Brasil, um país refém do medo e da violência

Brasil, um país refém do medo e da violência

02/03/2017 às 17:05
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Brasil, um país refém do medo e da violência

Brasil, um país refém do medo e da violência

Por Carlos Eduardo Rios do Amaral

Toda e qualquer pessoa já se deu conta de que viver no Brasil é um ato de heroísmo. Estar vivo neste país, em última análise, pode sim ser considerado um milagre. Até mesmo conseguir terminar esse pequeno texto pode ser considerado uma dádiva.

No Brasil, a violência, o medo e a insegurança estão por toda a parte. Das periferias aos bairros mais requintados da elite ninguém está a salvo. Em todas essas comunidades não há moradores, existem sobreviventes.

Talvez o medo seja o elemento mais presente no modo de vida do brasileiro. O exercício de todos os atos da vida civil nesse país, do lazer ao trabalho, é condicionado e permeado pelo medo.

Até mesmos os programas de televisão também são embalados pelo medo. Coisas do tipo “hoje falaremos como não ser assaltado no semáforo”, “dicas para viajar e não ter a casa assaltada”, “dicas de como se deve entrar num veículo estacionado na rua”, “dicas para sair da faculdade e não ser estuprada”, entre outros temas intrinsicamente relacionados à insegurança e à violência dominam nossa grade de programação na tv aberta.

E nem de longe a coisa parece melhorar. Ao contrário, parece que o medo vai ser tornando um modo de vida definitivo e aceitável na vida do brasileiro, algo irremediável.

Diante da absoluta ineficiência do Poder Público em garantir a segurança da população, cada um se vira como pode. Há desde aqueles que não se atrevem a sair de casa por nada nesse mundo mergulhados em ansiolíticos, até aqueles que se armam até os dentes transformando suas casas em fortalezas medievais e seus veículos em batmóvel blindado. Tudo dependerá da capacidade financeira de arcar com os custos do medo que toma conta de cada um.

Mas a violência tem seu lado democrático, digo, macabro. Ela está aí perto de todos e contra todos, em todo lugar, é onipresente no território brasileiro. Ricaços e pobres, trabalhadores e preguiçosos, arrimos de família e andarilhos, todos os dias são ceifados pela tragédia da nossa violência cotidiana.

Enquanto isso, a corrupção generalizada na política brasileira contribui ainda mais para a ruína do país. Restando ao povo assistir enojado, envergonhado e desanimado o estado de guerra interna que devasta o Brasil.

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Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público no Estado do Espírito Santo

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Sobre o autor
Carlos Eduardo Rios do Amaral

Defensor Público dos Direitos da Criança e do Adolescente no Estado do Espírito Santo

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