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A importância histórica da filosofia feminina

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Agenda 08/11/2024 às 12:25
  1. Fustel de Coulanges. A Cidade Antiga. Tradução: Fernando de Aguiar. 4.ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. 85.

  2. O Segundo Sexo. São Paulo: Nova Fronteira, 2019, p. 167.

  3. Natasha Hennemann e Fabiana Lessa. Filósofas: o legado das mulheres na história do pensamento mundial. São Paulo: Maquinaria Editora, 2022, p. 200.

  4. Questões de Gênero: uma abordagem sob a ótica das ciências criminais. GOMES, Mariângela Gama de Magalhães; FALAVIGNO, Chiavelli Facenda; MATA, Jéssica da. (Org) - Belo Horizonte: Editora D´Plácido, 2018, p. 39.

  5. A face oculta de Eva: as mulheres do mundo árabe. Tradução: Sarah Giersztel Rubin, Therezinha Elbert Gomes e Elisabeth Mara Pow. São Paulo: Editora Global, 2002, p. 198/199.

  6. A feminilidade velada: aliança conjugal e modernidade. Philippe Julien. Rio de Janeiro: Companhia de Freud Editora, 1997, p. 30.

  7. Nawal el Saadawi. Op. Cit., p. 222.

  8. A alfabetização e a escolarização não constituem requisitos indispensáveis para a manifestação das diversas formas de cultura humana, considerando que a inteligência individual não revela sua expressão característica apenas em decorrência do letramento da pessoa, mas também em função de sua capacidade para desenvolver habilidades decorrentes dos dons que lhes são inatos. A propósito, conheço várias pessoas que são alfabetizadas e graduadas, em variados cursos superiores, que não possuem a capacidade para compreender ou desenvolver trabalhos ou tarefas realizadas por pessoas iletradas.

  9. Tales nasceu na cidade de Mileto (território que, atualmente, pertence a Turquia). É considerado o primeiro filósofo do ocidente. Pertenceu à escola Jônica de filosofia, no período pré-socrático. Era comerciante de sucesso. Por essa razão, fez várias viagens a inúmeras regiões limítrofes à antiga Grécia, permitindo-lhe conhecer a cultura de outros povos, notadamente a do antigo Egito, onde esteve diversas vezes e de onde trouxe a matemática para a Grécia antiga. Foi o primeiro filósofo que aplicou princípios matemáticos à filosofia para explicar a origem do universo, rompendo com a crença baseada na mitologia grega sobre a origem da natureza.

  10. Pitágoras, filósofo e matemático grego, cujo nome deu origem a vários teoremas, fez inumeráveis viagens de estudo ao antigo Egito. Aristófanes afirma, em uma de suas obras, que Pitágoras foi aluno da sacerdotisa TEMISTOCLEIA DE DELFOS, que ensinou a ele doutrinas morais e éticas. Consta também que Pitágoras foi professor de uma pitagórica chamada TEANO DE CROTONA, com a qual casou-se posteriormente e teve três filhas, que também tornaram-se filósofas pitagóricas.

  11. Pitágoras e os seus discípulos, chamados pitagóricos, eram conhecidos como filósofos-matemáticos, mas se pronunciavam sobre qualquer assunto como: astronomia, música, natureza, sociedade, ética, moral, direito, justiça, etc.

  12. Platão em seu livro O Banquete escreveu, em determinado parágrafo, que Sócrates aprendeu tudo que sabia sobre Eros com uma sacerdotisa chamada DIOTIMA DE MANTINEIA, que teria sido sua mestra sobre o assunto. Do mesmo modo, o historiador Plutarco relata que ASPÁSIA DE MILETO foi professora de Sócrates e ensinou tudo sobre a arte da eloquência e da retórica a ele.

  13. Duas mulheres: AXIOTEIA DE FILOS e LASTÊNIA DE MANTINEIA foram alunas de Platão. AXIOTEIA frequentava a Academia platônica vestida como homem. Isto ocorria porque ela era estrangeira e para evitar escândalos nas reuniões entre os círculos masculinos, ambiente em que queria ser aceita.

  14. O filósofo austríaco Theodor Gomperz (Os Pensadores da Grécia: história da filosofia antiga. Tomo III, 3.ª ed. São Paulo: Icone Editora, 2014, p. 26/27) afirma que Aristóteles passou sua infância no reino de Filipe, pai de Alexandre, O Grande da Macedônia. Assinala também que Aristóteles morou em Assos (Turquia - onde casou-se com Pítias, sobrinha do rei), em Mitilene (capital de Lesbos) e Mieza (Reino da Macedônia – Santuário das Ninfas, divindades femininas). Esteve também no Cairo (Egito). De acordo com esse autor, após ter saído de Atenas, como aluno de Platão, Aristóteles acrescentou aos conhecimentos adquiridos na Academia platônica os adquiridos em suas estadas nas cidades retromencionadas (Op. Cit., p. 40).

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  15. Senhoras Donas: economia, povoamento e vida material em terras maranhenses (1755/1822). São Luís: Café & Lápis – FAPEMA, 2010, p. 27.

  16. Safo era uma poeta que bem cedo representou o único grito de independência feminina na Grécia antiga dominada por homens. Por força de suas ideias libertárias foi tachada de homossexual. Atualmente, a palavra lésbica, como sinônimo de homossexualismo feminino, deve-se ao fato de Safo haver nascido na ilha de Lesbos, porém não há nada provado contra Safo nesse sentido. Essa questão tomou proporções em face de comediógrafos gregos que pretendiam achincalhá-la em virtude de suas posições libertárias e avançadas para a época em que viveu.

  17. É importante registrar também que Safo fundou a primeira universidade feminina de que já se teve notícia, chamada “Residência das Discípulas da Musa”, onde era propiciada educação não apenas intelectual, mas também uma educação feminina própria da mulher libertária, ou seja, uma educação física. Essa universidade durou enquanto Safo viveu e tinha como objetivo específico estabelecer um ambiente de libertação da mulher na ilha de Lesbos.

  18. A Trilogia Tebana. Tradução do grego, introdução e notas de Mário da Gama Kury. 10.ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002, p. 14.

  19. Op. Cit., p. 14.

  20. As filósofas Natasha Hennemann e Fabiana Lessa afirmam que “TALES DE MILETO é considerado o primeiro filósofo que propôs – após algumas viagens ao Egito – que a essência do mundo (a arché) seria a água.”

  21. Natasha Hennemann e Fabiana Lessa. Op. Cit., p. 29.

  22. Sócrates teve duas esposas. A primeira foi Xantipa (Sócrates a considerava sua mestra em face do gênio irascível e a capacidade argumentativa dela, que contribuiu decisivamente para o grande filósofo exercitar seu autoconhecimento e a paciência); a segunda chamava-se Mirto.

  23. Platão não era casado, mas admitiu em sua Academia a presença de mulheres, como Axioteia de Filos (que frequentava a Academia platônica vestida como homem) e Lastênia de Mantineia, que era colega de estudos de Axioteia. Foi discípulo de Sócrates e fundou uma escola filosófica chamada Academia.

  24. Aristóteles era casado com uma mulher de nome Pítias. Em Delfos, o mais conhecido dos templos oraculares de Apolo, as sacerdotisas eram chamadas de Pítias ou pitonistas e gozavam de status de autoridade intelectual em função do seu contato direto com os deuses e por serem “portas vozes” das mensagens divinas. Este filósofo fundou sua própria escola filosófica chamada Liceu.

  25. Natasha Hennemann e Fabiana Lessa. Op. Cit., p. 47.

  26. Op. Cit., p. 224.

  27. Meu filho me adora: filhos reféns e pais perfeitos. Tradução: Cláudia Souza. São Paulo: Buzz Editora, 2018, p. 9.

  28. Theodor Gomperz. Os Pensadores da Grécia: história da filosofia antiga. Tomo III, 3.ª ed. São Paulo: Icone Editora, 2014, p. 96.

  29. O Segundo Sexo. São Paulo: Nova Fronteira, 2019.

  30. O corpo e a mulher na história da filosofia: uma leitura a partir de Merleau-Ponty centrada na atual

    discussão sobre a corporeidade.

  31. Natasha Hennemann e Fabiana Lessa. Op. Cit., p. 200.

  32. Pensadores e filósofos como Rousseau, Nietzsche, Kant e Schopenhauer também relegavam a figura da mulher a papéis sem expressão, a qual devia viver para agradar ao homem, restritas à vida doméstica, à família e à procriação.

  33. Foi aluna e, posteriormente, esposa de Pitágoras. Ela apresentou teorias sobre a importância dos números e a harmonia do universo. Além disso, explicou a importância da música, enfatizando que “a música terrestre seria um eco da música celeste, das esferas do céu.”

  34. Natasha Hennemann e Fabiana Lessa. Op. Cit., p. 33.

  35. O próprio Sócrates, ao discorrer sobre o assunto, dizia a seus interlocutores que aprendeu tudo sobre Eros (amor) com sua mestra Diotima de Mantineia. Platão, seu discípulo mais famoso, registrou essa informação em seu livro O Banquete.

  36. Existe controvérsia de quem seja o criador da dialética. Alguns historiadores apontam Heráclito de Éfeso como o “pai da dialética”. Outros atribuem a origem da dialética na filosofia de Zenão de Eléia, discípulo de Parmênides.

  37. Kareemi. https://vidasimples.co/vida-pratica/o-utero-e-o-nosso-coraçao/?amp=1.

  38. Luna, Nevita Maria Pessoa de Aquino Franca. Por uma erótica do direito: contradições, diálogos e perspectivas entre direito e emoção. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2019, p. 24.

  39. Op. Cit., p. 24.

  40. A referência feita a mamíferos liga-se ao fato de que todo mamífero possui útero e ovários. Portanto, sendo a mulher um mamífero ela manifesta contrações uterinas e vagínicas, conforme as reações emotivas.

  41. A história pouco conhecida da brilhante mulher de Einstein que contribuiu para a teoria da relatividade. Encontrado em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-46640237 .

  42. A história pouco conhecida da brilhante mulher de Einstein que contribuiu para a teoria da relatividade. Encontrado em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-46640237 .

  43. Penso, logo existo. Esta frase latina representativa do dualismo filosófico cartesiano é de autoria de René Descartes. Porém, Santo Agostinho, muitos séculos antes, expressou a mesma ideia através da frase latina “Si fallor, sum!”, que quer dizer “se me engano, existo!” Com esta assertiva, penso que o verdadeiro autor do “Cogito” foi o grande filósofo da igreja católica, que teve sua ideia plagiada pelo filósofo francês ao conceber a corruptela cartesiana Cogito, ergo sum. Vede os livros: O Mestre e a Cidade de Deus, de autoria do Santo filósofo antecitado.

  44. Sistema de la Naturaleza. Madrid: Editora Nacional, 1982, p. 11.

  45. Baron D’holbach. Op. Cit., p. 16/17.

  46. Op. Cit., p. 49.

  47. O castelo da alma. Paris: Desclée de Brouwer, 1995, p. 16.

  48. Op. Cit., p. 98.

  49. Frase de autoria do filósofo Sócrates.

  50. Margareth Lee Runbeck. A Psicologia da Estupidez. Jean-François Marmion. Tradução de Leonardo Castilhone. São Paulo: Faro Editorial. 2021, p. 296.

  51. Minha mãe biológica chamava-se Gilda da Conceição Figueiredo de Almeida, mas era conhecida pelo hipocorístico “Boneca”, quer em família, quer socialmente.

Sobre o autor
José Eulálio Figueiredo de Almeida

Professor de Direito Processual Penal da Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Juiz de Direito Titular da 8.ª Vara Cível em São Luís. Membro da Academia Maranhense de Letras Jurídicas. Especialização em Processo Civil pela UFPE. Especialização em Ciências Criminais pelo UNICEUMA. Doutor em Direito e Ciências Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino - UMSA.

Informações sobre o texto

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