Ó máquina, orai por nós…

#DepartamentoAsQuintas

22/07/2015 às 21:00

Resumo:


  • A tecnologia não veio para destruir a humanidade, mas sim para ser uma ferramenta de uso e gestão.

  • É importante resistir à ideia de que as máquinas substituirão completamente o homem, pois a inteligência humana é essencial.

  • Devemos utilizar a tecnologia de forma criativa e inovadora, fazendo dela uma aliada na advocacia e na gestão, sempre priorizando o bem do cliente.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Ó máquina, orai por nós… #DepartamentoAsQuintas

Muito se fala que a máquina substituirá o homem, em especial o advogado, quando falamos em processo eletrônico.

Muitos pensam que a tecnologia veio para destruir a humanidade.

Sempre ressalto que este receio pode ser interessante como reflexão, mas infundado quando, pensamos que cabe somente ao ser humano a inteligência, posto que a máquina faz somente a parte mecânica, repetitiva e burra dos fatos.

Uma poesia de Cassiano Ricardo demonstra com maestria esta realidade:

Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo
mecânico
mais fáceis que um sorriso.

Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extra-
corporal?

Por que levantar o braço
para colher o fruto?
A máquina o fará por nós.
Por que labutar no campo, na cidade?
A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar?
A máquina o fará por nós.
Por que fazer um poema?
A máquina o fará por nós.
Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.

Ó máquina, orai por nós.

Cassiano Ricardo
(1895-1974)

E particularmente penso que devemos nos opor a isto, pois precisamos construir uma humanidade cada vez melhor.

Quando percebemos os feitos antigos, ficamos surpresos de como eles eram inteligentes sem terem computadores, smartphones, tablets. Ficamos apaixonados por obras imensas feitas com detalhes realísticos fantásticos, sem cálculos de computadores. Ficamos embasbacados com pontes construídas na época do império e até hoje existentes e funcionais, suportando pesos que eram inimagináveis na época.

E, hoje, construções desabam logo após de feitas. Hoje, tabuada é um desuso. Hoje, conhecimento é chato.

Para alguns, tudo está no google.

Para alguns, até o pensar está no google.

Assim como vejo muitos advogados acharem que tudo que precisam é ter noções de direito e o google. Ávidos por modelos, por peças prontas, ideias prontas.

Onde mataram a nossa criatividade?

Onde mataram o nosso raciocínio e pensamento?

Não sei.

Só sei que o que vejo assusta por um lado e faz refletir por outro.

E tenho  medo de que a única alternativa que possamos ter será dizer: Ó máquina, orai por nós…

Façamos da tecnologia a escrava que ela é. Que ela sirva para o nosso bem, com criatividade, inovação.

Que a gestão seja o caminho e a tecnologia o facilitador.

Que possamos fazer do nosso raciocínio e pensamento a advocacia, e do processo eletrônico e da tecnologia ferramentas de uso e gestão.

E, assim, exaltar o que temos de melhor, a nossa essência, instinto, sentimento e razão em prol do nosso bem maior que é o cliente. Não é mesmo?

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Sobre o autor
Gustavo Rocha

Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos e membro de diversas comissões na OAB. Autoridade em Inteligência Artificial – IA no setor jurídico (chat gpt, Gemmini, Copilot e muito mais!). Consultor em gestão, tecnologia e marketing jurídico. Também sou craque em Privacidade e implementação de LGPD! Vamos conversar? Envie um e-mail ou mensagem pelo Microsoft Teams: [email protected] Prefere contato direto? WhatsApp ou Telegram: (51) 98163.3333

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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