Não tem o menor propósito defender a idéia que não há como passar no exame da ordem quem estudar a distância. É profecia? É previsão? Se os contrários a modalidade a distância acreditam tanto nisso, porque o medo e a preocupação?
Os recursos tecnológicos de EAD suplantam, em muito, os recursos de muitas faculdades na modalidade presencial. Não iria ficar nem um pouco admirado se alunos do regime presencial alcançassem maior sucesso no exame da ordem que os alunos do regime presencial da maioria das medíocres faculdades particulares, meros caça níqueis, espalhadas em nosso país. Repositórios de alunos preguiçosos, sacripantas e adversos a participação política e à construção de novas realidades.
Outra questão é sobre a comparação que fazem sobre a modalidade e a complexidade do curso. Sem fundamento! Mas quem conhece a complexidade de todos os cursos para emitir uma opinião dessas? Que absurdo!
Sou acadêmico de direito (presencial), sendo que esta será minha terceira graduação, e não vejo qualquer complexidade que venha a colocar este curso a frente de outros como contabilidade, administração ou economia. Diria até que esta questão é muito particular e relativa. Caros, todo curso tem a sua complexidade, depende de até onde você quer ir com essa história?
Entretanto existem cursos que são, notoriamente, muito mais complexos que o curso de direito, a exemplo dos cursos de medicina e engenharia. Aliás os cursos de engenharia civil, mecânica, elétrica, ambiental e de produção, já são ministrados na modalidade a distância, no Brasil, há algum tempo, formando excelentes profissionais.
Diria inclusive que o tempo que se passa na sala de aula, para quem já desfrutou da academia alguns anos é mera "perda de tempo". Ouvir discussões em razos níveis de abstração, que não podem ser aprofundadas pelas limitações naturais dos marinheiros de primeira viagem, os abaixo-assinados para tirar os professores que querem exigir um pouco mais, os trabalhos medíocres, as notas baixas, o nivelamento da turma por baixo - pois todos tem que ser aprovados -, tudo isso é engodo, o que importa é pagar a mensalidade. Até as faltas são perdoadas com um bate-papo camarada com o professor ou com o coordenador e um trabalhinho para justificar a vagabundagem.
Sou acadêmico do curso de Ciências Jurídicas e optei por esta grade (e não pela grade do curso de Direito), em busca da formação crítica profissional, para a construção do direito, para o repensar do direito, para atuar como protagonista deste grande palco. Entretanto, frustrei-me ao perceber que as atuais faculdades brasileiras de direito, resumiram o curso à formação técnica, de meros operadores do direito, menosprezando as disciplinas zetéticas, formando medíocres coadjuvantes.
A razão pela qual a OAB não se manifesta de vez quanto aos cursos a distância não tem haver com a promiscuidade do curso e nem com a qualidade do mesmo, porque o curso já é promíscuo e a qualidade da maioria deles é muito baixa. Caros, acreditem, a razão é apenas comercial. A única coisa certa a dizer é que: haverá curso de gradução de direito a distância sim! Que formandos na modalidade a distância terão mais sucesso no exame da ordem que muitos formandos na modalidade presencial, em muitas ocasiões! E ainda, que isto só depende do lobby e do capital.