Intimidade, privacidade e sociabilidade

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06/03/2016 às 11:33
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A intimidade, a privacidade e a sociabilidade são os limites racionais do espaço vital do Homem, que ele próprio faz para-si, visando a harmonia do RechtsStaat e a Rechts-Ordung do Universal (Estado), em face do processo racional do Homem no mundo real.

Resumo: O Homem tem o conhecimento e reconhecimento consciencial ordenante de seu espaço vital e respectiva projeção realizante no devir, compondo sua vivencialidade e vitalização ortosubstancializante para identificar-se e afirmar seu horizonte de Fortuna e injuncionalidade verticalizante, ultrapassando o limite crítico de-si para ir além-de-si, para o não-ser, dialeticizando sua essência na dinamicidade essente em face do Espírito do Mundo (Weltgeist), Espírito do Tempo (Zeitgeist) e do Espírito do Homem (Menschlicher Geist).

Palavras-chave: Intimidade, Privacidade, Sociabilidade, Relação ‘Eu-Eu’, Relação ‘razão-razão’, Espaço vital, Weltgeist, Zeitgeist, Menschlicher Geist, Historicidade concreta.


1 – Introdução

O Homem somente poderá identificar e afirmar o que são intimidade, privacidade e sociabilidade com a possibilidade cognoscível do que ele pode por-si conceituá-las em seu universo inteligível.

A tríade em análise é resultado de processo histórico-concreto de realização do Homem no devir, que conhece e reconhece na imanência o que é como ente de razão e a partir daí, distende na sua relação ‘razão-razão’ em seu ‘Eu’ essente, a inteligibilização de-si e projeta esta ao mundo real em modais expressionais.

A tríade em análise nada mais é que o resultado da inteligência do Homem que dinamicizou dialeticamente em camadas de cognoscibilidade civilizacionais os efeitos de sua própria expressão no mundo real.

A dinamicização dialética de substancialização do Homem no Universo e diante do Universo é a imperatividade da Liberdade do Homem, causa eficiente, criando o universo inteligível do Homem em visibilidade ostensiva, que é o seu horizonte de Destino.

Tal horizontalidade se especifica e assenta no espaço métrico, que inteligibilizado, forma a ortoespacialidade na qual o Homem sedentarizado socialmente, projeta da transcendência seu desejo de viver e vitalizar sua realização, sob diretividade-retora deonto-axiológica[1].

O Mundo da Cultura é pautado pela Liberdade, que é experimentada na ambiência democrática do Universal, fomentando a cidadania aos súditos do Estado, viabilizante da estabilidade institucional para que o Homem defina-se como ente de razão e na extensão civilizacional-cultural do que é.

O Homem projeta-se nesta ambiência institucional estável a tríade condicional (condições de realidade, de possibilidade e de historicidade) em sua realização concreta, desenvolvendo pela razão, com a razão e na razão, os conteúdos dos modais expressionais de-si (modal concepcional, estrutural, orgânico, relacional e operacional), que se dinamicizam em face da tríade Espiritual (Weltgeist, Zeitgeist e Menschlicher Geist), ganhando a sinergia conformante para que o Homem amolde-as segundo a realidade do possível.

Conclui-se que a concepção de cada uma das tríades em análise é moldável em relação à dinamicidade da Necessidade do Mundo da Natureza e da Liberdade do Mundo da Cultura, demonstrando-se que o Homem é um ente de razão evoluente e adaptável às instabilidades e ordena seu universo intelectível, autosuperando-se.

A tríade em análise também tem a perspectiva implicacional e de exigibilidade perante a co-existencialidade do Homem e Universo, formando a perspectiva omniconvivencial entre eles, fomentando ao Homem as decisões racionais em face desta realidade ostensiva.

A intimidade, privacidade e sociabilidade nada mais são que a projeção da espiritualidade humana na omniconvivencialidade com o Universo, criando uma dualogicidade entre imanência e transcendência, ou seja, para cada padrão da existencialidade o Homem inteligibiliza um padrão à racionalidade, que se dinamicizam dialeticamente, recebendo uma diretividade-retora deonto-axiológica, historicizando concretamente.

Na dialeticidade historicizante no torvelinho da História Universal, o Homem projeta seu universo inteligível, causador e portador do patrimônio histórico-cultural do qual é herdeiro. Forma-se a ortohistoricidade dinamicizadora da Liberdade do Mundo da Cultura, que se sintetiza no Espírito do Homem (Menschlicher Geist).

A intimidade, privacidade e sociabilidade formam neste plexo ontologicizante do Homem e Universo, a espectrosfera da espiritualidade do Homem na dinamicidade civilizacional-cultural, na qual o Homem se possibilita em realizar no mundo, projendo-lhe uma causa material para sua adaptação evolutiva, nominalizando-as como tais a partir de então.

O conteúdo das decisões racionais recebe a nominalidade em decorrência da necessidade premente do Homem em estabilizar a essência intelectível, a materialidade, cujo efeito é identificá-la perante o próprio Homem, nascendo a discriminação racional entre as três espécies em análise.

A individualidade e a sociabilidade do Homem são situações bidimensionais do Homem, Sociedade Civil[2] que se interrelacionam (Francisco Javier Conde[3]), mantendo cada ente sua espectrosfera realizante (espaço e orbitabilidade vitais) e autonomia decidente, mas na contextualização ortohistórica da dinamicidade dialética em camadas civilizacionais-culturais, provando ao Homem que há a necessidade premente de direcionar-retoramente seu Destino em face de-si e da Sociedade Civil, que somente poderá ser efetivado pela razão, com a razão e na razão (relação transcendental ‘razão-razão’).

O ‘Eu’ do Homem dinamiciza a omniconvivencialidade consigo mesmo em infinito desvelar-se de-si e objetivando à cognoscibilidade do Homem seu eterno vir-a-ser, em contínua autosuperação verticalizante injuncional e horizontalidade de Fortuna.

A tríade analítica é uma especificação da personalidade do Homem nesta contextualidade ontologicizante, que visa traçar o espaço e órbita vital do processo histórico concreto no torvelinho da História Universal, que, em sede de RechtsStaat e Normatividade Institucional, se estabiliza institucionalmente o Homem como súdito do Universal, expandindo a racionalização de sua liberdade libertadora de-si e conscientizando-se que fora do Estado retornará ao Mundo da Natureza.


2 – Desenvolvimento

O Homem se conhece e reconhece no devir na qualidade de unidade ontológica bidimensional[4], que se realiza como substância ordenada e ordenante de seu espaço vital diante da tríade Espiritual (Espírito do Mundo (Weltgeist), Espírito do Tempo (Zeitgeist) e do Espírito do Homem (Menschlicher Geist).

Intimidade, privacidade e sociabilidade nada mais são que a projeção essente do Homem no devir, cujo critério discriminador é a co-extensividade omniconvivencial e co-existencial do espaço vital do Homem.

O Homem realiza-se na historicidade concreta ortosubstancializante, na horizontalidade de Fortuna (Francisco Javier Conde[5]) e verticalidade injuncional, sob metodologia dinâmica-dialética em camadas de cognoscibilidade civilizatórias-culturais, em nominalidade de origem e repetição (Franz Heinemann[6]), causalidade e portabilidade, possibilitando os modais expressionais comporem a transcendentalização do Homem, para sua realização atual e possível no processo histórico concreto, identificando-o como ente no torvelinho da História Universal.

O Homem supera incessantemente o seu próprio limite crítico essente, transcendendo-se de-si, por-si e para-si, expressando-se ao mundo real suas três vertentes de substancialização – o ente em-si, por-si e para-si.

O Homem, na qualidade essente civilizacional-cultural e evolutiva, de cônscio-real projeta-se consciente e ordenadamente para o plexo ontológico de natureza complexa formada por ele próprio, o Universo e a Inteligência Suprema, situação esta que lhe permite ultrapassar a pureza da horizontalidade concreta específica na ortoespacialidade ostensivamente visível (Hans Blumemberg[7]), para afirmar sua consciência de vitalidade.

O Homem ordena a-si próprio na dialeticidade dinâmica, constituindo seu universo inteligível vital em um contínuo de substancialização em face da ortotemporalidade, que é o tempo métrico inteligibilizado e formado como essência.

O plexo ontológico expansível do Homem só lhe será possível se atingir o gradiente evolutivo civilizacional-cultural de cônscio-real, que é a ordenatividade do Homem desde sua consciência de existencialidade até à consciência ordenante de perpetuidade na História Universal, instantaneidade consciencial evolutiva de direção essente do horizonte concreto específico para o plexo afirmado, formando-se um ponto substancializante inflexor.

O que define a qualidade de ser da intimidade, privacidade e sociabilidade do Homem é a cognoscibilidade e realizabilidade vivencial e vitalizante civilizacional-cultural da liberdade libertante de-si do Homem diante do Universo.

A Liberdade é a causa eficiente do Homem, dirigista-retora deonto-axiológica da espiritualidade realizante do Homem, formando-lhe o conteúdo do modal expressional decidente e operacional.

O ‘Eu’ do Homem atual dialeticiza-se com o ‘Eu’ dele próprio na possibilidade essente, racionalizando ordenativamente a relação biunívoca ‘Eu-Eu’ e a relação ‘razão-razão’, pois o Homem cria a metodologia substancializante de-si pela razão, impulsionada pela Liberdade (causa eficiente), gerando o processo histórico concreto da atualidade e da potência – a ortogenia e a protogenia de-si, que o constrói e desenvolve por-si, funcionalizando estrutural e organicamente para-si.

O Homem cria e desenvolve por-si e para-si , no espaço, seus modais de expressão espiritual e de realização como ente biológico temporário, amoldando o existencial conforme seu gradiente civilizatório, projetando neste concreto o que é e na extensão evolutiva que é, personalizando o real e eugenizando-o do tempo métrico, causando e portando em-si e por-si sua qualidade excepcionalizante de ente de razão e dominante de sua ordenatividade como tal, formando-se o Mundo da Cultura.

Porém, esta perspectiva é estática e a lei da Necessidade da Natureza é impositiva por-si só, dinamicizando a realização existencial do Homem, que reage e desenvolve instrumentos de projetar-se à História Universal para imortalizar-se como racionalidade essente e de seu patrimônio cultural, traçando os limites de realização na atualidade para vivenciá-lo e vitalizar-se nele e por ele.

O Homem constrói e vê na sua marcha ortosubstancializante no devir[8], um horizonte ostensivo, que lhe apresenta como limite real de extensão imediata de sua espiritualidade, de seu mundo da Cultura, estando diante do Universo e formando neste sua órbita de realização vital.

A órbita vital é o domínio ordenativo de assentamento e estabelecimento da projeção do Mundo da Cultura no devir, e no qual o Homem tem consciência de nele marchar seu contínuo realizante, tocando-o como ente existencial, mas também amoldando-o espiritualmente, como ente de razão, construindo a vivência existencial e a vitalização espiritual, e esta na qualidade deonto-axiológica.

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O Homem dialeticiza-se dinamicamente no Universo e diante do Universo em camadas civilizacionais, que se sobrepõem na qualidade de patrimônio histórico paradigmático (juízos de historicidade). O Homem tem consciência de que a ortoespacialidade é imperativa à historicidade ordenada e ordenante de-si.

A metodologia dinâmica-dialética é criação humana derivada da relação ‘razão-razão’, que por-si cria a tríade condicional (atualidade, possibilidade e historicidade), para que haja a sinergia racional suficiente e necessária para as decisões racionais do Homem e estas, pelo seu conteúdo cultural, tenham segurança ordenante de no devir estabelecerem-se, daí a impulsividade vital do Homem em manter no Universo e na História Universal o que é e a extensão civilizacional-evolutiva do que é, co-extendendo-se, existencial e espiritualmente, o que é.

O Homem ordena na sua ortosubstancialização um vetor trespassante na realização dialética dinâmica, causando e portando por-si a especificidade identificante e afirmativa da sua própria essência como ente de razão cultural.

A vetorização trespassante compõem-se de magnitude, causalidade e portabilidade, cujo conteúdo é o Mundo Cultural do Homem, pautado pela Liberdade, ordenando-o como ente racional historicizado na metodologia criada por ele próprio, consignando nesta a diretividade-retora deonto-axiológica historicizada, que é a ortohistoricidade do Homem – o Espírito do Homem (Menschlicher Geist).

Demonstra-se que não é suficiente em-si para o Homem estar diante do Universo (Weltgeist e Zeitgeist), mas projetar-se nele e diante de-si sua transcendência historicizante deonto-axiológica, o Mundo da Cultura, completando a qualidade entitativa do Homem como unidade bidimensional ontológica[9].

Ressalte-se sempre que o Homem omniconvive consigo próprio (consciência de-si – agregado da consciência de existencialidade e consciência em-si) e com o Universo, formando uma perspectiva de co-existencialidade imanente e transcendência dinamicizada dialeticamente.

O ‘Eu’ do Homem personaliza a-si e desvela-se por-si, formando a consciência de outro ‘Eu’ em relação biunívoca de implicação e exigibilidade recíprocas, segundo a ambiência essente acima exposta.

O Homem realiza a compreensividade de-si na extensão de ser bastante em-si e suficiente em-si para se possibilitar omniconviver na realidade do mundo concreto, formando seu universo inteligível, no qual identifica-se, amoldando-o à sua inteligibilidade.

O Homem tem em-si todos os elementos que precisa para autosuperar-se e ultrapassar o limite crítico civilizacional, indo para além de-si na sua horizontalidade de Destino, para o não-ser, ainda, provando a si próprio que é um ente de razão que se especifica no eterno vir-a-ser, viabilizando a eternidade cognoscente e a infinitude cognoscível como ente de razão, gerando-lhe a extensão inteligível de-si e de seu universo inteligível projetado à História Universal.

O ‘Eu’ do Homem volta-se para-si, para sua própria essência entitativa projetada na sua historicidade cultural-civilizacional, resgatando o que é como ente e sua forma de realização experiencial, autosuperando-se a partir de então.

Há uma verticalidade cognoscível pelo Homem em-si próprio na qual o Homem resgata, pela razão e por-si, sua ortogenia e protogenia, ou seja, a liberdade decidente do Homem voltada ao impulso vital que lhe proporciona realizar a injuncionalidade e, a partir de então, a transcendentalização espiritual de-si para a experiência, formando e personalizando o Mundo da Cultura.

O Homem especifica-se em uma camada civilizacional portadora de específico grau consciencial do mundo da Cultura e, via protogenia, ultrapassa-o para atingir outro mais evoluído, ocorrendo a objetivação da ortogênese ontologicizante do Homem, instrumentalizada pela dinâmica dialética decorrente da impositividade da Lei do Mundo da Natureza – a Necessidade.

A Intimidade é a consciência ordenante do ‘Eu’ em-si do Homem, que especifica, delimita, vivencia e vitaliza seu espaço vital racional.

A Intimidade é a vertente do em-si do Homem, determinada no ‘Eu’ inteligível decorrente da relação ‘razão-razão’. O espaço vital inteligível forma-se na transcendência do Homem e seu assentamento racional nos modais expressionais.

A Privacidade é o ‘Eu’ do Homem projetado da transcendência à experiência, assentando em determinada ortoespacialidade, gerando a ordenatividade racional do espaço métrico de vivencialidade e vitalidade essente-civilizacional. Forma-se primariamente o horizonte de Fortuna do Homem e a especificação da tríade condicionante para a sincronia ortotemporal em face do Universo e da tríade Espiritual.

Dialeticiza-se a experiência em dinamicidade que o Homem conhece e reconhece como fonte-matriz e motriz para a ortogenealogia de-si e para-si, ordenando o seu universo inteligível e de eugenização do Mundo da Cultura.

A Privacidade torna-se o espaço vital do Homem no qual ele identifica-se e torna-lhe a razão vital de sua autosuperação civilizacional, para atingir a posição essente de cônscio-real, ou seja, a superação da linearidade do seu contínuo racional em específico ponto inflexor evolutivo, posicionando-o especificamente na ortohistoricidade dinâmica em face do Universo e Mundo da Cultura.

A partir desta puntualidade evolutiva, o Homem tem plenitude cognoscível e cognoscente de-si, que, volta-se para-si como nova qualidade de ser diante de-si, Universo e Inteligência Suprema, formando conscientemente um plexo ontológico sistêmico e coeso, projetando ao Homem a tríade condicional de conhecimento e reconhecimento de integridade no todo e, principalmente, de omniconvivencialidade perpétua em razão da sua bidimensionalidade entitativa.

A Sociabilidade decorre imediatamente da co-existencialidade omniconvivente do Homem em face de sua especificação existencial no devir, exigindo deste o desenvolvimento de universos inteligíveis integrados, interrelacionados e coesos, que se projetam ao mundo real como uma unicidade sistêmica organicamente coesa.

Porém, não é somente o agregado numérico do Homem, mas a possibilidade de ordenatividade racional do todo a partir da consciência coletiva ordenante de sociabilidade, que instiga e determina a diretividade-retora do Homem para sedentarizar-se e adaptar-se àquele específico universo inteligível que agora o Homem criou, por-si e para-si, numa determinada omniconviencialidade entre entes de razão.

Individualidade (Intimidade e Privacidade) e Sociabilidade são perspectivas de questionamento e investigação necessárias do Homem, pois não é metafisicamente possível a disjuncionalidade racional suficiente para solucionar as respostas formuladas, sem que se incorra na segmentação da personalidade do Homem.

Ambas terão que ter seu espectro de cognoscibilidade analisados dentro do processo civilizatório-racional concreto, segundo a dinamicidade dialética integrativa, pois somente assim o Homem terá a possibilidade de conhecer e reconhecer-se na sua plenitude e validade implicacional, sem qualquer fragmentação que o impeça de realizar-se no devir.

A ortoespacialidade do Homem, desde a transcendência à imanência, agregando-se o espaço social de assentamento, distende-se racionalmente e forma o espaço vital distendido do Homem, no qual agrega-se os conteúdos dos modais expressionais relacional e operativo do Homem provindos da decisão racional da consciência de sociabilidade, cujo efeito, direto e imediato, é a geração da tríade condicional do Homem em se permitir ser, estar e permanecer na sua ortosubstancialização temporal e espacial de omniconvivencialidade e co-existencialidade essente diante de-si e do Universo.

O universo inteligível do Homem é distendido para aquele plexo ontológico especificado, mas há de ser entendido na co-extensão realizante orgânica estruturante e funcional do Homem, pois preserva-se nele a individualidade do Homem e ele na Sociedade Civil, formando um horizonte distendido mais complexo.

A visão de mundo do Homem não se extende àquela horizontalidade concreta historicizável que ele vê e concentra sua vivencialidade e vitalização, mas distende-se àquele plexo ontológico sistêmico distendido, já exposto, projetando a diretividade-retora deonto-axiológica a partir do ponto inflexor de maneira exponencial, formando um gradiente de sociabilidade dilatado, que vai além da Sociedade Civil na qual está agregar a co-existencialidade desta àquele universo inteligível, que agora participa na qualidade omniconvivencial.

O desejo de viver do Homem coincide com as perspectivas analisadas, pois a partir da consciência de existencialidade de-si, definem-se na relação ‘razão-razão’ o espectro do espaço vital da própria consciencialidade em sede transcendental, cujo conteúdo será projetado à imanência, co-extendendo-se existencialmente na ortoespacialidade vivente e vivencial de outros da mesma qualidade entitativa, integrando em relação de convivencialidade.

Percebe-se que é na razão, pela razão e com a razão é que o Homem identifica-se perante-si, perante o ‘outro’ empírico e perante o Universo e Inteligência Suprema, numa ortotemporalidade racionalmente dinamicizada para que o Homem tenha plenitude consciencial da compreensividade de-si, que, a partir de então, é raciocínio por inferência lógica.

Definir intimidade, privacidade e sociabilidade sem conhecer o Homem na extensão essente do que é, na qualidade de ente de razão no plexo ontológico sistêmico e coeso, é reduzir o Homem a uma de suas dimensões de realização, limitando o gradiente de cognoscibilidade e formando conclusões insuficientes para fins de Normatividade Institucional da Constituição em sentido absoluto (Carl Schmitt[10]).

Segmentar a personalidade essente do Homem e seu processo histórico concreto no torvelinho da História Universal é tê-los em quase-racionalidade, inviabilizando o conhecimento e reconhecimento do que o Homem é em sua essência trespassante à transhistoricidade e aquela diante da tríade Espiritual.

Além de atingir a insuficiência metafísica, o Homem tem dilacerada sua realização concreta na ótica de seu Mundo Cultural, que recebe a especificação diretiva-retora deonto-axiológica, impedindo-lhe de, na qualidade de cônscio-real de-si, injucionar-se em seu próprio processo orto-ontologicizante histórico para conhecer e reconhecer seu próprio ‘Eu’ no mundo histórico, cuja necessidade cultural é a formulação da convicção da fé no progresso.

A evolução do Homem está em sua historicidade cultural realizante, que marca o devir e especifica-se no torvelinho da História Universal, formando a convicção ordenante de imortalidade do Homem, ou seja, todo o patrimônio cultural do Homem transcende-se de-si para se assentar na História Universal, via cultura e educação universal horizontalizante, cujo efeito imediato é a transmissão do conteúdo das idéias e ideais do Homem ao longo de seu processo realizante no devir.

O processo racional civilizacional é impulsionado pela vontade livre do Homem, que delimita e valida sua extensão civilizacional, gerando-lhe a determinação ordenante de-si e em-si de perfectibilizar-se deonto-axiologicamente, distendendo-se de seus fatores endógenos impedientes de evolução (ignorância e simplicidade).

Vê-se que a intimidade, privacidade e sociabilidade são expressões da personalidade humana em específico contexto histórico e universo inteligível complexo, no qual o Homem não pode dissociar-se, gerando-lhe a necessidade racional de impulsionar-se para o progresso, cujo gradiente de segurança é a disciplina de se possibilitar assim realizar, sendo a fé no progresso a partir da historicidade visível realizante naquele plexo ontológico distendido, no qual o Homem se apresenta como cônscio-real, como evoluendo[11].

A intimidade, privacidade e sociabilidade é um lento construir-se compreensivamente a partir de-si do Homem, cujo espectro cognocível é distendido, gerando-lhe a especificação de cada momento ortotemporal no qual se dá cada um deles, garantindo-lhe a determinação consciencial ordenante de cada espaço vital e sua possibilidade expressional para-si e diante do Universo.

Cada uma das perspectivas analisadas especifica-se no RechtsStaat (Ernst Wolfgang Böckenförde[12]) e Normatividade Institucional (Rechts-Ordnung – Carl Schmitt[13]), demonstrando-se que é da imanência para a transcendência que se realiza o ser do Homem, portando aquela a empiria necessária e suficiente para que o Homem inteligibilize-a e projete-a ao Universo, formando o Mundo da Cultura e seu núcleo como causa eficiente, que é a Liberdade.

A Normatividade Institucional sem a experiência historicizada em processo concreto na História Universal, remanesce em pura nominalidade, sem densidade e complexidade civilizatória que a sustente validamente, buscando seu conteúdo posteriormente no devir.

Todavia, é estritamente ao contrário e na Constituição existencial (Carl Schmitt) é que será encontrada aquela essência ortosubstancializada pelo Homem, distendendo exponencialmente o ser do Homem, em atualidade e possibilidade, demonstrando-se que pela historicidade do Homem, na qualidade de essência trespassante na transhistoricidade, tem-se o patrimônio cultural herdado e a fé no progresso de vivencialidade e vitalidade, como elementos motivacionais do desejo de viver do Homem.

A especificação na Normatividade Institucional da intimidade, privacidade e sociabilidade nada mais são que a discriminação racionalizada do universo inteligível do Homem e na qualidade de ente-no-mundo, causando e portando aquela especificação segundo a distensão autosuperativa nas camadas civilizacionais, concluindo-se que aquelas três perspectivas somente estão discriminadas como tais porque o Homem realizou a análise crítica de-si e formulou a extensão de sua personalização espiritual no devir, traçando objetivamente a omniconviencialidade entre-si diante de seu horizonte de Fortuna[14], imediatamente, e, mediatamente, distendeu-o em determinado ponto inflexor de seu contínuo racional essente, em um complexo ontológico sistêmico e coeso, deixando para que fique no seu passado histórico a conjunção subjetiva-psicológica das três perspectivas, cujo resultado é absorção pela História Universal.

A tríade de análise somente terá a racionalidade plena e validade de efeitos pela Normatividade Institucional se causar e portar em-si a suficiência ontologicizante do Homem, que se especificou no momento institucional da Constituição existencial, pois o RechtsStaat se possibilitou e viabilizou como Universal, a expansão da liberdade essente do Homem em seu próprio processo de racionalização institucional juspolítico.

Prova-se que deriva da própria natureza essente humana a razão de ser, as causalidades material e final da tríade em análise, tal como exposto, senão remanescerá um construtivismo dedutivista e retórico a partir do puro pensado, do psicologismo nominalista-logicizante, demonstrando-se que há de existir um ponto de partida na imanência, que se historicizará dinâmica e dialeticamente no contínuo racional do Homem.

Além do ponto de partida, a Normatividade Institucional e Constituição existencial causam e portam em-si e por-si todo o Mundo da Cultura do Homem, especialmente a Instituição denominada Estado: O Universal.

O Universal cria, institucionalmente, a ambiência para a tríade condicional possibilitar à organicidade estruturante funcional a realização do Homem do devir essente e em seu universo inteligível, cujo regime político mais ético é a Democracia (Robert Dahl[15]), provando ao próprio Homem e Estado que na pragmática juspolítica, este é o regime político que melhor viabiliza o Homem omniconviver com a dinamicidade de sua própria construção como ente de razão.

O impulso vital do Homem (Ludwig von Mises[16]) realiza a  dualogicidade entre a imanência e transcendência em dialeticidade dinâmica para identificar e afirmar para-si a tríade em análise, pois para cada padrão experiencial há um padrão racional correspondente, dinamicizando a moldabilidade racional do universo intelectível do Homem, formando sua espectrosfera ostensiva e visível na sua marcha no mundo.

Intimidade, privacidade e sociabilidade terão os modais concepcional e orgânico a partir daquela dualogicidade, que o Homem realiza em seu universo inteligível, pois cada logicidade, a real e a ideal, formarão as causas material e formal expressantes à relação ‘razão-razão’, após o Homem identificar na experiência dinâmica a perimetricização de seu horizonte de Fortuna[17], ou seja, o Homem, em específica ortotemporalidade, terá as condições de realidade para segmentar racionalmente o que intimidade, privacidade e sociabilidade são em relação à realidade do possível, formando para-si um espectro racional, que se objetivará no mundo real.

O contínuo inteligível do Homem está inserido na omniconvivencialidade com a Ordnung concreta, assentada e estabelecida na ortoespacialidade personalística vital do Homem em Sociedade Civil (Carl Schmitt), expressando que há um núcleo racional que decide a diretividade-retora deonto-axiológica de realização da unidade ontológica bidimensional humana, impulsionando-a à evolução-adaptante.

A segmentalidade intimidade, privacidade e sociabilidade é a discriminação da razão humana na Ordnung concreta diante da omniconvivencialidade com a Sociedade Civil, visando a racionalização específica do desejo de viver do Homem e este como fomentador na fé no progresso.

Segmentar é imperativo à cognoscibilidade estática da expressão do Homem diante da Sociedade Civil (liberdade espiritual autônoma do ente de razão) e na Sociedade Civil (liberdade existencial omniconvivencial no plexo ontológico complexo), viabilizando o Homem conhecer-se e reconhecer-se para funcionalizar-se evolutivamente. Porém, a dinâmica do Universo é lei imperativa. A roda da Fortuna não pára, pois a existencialidade, a Necessidade da Natureza, é sinérgica por-si, daí a razão da nominalidade da tríade em análise, ser também relativamente amoldável a esta contextualização ortohistórica, provando-se que o Homem tem que omniconviver com uma certa distensão e disjuncionalidade entre a tríade.

A distensão e disjuncionalidade são resultantes da harmonia racional que o Homem se permite como ente de razão e de sua liberdade em face da tríade Espiritual, pois é em face dela que poderá inteligibilizar sua ortotemporalidade de realização, isto é, determinar-se livremente na sua própria construção personalística no mundo, sob os auspícios do Estado e RechtsStaat.

A disjuncionalidade é a fragmentação racional de cada um dos elementos da tríade em análise, conforme o exposto em especificações precisas, que se visualizam em dinâmica do Homem e não na estática. Separam-se objetos cognoscível do Homem por necessidade evolutiva-adaptativa e seletiva natural do Homem, traçando os limites juspolíticos da Constituição existencial e Normatividade Institucional vigente no RechtsStaat.

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Sobre o autor
Marcelo Elias Sanches

Especialista em Direito Tributário, Direito Processual Civil e Direito Público; Mestre em Direito Político e Econômico.Advogado da União Federal

Informações sobre o texto

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