Dilma Rousseff é pé quente. Com ela na arquibancada, a seleção brasileira virou o jogo e ganhou da Croácia. Mas temos problemas. A defesa brasileira é um horror: pelas laterais é lenta dos dois lados e o miolo de zaga fica amalucado em alguns momentos. O goleiro não sai do gol bem com as mãos. Ao ataque faltou criatividade e movimentação para furar o bloqueio de uma defesa bem organizada. Fred desapareceu entre os zagueiros adversários e cavou teatralmente o penalti. O juiz estava mal posicionado e deixou-se enganar pela encenação. Na próxima vez que fizer o mesmo, o atacante brasileiro será punido.
A atitude dos torcedores foi quase tão dúbia quando na Copa das Confederações. A esmagadora maioria dos brasileiros sofreu e vibrou com sua seleção. Uma parcela da população (branca, privilegiada, racista e identificada com a oposição ao PT) torceu contra o Brasil.
No Twitter ocorreram demonstrações lamentáveis de racismo http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,copa-do-mundo,tinha-que-ser-preto-dizem-torcedores-apos-gol-contra-de-marcelo,1510927 contra o infeliz lateral brasileiro que marcou contra. Este é um comportamento típico do paulistano sudestino: branco de olhos claros ignorante e intolerante que acredita ter sangue azul (mesmo sendo descendente de imigrantes europeus pobres que eram excedente populacional na Europa do séc. XIX e chegaram aqui de pés descalços com uma mão na frente e outra na atrás). O mesmo pode se dizer daqueles pusilânimes habitantes da área VIP do estádio que pagaram 900 reais para poder xingar a presidenta sob a proteção do anonimato porque não teriam coragem de fazer isto pessoalmente.
No fundo tenho dó destes coxinhas, como foram apelidados pelos petistas. O comportamento deles é descrito como crime pela legislação em vigor e não chega a ser político. Se ao menos estes paulistas tivessem colhões como os nazistas ucranianos poderíamos exterminá-los militarmente. Eles não tem colhões, portanto, continuaremos a rir deles.
Apesar de fazer oposição ao governo e se esforçar para ajudar Aécio Neves, a imprensa não deixou de cumprir seu papel no dia de ontem. O Estadão denunciou os racistas, cabendo agora ao MPF localizar os racistas e processá-los exatamente como fez com Mayara Petruso. Os comentaristas da ESPN humilharam os paulistas que vaiaram Dilma Rousseff https://www.youtube.com/watch?v=rS40ZZuYnQs&app=desktop . Nem tudo está perdido.
A vitória da seleção do Brasil e o apoio popular à mesma deve ter provocado um terremoto no bunker do candidato que se identifica com os paulistas que xingaram a Presidenta no estádio e cometeram crime de racismo no Twitter. Aécio Neves está cada vez mais ficando confinado no mesmo gueto sudestino que José Serra e será derrotado no primeiro turno caso não apareça enrolado na bandeira do Brasil como se fosse a Gisele Bündchen http://msn.lilianpacce.com.br/moda/gisele-bundchen-pra-copa-2014/ . O problema é que se ele fizer isto na próxima partida será acusado de oportunismo pelos petistas e de populismo pelos seus próprios aliados.
Lula foi vaiado durante os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro http://esportes.terra.com.br/panamericano2007/interna/0,,OI1756262-EI8332,00.html e fez a sucessora. Dilma Rousseff foi vaiada durante a Copa das Confederações http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/15/dilma-e-muito-vaiada-na-abertura-e-blatter-da-bronca-na-torcida.htm e tem 40% ou mais das intenções de voto. A atitude espontânea e apaixonada da presidenta durante o jogo contra a Croácia https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10152617390922787&set=a.10151878687102787.1073741827.576592786&type=1&theater não deixará de aquecer ainda mais os corações dos eleitores brasileiros. E ninguém poderá acusar a petista de estar usando eleitoralmente a seleção Canarinho, pois Dilma estava no Fielzão (ou Arena Corinthians, como queiram) na qualidade de Chefe de Estado do país que sedia uma Copa do Mundo e não como candidata à releição. Até o presente momento não vi nenhum jogador declarar que pretende votar nela. Mas se algum deles declarar voto a Aécio Neves, que não foi ao estádio sofrer e torcer com os brasileiros, a manipulação político-futebolística se tornará evidente, canhestra e risível.
As previsíveis manifestações de rua resultaram em jornalistas estrangeiros feridos http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2014/06/copa-2014-brasil/jornalista-da-cnn-e-ferida-em-protesto-a-poucas-horas-da-abertura-da-copa.html e http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2014/06/copa/52984-dois-jornalistas-estrangeiros-ficam-feridos-em-manifestacao-anti-copa-em-sao-paulo.html . A imprensa brasileira andava dizendo que o Brasil faria feio na Copa do Mundo (caos aéreo, Metrô em greve, favelas horripilantes, estádios inacabados e superfaturados etc…), mas quem fez feio foi a PM de Geraldo Alckmin. Curiosamente, Alckmin é adorado como se fosse uma divindade pelos jornalistas e telejornalistas paulistas. A devoção deles ao governador paulista será inevitavelmente confrontada pela imprensa internacional. No mínimo os jornalkminstas terão que se debater entre o espírito de corpo (que os aproxima dos colegas estrangeiros agredidos e feridos pela PM de Alckmin) e a fidelidade canina que dedicam diariamente ao seu amado “monarca eleito” da província que sonha com a independência sem ter coragem de confrontar o Brasil.