7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse sucinto exame crítico da política externa do Brasil no governo do antigo presidente Lula, que, indubitavelmente faria jus a mais páginas, tendo em vista os seus complexidade e ineditismo, deve ser detalhado, para que a Carta Magna brasileira do ano de 1988 tenha, de forma concreta, um êxito social. A nossa Carta Magna não deve e não pode ser apenas um papel, e sim ser colocada em prática pela própria sociedade, tanto no aspecto material quanto no aspecto social, e desta forma ganhar vida. Tendo em vista esta breve explanação, não se pode sobrar dúvidas sobre quais são as forças de cunho social que devem seguir governando nossa República Federativa.
A diplomacia da política implantada no governo de Luis Inácio Lula da Silva apresenta uma postura mais assertiva, mais enfática em torno da chamada defesa da soberania nacional e dos interesses nacionais, assim como de busca de alianças privilegiadas no Sul, com ênfase especial nos processos de integração da América do sul do MERCOSUL, com reforço conseqüente deste último no plano político. Tudo isso não deve surpreender os observadores mais argutos, pois que essas propostas figuram nos documentos do PT há praticamente vinte anos, por vezes nos mesmos termos e estilo (até na terminologia) que os proclamados, coincidindo, portanto, com a política externa praticada pelo governo de Luis Inácio Lula da Silva. Desta forma, acredita-se que o Brasil atua hoje, muito mais próximo do paradigma do Estado logístico do que os mandatos que precederam. É evidente que nem todas as características do Estado logístico estão plenamente implantadas, há ainda resquícios do Estado normal, levado a cabo no governo FHC. Por isso, entende-se que a política externa do governo de Luis Inácio Lula da Silva, pode ser definida como um misto de continuidade e mudança da era FHC.
A reeleição da candidata Dilma Roussef figura, desta forma, tanto no aspecto interno, quanto no aspecto externo, um passo em direção à concretização da democracia propriamente dita, bem como uma colaboração da América do Sul à sociedade democrática que almejamos erguer no século XXI. Cabe a Dilma continuar os avanços conseguidos pelo nosso país e expandi-los ainda mais, continuando a política externa do presidente Luís Inácio Lula da Silva, que foi considerado a personalidade política mais influente em todo o mundo, de acordo com a revista norte-americana Time, batendo várias personalidades, incluindo o atual presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama. Essa conquista é fruto de um estilo de governo que deve ser mantido, levando o nome do nosso país para todos os lugares.
REFERÊNCIAS
ANDERSON, Perry. Algumas notas históricas sobre hegemonia. Revista Margem Esquerda. nº 14.
GARCIA, Marco Aurélio. A Nova Política Externa: 2003-2010. O Brasil em Transformação. São Paulo: Perseu Abramo, 2010.
ALMEIDA, Paulo Roberto. Uma política externa engajada: a diplomacia do governo Lula. Revista Brasileira de Política Internacional.
BARBOSA, Rubens. A Política Externa do Governo Lula. Disponível em: < http://www.politicaexterna.com/8820/a-poltica-externa-do-governo-lula-por-rubens-barbosa> Acesso em: 02 de Junho de 2011.
VAZ, Alcides Costa. O Governo Lula: Uma Nova Política Exterior. Disponível em: < http://www.gedes.org.br/downloads/dcdc40b8206c34db9241c61c76a47eee.pdf> Acesso em: 01 de Junho de 2011.
Revista de Sociologia e Política. Disponível em: http://www.scielo.br/rsocp
ALMEIDA, Paulo Roberto. A Política Externa do novo Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva: retrospecto histórico e avaliação programática.
VIGEVANI, Tulio; CEPALUNI, Gabriel. A política externa de Lula da Silva: a estratégia da autonomia pela diversificação. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292007000200002> Acesso em: 05 de junho de 2011.
Notas
[1] Marco Aurélio Garcia é um político filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), sendo um dos fundadores do partido e braço direito do presidente Lula, continuando no governo de Dilma Rousseff. Sofreu perseguições durante o período da ditadura militar, sendo anistiado posteriormente.
[2] Rubens Barbosa foi embaixador do Brasil em Londres e em Washington.
[3] De acordo com dados oficiais retirados de vários sítios da Internet, como o da Presidência, do Senado, Agência Brasil da Radiobrás e Ministério das Relações Exteriores, do início do seu governo até meados de 2004.