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O Pacto Global das Nações Unidas: fornecendo soluções para desafios globais

28/07/2021 às 15:20

Resumo:


  • O Pacto Global das Nações Unidas visa fornecer soluções para desafios globais, promovendo parcerias entre governos, sociedade civil e setor privado.

  • O Pacto Global convida empresas a alinharem suas estratégias com princípios universais relativos a direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.

  • Líderes empresariais se comprometem a fortalecer parcerias para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecendo metas baseadas na ciência e promovendo ações conjuntas com diversas partes interessadas.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O Pacto Global das Nações Unidas é a iniciativa mais importante do mundo para o desenvolvimento de negócios sustentáveis. Abrangendo os princípios e valores das Nações Unidas, ele visa o desenvolvimento de soluções que respondam aos desafios globais.

O PACTO GLOBAL DAS NAÇÕES UNIDAS: FORNECENDO SOLUÇÕES PARA DESAFIOS GLOBAIS

Desde que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram adotados há cinco anos, em setembro de 2015, embora um progresso considerável tenha sido feito na conscientização da comunidade internacional sobre a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, ainda não somos capazes de alcançar todas as metas dentro do prazo estipulado.

Embora as Nações Unidas devam implementar os programas e políticas apropriados, também devem formar parcerias com governos, sociedade civil e setor privado para aproveitar os recursos e desenvolver as ideias e habilidades inovadoras de que tanto precisamos para concretizar a visão da Agenda 2030 uma realidade.

O Pacto Global das Nações Unidas é a iniciativa mais importante do mundo para o desenvolvimento de negócios sustentáveis. Abrangendo os princípios e valores das Nações Unidas e enraizado no sistema da Organização, está em uma posição única para promover a colaboração para propor e desenvolver soluções que respondam aos desafios globais. Lançado por iniciativa do ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan que, no Fórum Econômico Mundial de 1999, pediu aos líderes empresariais que unissem forças com a Organização para criar um “pacto global” baseado em valores e princípios comuns a fim de Dando um rosto humano ao mercado global, o Pacto Global passa a ter um papel essencial no fortalecimento da colaboração entre as empresas e as Nações Unidas.

O Pacto Global convida as empresas a alinharem suas estratégias e operações com os dez princípios universais relativos aos direitos humanos, trabalho, meio ambiente e luta contra a corrupção, bem como a tomarem medidas para o avanço das metas sociais e a implementação dos ODS. Ao envolver centenas de empresas de todos os tamanhos e setores ao redor do mundo, trabalha para mobilizar um movimento verdadeiramente global de empresas responsáveis ​​que aplicam os princípios da sustentabilidade em suas estratégias e operações centrais, não apenas para o benefício de sua sociedade, mas também para seu próprio benefício.

OS DEZ PRINCÍPIOS DO PACTO GLOBAL DAS NAÇÕES UNIDAS

Com base nas convenções e declarações fundamentais das Nações Unidas, os dez princípios do Pacto Global são reconhecidos e endossados ​​em várias resoluções intergovernamentais e documentos de resultados, incluindo resoluções da Assembleia Geral. Para participar do Pacto Global, o líder de uma empresa se compromete publicamente com o Secretário-Geral que a empresa adote uma abordagem responsável, integrada e baseada em princípios para atingir os objetivos de desenvolvimento definidos pelas Nações Unidas, indicando que a empresa pode ser um forte parceiro de longa data da Organização. Os dez princípios do Pacto Global são:

DIREITOS HUMANOS

Princípio 1: As empresas são incentivadas a promover e respeitar a proteção do direito internacional dos direitos humanos.

Princípio 2: As empresas são incentivadas a garantir que não sejam cúmplices de violações dos direitos humanos.

TRABALHO

Princípio 3: As empresas são convidadas a respeitar a liberdade de associação e a reconhecer o direito à negociação coletiva.

Princípio 4: As empresas são convidadas a contribuir para a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório.

Princípio 5: As empresas são convidadas a contribuir para a abolição efetiva do trabalho infantil.

Princípio 6: As empresas são convidadas a contribuir para a eliminação de toda discriminação com respeito ao emprego e à ocupação.

MEIO AMBIENTE

Princípio 7: As empresas são incentivadas a aplicar a abordagem preventiva aos problemas ambientais.

Princípio 8: As empresas são convidadas a tomar iniciativas para promover uma maior responsabilidade ambiental.

Princípio 9: As empresas são incentivadas a promover o desenvolvimento e a disseminação de tecnologias que não agridem o meio ambiente.

ANTICORRUPÇÃO

Princípio 10: As empresas são incentivadas a agir contra a corrupção em todas as suas formas, incluindo extorsão e suborno.

Com mais de 9.500 empresas e 3.000 signatários não comerciais localizados em mais de 160 países (a maioria dos quais em países em desenvolvimento) e 70 redes locais, informa ao mundo que em todos os lugares as empresas podem desempenhar um papel importante na construção de um mundo melhor. Ao reunir diversas partes interessadas de governos, grupos de investidores, sociedade civil e além, oferece oportunidades de parceria e uma estrutura que permite ao setor privado tomar medidas concretas para operar de forma responsável e honrar seus compromissos com a sociedade.

Como afirmou o atual Secretário-Geral António Guterres, “o setor privado pode e deve desempenhar um papel central a este respeito, incentivando a cooperação internacional, estabelecendo parcerias público-privadas, propondo soluções inovadoras para problemas comuns e conduzindo as suas actividades de forma responsável ”.

Nesta fase crucial da reforma do sistema de desenvolvimento das Nações Unidas, dar uma nova dimensão às parcerias nunca foi tão importante. Estudo recente mostra que as organizações das Nações Unidas são unânimes em admitir que uma maior colaboração será essencial para a implementação da Agenda 2030, apenas 59% acreditam que as ações atualmente tomadas pela Organização são suficientes.

TRANSFORMANDO PARCERIAS PARA ALCANÇAR OS ODS

Em um estudo da Accenture Strategy em conjunto com o UN Global Compact-Accenture Strategy CEO Study, o maior apanhado dedicado às visões dos líderes empresariais sobre sustentabilidade, um novo caminho será traçado para as empresas realizarem suas atividades de maneira sustentável. De acordo com esses líderes, a adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável dá às empresas um mandado claro e um roteiro para intensificar os esforços.

LÍDERES EMPRESARIAIS SE COMPROMETEM A FORTALECER PARCERIAS

O Pacto Global e seus parceiros convocam as empresas a redobrarem seus esforços e se comprometerem a estabelecer metas baseadas na ciência, alinhadas com o limite de aumento da temperatura na superfície da Terra para 1,5° C. 1,87% acreditam que os ODS oferecem uma oportunidade de repensar estratégias para a criação de valor sustentável, 89% consideram que o compromisso com a sustentabilidade tem um impacto real em suas atividades e 85% acreditam que as parcerias intersetoriais são essenciais para permitir que as empresas atinjam os ODS.

Um estudo de dez anos de líderes empresariais em todo o mundo, em seguida, examinou as perspectivas de altos funcionários das Nações Unidas. O rápido desenvolvimento de parcerias intersetoriais é essencial para acelerar o progresso na realização dos ODS. Essa é a opinião unânime dos funcionários entrevistados como parte de um notável esforço de pesquisa dedicado ao passado, presente e futuro das parcerias entre a Organização e o empresariado.

A maneira mais rápida de construir o mundo que desejamos até 2030 é definir uma direção estratégica. Há uma necessidade de passar de projetos de parceria de curto prazo e pequena escala para parcerias transformacionais de longo prazo, com múltiplas partes interessadas, que podem ter um impacto duradouro. Plataformas para Ação, que forjam parcerias multissetoriais e com várias partes interessadas para encontrar soluções para questões complexas e abordar lacunas na realização dos ODS por meio do estabelecimento de metas com prazo determinado, são um excelente exemplo de ação liderada pelo Pacto Global da ONU. Essas plataformas incentivam uma ação forte em nível empresarial com base nas contribuições de parceiros. Essa estratégia funcionou em áreas como gestão de recursos hídricos, relatórios de ODS, inovação financeira e cadeias de suprimentos globais. Por exemplo, a Plataforma de Ação para o Uso Sustentável dos Oceanos mobilizou mais de 40 grandes organizações internacionais da sociedade civil e do setor privado para realizar ações concretas, fazer investimentos e formar parcerias com governos para alavancar o oceano como um recurso para alcançar os ODS.

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O recente lançamento da campanha 'Ambição de negócios para 1,5 ° C: “Nosso único futuro”' é um exemplo semelhante de como trabalhar com parceiros para mobilizar negócios globalmente na véspera da Cúpula do Clima em setembro de 2019 pelo Secretário-Geral.

A AMBIÇÃO DAS EMPRESAS EM ATINGIR A META DE 1,5° C: NOSSO FUTURO

A mudança climática é, sem dúvida, a questão definidora do nosso tempo, e estamos em um momento crítico. Está se acelerando a cada dia e, como mostra o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), cada meio grau conta. Temos a inovação, as ferramentas e a experiência para nos colocarmos de volta no caminho certo. O que precisamos agora é de liderança e parcerias fortes.

É por isso que, na véspera da Cúpula do Clima, o Pacto Global está mobilizando uma rede global de agências da ONU, organizações empresariais e parceiros da indústria que se reuniram para convocar as empresas. Redobrar os esforços e se comprometer a estabelecer metas baseadas na ciência consistentes com limitar o aumento da temperatura global da superfície a 1,5 ° C acima dos níveis pré-industriais.

Em nível nacional, 70 redes locais do Pacto Global fortalecem a capacidade das empresas de fazer parceria com governos, organizações locais, sociedade civil e várias partes interessadas para implementar os ODS e as prioridades de desenvolvimento nacional. As redes locais também ajudam as empresas a compreender como são as parcerias construtivas em diferentes contextos nacionais, culturais e linguísticos para facilitar o contato comercial, a aprendizagem, o diálogo político e a ação coletiva. Por meio da campanha Fazendo Metas Globais em Negócios Locais, o Pacto Global mobiliza a ação de uma organização em nível local para fazer avançar a implementação da Agenda 2030 em nível local.

Este ano, sete redes locais do Pacto Global sediarão eventos regionais ou nacionais. Recentemente, durante um evento, na assinatura de um acordo de colaboração entre a rede do Pacto Global do México, o governo mexicano e o setor privado, destacaram o sucesso da campanha na construção de parcerias construtivas que podem ter um impacto real.

Em todo o mundo, as parcerias multissetoriais tornaram-se a norma e, à medida que avançam no caminho da responsabilidade compartilhada para a implementação dos ODS, essas parcerias são mais importantes do que nunca. Precisamos de líderes de todas as esferas da vida que pressionem por ação e garantam que ninguém seja deixado para trás enquanto fazem nossas comunidades, sociedades e nações crescerem de maneira lucrativa, mas sustentável e responsável. Somente por meio de uma verdadeira colaboração podemos criar um movimento global de empresas e partes interessadas responsáveis ​​para construir o mundo que desejamos.

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Sobre o autor
Eric Barbosa da Silva Frei

Discente do 10º termo do curso de direito do Centro Universitário “Antônio Eufrásio de Toledo”. Presidente Prudente – SP.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

FREI, Eric Barbosa Silva. O Pacto Global das Nações Unidas: fornecendo soluções para desafios globais. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 26, n. 6601, 28 jul. 2021. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/92072. Acesso em: 22 dez. 2024.

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