ter uma fita durex colada na boca.

Aliás, acho que ninguem aqui gostaria né ?

Continuo achando errado tal atitude da professora, entrar numa mera brincadeira de um aluno. Ela deveria ter os próprios métodos de ensinar a se fazer silêncio, do que colando fita na boca dos alunos. Eu não gostaria. Tem criança que leva na brincadeira, mas tem outras que não são obrigadas a gostar de algo que é errado.

E tenho direito de expor aqui minha opinião, o local é adequado para isso mesmo.

Julianna Caroline
Há 13 anos ·
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Gabriela

Ninguém disse que vc não podia expor sua opinião! Onde vc leu isso??

Mas o que eu ainda acho é que vc não entendeu o contexto, em que situação foi colocada a fita na boca do aluno. No meio de uma aula sobre o tema silencio, foi proposta a brincadeira e todos aceitaram, inclusive a professora, que no mínimo achou interessante e engraçadinha a sugestão, e posso imaginar a empolgação dos alunos com o gracejo do coleguinha e com o fato da profê ter topado a brincadeira. Pelo que foi contado e acredito eu, que a professora não falou com eles aos berros quie ia colar a boca deles, nem usou de força física ou de ameaças para conseguir colar a fita. Acredito, até pelo jeito da consulente contar que foi brincadeira e o clima era de descontração. O garoto foi contrariado e não gostou, apenas isso. Não caracteriza o bullyng. Agora tudo é bullyng. Aff

Andréa S. Elias
Há 13 anos ·
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A professora, ao meu ver, teve essa atitude como forma de mostrar autoridade sim. O que aconteceria se brincadeiras como essas não fossem repreendidas? Continuariam a ocorrer e cada vez ficaria pior. Essa "brincadeirinha" do seu filho, sinto muito dizer, configura desrespeito com a professora e ela nada mais fez que impor o respeito necessário à continuação da aula. Agora se a professora tivesse machucado o aluno ou algo do tipo a situação seria bem diferente.

Elisete Almeida
Advertido
Há 13 anos ·
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Cara Gabriela;

Este é um fórum público, onde todos podemos expressar nossas opiniões, tirar dúvidas e aprendermos mais.

Antes de entrar na questão jurídica, farei um breve comentário à sua última resposta. As crianças, devido a sua imaturidade, não conseguem conter suas necessidades fisiológicas, para tanto, levantam o dedinho e pedem à tia para ir ao banheiro; um jovem já não é imaturo e, exceto se ele tiver problemas de saúde, não deve agir como uma criança. Basta a menina se por no lugar do professor para saber se há desrespeito ou não, onde me graduei (para não dizeres que foi antigamente, me graduei em 2007), quando um professor entra na sala de aulas, faz-se silêncio, pois, um Professor Doutor irá falar, só se ouve o barulho das canetas a escrever aquilo que está a ser dito. De duas uma, ou os alunos pagam a fac. e não tiram o máximo de proveito do seu investimento ou, pior, estudam numa fac. pública e andam a brincar com o dinheiro do povo. Quanto à comparação, no meu ver, há uma correlação, pois o respeito pelos professores deve ser ensinado em casa, pela família, desde pequenino, para quando chegar na graduação não fazer papel de mal educado, como muitos fazem.

Quanto à questão da nossa consulente, já pudestes verificar que não houve bulliyng, portanto, teríamos que passar para a responsabilidade civil, correto? Uma vez que és estudante de direito, veja isto como um exercício: Se a menina fosse pleitear por esta mãe, quais argumentos sólidos iria utilizar para estabelecer o nexo causal e o dano sofrido?

Os meus cordiais cumprimentos

orientador
Há 13 anos ·
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A professora poderia estar descontraída, mas pelo texto da autora, o aluno não estava gostando de tal situação.

'' Ela então foi, botou um pedaço de fita em cima da boca de todos os alunos. Meu filho falou que não queria aquilo, mas ela insistiu e botou mais fita ainda em cima da boca dele, sendo dois pedaços bem largos e dois pequenos (na boca dos outros alunos ela usou um pedacinho da fita pequena). Meu filho chegou da escola indignado, com muita raiva e vergonha porque todos riram dele. ''

O meninou expressou que não queria a fita colada em sua boca.

Acho normal ele não querer a fita colada, não por birra, não por ser anti-social, mas simplesmente por não gostar de tal situação que não é corriqueira.

Pela história da autora, a professora então, insistiu para colocar a fita na boca do aluno, visto que ele já havia manifestado que não queria tal atitude, isso me parece uma pressão.

Depois então, que a professora teve a infeliz ideia de acrescentar mais fitas para esse aluno que não queria nenhuma, os colegas riram da situação, deixando o menino constrangido.

Me pergunto como firacá o emocional do menino, que com certeza não esquecerá dessa história. e também como ficará o emocional dele em relação a esta professora ? é uma situação desconfortável.

O menino teve que se submeter a tal 'brincadeira' sendo que não foi ele quem deu a ideia.

Estou me baseando totalmente no texto escrito pela autora do tópico.

Julianna Caroline
Há 13 anos ·
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Me pergunto como sobrevivi aos meus anos no colégio....... Quantas histórias tenho pra contar de situações constrangedoras..... Fico me perguntando neste caso, se meu emocional é blindado ou se as cças de hoje são melindrosos e mijões mesmo, mais do que antigamente. Se a cça vai precisar de análise psiquiátrica pro resto da vida por causa de uma fita colada na boca...... Algo de podre no reino da Dinamarca. (Reino da Dinamarca, leia-se Educação/Criação das cças de hoje em dia)

Elisete Almeida
Advertido
Há 13 anos ·
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Cara Gabriela;

Dentre outros, observe os arts. 186 e 927 ss CC, conjugados com os arts. 18 e 53 do E.C.A.

Para além disso, entre outras, observe atentamente as palavras da Dra. Julianna.

Depois, me diga se há possibilidade de êxito na ação, caso haja, se fosses representar o filho da consulente, diga-me como farias o pedido?

Os meus melhores cumprimentos

orientador
Há 13 anos ·
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Caso eu fosse a representante do filho da consulente, eu primeiramente tentaria uma conciliação com a professora, que em minha opinião poderia obter êxito.

Caso eu fosse a mãe do menino, eu entraria em contato com a diretora da escola, para que a mesma chamasse atenção da professora citada, na finalidade de não praticar mais tal tipo de brincadeira.

sem solução
Há 13 anos ·
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Acredito que as pessoas só mudariam de opinião sobre o tema no momento em que entrar em sala para trabalhar sabendo que para poder ter noção do que realmente é a vida do professor diariamente a humilhação que sofremos de alunos e pais que apenas observam seus direitos esquecendo-se que do outro lado também tem pessoas com sentimento e que deixam muitas vezes seus filhos para cuidar dos filhos dos outros aliás cuidar não educar pois muitos são mimados pelos pais e nós nesse papel social temos que fazer aquilo que os pais deveriam fazer a nós caberia apenas a parte do conhecimento e desenvolvimento e participação social.

Elisete Almeida
Advertido
Há 13 anos ·
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Cara Gabriela;

É lógico que só respondes se quiseres, mas continuo à espera da sua resposta como futura jurista.

Dissestes: "E ela tem sim o direito de entrar judicialmente em um processo contra a professora, na representação do seu filho".

Sem desfazer-me dos métodos de resolução pacífica de conflitos, como o proposto pela menina no seu último post, gostaria de ter uma resposta jurídica vinda de si.

Cumprimentos

orientador
Há 13 anos ·
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Elisete Almeida, gostaria de saber por curiosidade, qual sua profissão ?

Quando eu disse que ela tem sim o direito de entrar judicialmente em um processo contra a professora representando o seu filho, eu quis me referir ao direito que ela tem, dar ênfase ao direito da mãe dela.

Caso a mãe do menino realmente quissese entrar judicialmente ela possui pleno direito, independente de se o motivo foi ''mesquinho'' como alguns citaram em outros posts.

Então, de agora não sei quais artigos, quais leis eu usaria, e nem todo mundo que entra com um processo é obrigado a saber. Quem entra num processo é obrigado a fundamentar o fato, e o papel do juiz é encaixar na lei correspondente.

Para a defesa do menino, eu argumentaria o fato de que ele expressou-se claramente que não queria a fita colada na boca, que já é um motivo para a professora não colocar, do contrario noto uma pressão na situação.

Também argumentaria a tese de que sendo fase de infância, a criança pode ficar marcada com o fato, fica uma situação desagradável com a professora, constragimento que ele passou em sala de aula, pode acarretar no garoto até ir mal nas disciplinas.

Julianna Caroline
Há 13 anos ·
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Jesus......

Elisete Almeida
Advertido
Há 13 anos ·
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Cara Gabriela;

Sem sombra de dúvidas, concordo consigo que a via da resolução pacífica é sempre a melhor, porém, para que um advogado sempre siga esta linha, ele terá que fazer votos de pobreza, apesar de conseguir assegurar um cantinho no céu.

Com a minha insistência, não quis de forma alguma pressioná-la, muito menos pedi para que fizesses uma petição inicial aqui. Porém, para afirmares que a mãe pode seguir pela via judicial, no mínimo deverias ter noção de qual caminho seguir.

Não quero ser chata, apenas quero instigar sua mente. No meu ponto de vista, tendo a professora, alinhando numa brincadeira iniciada por um dos seus alunos, colocado adesivos nas bocas de todos os alunos, ela não expôs nenhum aluno à uma situação vexatória ou constrangedora, isto ocorreria se ela colasse a boca de apenas um ou alguns alunos; antes, foi um aluno que, ao não alinhar na brincadeira, se auto destacou dos outros. Os motivos que fizeram despoletar esta atitude na criança, como disse a Dra. Julianna, pode ser fobia social, porém, também considero a possibilidade da mãe, numa atitude protecionista, ter instruído a criança a não deixar que lhe toquem de forma invulgar e, sempre que isto ocorra, lhe comunicar.

Posto isto, com a certeza de que nada é absoluto e na tentativa de abrir a minha mente para outras opções, volto a lhe perguntar: com qual pedido entrarias?

Quanto ao que faço, trabalho muito.

Cumprimentos

Mari Marques
Há 13 anos ·
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Desculpe-me o desabafo, mas se sou juiza num caso como este, eu mesma coloco fita adesiva na boca da mãe.

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