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Centros de governo: a força motriz para a efetiva governança no Brasil

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3 - NÃO EXISTE RECEITA DE BOLO

Como visto, há anos que o assunto sobre Centro de Governo – CG permeia o diálogo público, despertando interesse nas instâncias político-administrativas, nos meios acadêmicos e na sociedade mundial, pois está estruturado em um conjunto de órgãos, instituições e atores diversos para ajudar, de forma integrada e coordenada, os Chefes do Poder Executivo no que tange ao alcance dos objetivos estratégicos de um dado governo.

Por meio da evolução histórica, ocorreu a ampliação da complexidade dos problemas sociais, tornando crucial o aperfeiçoamento de políticas públicas transversais e alicerçada pela demanda crescente da participação social e dos serviços públicos integrados e de qualidade.

O papel do Centro de Governo no planejamento estratégico, na construção de um plano de ação realizável, na coordenação de atividades, na comunicação interna e externa, na publicidade de resultados e na prospecção de informações é imprescindível. Todavia não há um modelo que caiba igualmente e perfeitamente a todo Estado. 

É muito comum que a sociedade requeira algo que seja copiável, tal como quando experimentamos uma comida ou um bolo muito saboroso e pedimos a receita para fazermos igual em outro momento. Entretanto, mesmo com a receita, o sabor pode ficar diferente, mesmo que o resultado agrade aos paladares mais exigentes. Ou seja, mesmo colocando ingredientes iguais e nas mesmas proporções indicadas pela e na receita há fatores externos que podem influenciar no sabor, no aroma, no cozimento etc. Assim, até uma receita de uma comida não garantirá o mesmo resultado quando feita por outra pessoa.

É importante ter um referencial mínimo de construção e de estabelecimento do Centro de Governo. Parâmetros são primordiais. As organizações públicas e privadas têm um ciclo, em que os passos dados deixam experiências, as quais devem ser resgatas para o aprendizado com o passado. Acertos e erros cometidos podem e devem ser documentados para trazer a experiência do que deve ser continuado ou não. O momento presente é para execução. Gestores e sociedade não devem se imobilizar, pois a gestão pública requer a busca pelas possibilidades para o futuro.

A história de uma nação não pode ser esquecida, uma vez que é por meio dela que as populações do mundo inovam e constroem um caminho melhor.

A instituição que pretende inaugurar seu Centro de Governo - CG pode implantar o modelo que melhor se adeque ao seu contexto e à sua disponibilidade de recursos, conforme o plano de ação desenvolvido no âmbito de um Grupo de Trabalho – GT criado para essa tarefa. Esse Grupo de Trabalho - GT será formado por um corpo técnico multidisciplinar que coordenará a execução das ações planejadas. Assim, as ideias não ficarão em uma folha de papel esquecida, pois serão concretizadas para a construção do futuro da nação.

Como orientação, uma vez que não existe um padrão “quadrado” e estanque para Centros de Governo, pois cada ação pública depende da cultura, da sociedade, da economia, das finanças e outros aspectos locais, há a possibilidade de ser elaborado o mapeamento de stakeholders (partes interessadas). Esse mapeamento, para a gestão pública, transige o ato de se identificar e se categorizar os grupos que podem influenciar as iniciativas das políticas e procedimentos públicos e que podem ser direta ou indiretamente afetados/afetadas por elas.

A atualização desse mapa dos stakeholders ajudará no desenvolvimento contínuo das diretrizes do Centro de Governo, bem como poderá apoiar o monitoramento dos indicadores que trarão parâmetros evolutivos e alimentarão a base de dados para a emissão dos relatórios.

Ouvindo todas as partes interessadas, embasando-se em modelos de outras localidades, sem, contudo, copiá-los nos mesmos termos tal como está escrito e executado, há a possibilidade de se seguir os exemplos dos Centros de Governo já implementados em outros países com as adaptações necessárias a cada singularidade apresentada pelos entes públicos e privados brasileiros.


4 – GOVERNANÇA: O CAMINHO SEM VOLTA E A CONDIÇÃO SINE QUA NON

Para resultados com foco no cidadão é prioritária a aplicação de agendas positivas. O mundo todo está mais atento e empenhado em funcionar por meio das Boas e Melhores Práticas.

O Brasil, por sua visibilidade internacional, diante dos acordos e tratados internacionais, tem demonstrado esforço para a geração de oportunidades e de novos negócios. Essa pauta afirmativa traz segurança aos brasileiros, porém requer extrema diligência e zelo a partir da ação reflexiva em volta da integridade e ética para as relações entre o mundo corporativo, a administração pública e a sociedade, entre organizações públicas e privadas que operem em uma mesma cadeia de negócios e, dentro das empresas, instituições, companhias, entre conselhos, acionistas e direções.

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Em uma visão contemporânea de mundo, está acontecendo uma mudança no paradigma da exploração econômica, que vem impulsionando a superação dos interesses eminentemente individuais. A maximização dos lucros está sendo vislumbrada não no aspecto individual e que privilegia poucos, mas está sendo observada em prol do equilíbrio entre o retorno financeiro e o impacto social e sustentável de toda atividade pública e privada, trata-se do capitalismo de stakeholders.[1] Dessa maneira, os estudos e os aprendizados estão conduzindo a alta gestão e demais atores às Boas e Melhores Práticas.

As engrenagens disponibilizadas pela Governança demonstram a abrangência universal de sua concretização como um imperativo ético. Trata-se de um caminho sem volta.

A título de exemplificação, recentemente, foi lançado no Brasil o Código de Boas Práticas em Governança Pública, que foi publicado pela Rede Governança Brasil, em parceria com a ENAP e o IGCP. O documento preleciona, ao longo das 135 boas práticas apresentadas, a implementação dos Centros de Governos - CGs em todas esferas da Administração Pública como boa prática em governança pública. Também, a Lei n.  9.203/17 regulamenta a criação dos CIGs. Proximamente, o Governo Federal publicou, em março de 2022, um guia didático com 8 (oito) passos para a edificação de um Comitê Interno de Governança - CMG mais eficiente.

Não obstante, o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, em sua publicação Governing to Deliver, revelou os três estágios (estabelecimento, desenvolvimento e otimização do CdG) com seus desafios inerentes ao centro de governo engendrando uma matriz de maturidade de centro de governo, conforme segue:

Gráfico construído com base no material da Presidência da República Federativa do Brasil (2019)

É notório que se trata de um caminho irreversível, o que significa dizer que avançará de maneira ininterrupta e progressivamente de modo a alcançar níveis mais elevados em termos de excelência em gestão pública. Esse é um efeito positivo de um mundo interconectado e global.

Assim, os centros de governo são ambientes propícios para se depurar e tratar de temáticas relevantes a toda sociedade, as quais demandam um olhar sistêmico, tais como: transformação digital, ESG, desenvolvimento sustentável (Agenda 2030), gente & cultura, saúde, segurança, educação, inovação & tecnologia, planejamento estratégico, lei orçamentária, crescimento desordenado, programa de desmatamento e redução da poluição, LGPD, integridade, comunicação integrada, mensurar a qualidade da democracia, geração de emprego, economia verde, cidades inteligentes, capitalismos de stakeholders, combate à pobreza, dentre outros assuntos estratégicos.


5 – CONCLUSÃO

Diante de todos os aspectos, os centros de governo apresentam-se como engrenagens necessárias para a aplicação da liderança, da estratégia e do monitoramento governamental.

Aos gestores públicos é dado o desafio de administrar os recursos públicos de maneira eficaz, eficiente e efetiva, sendo crucial conhecer os mecanismos de Governança. Tal incumbência é originária da combinação da responsabilidade primária pelas interações nacionais e internacionais; pela capacidade de direcionar o país; pela capacidade de superintendência do erário, dos recursos civis, dos subsídios públicos e dos aportes privados; pela capacidade técnica e operacional à disposição da coordenação das atividades de gestão governamental; entre outras habilidades dos condutores das engrenagens de liderança, de estratégia e de monitoramento em nosso país.

Toda avaliação, todo direcionamento e todo acompanhamento da máquina estatal dependem da sinergia entre os entes público e privados para a busca da excelência na prestação de serviços de interesse da sociedade. A Administração Pública, por esse turno, precisa propagar a implementação de políticas governamentais diante dos mais variados programas dos governos. Urge o debate sobre a capacidade de resposta, a integridade, a transparência, a equidade, a participação, a prestação de contas, a confiabilidade e a melhoria continuada que devem e precisam ameiar as atividades em âmbito local e global.

Preparar as organizações públicas e os líderes do setor público para os desafios vindouros requer o desenvolvimento de novas abordagens e engajamento de todas as partes e atores. Dessa maneira, foram desenhados os Centros de Governo com a responsabilidade de viabilizar uma contribuição técnica, profissional e centralizada para o desenvolvimento econômico, político, social de maneira sustentável, mantendo e melhorando a qualidade dos atos de gestão junto à União, Distrito Federal, Estados e Municípios.

Fonte: Ilustração elaborada pelas próprias autoras (Elise Brites e Luana Lourenço)

Para demonstrar a importância da Governança face aos Centros de Governo, a figura acima traz, de maneira simplificada a representação da conexão entre Administração Pública, Centros de Governo e governança. Muitas vezes, a Administração Pública é impulsionada a agir rapidamente e por conta própria, sem levar em conta aspectos mais amplos dos critérios de Gestão. No entanto, a prática dos atos de gestão sem fundamentação técnica e prática estão deixando de existir diante da atuação conjunta com os setores públicos e privados, seja em esforços conjuntos explícitos, seja por meio da união de pautas essenciais aos cidadãos brasileiros.

No intuito de impugnar e lutar contra a fragmentação do Estado, advinda de políticas e procedimentos de especialização e automação dos órgãos governamentais, surge o Núcleo Executivo para integrar as políticas do governo central e arbitrar, em última análise, preceitos e condutas dentro do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, sobre os conflitos da máquina governamental.

Diante da singularidade de cada Estado, Município, Distrito Federal e demais localidades o centro de governo deve ser organizado conforme as particularidades de cada região, prescindindo de conceitos, de suporte teórico e prático, de foco nas demandas e necessidades da sociedade, de mapeamentos, de análises, da construção de planos e demais utensílios de gestão.

A junção de Boas e Melhores práticas com Gestão de Riscos, Compliance e Governança permitirá a estruturação adequada do Centro de Governo, refletindo ambientes administrativo e político de maneira positiva para o alcance dos objetivos estratégicos do governo.

Como toda nação é composta por seres humanos, devemos lembrar de que o âmago dos Centros de Governo deverá ser edificado no humano, nas pessoas, nos indivíduos. Somente por meio de uma visão holística e disruptiva alcançaremos a prosperidade e melhores resultados para o Brasil e para o mundo.


REFERÊNCIAS:

ALESSANDRO, M.; LAFUENTE, M.; SANTISO, C. The role of the Center of Government. A Literature Review. Washington: IDB, set. 2013a. (Technical Note, n. 581).

ALESSANDRO, M.; LAFUENTE, M.; SANTISO, C. El fortalecimiento del Centro de Gobierno en América Latina y el Caribe. Washington: IDB, 2013b. (Technical Note, n. 591).

ARAÚJO, Joaquim Felipe (2013), Da Nova Gestão Pública à Nova Governação Pública: pressões emergentes da fragmentação das estruturas da Administração Pública, em Hugo Consciência Silvestre e Joaquim Felipe Araújo (coord.), Coletânea em Administração Pública, Lisboa, Escolar Editora.

BRESSER_PEREIRA, Luiz Carlos. 1998. Reforma do Estado e Administração Pública gerencial. 3ª edição. Rio de Janeiro, FGV.

GIL, Antônio Carlos.2008. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Ed. Atlas.

LUSTOSA DA COSTA, Frederico.2015. Nova História da Administração Pública brasileira: pressupostos teóricos e fontes alternativas. Rio de Janeiro: Revista de Administração Pública.

MARGETT, H; HOOD, C. Tools Approaches. In Contemporary Approaches to Public Policy- Theories, Controversies and Perspectives.(Org: Peters, G; Zittoun,) International Series on Public Policies. Palgrave Macmillan, 2016.

MARQUES, Eduardo. FARIA, Carlos Aurelio Pimenta (orgs). A política pública como campo disciplinar. São Paulo: Editora Unesp; Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2013.

PETERS,B.G; ZITTOUN, P. (Org.) Contemporary Approaches to Public Policy - Theories, Controversies and Perspectives. International Series onPublic Policies. Palgrave Macmillan, 2016.

PIRES, R. Burocracias, gerentes e suas “histórias de implementação”: narrativas do sucesso e fracasso de programas federais. In FARIA, C.A.P (Org.) Implementação de políticas públicas: teoria e prática. Belo Horizonte. Editora PUC Minas, 2012.

SILVESTRE, H.C; ARAÚJO, J.F.F.E. Teoria do Equilíbrio Pontuado nas Políticas Públicas Brasileiras: O Caso do Ceará. RAC, Rio de Janeiro, v.19, n.6, art.2, pp.  96-711, Nov./Dez/2015

Sítios eletrônicos visitados:

http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/8253

https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/4746/1/Dissertação%20ENAP%20Patricia%20Alvares%20versão%20final.pdf

https://portal.tcu.gov.br/referencial-para-avaliacao-da-governanca-do-centro-de-governo.htm

https://portal.tcu.gov.br/governanca/governancapublica/centro-de-governo/

https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/composicao/orgaos-especificos-singulares/ciset/orientacoes/ebook-conceitos-de-centro-e-governo-isbn.pdf

https://08f4af24-661e-42cd-bea1-76b941e30c5a.filesusr.com/ugd/5a9d77_181c0326ae21443288c4b6a329063312.pdf

https://publications.iadb.org/en/governing-deliver-reinventing-center-government-latin-america-and-caribbean

https://publications.iadb.org/en/winds-change-ii-progress-and-challenges-open-government-policy-latin-america-and-caribbean

https://www.opengovpartnership.org/wp-content/uploads/2018/07/Guia-de-Governo-Abierto-para-Ceticos.pdf

https://www.oecd-ilibrary.org/governance/government-at-a-glance-2021_1c258f55-en

https://www.youtube.com/watch?v=4RThMM-Aa6I


[1] https://exame.com/esg/davos-debate-como-colocar-em-pratica-o-capitalismo-de-stakeholder/

Sobre as autoras
Elise Eleonore de Brites

Professora, Palestrante. Advogada, Administradora com formação em Auditoria Líder em ISO 19600 e 37001. Trainer. Coach. Hipnoterapeuta. Agente de Compliance. Pós-graduada em Português Jurídico, bem como em Direito Público com ênfase em Compliance. Estudou no Tarsus American College - Turquia. Foi fundadora da Associação Nacional de Compliance – ANACO. Membro da Comissão de Combate à Corrupção e da Comissão de Compliance da OAB/DF. Vice-Presidente da Comissão de Legislação, Governança e Compliance da Subseção da OAB de Taguatinga. Desde dezembro de 2019 é Agente de Integridade na Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Justiça. É Analista Superior de uma Grande Estatal Brasileira. Atuou como gestora em entidades públicas e privadas por vários anos. Criteriosa Civilista e Criminalista com vigoroso trabalho na área da Conformidade. Profissional com vários anos de experiência no assessoramento de líderes, alta gestão, bem como auxílio jurídico, incluindo as políticas anticorrupção e a implementação do Programa de Integridade. Com forte atuação nas áreas de Governança, Gestão de Riscos e Compliance, tanto no setor público, quanto no privado. Conferencista, Debatedora e Palestrante nos mais variados temas. É Instrutora do Procedimento de Apuração de Responsabilidade - PAR; Gestão do Programa de Integridade; Código de Conduta e Integridade; Sistema de Compliance entre outros. Sólidos conhecimentos na condução de assuntos de gestão, sobre anticorrupção e mitigação à fraude e due diligences de terceiros, com análise, revisão e implementação de programas de conformidade. Vasta experiência com organismos internacionais no Brasil. Em suas atividades cotidianas, analisa e revisa pautas, constrói mapeamentos de Compliance, realiza auditorias, prima pela aplicação de metodologias de Compliance, trabalha com a aplicação de penalidades, faz investigações in e out company, realiza treinamentos e cursos internos e externos entre outras tarefas atreladas ao cumprimento normativo nacional.

Luana Bezerra dos Santos Lourenço

Fundadora da Ocean Governança Integrada, conselheira de administração pelo IBGC, Membro do Conselho Consultivo do Pro Criança Cardíaca, Mestranda em Administração de Empresas pelo IAG PUC-Rio, Mediadora de conflitos, Direito Sistêmico e Constelação, Coach Evolutivo e Mentora, Investidora-anjo, Certificação Internacional em Transformação Digital pelo Massachussets Institute Technology - MIT. Coordenadora do Comitê de Governança na Prática da Rede Governança Brasil - RGB, Coordenadora Acadêmica do Código de Melhores Práticas em Governança Pública da RGB. Instrutora e Mentora no Programa de Mentoria para Prefeituras Brasileiras na RGB. Coordenou a obra Compliance para Pequenas e Médias Empresas: aportes teóricos e práticos para gestores, docentes e discentes publicado em 2021 pela Editora Fórum. Coordenou o Grupo de Trabalho Governança e o Grupo de Trabalho Compliance para Pequenas e Médias Empresas no ICRio. Organizadora e Coautora do Guia de Mentorias publicado pela Rede Governança Brasil - RGB. É autora de diversos artigos científicos e de opinião. Sua abordagem é humanística, sistêmica e integral. Professora em cursos de Pós-graduação e MBA. Fundou a cadeira acadêmica de Governança Humanizada na UCSAL. Palestrante, conferencista e consultora empresarial. Sua atuação profissional é voltada à aplicabilidade das melhores práticas em Governança, ESG, Cultura e Pessoas nas organizações. Seu foco reside no fator humano da governança. Há anos trabalha em prol do aprimoramento da governança na Administração Pública e no Terceiro Setor.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

BRITES, Elise Eleonore; LOURENÇO, Luana Bezerra Santos. Centros de governo: a força motriz para a efetiva governança no Brasil. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 27, n. 6907, 30 mai. 2022. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/98229. Acesso em: 21 nov. 2024.

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