Movimentos populares e manifestações: onde estão os engenheiros?

14/04/2015 às 09:47
Leia nesta página:

Por que obras, consideradas simples ao redor do mundo, são tão difíceis de se concluir em nosso país? Criemos um movimento em defesa da competência dos engenheiros brasileiros!

Prezados amigos, temos visto várias manifestações pelo Brasil por conta dos “últimos” acontecimentos. Corrupção, roubos, falcatruas, acusações de todos os lados e a classe política perdendo cada vez mais a credibilidade de nosso povo.

Diante deste quadro, é possível verificar advogados defendendo a ética, por vezes tão mitigada, professores defendendo melhores condições de ensino e desenvolvimento profissional, servidores públicos pleiteando planos de cargos e carreira, e outras tantas classes profissionais reivindicando o que entendem de direito.

Pois bem. Uma classe está me fazendo muita falta, e acredito que deveria estar se articulando para montar um movimento de caráter nacional unificado e forte, em defesa de sua honra e bons serviços prestados à sociedade: os engenheiros.

A falta de seriedade, comprometimento e ética da classe política têm afetado a imagem dos profissionais de engenharia em nosso país.

Obras consideradas secundárias, pequenas e até medíocres, tomam proporções, preços e prazos absurdos.

São obras que nunca se acabam, planejamentos que sempre precisam ser refeitos e recalculados, prazos que se estendem ad infinitum, e outros problemas que não teríamos espaço para discorrer neste breve texto.

Acredito na competência dos profissionais brasileiros, mas o que dizer, por exemplo, com o que ocorre em outros países como o Japão. Em março de 2011 várias regiões do Japão foram arrasadas por tsunami de proporções catastróficas. Cerca de seis meses depois, muita coisa já havia sido reconstruída, criando as condições necessárias para utilização de estradas e para o retorno ao trabalho em indústrias e comércio.

Só para citar um exemplo mais específico,o  Aeroporto Sendai, na província de Miyagi teve suas instalações engolidas imediatamente após o terremoto. Seis meses depois estava restaurado e reaberto.

Por aqui, não passamos pela catástrofe do tsunami, mas pela catástrofe da corrupção e de toda ineficiência gerada por ela.

Em 2014 fomos sede da “copa das copas”. Um sem número de obras estruturantes foram orçadas e tiveram início nos quatro cantos do país.

Não vou me ater a todas elas, mas a algumas que, na minha ignorância completa, pois sou advogado e não engenheiro, me parecem mais simples. As estações de BRT. Não estou falando da aberturas de novas ruas, ou de construções de novas passagens para os veículos de grande porte, mas tão somente das estações de passageiros.

A copa foi realizada no ano de 2014. As obras tiveram início bem antes desse período, no entanto algumas estações continuam sendo “construídas” até hoje, criando dificuldades tremendas ao trânsito já caótico de nossas cidades.

Se em seis meses, é possível reabrir um Aeroporto que foi completamente destruído por uma catástrofe natural – procurem fotos na internet, vale a pena – por que não é possível construir uma simples estação de passageiros? Não estamos falando de um terminal rodoviário, mas de uma parada de ônibus com um pouco mais de estrutura.

E se, tecnicamente falando, não é possível construir tal estação em seis meses, é possível em um ano? Ou em dois? Ou em três?

Finalmente, alguém pode me responder, quantos anos precisamos para construir uma estação de passageiros?

ENGENHEIROS DO BRASIL, UNI-VOS!!!!

Aproveitem o clamor das ruas e defendam sua competência!

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Sobre o autor
Henrique Barros

Advogado com atuação nas áreas do Direito Tributário, Administrativo e Imobiliário. Dispomos de equipe com advogados, leiloeiros, perito avaliador de imóveis (inclusive PTAM - Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica). Trabalhos de Due Diligence imobiliária.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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