DAS CONCLUSÕES FINAIS
O exercício da cidadania, longe de ser efetivado tão somente por meio do voto, mas com todos os ingredientes do direito de pensamento, livre expressão e liberdade analítica, com proibição do anonimato, art. 5º, inciso IV, da CF/88.
Nesta seara de direitos de 1ª dimensão, diante da relevância social temática, surgiu a necessidade de analisar os altos índices de criminalidade na pequena e amável cidade de Itaipé, localizada no Vale do Mucuri, nas Minas Gerais.
Os números são assombrosos, desesperançosos, inquietantes.
Em números absolutos, é claro que alguém pode entender e refutar os dados, talvez na defesa de uma indefensável política pública equivocada e pusilânime.
Mas contra números não há argumentos. Considerando os números apresentados, tem-se uma tétrica e nefasta realidade. Afinal de contas são 108 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, cujo percentual se encontra dividindo o número de homicídios registrados pela massa populacional, e depois multiplica-se por 100 mil, achando o número de homicídios por grupo de 100 mil pessoas.
Assim, temos: TH = taxa de homicídios.
NTH = número total de homicídios
NH = número de habitantes.
Fórmula: TH = NTH/NHx100.000
Os moradores do então pacato município não podem conviver com essa abjeta guerra declarada.
Se os delinquentes estão invadindo postos de polícia, estourando caixas eletrônicos e assassinando pessoas, imagine o que são capazes de fazer esses desalmados criminosos?
Conforme regra geral e universal, segurança pública é DEVER do Estado, direito e responsabilidade de todos, artigo 144 da Constituição da República, de 1988, e seguramente, o povo já cumpre a sua função, recolhendo seus tributos, aliás suportando uma carga altíssima.
É certo afirmar que a criminalidade se assenta onde o Estado está ausente. Imagina-se que não se trata de horrores sofridos tão somente pelo sofrido povo itaipeense, mas a criminalidade campeia célere, se alastrando por toda Minas Gerais.
E concretamente, pode-se afirmar que as causas principais desses números exorbitantes é a total falta de planejamentos, metas e compromissos sociais, diante de um governo frágil e absenteista.
Uma política pública de segurança pública quebrada e falida, e não basta ir muito longe para aferir o que se afirma, mas lembrar de que Minas Gerais sequer paga seus servidores em dia, cometendo retenção dolosa, apropriação indébita, afrontando normas constitucionais e da Organização Mundial do Trabalho.
A inércia do estado fica clara na afirmativa, segundo a qual o mesmo estado que permite a morte dos seus cidadãos é aquele mesmo que sustenta a impunidade, fruto de um desmedido amadorismo na gestão pública de segurança.
Desleixo, inoperância e ausência de políticas públicas viáveis.
Um governo medíocre cercado por pessoas medíocres, formando um elo perfeito da mediocridade.
Ninguém suporta mais tanta falta de compromisso social, política de segurança pública cega e atrofiada, sem rumos e sem direção, intervenções essencialmente políticas a favor de "administradores de maçanetas", aliás, não se assusta quando pensamos que aquele que combate o crime hoje no estado, deveria ser combativo, operando naquilo que conhecemos em direito civil por confusão, ou seja, salteadores e altos gestores sociais se misturam, numa grande simetria organizada.
Aconteça o que acontecer no futuro, sei que aprendi três coisas. Respeito, fraternidade e lealdade são atributos que fazem as pessoas felizes.
O povo de Itaipé merece respeito. São pessoas valorosas, que desprezam não somente uma pedra no meio do rio, mas qualquer obstáculo que se coloca diante do caminho de um povo guerreiro, altaneiro e lutador.
A fraternidade é um postulado do amor e da caridade, apanágio do povo daquele município.
E por fim, a lealdade e espírito de grandeza deste povo farão com que o poder de superação vencerá as indiferenças e a incompetência do Poder Público e com a proteção de Deus, todos superarão as barreiras da maldade e todos sairão felizes deste filme de terror.
Não custa nada homenagear a esse povo de coração bom, com as singelas palavras de Max Weber:
"O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível".
DAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/01/brasil-tem-21-cidades-em-ranking-das-50-mais-violentas-do-mundo.html. Acesso em 28 de novembro de 2016, ás 16h16min.
Aconteceunovale.com.br, acesso em 01 de dezembro de 2016, as 01:00 hora.