Casamento gay: aplausos para a Suprema Corte do Militarismo norte-americano

27/06/2015 às 09:10
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Neste artigo é criticada a forma como a Suprema Corte dos EUA utilizou o casamento gay para recuperar sua imagem a fim de seguir desumanizando os adversários do militarismo norte-americano.

A decisão tomada pela Suprema Corte dos EUA em relação ao casamento gay está sendo intensamente comemorada pela esquerda brasileira. Não tenho receio de dizer que sou indiferente à questão.

Os “moralismos politizados”, que no GGN chamei de “fashionismos”, não representam necessariamente uma evolução da esquerda. Muito pelo contrário, talvez estejam sendo a causa da sua destruição. Isto explica porque são incentivados pela extrema direita, cuja união é baseada em nascimento, dinheiro e posição social.

Mesmo assim, sou capaz de bater palmas para a Suprema Corte dos EUA. A cúpula do judiciário norte-americano é extremamente hábil. Conseguiu agradar a esquerda “fashionista” e se tornar uma referência humanitária mesmo se recusando a conferir direitos humanos aos prisioneiros de Guantanamo. O "respeitável público gay" pode agora deixar de exigir o impensável: que os “outros” seres humanos, aqueles que são torturados pelos EUA ou que serão despedaçados nas novas guerras norte-americanos sejam considerados titulares das garantias inscritas na Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Julian Assange (prisioneiro sem condenação por causa dos segredos diplomáticos e militares dos EUA que despejou na internet e escancarou nos jornais), Edward Snowden (exilado em virtude de ter comprovado e comprometido o programa de vigilância massiva norte-americano) e Bradley Manning (condenado a 35 anos de prisão por causa de um CD contendo algo mais perigoso do que músicas da Lady Gaga) já podem comemorar o casamento gay. Será que eles não tem coisas mais importantes com que se preocupar?

A decisão da Suprema Corte dos EUA merece ser aplaudida. É fácil fazer política com a toga. Difícil mesmo é reverter o desumano militarismo norte-americano quando este é desejado, ignorado ou escamoteado pela cúpula judiciária dos EUA.

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Sobre o autor
Fábio de Oliveira Ribeiro

Advogado em Osasco (SP)

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Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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