Respostas

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    99% Ateu. Terça, 25 de junho de 2013, 17h16min

    Elisete,

    O valor da bolsa não dá nem para o meu final de semana, por exemplo. Ninguém tem vida boa com uma bolsa família, ainda mais com filhos.

    Respondi a pergunta: é um compromisso do Brasil, e um dever de solidariedade (se entender que sentimento de solidariedade é algo forte demais).

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    99% Ateu. Terça, 25 de junho de 2013, 17h19min

    Repetindo: Bolsa Família consome apenas 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB).

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    Elisete Almeida Terça, 25 de junho de 2013, 17h28min

    99%;

    "Pude notar que você não gosta muito das minorias e dos excluídos, nem de solidariedade, por quê?"

    Se calhar, são os 10 anos à mais. KKKKKK!

    Então vamos lá. Ponha-se no meu lugar (não sou exemplo, mas vejo milhares de pessoas numa situação semelhante). Trabalho quase todos os dias cerca de 13hs por dia (não vou descrever o que faço durante essas horas, há o risco de vc ficar cansado só de ler), posso andar de cabeça erguida na rua, pois não devo nada a ninguém, apesar de não poder dizer hoje que dou trabalho, pois a carga fiscal aqui vem nos comendo vivos, de 20 funcionários, passamos a 0 funcionário.

    Aí vc olha para 2 portas ao lado e 1 a frente, o que vc tem, numa das portas ao lado, uma família que pode ser considerada como minoria étnica, que não trabalham oficialmente e vivem de subsídios, vendem uns panos na feira para justificar as BMW´s e Mercedes com que desfilam, carros comprados com a venda de drogas. Mas quem compra essas drogas? Aí eu olho para os outros vizinhos, pessoas que não trabalham (por vezes fazem um bico, que juntando ao subsídio, dá uma boa grana) e vivem de subsídios, são os chamados excluídos, compram drogas com o tal subsídio.

    De onde vem os subsídios? De impostos pagos por pessoas que, como eu, trabalham muito, para sustentar quem não quer fazer nada, pois nesta política social, da forma com que ela é executada, vale mais não fazer nada do que se matar de trabalhar.

    Quanto a minha forma de ser solidária, acho que já ficou claro no post anterior.

    BJU fofão

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    Elisete Almeida Terça, 25 de junho de 2013, 17h31min

    99%;

    Vc continua a não responder, pedi uma solução e não aquilo a que estamos presos por um dever constitucional.

    E as outras bolsas? Não há só bolsa família no Brasil, estou a falar de subsídios em geral.

    BJU´s

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    99% Ateu. Terça, 25 de junho de 2013, 17h33min

    Parece que os excluídos de Portugal são bem diferentes do que vivem aqui no Lixão, etc.

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    Elisete Almeida Terça, 25 de junho de 2013, 17h39min

    Realmente 99%, aqui ninguém vive em "lixão" (isso me faz lembrar de Avenida Brasil), aqui vivem em bairros da lata, em guetos, em imóveis abandonados, etc. Mas se vc propor que limpem o seu quintal em troca de um prato de comida, vc está sujeito à apanhar. Isto é ofensa à dignidade da pessoa, onde já se viu trabalhar para comer?

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    99% Ateu. Terça, 25 de junho de 2013, 17h45min

    Não existe solução.

    Uma possível solução precisa ser planejada, em conformidade com o orçamento, em conjunto com outras mil e uma necessidades, como a saúde, com construção de hospitais, etc., investimento em educação, segurança, saneamento básico, habitação, políticas públicas, e tantos outros problemas que nós temos, incluindo preocupações recentes, como o meio ambiente, engenharia genética, etc.

    Não tenho conhecimento nem as ferramentas para pensar em planejar tal coisa.

    Apenas o problema da educação, por exemplo. Quantas pessoas sabem responder: i) quanto custa para construir uma escola em tempo integral, de primeira qualidade? ii) quanto custa mantê-la por mês, e se há dinheiro disponível no orçamento para tanto, e, se não houver, de onde será retirado o dinheiro, e se é possível retirá-lo? iii) Quantas escolas precisam ser criadas para suprir toda necessidade? iv) Se há local para construir ou se será preciso desapropriar bens? Se há dinheiro no orçamento para pagar as desapropriações?

    Como não sou assessor de nenhum parlamentar, não tenho por que estudar tal coisa. Vivemos uma vida fragmentada, com saberes especializados, e não podemos, nem temos tempo para estudar tudo. Não é porque tenho um tempinho para me distrair aqui no fórum, que tenho tempo para tudo.

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    99% Ateu. Terça, 25 de junho de 2013, 17h52min

    Pesquisei fotos sobre os bairros de lata em Portugal.

    Elisete, que lugar horripilante. É pior que muitas favelas (eufemismo: comunidades).

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    m-goes Terça, 25 de junho de 2013, 18h23min

    Oque mais me deixa indignado nisso tudo e que o povo nao enxerga ou nao quer enxergar que essas bolsas que existem servem como pagamento dos votos das pessoas que as recebem. Todos sabem que o governo de hoje e continuacao do governo passado onde a corrupcao corria solta. Onde estao os envolvidos com o mensalao? Dos 25% da populacao atendida por esse beneficio qual sera a parte que vai para o bolso de alguem abastado que vive mamando nas tetas do governo? Existem familias que sao de classe media recebendo o bolsa familia todos sabem e ninguem faz nada a respeito. Depois o povo enxe as ruas para protestar por um governo que foi mantido pelo povo que sabia e sabe das roubalheiras. Vai entender

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    Vanderlei Sasso Terça, 25 de junho de 2013, 18h24min

    Comentário apagado pelo usuário

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    Elisete Almeida Terça, 25 de junho de 2013, 20h38min

    99%;

    Vou por etapas, pois o comentário ficou lá em cima.

    "Não existe solução."
    R: Solução há, porém, colocá-la em prática significa jogar M no ventilador de muita gente. Portanto, falta vontade, tanto de quem governa, quanto de quem é governado.

    "Uma possível solução precisa ser planejada, em conformidade com o orçamento, em conjunto com outras mil e uma necessidades, como a saúde, com construção de hospitais, etc., investimento em educação, segurança, saneamento básico, habitação, políticas públicas, e tantos outros problemas que nós temos, incluindo preocupações recentes, como o meio ambiente, engenharia genética, etc.

    Não tenho conhecimento nem as ferramentas para pensar em planejar tal coisa."

    R: Realmente precisa de ter um conhecimento técnico, que não possuímos, mas isso não impede que vejamos os exageros. Há uma estória que rola por aqui, sobre uma ponte que Salazar quis construir (não sei se foi a ponte sobre o Tejo). Dizem que quando ele orçava uma obra, ele escolhia a empreiteira que levava menos dinheiro e propunha um valor 10% inferior ao orçado, era pegar ou largar, mas, para ajudar, ele ainda exigia a entrega da obra num prazo inferior ao que estava no orçamento (bem ou mal, as pontes construídas no tempo dele estão todas firmes e fortes). Na inauguração, o ministro das obras públicas, por livre iniciativa, convidou uma comissão de engenheiros e arquitetos francesa, se ele soubesse a alhada em que estava a se enfiar... Pois é, Salazar perguntou ao Ministro quem autorizou o convite, e completou a dizer que já que o Ministro havia convidado, cabia a ele pagar do seu próprio bolso todas as despesas com a estadia daquelas pessoas, pois o dinheiro do povo era para ser aplicado em coisas sérias.

    Creio ser este tipo de atitude que estejamos à espera de ver em nossos governantes, atitudes sérias, sem brincadeiras com o dinheiro do povo.

    "Apenas o problema da educação, por exemplo. Quantas pessoas sabem responder: i) quanto custa para construir uma escola em tempo integral, de primeira qualidade? ii) quanto custa mantê-la por mês, e se há dinheiro disponível no orçamento para tanto, e, se não houver, de onde será retirado o dinheiro, e se é possível retirá-lo? iii) Quantas escolas precisam ser criadas para suprir toda necessidade? iv) Se há local para construir ou se será preciso desapropriar bens? Se há dinheiro no orçamento para pagar as desapropriações?"

    A pergunta principal ficou esquecida: há sustentabilidade? Esta é a principal pergunta a ser feita hoje, antes de pensar em investir em qualquer coisa que seja, com o dinheiro do povo.

    Se vc observar, lá na discussão "Brasil mostra a sua cara", fiz um comentário sobre a reforma do Mosteiro de S. Francisco, este é um típico exemplo de obra pública não sustentável. Nunca irão conseguir repor o dinheiro gasto lá, nem em espécie nem em aproveitamento cultural.

    "Como não sou assessor de nenhum parlamentar, não tenho por que estudar tal coisa. Vivemos uma vida fragmentada, com saberes especializados, e não podemos, nem temos tempo para estudar tudo. Não é porque tenho um tempinho para me distrair aqui no fórum, que tenho tempo para tudo."
    R: Não precisa estudar, principalmente quem tem poder de visão razoavelmente bom. Basta observar e separar, para poder fazer suas próprias ilações.
    Engraçado, há alguns dias, em conversa com uma pessoa que ocupa um cargo de destaque, estive a comentar sobre a evolução das tecnologias na medicina, como é bom podermos hoje recorrer a uma cirurgia através de laparoscopia. Julguei que fosse concordar comigo, mas, pelo contrário, a resposta foi que este tipo de tecnologia pode ser bom para o paciente, mas que, em regra, não são economicamente sustentáveis, pois o dinheiro investido em investigação, demora muito a ser recuperado na prática, o que torna praticamente inviável. Creio que ele não se prendeu na laparoscopia em si, pelo menos aqui, hoje é praticamente uma cirurgia ambulatorial, opera, acorda da anestesia e vai para casa, não há custos com internamentos (médicos, enfermeiros, medicação, comida, roupa, etc).

    BJU´s

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    99% Ateu. Terça, 25 de junho de 2013, 22h11min

    Elisete,

    As recompensas são limitadas, e a conquista dessas recompensas não depende exclusivamente de nossos esforços, mas também do julgamento de outros.

    As vagas das Universidades Públicas, por exemplo, certa de 30 vagas por ano para alunos de mestrado, e aproximadamente 400 escritos, a aceitação depende do veredicto de outros (professores que criam as regras e julgam), e não exclusivamente de nossos esforços.

    Tenho conhecido que entrou apenas porque trabalha para o orientador, deixando pessoas com o currículo igual, ou melhor, para trás.

    Mulheres feias, por exemplo, dificilmente conseguem vagas de secretárias, ou estágio em escritórios de advocacia. São rejeitadas prima facie. Pior ainda para as minorias, como homossexuais, deficientes, etc.

    Trabalhei numa empresa, cujo gerente, meu amigo, rejeitava homossexuais, pois acreditava que ninguém iria respeitá-lo, teriam conflitos, o que seria prejudicial para empresa.

    Profissionais autônomos, por exemplo, que podem comprovar sua renda apenas de maneira informal, são excluídos da vida a crédito, entre outras coisas.

    Eu, por exemplo, quando fui alugar a sala para o meu escritório, fui rejeitado por várias imobiliárias, por não ter dois fiadores com imóveis em Goiânia. Quando consegui um local, tive que pagar caução equivalente a seis meses de aluguel, e ainda pagar o aluguel adiantado, e, mesmo conhecendo a Lei e sabendo que isso é vedado (= cobrar aluguel adiantado, quando há garantia), aceitei e nunca reclamei.

    Por isso que viver é interação com outros. Ser alguém é ser alguém com outros, e a todo o momento dependemos do julgamento dos outros.

    Não podemos colocar todas as pessoas que não possuem um trabalho no mesmo balaio. Cada ser possui uma história, uma singularidade.

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    Vanderlei Sasso Terça, 25 de junho de 2013, 23h18min

    Comentário apagado pelo usuário

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    SulaTeimosa Suspenso Quarta, 26 de junho de 2013, 0h32min

    Acho que ele tem uns 13 anos de idade. Se tivesse 30, alguma imaginação para dar soluções práticas às questões do cotidiano, ele teria. Ou o tico não conversa com o teco.

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    SulaTeimosa Suspenso Quarta, 26 de junho de 2013, 1h01min

    O bolsa familia NÃO CHEGA a quem realmente precisa. Isso é um fato.

    O Brasi, sim, já teve milhoes abaixo da linha da pobreza, mas esse numero não mudou muito, pois as politicas sociais realmente não são efetivas, o bolsa familia é só maquiagem, é pra ilgês ver, pois os muitos que prcisam dela não a tem.

    É, 99, Goiânia é uma cidade violenta. Conheço sua cidade. Mas ela ainda é mais rural que um grande centro urbano, centros esses inchados pela busca desesperada de maiores ganhos,na verdade, na ilusória qualidade de vida baseada na quantidade de ofertas de emprego, que na verdade, não se traduz em qualidade de nada. Aqui no RJ pra ganhar 800 pratas vc precisa ter o 3º grau completo.

    No tempo de meu pai, na ditadura,quem tivesse boa fluência, força de vontade e de aprender, mesmo com o primário mau completado conseguia emprego, meu velho mesmo diz que se fosse hoje ele não conseguiria conquistar nem 1/4 do que ele conquistou. Hoje a vida é muito mais dura, mais dificil, mais seletiva.

    Como eu disse antes, trocou-se 6 por meia duzia. Perdeu-se o que se tinha de bom junto com o que se tinha de ruim, pra compensar, o que era ruim ficou bom, mas o era bom ficou péssimo.

    Os miseráveis de antigamente conseguiam comer sim, mau, mas comiam. Hoje, se vc come não mora, e se mora não come.

    Antigamente pobre comia carne 2x no mês, hoje, ao preço de 15 reais o kg da carne de segunda, o povo consegue comer 1x por m~es. Onde está a vantagem?? E, diga-se de passagem, antigamente comia-se pouca carne não era pelo preço, não!! Era porque se exportava mais que se destinava ao mercado interno. E mesmo depois da 2ª guerra, ainda assim, havia escasses de carne e iamos pra fila para asism cada membro da familia conseguir comprar 1kg que fosse para poder estocar, pois não sabiamos quando haveria de novo. O mesmo acontecia com o feijão.

    Mas isso não tinha haver com o regime politico do pais, era uma situação quase generalizada dos paises cuja população aceitavam ditadores no poder, e em nem todos eram militares. O atraso tecnologico, logistico, e de desenvolvimento agrícola, fomentava o desabastecimento. mas nãohavia desemprego, nem inflação, comia-se muita verdura, legumes e frutas, pois não existia a carestia, os preços eram acessiveis.

    E não esqueçamos de que nada melhor que defender pobre para chamar a atenção, parecer bonzinho. A pobreza sempre foi uma bandeira interessante, então,por que não pintá-la com cores mais fortes alegando que são milhões e milhões de descamizados??? Principalmente se ele saiam do interior para se aventurar nas capitais, inchando os centros urbanos, se desiludindo com a aventura de "enricar"? Eles não viam buscando emprego para comer, era pra melhorar de vida.

    E hoje? Como o pobre consegue melhorar de vida??? Estudando? Sim, pra conseguir, após 5 anos sofrendo pra fazer faculdade, um emprego que mal lhe paga mil reais. Grande avanço!!!!!

    Naquela época as escolas publicas tinham qualidade. Hoje, é uma bela porcaria, os jovens saem de lá ao fim do secundário mau sabendo escrever e fazer as 4 operações básicas. Não dá mesmo pra ganhar mais de mil reais se nem sabem onde fica Brasilia, qual a Capital do Acre, ou qual a raiz de 81 (e nem sabem o que é raiz cúbica!!).

    NOTA: eu estudei minha vida toda em escola publica (da antiga!!!).

    Então, não dá pra demonizar tudo que o governo militar fez, e nem dá pra se alegrar com 80% do que o governo civil, eleito por voto direto, fez até agora.

    O que fez no sentido social, para o povo.

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    Elisete Almeida Quinta, 27 de junho de 2013, 20h32min

    99%;

    Acabei de ler um artigo chamado "A odisseia da transformação do direito da família (1974-2010): um contributo da sociologia política do direito", de João Pedroso; Paula Casaleiro; e Patrícia Branco.

    Deixo só como comentário, que, apesar de gostar bastante do Doutor João Pedroso, não pude deixar de notar o tendencialismo à esquerda, exprimido no artigo.

    Mas não deixa de ter a sua graça observarmos dados:

    Os autores trazem uma série de reformas conquistadas, ao longo do espaço temporal determinado, no âmbito do direito da Família, dentre elas temos a laicização do casamento, possibilidade do divórcio, introdução do direito à adoção, igualdade entre homens e mulheres, casamento entre homossexuais, lei do apadrinhamento civil, possibilidade da união de fato, etc.

    No fim do período em estudo, os autores trazem o resultado sociodemográfico:
    "no que toca à evolução sociodemográfica, verifica-se a manutenção da tendência de declínio das taxas de nupcialidade e de natalidade e de aumento dos divórcios. A família portuguesa mostra sinais de uma transformação, ainda em curso, associadas à mutações socioeconómicas e sociodemográficas ao longo de trinta anos, com aumento das pessoas sós e dos "casais sem filhos" e das famílias recompostas".

    Em forma de conclusão, os autores trazem: "A esta ação pública juntou-se a ação dos governos e do parlamemento, tendo ocorrido durante períodos de governação do partido socialista e da maioria política na Assembléia da república dos partidos de esquerda (PS, PC, Verdes e, mais recentemente, do Bloco de Esquerda), por serem períodos em que se puderam formar consensos políticos tendentes às referidas mudanças".

    Diante destes elementos, pergunto: foi bom o resultado alcançado com as alterações introduzidas ao longo do período estudado? Devemos continuar a trilhar este mesmo caminho? Futuro da família, qual?

    BJU´s

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    99% Ateu. Quinta, 27 de junho de 2013, 21h07min

    Elisete,

    Citação, para refletir:

    “A nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade. Por isto, discriminamos o comportamento desviante. Até recentemente, por exemplo, o homossexual corria o risco de agressões físicas quando era identificado numa via pública e ainda é objeto de termos depreciativos. Tal fato representa um tipo de comportamento padronizado por um sistema cultural. Esta atitude varia em outras culturas.
    Entre algumas tribos das planícies norte-americanas, o homossexual era visto como um ser dotado de propriedades mágicas, capaz de servir de mediador entre o mundo social e o sobrenatural, e portanto respeitado. Um outro exemplo de atitude diferente de comportamento desviante encontramos entre alguns povos da Antiguidade, onde a prostituição não constituía um fato anômalo: jovens da Lícia praticavam relações sexuais em troca de moeda de ouro, a fim de acumular um dote para o casamento”. (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um Conceito Antropológico. 18 ed. São Paulo: Jorge Zahar, 2005, p. 67-68).

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    99% Ateu. Quinta, 27 de junho de 2013, 21h10min

    Elisete,

    Tenho uma compreensão, um ponto de partido, mas que não é petição de princípio, pois não evito a circularidade, de que não é legítima a intervenção do Direito naquilo que não transcende o sujeito para atingir terceiros, por isso que vejo algumas transformações apenas como o afastamento do Estado daquilo que ele não deve intervir.

    E também não me parece legítimo se valer de certas tradições culturais das maiorias para eliminar minorias, sem outras explicações.

    Como a cultura é dinâmica, família é devir, não tenho prognóstico do futuro da família. Com certeza não sou póstumo, mas espero que cada vez mais a diversidade possa existir sem que seja preciso se recorrer ao Judiciário.

    Como se pode observar na citação acima (Roque Laraia), dependendo da cultura, o que nos é natural se desnaturaliza, o nosso contexto é descontextualizado, e surge uma multiplicidade de realidades, de culturas e de verdades.

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    Elisete Almeida Sexta, 28 de junho de 2013, 13h09min

    99%;

    Numa coisa estamos de acordo, em direito, o ideal seria que existisse o mínimo possível. Quanto menos regras jurídicas buscamos, temos menos explicações a dar, menos limitações e menos conflitos.

    Eu gosto de olhar para o passado e vou te explicar o motivo: sabe aquele telhado que vc mandou trocar, pois o anterior já estava velhinho, apesar de não deixar pingar água dentro de casa? Pois é, nem sempre o novo lhe dará as mesmas condições que o velho. Então vc olha para o seu telhado novo, lindo, porém a deixar vazar água para dentro de casa, sai correndo para pôr bacias por baixo das goteiras, e, de forma saudosa, se lembra do seu velho telhado, que tanto durou e nunca lhe deu problemas.

    Eu vejo a história desta forma, como um passado que nos ensina a recorrer àquilo que é bom e rejeitar aquilo que não é bom.

    Ora, se os dados sociodemográficos, apontam para uma piora nos elementos analisados, decorrente de novos regimes adotados, temos a história a demonstrar que o caminho seguido não está a ser muito bom, que é preciso crivar aquilo que é bom e eliminar o ruim.

    Posso estar muito enganada, pois estarei a adentrar em aventuras que não domino, mas creio que este seja um resultado do individualismo, acrescido de uma democratização, que se imprimiu ao direito da família, creio que há coisa de uns 200 anos para cá.

    Dentre outros direitos, a igualdade alcançada nos últimos anos, principalmente aquela entre o homem e a mulher, e a igualdade dos filhos, deveria ser algo muito bom, no entanto, não é isso que as estatísticas vêm apontando. Portanto, no meu ver, é preciso alterar este quadro negativo, sem que, por isso, se retire aqueles tão importantes direitos alcançados. A questão é: como?

    Por outro lado, e continuo a me aventurar, mas se a gente não contesta não consegue aprender algumas coisas à mais, aquilo que vemos em ponto pequeno a acontecer com a família, podemos observar em ponto grande a acontecer na sociedade. Foi a partir do individualismo, acrescido, mais recentemente, de uma democratização, que podemos observar as coisas descambarem-se.

    Passo-te a bola, à espera do Pensador passar por aqui e nos ajudar a tentar melhorar e aprender mais.

    BJU´s

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