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Cidade grande, mundo de estranhos: Escola de Chicago e “comunidades guarda-roupa”

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04/07/2013 às 09:35
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6 REFERÊNCIAS

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TANGERINO, Davi de Paiva Costa. Aplicações ecológicas à São Paulo no final do século XIX. In: SÁ, Alvino Augusto; TANGERINO, Davi de Paiva Costa; SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia no Brasil: história e aplicações clínicas e sociológicas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

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YUKA, Marcelo. Minha alma. In: Lado a lado b. Faixa 6. Warner Music. 1999.


Notas

[1] “Algumas vezes eu sinto, como se não tivesse um parceiro. Algumas vezes eu sinto como se minha única amiga fosse a cidade aonde eu vivo, a cidade dos anjos. Triste como estou, juntos nós choramos”. (KIEDIS, 1991).

[2] Há um “chão comum entre as práticas culturais e criminais na vida contemporânea [...]. Pesquisas na arte, música, e a cultura devem incorporar um entendimento crítico das campanhas contra o crime, procedimentos legais e teorias criminológicas. Colocando de forma simples: compreendendo os meios de cultura, prestando atenção ao crime e à criminalização” (FERREL, 1995, p. 3-11).

[3] O que Gregg Barak designa como Constitutive Criminology. (FERREL; SANDERS, 1995, p. 142)

[4] “If I can make it there, I’ll make it, anywhere…” (KANDER; EBB, 1997).

[5] “Não existe amor em SP/ Um labirinto místico/Onde os grafites gritam/Não dá pra descrever/Numa linda frase/De um postal tão doce/Cuidado com doce/São Paulo é um buquê/Buquês são flores mortas/Num lindo arranjo/Arranjo lindo feito pra você/ Não existe amor em SP/Os bares estão cheios de almas tão vazias/A ganância vibra, a vaidade excita/Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel/Aqui ninguém vai pro céu/ Não precisa morrer pra ver Deus/Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você/Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina/Me dê um gole de vida/Não precisa morrer pra ver Deus.” (GOMES, 2011)

[6] Sérgio Salomão Shecaira (2004, p. 145) inclusive tece breve crítica ao desconhecimento por parte do público jurídico brasileiro, das contribuições da Escola de Chicago.

[7] “Nas grandes cidades do pequeno dia-a-dia/O medo nos leva a tudo, sobretudo a fantasia/Então erguemos muros que nos dão a garantia/ De que morreremos cheios de uma vida tão vazia/ Nas grandes cidades de um país tão violento/ Os muros e as grades nos protegem de quase tudo/ Mas o quase tudo quase sempre é quase nada/ E nada nos protege de uma vida sem sentido/ O quase tudo quase sempre é quase nada/ Um dia super/Uma noite super/ Uma vida superficial/ Entre cobras/ Entre as sobras/ Da nossa escassez/ Um dia super/ Uma noite super/ Uma vida superficial/ Entre sombras/ Entre escombros/ Da nossa solidez/ Nas grandes cidades de um país tão surreal/ Os muros e as grades/ Nos protegem de nosso próprio mal/ Levamos uma vida que não nos leva a nada/ Levamos muito tempo prá descobrir/ Que não é por aí...não é por nada não/ Não, não pode ser...é claro que não é/ Será?/ Meninos de rua, delírios de ruína/ violência nua e crua, verdade clandestina/ Delírios de ruína, delitos e delícias/ A violência travestida, faz seu trottoir/ Em armar de brinquedo, medo de brincar/ Em anúncios luminosos, lâminas de barbear!/Uma voz sublime/ Uma palavra sublime/ Um discurso subliminar/ Entre sombras/ Entre escombros/ Da nossa solidez/ Viver assim é um absurdo/ Como outro qualquer/ Como tentar um suicídio/ Ou amar uma mulher/ Viver assim é um absurdo” (GESSINGER; LICKS, 1993).

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[8] “A minha alma tá armada/ E apontada para a cara/ Do sossego/ Pois paz sem voz/ Paz sem voz/ Não é paz é medo/ Às vezes eu falo com a vida/ Às vezes é ela quem diz/ Qual a paz que eu não quero/ Conservar/ Para tentar ser feliz/ As grades do condomínio/ São para trazer proteção/ Mas também trazem a dúvida/ Se é você que está nessa prisão/ Me abrace e me dê um beijo/ Faça um filho comigo/ Mas não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo/ Procurando novas drogas de aluguel/ Nesse vídeo/ Coagido/ É pela paz que eu não quero seguir admitindo”.

[9] “Eu sou de ninguém/ Eu sou de todo mundo e todo me quer bem/ Eu sou de ninguém/ Eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também” (MONTE, BROWN, ANTUNES, 2002).

[10] Evidentemente que aqui não se pode esquecer a mudança trazida pela facilidade de expressão de opiniões proporcionada pelas redes sociais.

[11] “Ele é um homem de lugar nenhum. Sentado na sua terra de lugar nenhum. Fazendo seus planos de lugar nenhum, para ninguém. Não tem um ponto de vista, não sabe para onde está indo. Ele não é um pouco parecido comigo e com você?” (TRADUÇÃO NOSSA)

[12] “Não é difícil identificar, numa tal explicação, as ideias centrais duma teoria como a da anomia de Cloward e Ohlin” (DIAS; ANDRADE, 1997, p. 283).

[13] Eu sei que já faz muito tempo que a gente volta aos princípios/ Tentando acertar o passo usando mil artifícios/ Mas sempre alguém tenta um salto, e a gente é que paga por isso, oh!/ Fugimos prás grandes cidades, bichos do mato em busca do mito/ De uma nova sociedade, escravos de um novo rito/ Mas se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?/ Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche/ A favela é a nova senzala, correntes da velha tribo/ E a sala é a nova cela, prisioneiros nas grades do vídeo/ E se o sol ainda nasce quadrado, e a gente ainda paga por isso/ E a gente ainda paga por isso, e a gente ainda paga por isso/ O café, um cigarro, um trago, tudo isso não é vício/ São companheiros da solidão, mas isso só foi no início/ Hoje em dia somos todos escravos, e quem é que vai pagar por isso. (WOERDENBAG FILHO, 1990).

[14] A Criminologia Cultural também tem especial interesse por este tema: “Para entender a realidade do crime e da criminalização, a Criminologia Cultural tem que levar em conta não apenas a dinâmica das subculturas criminais, mas também a dinâmica dos meios de comunicação de massa” (livre tradução da autora) (FERREL, 1995, p. 6).

[15] This lack of commonality and civility among neighbors increases our vulnerability to criminals. And the price is not just fear and high crime rates, it is our withdrawal from public streets and from further communication with each other—the loss of the very cement from which social responsibility and civility is made.

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[16] The Institute for Community Design Analysis, Inc. is a not-for-profit corporation which, for the past 25 years, has developed and applied a technology that uses the physical restructuring of housing projects and residential communities to reduce crime and improve stability. The basis of this restructuring is the subdivision of previously public areas of projects and streets and their re-assignment to the control of neighboring residents. This reassignment includes both exterior areas (grounds, streets, parking lots, play areas) and the interiors of multi-family buildings (lobbies, stairs, corridors, elevators, laundry rooms, etc.). This technology is called "Defensible Space" and has proven to have long-term effectiveness at low cost.


Abstract: This research aims to address some conclusions built by Chicago School, relating them to Zygmunt Bauman’s reflections as the new dynamic relationship in modernity and its consequences in increased crime and the constant feeling of insecurity, which leads to searching for communities, although mere simulations of them. The Chicago School takes the city as their laboratory, so that links the rising of crime to industrialization, immigration and migration, observed specifically in the city of Chicago. The Criminal Ecology relates crime to environments and forms of occupation and organization. Zygmunt Bauman also analyzes human relationships in modernity, the influence of increased freedom, bringing with her insecurity and isolation that leads to the search for new communities, as ephemeral as all the links in what he calls liquid modernity. The crime is also influenced by the precariousness of ties and many of the crimes that generates what Bauman calls "wardrobe communities" are committed by individuals who just show the difficulty of adapting to the fragility of ties and possibilities of frustrations.

Keywords: Criminology, University of Chicago, Liquid Modernity, Social Disorganization

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Sobre a autora
Patricia Manente Melhem

Professora na Faculdade Campo Real - Guarapuava - Paraná

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

MELHEM, Patricia Manente. Cidade grande, mundo de estranhos: Escola de Chicago e “comunidades guarda-roupa”. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3655, 4 jul. 2013. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/24879. Acesso em: 14 nov. 2024.

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