Psicopatia: o poder da manipulação

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13/01/2015 às 12:00
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PSICOPATIA X SOCIOPATIA

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR) não é muito claro ao diferenciar o que seja psicopatia e, o que seja sociopatia, devido ao fato ambos serem sinônimos e se inserirem como transtorno antissocial. Entretanto, Robert Hare explica que a diferença básica entre sociopatia e psicopatia, é a origem do transtorno.

Caso o distúrbio tenha origem no meio social é denominado sociopata, pois aprendeu os atos criminosos em função do meio em que viveu. Um exemplo dado é o traficante da favela, ele tem atos criminosos cruéis pelo fato da função social que exerce, porém em sua vida privada, ele pode ser um pai amoroso ou um amigo fiel. Já o psicopata têm fatores biológicos, genéticos e socioambiente, sendo um transtorno mais grave que a sociopatia.

O socioambiental na psicopatia é apenas um agravante para o distúrbio. O indivíduo possui a questão biológica propensa à necessidade de fortes emoções e, não consegue sentir afetividade por nada e ninguém, não formando vínculos afetivos.


PSICOPATIA FEMININA

Apesar de muitas vezes, a psicopatia assumir uma imagem masculina, não podemos nós esquecer que a psicopatia feminina existe e, está presente em nossa sociedade.

As mulheres psicopatas têm a constante necessidade de demonstrarem seu poder e controle sobre as pessoas. São manipuladoras, sedutoras, sádicas e narcisistas. Assim como os homens psicopatas, as mulheres têm facilidade em mentir e, não se importam com as consequências de seus atos para atingir seus objetivos.

As baixas pesquisas em relação a violência feminina se deve pelos seguintes motivos: a pouca incidência de crimes de autoras femininas, baixa notificações sobre esses crimes, o preconceito atribuído às manifestações da violência feminina, e a pouca opinião pública sobre o assunto.

“Tanto homens quanto mulheres podem ser vítimas e agressores, por isso é preciso, ao tratar o sujeito e a violência, evitar generalizações de espécie, colocando os homens como autores e as mulheres como vítimas da violência.” [9]


ASSASSINO EM SÉRIE (SERIAL KILLER)

O termo Serial Killer foi usado pela primeira vez por Robert Ressler, agente do FBI[10] na década de 70. Ele pesquisava o modo operante de diversos assassinos, querendo assim, entrar em sua mente e prever seus passos.

O serial killer possui o perfil do tipo psicopatológico. Seus crimes são definidos pelos seguintes elementos: o modus operandi, o ritual e a assinatura.

Segundo Ilana Casoy[11], estes três elementos ocorrem da seguinte forma: O modus operandi protege o sucesso dos criminosos em sua empreitada e a sua identidade, garantindo assim sua fuga. Seu modo vai se tornando mais sofisticando com o passar do tempo, e com as experiências adquiridas em relação aos crimes anteriores.

Já o ritual é os comportamentos que excede o necessário para a prática de um crime. São frequentes aqueles que envolvem parafilias, como cativeiro, a escravidão, o posicionamento do corpo, entre outras, explica Casoy.

A assinatura é mescla de comportamentos do modus operandi e dos rituais. Em alguns casos, o assassino usa algum tipo específico de amarração, ou um roteiro de ações executadas pela vítima, sendo comum nos casos de estupradores em série. Ferimentos também podem ser um forma de assinatura, afirma Casoy.

Uma definição que traz de forma clara o que classifica um serial killer foi divulgada pelo Instituto Nacional de Justiça em 1988:

"Uma série de dois ou mais assassinatos cometidos como eventos separados, normalmente, mas nem sempre, por um infrator atuando isolado. Os crimes podem ocorrer durante um período de tempo que varia desde horas até anos. Quase sempre o motivo é psicológico, e o comportamento do infrator e a evidência física observada nas cenas dos crimes refletiram nuanças sádicas e sexuais." [12]

Suas vítimas apresentam diversas semelhanças, como por exemplo, mesma faixa etária ou mesma aparência física, possuindo assim um estereótipo, e são escolhidas ao acaso, sem possuir uma razão aparente.

Em muitos casos, apresentam ser cidadãos respeitáveis, terem boa aparência e simpatia. É comum demonstrarem três comportamentos durante a infância, conhecido como o Tríade MacDonald[13]:

  • Urinam na cama (Enurese nortuna)
  • Obsessão por incêndios (Piromania)
  • Crueldade para os animais

Curiosamente, os Estados Unidos possui menos de 5% da população mundial, mas de todos os casos de assassinos em série conhecidos, produziu 84% desde 1980.

A doutrina relacionada ao assunto não publicou nenhuma classificação quanto aos assassinos em série, porém Ilana Casoy, em sua obra Serial Killer – Louco ou Cruel[14] os dividiu em quatro grupos:

  • Visionário: é o indivíduo completamente insano, psicótico, que ouve vozes dentre de sua cabeça e as obedece. Também podem sofrer de alucinações ou ter visões.
  • Missionário: socialmente não demonstra ser um psicótico, porém internamente possui a necessidade de “livrar” o mundo do que julga ser imoral ou indigno. Este escolhe um grupo específico para matar, como por exemplo, judeus, prostitutas, homossexuais, etc.
  • Emotivos: matam pôr pura diversão. Dos quatros tipos, é o que sente realmente prazer em matar, e utiliza requintes sádicos e cruéis.
  • Libertinos: são os assassinos sexuais, e matam pôr excitação. Seu prazer é conforme ao sofrimento da vítima sob tortura. Quanto mais sofrimento, mais prazer. Utiliza métodos como a tortura e a mutilação pois lhe traz prazer sexual. Canibais e necrófilos estão inseridos neste grupo.

ORGANIZADO X DESORGANIZADO[15]

Os assassinos em série se dividem em dois grupos quanto à sua maneira de atuação.

Os organizados são caracterizados por possuírem média ou alta inteligência. São metódicos, astutos e, socialmente competentes, porém têm a personalidade psicopata. Durante seus crimes – que são sempre planejados - possuem o temperamento controlado, e trazem suas próprias armas e instrumentos para cometê-lo. As vítimas são escolhidas de maneira aleatória, geralmente sendo as mulheres. Estas são torturadas e têm morte lenta.

Os desorganizados agem, basicamente, de maneira oposta que os organizados. Sua inteligência é abaixo da média, e são socialmente inadequados. Geralmente, são solteiros, vivendo sozinho ou com os pais. Seus crimes são desorganizados e utilizam a arma de oportunidade, a que possui na mão, e as deixa no local do crime. Demonstram temperamento ansioso durante o crime. Suas vítimas são selecionadas ao acaso, e são mortas rapidamente.

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MASS MURDERER X SPREE KILLER X SERIAL KILLER

Por falta de conhecimento e informação, as pessoas confundem mass murderer (assassino em massa) e spree killer (assassino impulsivos e/ou assassinos relâmpagos)[16] com serial killer (assassino em série).

 Tabela 1 - Diferenças entre Mass Murderer, Spree Killer e Serial Killer.

MASS MURDERER

SPREE KILLER

SERIAL KILLER

TEMPO

sem intervalo de tempo

intervalo de tempo curto (horas, dias)

intervalo de tempo grande (dias, meses, anos)

VITIMAS

matam aleatoreamente diversas pessoas num mesmo local

matam aleatoreamente diversas pessoas em locais diferentes

matam sempre o mesmo tipo de pessoa; dificilmente matam duas ou mais ao mesmo tempo

MORTE

costumam ser mortos pela policia ou cometem suicídio após o ataque

matam até serem mortos ou presos

matam até serem mortos ou presos

Tabela 1 – Fonte: O Aprendiz Verde[17]


TRATAMENTO

Apesar de haver discussões e pesquisas que abordam este tema, não há indícios de um tratamento eficaz que auxilie na “recuperação” do psicopata.

Algumas opiniões sobre o assunto:

Ilana Casoy diz que há dois tipos de cura para um psicopata: a prisão ou a morte. Para Chekley[18], os psicopatas não possuem a capacidade de formar vínculos emocionais para uma terapia efetiva e, portanto, não se beneficiam dela.

A psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho afirma que “Tratar de um psicopata é uma luta inglória, pois não há como mudar sua maneira de ver e sentir o mundo. Psicopatia é um modo de ser”.

“A psicopatia não tem cura, é um transtorno da personalidade e não uma fase de alterações comportamentais momentâneas”, conclui Ana Beatriz Barbosa Silva.[19]


DADOS A CERCA DA PSICOPATIA

Os dados abaixo foram apresentados por Jessica Medeiros Neres Dos Santos.[20]

A)  Segundo pesquisas, dos psicopatas que chegam a cometer assassinatos,

 82 % dos assassinos em série sofreram abusos na infância;

 5 % dos assassinos em série são mentalmente doentes no momento do crime;

 84 % são caucasianos;

 93% são homens;

 65% das vitimas são mulheres;

 89% das vitimas são caucasianas;

 90% tem idade entre 18 e 39 anos;

 35 a 500 é o número de assassinos em série soltos nos Estados Unidos;

 75 % dos assassinos em série conhecidos estão nos Estados Unidos.

B)        Os países onde existe maior número de Psicopatas homicidas conhecidos são:

 1º - Estados Unidos da América

 2º - Grã-Bretanha

 3º - Alemanha

 4º - França

C) A pergunta abaixo é um famoso teste psicológico americano para reconhecer a mente de assassinos em série. A maioria dos assassinos presos acertou a resposta.

 “Uma garota, durante o funeral de sua mãe, conheceu um rapaz que nunca tinha visto antes. Achou o cara tão maravilhoso que acreditou ser o homem da sua vida. Apaixonou-se por ele e começaram um namoro que durou uma semana. Sem mais nem menos, o rapaz sumiu e nunca mais foi visto. Dias depois, a garota matou a própria irmã.”

 Questão: Qual o motivo da garota ter matado sua própria irmã?

 Resposta: Tendo em vista que para o psicopata os fins justificam os meios, a garota matou a irmã, na expectativa de ver o rapaz no funeral de sua irmã.

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