5 CONCLUSÃO
A pesquisa realizada demonstra o grande desafio, que a sociedade brasileira deve enfrentar para a vivência real de uma lei que conduz à mudança de mentalidade e de paradigma, num país assolado pela pobreza em sentido abrangente, ou seja, na penúria cultural, intelectual, educacional, moral e ética, nutricional, financeira, emocional, enfim, padecendo de estrutura social, inviabilizadora de tal modificação para a adotar e construir um instituto que prima pela convivência sadia entre pais e filhos, enquanto membros de uma relação parental, demandando responsabilidades que devem ser assumidas pelos genitores para com a vida de um ser humano de direitos, em desenvolvimento de sua formação física, moral, social, educacional e psicológica.
As dificuldades esbarram ainda, no conflito subsistente que contorna o fim de um relacionamento conjugal, onde o casal cultiva ódio mútuo, envolvendo seus filhos na beligerância, como moeda de troca, para compensar sentimentos não correspondidos ou expectativas frustradas, impondo condições inclusive financeiras, provando imenso egoísmo, ao incluírem as crianças em suas disputas pessoais e as privarem de seu direito natural de ter pai e mãe.
A guarda compartilhada, foi entendida como a preservação do relacionamento e do convívio entre pais e filhos, que terão oportunidade de valorizar o afeto e o diálogo, em um novo formato familiar, onde o marido apesar de desfeita a relação conjugal, continua sendo o pai e a mulher continua sendo a mãe, ocupando e exercendo ambos o poder familiar, a guarda, as responsabilidades e os deveres inerentes à condição de pais na criação plena de seus filhos, com a consciente atuação de seus papéis, prestando assistência integral, disponibilizando tempo, atenção e amor para a criança, incluindo-a como parte de suas vidas.
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Notas
[1] O conceito de coping tem sido descrito como o conjunto das estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias adversas ou estressantes.
[2] A coparentalidade (coparenting) tem sido definida na literatura como um conceito que se refere à extensão na qual o pai e a mãe dividem a liderança e se apoiam nos seus papéis de "chefes" da família, ou seja, nos papéis parentais. Este conceito envolve tanto dimensões de cooperação como de antagonismo e as interações do grupo familiar oferecem oportunidade de observar se os pais apoiam ou se opõem à intervenção do outro componente do sistema parental para com a criança.