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As dificuldades enfrentadas pela mulher oficiala de justiça da primeira instância do TJMG e do TJMMG

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Agenda 23/07/2024 às 17:52

Considerações Finais

O presente trabalho pretendeu analisar a evolução histórica do trabalho do oficial de justiça no Brasil, saber quem foi a primeira mulher oficiala de justiça que ingressou no judiciário por meio de concurso, verificar os desafios enfrentados pela mulher no mercado de trabalho brasileiro e especialmente pelas mulheres oficialas de justiça no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais.

Apurou-se que a profissão do oficial de justiça é muito antiga e que durante os anos as legislações foram modificadas e trouxeram inovações, inclusive no quesito das atribuições. Constatou-se que a primeira mulher oficiala de justiça concursada no Brasil, foi Nadir Melo Rodrigues do Tribunal de Justiça de São Paulo, sendo que sua aprovação se deu em 1960.

Observou-se que vários são os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho brasileiro, o que se evidencia tanto em empregos comuns, grandes organizações, como em cargos públicos e também em cargos gerenciais e estratégicos. Apesar da mulher ter ganhado espaço no mercado de trabalho, constatou-se que não há igualdade entre homens e mulheres, sendo vários os fatores que impactam nessa desigualdade, tais como: as jornadas exercidas pelas mulheres; o tempo gasto com filhos e afazeres domésticos; tipos de liderança; preconceitos e estereótipos de gênero.

Ainda, foi possível verificar que no Tribunal de Justiça do Estado Minas Gerais, não há igualdade entre mulheres e homens, visto que apenas 37,75% são mulheres. Em relação ao Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais, todos os cargos são preenchidos por mulheres.

No exercício da função, observou-se que as oficialas se depararam com situações de machismo e com pessoas que entendem que as funções exercidas por oficiais de justiça não são para mulheres. Também ficou demonstrado que enfrentam dificuldades para cumprir ordem judicial pelo fato de serem mulheres, são desrespeitadas, já sofreram acidentes no exercício de sua função, tiveram seus veículos danificados pela parte no momento da diligência e sofreram com assédios na suas diversas formas.

Portanto, com o presente trabalho, verificou-se que muitos são os desafios enfrentados pelas mulheres oficialas de justiça, e que muito ainda se tem que avançar para ter melhorias e, ao menos, reduzir esses problemas.


Referências

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Sobre a autora
Elaine Mancilha Santos

Especialista em Direito Processual Civil (Anhanguera – Uniderp); Especialista em Direito Constitucional (Universidade Cândido Mendes); Especialista em Perícias de Avaliação Patrimonial de Bens e Direitos (Faculdade Unyleya). Oficiala de Justiça no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais – TJMG.︎

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

SANTOS, Elaine Mancilha. As dificuldades enfrentadas pela mulher oficiala de justiça da primeira instância do TJMG e do TJMMG. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 29, n. 7692, 23 jul. 2024. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/109965. Acesso em: 4 dez. 2024.

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