A renda da população brasileira aumentou um pouco durante os governos Lula e Dilma Rousseff. As oportunidades de ascensão social também melhoraram graças aos programas sociais que estão sendo rapidamente desmantelados pelo interino.
O resultado da votação no Senado deveria ser encarado como um sinal de alerta, mas a população segue sendo anestesiada pela imprensa anti-petista. Além de cancelar vários programas sociais, o novo tirano pretende aprovar modificações que rebaixarão a participação dos salários no PIB e que dificultarão a obtenção de benefícios previdenciários. Não bastasse isto, o Ministro da Saúde em exercício já começou a sucatear o SUS preparando-o para a privatização.
Os ideólogos da nova ditadura civil (dentre os quais se destacam os jornalistas que apóiam o golpe de estado) acreditam que as inovações provocarão um maior fluxo de capitais. A natureza predatória destes capitais, porém, nunca é levada em consideração.
Uma invasão do mercado brasileiro por especuladores pode até fazer o Brasil a voltar a crescer. Mas a qualidade deste crescimento será perversa e sem inclusão social. Os novos investimentos financeiros não se traduzirão em aumento da renda da população. Muito pelo contrário, o mais provável é que o rebaixamento da participação dos salários no PIB passará a ser encarados como uma condição “sine qua non” para que os investidores não parem de especular na BOVESPA. E para piorar quanto mais o Estado gastar com juros menos poderá investir em serviços públicos.
A fragilidade estrutural do Brasil e de sua rede de proteção social era evidente antes de Lula e Dilma Rousseff. Isto ficou bem claro durante a onda de fome que ceifou milhares de vidas nordestinas durante o governo FHC. Em pouco tempo aquele fenômeno voltará a ser realidade e o mal será reforçado mediante a destruição das lideranças petistas e da cassação do registro eleitoral do PT.
O resultado previsível será um aumento do abismo entre ricos e pobres. Os muito pobres voltarão a ser condenados a passar fome junto com seus filhos. Quanto ficarem doentes eles não poderão usar o SUS. Como não terão condições de pagar planos de saúde, dezenas de milhões de brasileiros voltarão a morrer de fome e de falta de cuidados médicos.
Nesse contexto, é evidente que o governo provisório tem apenas um objetivo: provocar um genocídio silencioso. O que farão os órgãos internacionais (Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Tribunal de Direitos Humanos da ONU e o Tribunal Penal Internacional)? Eles deixarão a nova tirania neoliberal matar milhões de brasileiros de fome e por falta de cuidados médicos ou agirão preventivamente?
Várias instituições estão se colocando contra o golpe (CNBB, Comissão de Justiça e Paz, CUT, Sindicatos etc...). Mas até o presente momento ninguém submeteu o “genocídio silencioso programado” pelo neoliberalismo de Michel Temer às autoridades internacionais. O que os amigos do Brasil e inimigos do golpe estão esperando? Que os brasileiros comecem a morrer como moscas para só então provocarem os órgãos internacionais?