RESSOCIALIZAÇÃO E REINTEGRAÇÃO SOCIAL

Método APAC: ferramenta eficaz para a ressocialização do preso.

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28/06/2019 às 02:52

Resumo:


  • A pena de prisão, como medida punitiva, não tem sido eficaz na ressocialização de detentos no Brasil, com instalações superlotadas e condições desumanas.

  • As taxas de reincidência são altas, indicando que a atual abordagem do sistema prisional não está conseguindo reformar os detentos ou dissuadir o crime.

  • Alternativas como as APACs (Associações de Proteção e Assistência aos Condenados) mostram resultados mais promissores na ressocialização e apresentam índices de reincidência significativamente mais baixos.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando as teorias que apontam a finalidade da pena, verifica-se que o ordenamento jurídico brasileiro acolheu e apostou na teoria mista, pela qual se busca retribuir o injusto cometido, porém de forma a “tratar” o condenado para devolvê-lo ao convívio social reabilitado, propondo que este não volte a delinquir, que compreenda que a conduta pratica é contrária as leis e violadora de direitos individuais e coletivos. Mas e os direitos dos condenados? E o que a lei tem estabelecido para a execução penal? Isso conforme se pode constatar durante o desenvolvimento deste trabalho, está longe de ser observado.

O Estado tem falhado e muito no que diz respeito ao exercício de seu poder punitivo, no sentido de que as leis existentes se preocupam em estabelecer regras e deveres a serem observados, contudo seus operadores a descumprem escancaradamente não obedecendo a suas disposições, violando direitos previstos e garantidos como fundamentais.

Os estabelecimentos prisionais que já sofrem com a crise das más condições e por não contarem com a oferta de vagas na quantidade necessária – na verdade pode-se dizer desnecessária dada a forma com a pena de prisão é imposta de forma demasiada – ainda tem que suportar a carga da reincidência, do alto número de egressos que retornam para esses locais por terem cometido novos crimes após a saída da prisão.

Como poderia um indivíduo que ingressou na prisão justamente através da prática criminosa sair desse estabelecimento reabilitado para agir e forma diferente se nem ao menos as oportunidades que lhe são asseguradas por lei são colocadas em prática? A prisão inicialmente prevista como ultima ratio, como última medida, tornou-se a coroa das condenações, contudo, a situação degradante encontrada nesses “depósitos” de pessoas não contribui para a ressocialização, a ociosidade, a falta de assistência, de educação e de trabalho dentro do sistema prisional permite que seus egressos não saibam fazer outra coisa senão delinquir.

O que se pode concluir então é que, falta mais atitude, mais interesse do Estado em conjunto com a sociedade, de possibilitar que aquelas pessoas que praticavam crimes, possam retornar ao convívio social sendo úteis e lucrativos para o bem coletivo.

Há uma luz no fim do túnel, basta que realmente se invista e promova essa causa. Conforme apresentado no último tópico, o método desenvolvido pelas APACs tem se mostrado um corte de custos, já que custam em média um terço menos do que o preso no sistema prisional tradicional e, tem alcançado positivos índices no que se refere a ressocialização


REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

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3 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2014, p. 444

4 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal, parte geral. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, v. 7, p. 260.

5GRECO, Rogério. Sistema Prisional: colapso atual e soluções alternativas. 2. ed. rev. ampl. e atual. Niterói, RJ: Impetus, 2015. p. 83.

6 MASSON, Cleber Rogério. Direito penal esquematizado: Parte geral. 4. ed. rev„ atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 53.

7 OLIVEIRA FILHO, Gabriel Barbosa Gomes de. A origem e história das penas: o surgimento da pena privativa de liberdade. Informação postada no site Âmbito Jurídico. Rio Grande, XVI, n. 119, dez 2013. Disponível em: <http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14030>. Acesso em: 20 abr. 2018.

8 GRECO, Rogério. Sistema Prisional: colapso atual e soluções alternativas. 2. ed. rev. ampl. e atual. Niterói, RJ: Impetus, 2015. p. 83.

9 Bíblia Sagrada. [Português]. Informação postada no site BÍBLIA ONLINE. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/>. Acesso em:.18 abr. 2018.

10 Idem, Gênesis 4:8-12.

11 Ibid, Gênesis 6:5 -7, 12,13.

12 BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. 2. ed. São Paulo: Hunter books, 2015. p.26-27.

13 FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987.

14 Ibid, p. 14-15 

15 MASSON, Cleber Rogério. Direito penal esquematizado: Parte geral. 4. ed. rev„ atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011, p. 55.

16 ESTEFAM, André, GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 78

17 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018.

18 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018.

19 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2014, p. 444

20 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018

21 PRADO, Luis Regis, 2014, pg 117 apud LUISI, L. Princípios constitucionais penais, p.37.

22 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018.

23 PRADO, Luis Regis, 2014, pg 117 apud LUISI, L. Princípios constitucionais penais, p.37.

24 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018

25 Idem

26 BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. 2. ed. São Paulo: Hunter books, 2015. p. 22

27 Idem

28 CARNELUTTI, Francesco. O problema da pena. São Paulo: Pirares, 2015, p. 35

29 GREGO, Rogério. CURSO DE DIREITO PENAL: Parte Geral. Vo.1, 19°ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2017, p. 75.

30 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 17. ed. rev. ampl. e atual. de acordo com a Lei n. 12.550, de 2011. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 277.

31 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2014, p. 444.

32 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2014, p. 448.

33 GRECO, Rogério. Curso de direito penal: Parte Geral. 19. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2017, pg.621

34 NORONHA, E. Magalhães. Direito penal: introdução e parte geral. 38. ed. rev. e atual, por Adalberto José Q. T. de Camargo Aranha. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 225.

35 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2014, p. 453.

36PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 13. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2014, p. 453.

37 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 413.

38 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018.

39 BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018

40 BRASIL. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm>. Acesso em: 18 abr. 2018.

41BRASIL. Ministério da Justiça. Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJD574E9CEITEMIDAB2EF2D92895476E8516E63C78FC7C4CPTBRNN.htm>. Acesso em: 18 abr. 2018

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42ASSIS, Rafael Damaceno de. As prisões e o direito penitenciário no Brasil. in Direito Net. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3482/As-prisoes-e-o-direito-penitenciario-no-Brasil>. Acesso em: 20 mar. 2018.

43 CONJUR. Brasil tem a 3ª maior população carcerária do mundo, com 726.712 mil presos. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-dez-08/brasil-maior-populacao-carceraria-mundo-726-mil-presos>. Acesso em: 20 abr. 2018.

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45 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5. ed. rev., atual., ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 519.

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50 GRECO, Rogério. Sistema Prisional: colapso atual e soluções alternativas. 2. ed. rev. ampl. e atual. Niterói, RJ: Impetus, 2015, p. 225.

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52 AURÉLIO. Dicionário de língua Portuguesa. Online. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/reincidencia>. Acesso em: 25 abr. 2018.

53 SOUZA, Isabela. 4 pontos para entender a reincidência criminal. Disponível em: <http://www.politize.com.br/reincidencia-criminal-entenda/>. Acesso em: 28 abr. 2018.

54 BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 20 abr. 2018

55 IPEA. Reincidência criminal. Relatório de Pesquisa. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/150611_relatorio_reincidencia_criminal.pdf>. Acesso em: 10 maio 2018.

56 Idem.

57

58ARAÚJO, Carlos. Sistema Prisional Brasileiro: A busca de uma solução inovadora. Informação postada no site Migalhas. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI197374,81042-Sistema+Prisional+Brasileiro+A+busca+de+uma+solucao+inovadora>. Acesso em: 10 maio 2018.

59THOMPSON, Augusto. A Questão penitenciária. 5. ed. rev., ampl., atual. Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 15.

60 SALDANHA, Alois Guilherme Pletsch. Sistema Prisional Brasileiro. DCJS – Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/5960375/sistema-prisional-brasileiro>. Acesso em: 10 maio 2018.

61 RICMAIS. Notícias. Bruno pode fazer propaganda de modelo prisional alternativo. Disponível em: <https://pr.ricmais.com.br/futebol/noticias/bruno-pode-fazer-propaganda-de-modelo-prisional-alternativo/>. Acesso em: 08 abr. 2018.

62 RICMAIS. Notícias. Bruno pode fazer propaganda de modelo prisional alternativo. Disponível em: <https://pr.ricmais.com.br/futebol/noticias/bruno-pode-fazer-propaganda-de-modelo-prisional-alternativo/>. Acesso em: 08 abr. 2018

63 VIEIRA, Victor. Detenções privadas viram alternativa a presídios. Informação postada no site ConJur. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2013-mar-30/cresce-numero-unidades-privadas-detencao-alternativa-presidios>. Acesso em: 08 abr. 2018

64 COLARES, Samuel Miranda. O MÉTODO APAC DE EXECUÇÃO PENAL. In A Visão do Ministério Público sobre o sistema prisional brasileiro 2016. Conselho Nacional do Ministério Público. Brasília: CNMP, 2016. p. 25

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67 TORRES, Aline. As cadeias que, sem armas, derrubam as taxas de reincidência criminal no Brasil. 

Sobre a autora
Jennifer Leopoldo

Especialista em Direito Penal. Especializando em Direito Público pela ESMESC - Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa Catarina.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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