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Tá chovendo grana. E cadê a Receita?

Agenda 31/07/2014 às 14:02

Só nessa última semana entraram no Brasil, com origem no mínimo duvidosa, mais de seis milhões de dólares em “prêmios” de jogadores de futebol! É muita grana. E como foi a atuação da Receita Federa? Ninguém viu...

Caiu, aparentemente de forma definitiva, o mito do futebol africano leve, bem jogado, despretensioso, feito “de alma” ou “ de coração”. Os “pobres” africanos também jogam por grana. E muita, como se vê das polpudas premiações conquistadas/exigidas por algumas seleções daquele continente, notadamente Camarões, Gana e Nigéria.

A seleção de Camarões ameaçou nem vir disputar a Copa. Só “aceitou” depois da promessa de vultosa premiação. Não deu muito certo, registre-se. Os ganeses fizeram uma greve e, de repente, surgem alguns milhões de dólares capazes de arrefecer os ânimos. A Nigéria se inspirou nos coirmãos e também ensaio uma paralisação. Choveu na horta dos ‘águias’. E não foi pouco.

Chama a atenção, além do apetite financeiro e dos meios nada ortodoxos dos jogadores africanos, a obtenção tão rápida e a disponibilidade desse enorme ervanário (em espécie) em países tão pobres. Os bancos Ganenses e Nigerianos estão muito bem estocados, não? E suas federações também têm boas economias. A Nigéria, por exemplo, ocupa sempre o primeiro lugar no ranking de corrupção mundial. Bem confiável.

No entanto, o que mais intriga e serve de objeto desta reflexão, é a facílima entrada desta grana gigantesca em nosso país, com direito a escolta policial e transmissão ao vivo. Espetacular, em diversos sentidos. Mas legal? Sair com mais de dez mil reais do país demanda declaração. E entrar com milhões de dólares? Penso que sim.

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Só nessa última semana entraram no Brasil, com origem no mínimo duvidosa, mais de seis milhões de dólares em “prêmios” de jogadores de futebol! É muito. E, pelo visto, foram direto para as mãos dos atletas, filmados cheirando e beijando os maços de dinheiro. Será que esse dinheiro cheira bem mesmo? Será que provém das federações dos países “grevistas” ou alguém (a FIFA?) deu uma mãozinha a bem da manutenção incólume do evento?

E a Receita Federal? Como viu essa avalanche de dólares? Foram declarados? Pagarão impostos? Funciona tão rápido assim? Vão voltar para a origem? Vão ficar no país? Tá chovendo grana e não se sabe bem pra quem nem pra onde. Estranho, não? Ademais, a fórmula parece não ser muito eficaz. Todas foram eliminadas logo após o recebimento do “prêmio”.

Sobre o autor
Bernardo Schmidt Penna

Advogado, Doutor em Direito, professor de Direito Civil na Unesc de Cacoal/RO.

Informações sobre o texto

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