Não é novidade que estamos vivendo um momento de crise, crise econômica, política, social, ambiental, profissional, ética e dentre tantas outras, crise de identidade.
Nas épocas de crise, a redução de custos e de investimentos é notória, a nostalgia e a insegurança dominam todos os setores, e a sobrevivência passa a ser a bola da vez. Mas não podemos esquecer que a globalização, por si só, tornou o mundo imprevisível, tudo muda a todo instante, e a sobrevivência hoje está no poder de transcender o caos, no poder da transformação, com uma nova visão para lidar com os riscos e incertezas.
Kopler, um dos grandes mestres da administração e do marketing, já enfatizou há muito tempo a necessidade de aprendermos a criar um sistema de Gestão do Caos, adotando novas estratégias e uma mentalidade mais flexível, para enxergar as oportunidades.
A palavra crise, dentre vários significados, assume as definições de “decisão” e “mudança”, ou seja, a crise é um evento provocador de transformação e, consequentemente, de crescimento, provocando forças para enfrentar os desafios e encontrar soluções.
Assim, apesar das dificuldades e inseguranças, este é um bom momento para atuarmos na área dos serviços jurídicos com maior flexibilidade e uma mentalidade inovadora, aberta a novas estratégias e à criação de diferenciais, aproveitando o impulso que tem sido dado, há tempos, para que os profissionais dos serviços jurídicos atuem com uma maior abertura para adaptação à nova figura exigida pelo mundo dos negócios e pela sociedade.
Medidas usualmente adotadas em tempos de transição, como redução de custos operacionais, de forma abrupta e muitas vezes com cortes de capital humano, podem ser avaliadas de forma diferenciada, mediante a reorganização de processos internos e maior controle através da utilização de sistemas de informação e comunicação, com a implantação de controladoria jurídica, novos modelos de gestão de pessoas, como a implantação de home Office, novos métodos de precificação e de contratos com os clientes, enfim, existe um amplo leque de oportunidades, principalmente para se evitar atividades diárias e fluxos de tarefas repetitivas, que podem gerar gaps, retrabalhos e acúmulo de energias que poderiam ser direcionadas de forma mais eficaz e eficiente.
É imprescindível, neste momento, um amplo questionamento por parte das lideranças dos serviços jurídicos, como:
- Opero o meu negócio de forma maximizada, a custos viáveis, para obter os resultados pretendidos?
- Realizo a gestão das atividades diárias, dos fluxos dos processos internos, das despesas processuais e dos custos operacionais?
- O meu sistema de gestão me traduz as informações necessárias para a tomada de decisões estratégicas?
- Os custos para a condução de processos preventivos e judiciais são controlados e eficientemente reembolsados por meus clientes?
- O meu escritório possui fluxos de processos internos formalizados, a fim de facilitar o cumprimento e a economia das atividades operacionais?
- Comunico as minhas atividades e resultados aos meus clientes? Quais são as minhas estratégias para estreitar relacionamentos e fidelizar clientes?
- Obtenho o máximo desempenho da minha equipe? Monitoro e tenho controle dos resultados?
- Tenho um planejamento para as inovações que irei promover, a fim de criar diferenciais?
Estas são apenas algumas questões que revelam as necessidades pontuais que precisam ser trabalhadas, para aumentar a rentabilidade dos serviços jurídicos, para maximizar resultados e para obter maior resistência a imprevistos e abertura às oportunidades.
Ainda que o contexto atual seja de crise, não podemos esquecer que os serviços jurídicos estão sempre em pauta. Aqueles que estiverem mais organizados e com maior abertura para inovações, certamente conseguirão manter o potencial de competitividade num patamar favorecido.
Fica a dica!