A advocacia e a inteligência artificial: e agora?

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Já a algum tempo tenho lido notícias falando sobre a chegada da inteligência artificial na advocacia, tratando de sistemas que não são meros coletores de informação, que já estão atuando e já são uma realidade. E agora?

Já a algum tempo tenho lido nos noticiários, e até compartilhei no LinkedIn, notícias falando sobre a chegada da inteligência artificial na advocacia.

São sistemas que não são meros coletores de informação, são sistemas capazes de indicar soluções jurídicas, apresentar perspectivas de resultado, criar peças jurídicas e contratos, analisar e cruzar informações, sem falar que fazem em minutos coisas que uma equipe de advogados levariam meses – o COIN, por exemplo, sistema do banco JPMorgan que interpreta acordos de empréstimo comercial, faz em segundos um trabalho que anteriormente consumia 360 mil horas de trabalho dos advogados por ano.

Esses sistemas já estão atuando, já são uma realidade.

E então, nobre colega advogado, hora de se desesperar? Sinceramente, não acredito nisso!

Sem sombra de dúvida estes sistemas irão substituir profissionais do “copia e cola”, irão reduzir a necessidade de profissionais focados em trabalhos repetitivos, de compilação e cruzamento de informações e de elaboração de documentos baseados em um modelo padrão, como por exemplo alguns tipos de contratos, petições iniciais de teses já bastante discutidas ou com poucas variações de argumentos, até eventuais recursos, enfim.

Mas esses sistemas estão aí para facilitar nosso trabalho, trazendo informações relevantes em um curto espaço de tempo, o que irá agilizar inclusive a tomada de decisões – para quem trabalha na área tributária, como esta que vos fala, por exemplo, que possui esse emaranhado de leis, normas, instruções normativas, pareceres, consultas e um longo etc, um sistema deste irá reduzir muito o tempo de pesquisa.

O trabalho mecânico, automático, será facilmente tomado pela inteligência artificial, como inclusive já vem acontecendo em inúmeras outras áreas, mas a elaboração de novas teses, a criatividade, a empatia (tão necessária em várias áreas do direito), a definição da melhor estratégia e a tomada de decisão, além do feeling trazidos pela experiência, estes não são substituíveis, e acredito que é aí que nós advogados devemos nos focar.

É a evolução tecnológica na esfera jurídica, e ela chegou para ficar! E você, o que vai fazer a respeito?

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Sobre a autora
Milene Regina Amoriello Spolador Ribeiros

advogada atuante nas áreas tributária e empresarial na cidade de Curitiba (PR), vogal do Conselho de Contribuintes e Recursos Fiscais do Estado do Paraná nos mandatos 2011/2013 e 2013/2015, graduada em direito pela Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro e pós graduada em Direito Empresarial com ênfase em Direito Tributário pela PUC/PR, autora de artigos jurídicos e pareceres, coordenadora da obra “Guia Prático Alianças Estratégicas com empresas Brasileiras: uma visão legal”.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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