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Correlação entre a segunda guerra mundial, o diário de Anne Frank e a declaração dos direitos humanos

O diário de Anne Frank, e o pós segunda guerra

Correlação entre a segunda guerra mundial, o diário de Anne Frank e a declaração dos direitos humanos. O diário de Anne Frank, e o pós segunda guerra

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Esta é uma analogia entre os fatos da Segunda Guerra Mundial, e o ideal Nazista; lincando o filme O Diário de Anne Frank, que narra seu cotidiano e da família durante o holocausto; com a chegada da Declaração dos Direitos Humanos no pós guerra.

Segunda Guerra Mundial e o Ideal Nazista

A segunda Guerra Mundial, foi iniciada em setembro de 1939 e envolveu 72 nações. Teve um numero de mortos que superou os 50 milhões e ainda outros milhões de mutilados e ainda desenvolvimento de traumas psíquicos.

Esta guerra foi sem dúvida a maior catástrofe mundial, onde a primeira regra era atacar indiscriminadamente; crianças, mulheres, velhos, grupos étnicos, cidades, industrias etc... Neste cenário, o mais alto engenho humano foi mobilizado para criação de instrumentos cada vez mais mortíferos.

Este foi portanto um gigantesco conflito cruel, que deixou danos irreparáveis em toda humanidade. Nesta guerra, os aliados eram China,França, Grã-Betanha, União-Soviética e EUA; enquanto Alemanha, Japão e Itália formavam a potências  do Eixo. E são através desses últimos que o mundo descobre o quão cruel o seu semelhante pode tornar-se. Surge aqui os partidos políticos que pregavam a instalação de um regime extremamente autoritário, denominado Facismo; acreditavam que uma democracia era um regime fraco e incapaz de resolver a crise econômica; e um líder com total autoridade, se fazia necessário.

Então a partir daqui, o mundo conhece um dos principais ditadores da história mundial; o nazista Adolf Hitler na Alemanha.

Hitler tinha o ideal de formar uma raça “ariana”, uma raça pura, que fosse superior à todas as outras. Então, quando Hitler invadiu a Polônia, em setembro de 1939, a grande guerra teve inicio. Hitler foi vitorioso em muitas batalhas, tomou muitas nações para si, porém enfrentou uma grande derrota na Batalha de Stalingrado entre setembro/1942 e fevereiro/1943, onde mais de um milhão de nazistas foram mortos.

Os nazistas eram anti-semitas, odiavam os judeus e exatamente por isso, determinaram-se em exterminá-los; com pretexto de atingir seu ideal de superioridade; a raça ariana.

Os judeus foram capturados e enviados a campos de concentração para serem mortos, assim como também sofreram perseguições os homosexuais e ciganos.

Em nome dessa obsessão por uma raça pura, o ideal nazista; verdadeiras barbáries humanas foram cometidas, e Hílter passa então a usar o estudo da genética; a Eugenia passa a ser mais um instrumento na guerra, em seu ideal de purificar a raça humana, e a “ciência do nazismo” toma forma. É a “higiene racial” a serviço da ideologia nazista, a eugenia ganha aqui um destaque apavorante.

No documentário Homo sapiens 1900 de Peter Cohen, podemos ter uma ampla dimensão do que foi esse método, especialmente podemos compreender até onde a ambição surreal do ser humano, pode levar o outro, como se seus devaneios políticos, estivessem completamente justificados. Mostra como a visão que temos do homem a partir de nós mesmos, pode ser surpreendentemente bom ou terrivelmente ruim, tanto ao individuo como à toda raça humana; insensatez que não deixa perceber que o outro é seu próprio reflexo.

Sobre a Carta de Declaração dos Direitos Humanos de 1948

Com o termino desse trágico período histórico, no pós guerra; nasce o mais importante documento pacificador para a humanidade; a carta da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. Esta Declaração, vem retomar os ideias da Revolução Francesa; numa representação histórica no âmbito universal; sobre o reconhecimento doas valores supremos da Igualdade, Liberdade, e da Fraternidade; ou solidariedade entre os homens; como está consignado em seu art I. Esta Declaração veio afirmar que “todos  os homens nascem livres e iguais  em dignidade e direitos; são dotados de razão e consciência  e devem agir em relação uns com os outros com espírito de fraternidade. Não há distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião, origem nacional, social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição; art II da Declaração.

Reconhecimento que veio após o termino da segunda guerra mundial, ao perceberem que a ideia de superioridade, especialmente aquela acalentada por Hilter, punha em risco a própria sobrevivência da humanidade.

 

Aspectos da vida de Anne Frank durante a Segunda Guerra Mundial

 O filme é baseado nos escritos do diário de Anne Frank, fatos reias da vida de uma garota judia, adolescente de 13 anos, que viveu com sua família os tempos de horror do período do holocausto. A Holanda vivia a Guerra, cujo grupo étnico e religioso perseguido, era justamente os judeus. Sua irmã Margot, fora convocada para servir a guerra Nazista; por essa razão seus pais decidem refugiar-se num sótão do escritório onde o pai de Anne trabalhava. Miep é a senhora que os abrigam e os ajudam durante 2 longos anos. A família de Anne juntamente com mais outra família e um dentista compartilham o mesmo esconderijo. Sendo obrigados a reaprender a conviver, agir com discrição, e silêncio, para não chamar atenção; aprender tolerar as diferenças pessoais em nome de um bem maior; aguardar o fim da guerra.  Anne era uma jovem inquieta, muito espontânea, inteligente e interessada pelos assuntos de sua época, tinha o apoio do pai para que se tornasse uma grande escritora; por esse motivo, ganhou como presente de aniversário, seu primeiro diário, onde ela começa a narrar todas suas experiências a partir de então; muito embora tivesse dúvidas se alguém, algum dia se interessaria por seus escritos. Em seus diários, Anne passou a escrever sobre seus desejos juvenis, mudança do corpo com sua entrada à puberdade; sua paixão pelo jovem Peter; assim como discussões com as pessoas com quem convivia. Anne fala de suas frustrações com a aparente falta de amor de sua mãe por ela, de como queria ser livre de seus pais e também de seus anseios de vida pós- guerra. Ela passava por todas essas transformações; emocionais e físicas, ao mesmo tempo em que vivenciava a guerra impiedosa, e observava a vida lá fora por a fresta de uma janela, ávida por ar e por liberdade; mas a guerra não cessava e continuar escondidos, ainda era necessário. Anne, era uma garota incomum; e portanto, não queria pra si uma vida comum, e tornar-se uma simples dona de casa como sua mãe. Mesmo com a guerra, fazia planos, sonhava com seu futuro;  pois ela queria viver para ser lembrada após sua morte; e isso era para Anne Frank, mais importante que um casamento; um romance. Enquanto sua irmã mais velha no entanto, queria apenas ser uma parteira e ser livre para viver longe de seus pais. Ao final de dois anos escondidos, Anne, a família e seus amigos, são capturados e sem a menor piedade, são separados e encaminhados à campos de concentração onde seriam mortos, sobreviveu apenas Pin, pai de Anne Frank.

Peter van Daan, morto no campo de concentração Mauthaussen, em maio/1945.

Petronella Van Daan, morta no campo de concentração Theresienstadt, em abril/1945.

Herman Van Daan, morto no campo de concentração Auschwitz, em novembro/1944.

Albert Dussel (dentista), morto no campo de concentração de Neuengamme, em dezembro/1944.

Edith Frank (mãe), morta no campo de concentração de Auschwitz-Birkenan em janeiro/1945.

Margot Frank, morta no campo de concentração de Bergen-Belsen em maio/1945.

Otto Frank (pai), sobreviveu ao campo de concentração Auschwitz , faleceu em agosto/1980.

Anne Frank, morta no campo de concentração de Bergen-Belsen, em março/1945.


Autor

  • Neuza Santos Pereira Ribeiro

    Estudante de Direito pela Universidade Paulista/SP<br>Graduada em Adm. Hoteleira pela Universidade Uniban/SP<br>Bilíngue pela escola de idiomas WiseUp/SP<br>Interessada em pesquisas, artigos, notícias e jurisprudências relacionadas ao Direito, afim de ampliar conhecimento.<br>

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