As consequências do aumento do dólar no cotidiano social brasileiro

13/04/2016 às 13:54
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Análise das consequências do aumento do dólar no cotidiano social brasileiro.

O aumento do dólar que afetou o ano de 2015 dos brasileiros e que continuará a afetar o ano que se inicia está fortemente relacionado ao quadro político e econômico do Brasil. Para entendermos o atual momento da grande valorização do dólar é importante a compreensão do câmbio e como as instabilidades de um país o afeta. Câmbio é a relação de preço entre duas economias que tem o objetivo de facilitar as transações comerciais entre os países. Pelo fato da taxa de câmbio ser flexível, qualquer problema econômico impacta o valor da moeda.

Estamos em um dos momentos mais difíceis que a economia brasileira já atravessou. Vivemos a realidade de uma recessão muito profunda com quedas no PIB aproximando-se a 4%, taxas de desemprego muito elevadas e uma inflação que se aproxima de 11%. Os componentes política e economia se entrelaçam e criam o cenário perfeito de uma crise econômica com fortes reflexos na falta de liderança política e baixa credibilidade do governo. Erros gritantes foram cometidos como os altos gastos governamentais que levaram a uma dívida além da conta e, posteriormente, uma redução forçada dos gastos impactando negativamente a economia brasileira. Outro grande erro cometido está relacionado ao setor elétrico. A medida governamental da redução de tarifas no momento em que a oferta de energia estava deixando a desejar por motivos de problemas hidrológicos, surte efeito na atual tarifa de água e energia que agora precisou se elevar. É possível sentir esse efeito nas altas contas pagas pelos brasileiros.

Assim, é perceptível que o ano de 2015 foi um dos anos mais difíceis da última década para os bolsos dos brasileiros.  Ocorreram instabilidades políticas e econômicas, ajustes anunciados pelo governo que não deram os resultados esperados, taxa de desemprego elevada, tivemos um dos maiores índices de inflação do últimos anos, o dólar passou a marca dos 4 reais, a produtividade está em baixa,o preço dos produtos aumentou e os brasileiros diminuíram as viagens ao exterior. Muitos brasileiros atravessam o oceano em busca de diversão e compras de produtos em outros países. O destino principal sempre acaba sendo os Estados Unidos. Compra-se em dólar, mas a conta é paga em real e com a forte variação do câmbio essa conversão na hora de pagar a conta virou um tormento. Por tal motivo muitos brasileiros deixaram de viajar para o exterior e deixaram também de consumir os produtos estrangeiros fora do Brasil. Os produtos importados dentro do país também deixaram muito de ser consumidos, por causa da valorização do dólar muitos produtos importados tiveram reajustes que chegam a um valor que muitas pessoas não conseguem pagar. E assim, os empresários ficam com mercadorias “encalhadas” nas prateleiras. 

Enquanto a conta fecha no vermelho para os empresários que importam e a maioria dos brasileiros que sofrem com o aumento dos produtos no país, a conta fecha no azul para os exportadores. Um produto exportado que era vendido a um determinado preço antes do aumento do dólar, após o seu aumento ele é vendido mais barato para o estrangeiro que a compra e consequentemente dá mais lucro ao vendedor que recebe em dólar e que, ao convertê-lo, triplica o seu valor em reais. Assim, em consequência do aumento do valor da moeda americana, a empresa exportadora se tornou mais competitiva no estrangeiro pelo baixo valor do produto vendido e deu mais lucros pela valorização do dólar. Enquanto uma parte dos brasileiros se mantém preocupados torcendo para o dólar baixar, os exportadores vêem ainda o lucro no aumento do mesmo. Para alguns economistas, a alta do dólar tem mais pontos positivos do que negativos. Diante da realidade de desemprego, queda de renda e queda de produto interno, a exportação talvez seja o melhor caminho para resgatar o crescimento da economia brasileira.

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