Administração horizontal. Você está preparado? #DepartamentoAsQuintas

14/08/2014 às 07:43
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Artigo sobre administracao horizontal

Sonho de todos os funcionários, pode perguntar: Sem chefes, sem metas, sem orçamento.

Loucura?

Parece, mas a empresa Vagas (setor de TI) aplica na prática o conceito de estrutura horizontal, onde não há chefes, nem metas, nem orçamento.

Absoluta maioria vai ler e pensar: Que bagunça? Como pode funcionar? Isto é insano em termos de gestão!?

Numa primeira análise parece mesmo. Estar diante de uma realidade tão distante do mercado atual, parece absurdo.

Contudo, os números mostram mais. Trata-se de uma empresa estruturada, com crescimento de 25% ao ano.

Quer mais?

Planejamento estratégico, decisões tomadas por toda equipe, orçamento e gestão por toda equipe, ufa… Um modelo diferente, interessante, inovador.

Vejamos alguns pontos curiosos da forma de organização desta empresa:

(…)

Na Vagas, os funcionários não têm cargos definidos, mas funções. Também não existe relação de mando e todas as decisões, desde as contratações até o valor dos salários e o plano estratégico da empresa, são tomadas em consenso entre a equipe.

“Mas não é uma democracia, não é por voto. Todos têm que concordar ou, no máximo, consentir. Isso significa que alguém, mesmo achando que tem uma solução melhor, pode acreditar que outra ideia tem potencial e se engajar nela”, explica Mário Kaphan, fundador da companhia.

Ele diz que, para que o modelo funcione, os empregados precisam constantemente se desapegar de suas propostas. “As pessoas estão lá para serem convencidas e não para vencer a discussão”.

(…)

Há cinco anos, a empresa que foi fundada há 15, é organizada sob o ponto de vista do consenso. Atualmente, os 160 empregados são distribuídos entre 26 equipes funcionais (como recursos humanos, finanças e pesquisa e desenvolvimento) e oito comitês.

Os comitês são temporários e criados em acordo entre toda a empresa sempre que há a necessidade de que as equipes atuem de forma multifuncional (como no planejamento de segurança da informação, por exemplo).

O número de comitês que existirá em cada ano é definido em conjunto durante o planejamento estratégico que, por sua vez, também é estruturado de forma colaborativa.

Tudo começa com uma discussão entre a companhia inteira, numa reunião que acontece em novembro.  Na ocasião, cada um pode opinar sobre quais objetivos quer que a companhia siga no ano seguinte.

O debate continua na intranet até que, em janeiro, por meio de uma enquete, 16 pessoas com visão estratégica são escolhidas em uma enquete para escolher quais serão os direcionadore para aquele ano. É o grupo que assume o comitê de gestão para o período.

Em 2014, foram definidos oito direcionadores e por isso há oito comitês. Para decidir quais empregados assumem esses comitês, é realizada uma grande reunião à qual todos podem se candidatar. Este ano, houve cerca de 15 candidatos para um deles, que deve ter 6 cadeiras fixas. Entre si, por meio de consenso, os próprios interessados decidiram quem ocuparia as Vagas.

(…)

Conheça na íntegra: http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/sem-chefes-e-metas-vagas-e-premiada-por-gurus-de-gestao

Na minha opinião, um desafio enorme nos dias atuais.

Em um momento onde percebemos profissionais voltados a querer chefia, a querer resultados para si e não para o coletivo, encontrar pessoas adequadas e este perfil horizontal não será simples.

Tem que ser pessoas com maturidade emocional (quesito difícil no mercado), com segurança de conhecimento e pensamento coletivo o tempo todo e sua ambição deve ser a mesma da empresa e  não a sua pessoal (já que não existe hierarquia).

Ao invés de pensar em horas extras para ganho no final do mês ou pausas de 30 minutos para cafezinho, o colaborador deverá pensar: Se estou fazendo horas extras, podemos precisar de mais um colaborador e não de onerar a empresa com horas demasiadas em uma pessoa, sobrecarregando-a, bem como que uma pausa de 30 minutos para café pode prejudicar outras pessoas, o que numa visão horizontal é um prejuízo a todos.

Um desafio gigantesco, contudo, possível, como a reportagem nos apresenta.

A sua empresa teria algo similar a ser feito?

E dentro do seu departamento jurídico, esta realidade poderia ser aplicada?

Não???

E quem sabe aos poucos, iniciando, por exemplo, com a descentralização das decisões, depois passamos para um consenso coletivo de orçamento e despesas, quem sabe por decisões de funções e debate das mesmas para aprimoramento, enfim, não precisamos de tudo horizontal num primeiro momento, todavia, ter relações horizontais não faz mal a ninguém. E, sobretudo, aprimorar a inteligência emocional dos colaboradores para compreender que quando a empresa ou departamento jurídico é estratégico e ganha mercado, todos podem ser beneficiados por isto.

#Ficaadica

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Sobre o autor
Gustavo Rocha

Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos e membro de diversas comissões na OAB. Autoridade em Inteligência Artificial – IA no setor jurídico (chat gpt, Gemmini, Copilot e muito mais!). Consultor em gestão, tecnologia e marketing jurídico. Também sou craque em Privacidade e implementação de LGPD! Vamos conversar? Envie um e-mail ou mensagem pelo Microsoft Teams: [email protected] Prefere contato direto? WhatsApp ou Telegram: (51) 98163.3333

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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