Uso da força policial:limite entre o legal e o arbitrário

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13/02/2019 às 18:17
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fato que a polícia tem por atribuição a garantia da integridade física, da liberdade e da prosperidade das pessoas, bem como a preservação da ordem pública. Mas é fato também que somente educação e treinamento não tornam o policial militar um homem perfeito, eficiente e eficaz em seu trabalho de segurança pública.

Qualquer ser humano pode ser violento, haja vista que a agressividade pode ser estimulada pelo ambiente conforme foi visto neste estudo. Assim, não se pode dizer que a polícia militar é violenta, mas pode-se afirmar que, por um conjunto de fatores – entre eles: o salário irrisório, a moradia muitas vezes na vizinhança dos marginais, a falta de condições de bem educar seus filhos e zelar pela sua saúde – qualquer homem, não necessariamente um policial militar pode tornar-se violento e tendente à fazer a justiça com as próprias mãos.

Os policiais militares, em seu período de instrução e treinamento, tomam conhecimento do que postula a Constituição Federal, os Códigos Penal, de Processo Penal e de Processo Penal Militar. No entanto, a adoção da medida juridicamente correta vai depender da condição em que esteja esse cidadão no momento em que é exigida sua ação.

A ação do policial militar, na maioria das vezes deve ser instantânea. Nesses casos, o homem não tem tempo de raciocinar, não tem tempo de recitar os artigos constitucionais. Nesse momento, a linha que o separa do arbitrário passa a ser seu próprio conceito de justiça e o instinto de sobrevivência.                                                                                                                                                


REFERÊNCIAS

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Sobre o autor
Benedito Tobias Sabba Correa

Tecnólogo em Processamento de Dados, Universidade da Amazônia, 1993. Aluno do Curso de Especialização em Segurança Pública, APM/UNEB, 2007, Aluno do Curso de Direito da UNIFESSPA.

Informações sobre o texto

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Mais informações

Trabalho solicitado pelo professor Osvaldo Bastos Neto, da disciplina Sociologia Criminal do Curso de Especialização em Segurança Pública, APM/UNEB, 2007.

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