Sobre o Curso de Direito à Distância - não vejo motivos para que não exista já que trata-se de uma área de conhecimento basicamente teórica.
Ensino à Distância é mais que uma tendência, é uma necessidade que vem ao encontro de perfis como o meu - profissional que precisa de dada qualificação, mas que, sendo esposa, mãe, dona-de-casa e, principalmente, residente em cidade do interior distante de uma faculdade, mas devidamente conectada à Internet, capaz de um aprendizado autodidata e disposta a investir em uma nova formação.
Entendo o pavor e preconceito que o assunto gera em quem não sentiu na pele a necessidade de formar-se e não ter acesso a isso, especialmente aqueles que cursam ou cursaram a versão presencial do mesmo curso. Também já senti esse repúdio há dez anos atrás quando cursava Letras pela UNESP. Na época, não aceitava nem discutir a validade de semelhante formação, mas também não havia precisado dela.
Hoje, atuo no serviço público´na área jurídica e ter um curso de Direito faria diferença, mas só conseguiria se fosse à distância.
Sou defensora do ensino à distância não apenas para formação superior, mas acredito, pela minha própria experiência enquanto aprendiz e como professora que já fui que, quanto antes a criança aprender a ser autodidata, melhor para sua vida. Assim, paralelamente ao ensino escolar, os pais deveriam buscar cursos à distância compatíveis com a idade e interesse dos filhos, ainda que fossem sobre "como construir pipas" ou coisa assim.
Saber estudar por si, com método, responsabilidade e vontade pode trazer resultados iguais ou melhores que o estudo tradicional. Eu, por exemplo, nunca cursei Direito, mas estudei sozinha em casa para um concurso com questões de Direito. Ora, minha nota nessa área foi maior que as notas de todos os demais classificados (5), todos com Bacharelado em Direito, incluindo recém-formados em faculdade pública.
Aliás, sempre fiz escola pública, nunca fiz cursinho, mas passei em dois vestibulares: Letras e Arquitetura, segundo e primeiro lugar respectivamente, simplesmente porque, desde muito nova aprendi a estudar sozinha e gerir meu aprendizado de acordo com as minha necessidades.
Quantos estudantes não fazem Direito presencial e, ao final de cinco anos, são incapazes de mensurar a qualidade daquilo que aprenderam - simplesmente prestam o exame da OAB, com uma defasagem gigantesca, crentes de que estão preparadíssimos, iludidos porque não aprenderam a administrar o seu conhecimento.
Como eu, há muita gente por aí e, com o incentivo do ensino à distância, muito mais pessoas aprenderão a aprender assim. Com o perdão do trocadilho: tenho o direito de estudar Direito e vou fazê-lo à distância sem vergonha nenuma do diploma que terei ao final.
É isso!