A Lei nº 13.491/17 e seus reflexos na atividade de Polícia Judiciária Militar

Exibindo página 3 de 3
22/10/2017 às 23:06

Resumo:


  • A Lei n. 13.491/17 promoveu alterações no Código Penal Militar, ampliando a competência da Justiça Militar.

  • Essa mudança resultou em novos critérios para considerar um crime como militar, incluindo situações previstas no art. 9º do CPM.

  • Os crimes praticados por militares da ativa e por militares da reserva, reformados ou civis, em determinadas situações, passaram a ser considerados militares, alterando a competência da Polícia Judiciária Militar.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Notas

[1] LOPES JR., Aury. Lei 13.491/2017 fez muito mais do que retirar os militares do tribunal do júri. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-out-20/limite-penal-lei-134912017-fez-retirar-militares-tribunal-juri>

[2] Ressalta-se que, o alcance dos incisos I e III do art. 9º do CPM foi mitigado na esfera militar estadual pelo disposto no art. 125, §4º, da CRFB/88, que afastou a possibilidade de julgamento de civis pela Justiça Militar estadual e, consequentemente, do cometimento de crime militar contra militares estaduais e as Instituições Militares Estaduais. Outrossim, o mencionado dispositivo tem plena aplicabilidade apenas na Justiça Militar da União, onde poderá ocorrer o processamento e julgamento de um civil por crime militar.

[3] A esse respeito, assim nos posicionamos na obra “Crime militar: da prisão em flagrante à audiência de custódia – teoria & prática”: “Não temos dúvidas de que, ao remeter o parágrafo único do art. 9º do CPM, c/c o § 4º do art. 125 da CRFB/88, o julgamento para a Justiça Comum/Tribunal do Júri, estão tais dispositivos, consequentemente, afirmando que se trata de um crime comum, mesmo porque essa foi a intenção do legislador quando procedeu ao referido deslocamento de competência, conforme alertou o Ministro Celso de Mello (Relator da ADI n. 1494-3, de 9 de abril de 1997), ao lembrar do contexto histórico que motivou a edição da Lei n. 9.299/96. [...] Outrossim, em que pese a natureza jurídica do crime em comento ser, afirmamos, de crime comum, figurando o parágrafo único do art. 9º do CPM como uma exceção ao seu inciso II, alínea “c”, trata-se da única hipótese em que o legislador infraconstitucional conferiu a atribuição para investigação de um crime comum à Polícia Judiciária Militar.

[4] ROCHA, Fernando A. N. Galvão da. Tribunal do Júri na Justiça Militar Estadual. Disponível em: < http://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/juri.pdf>.

[5] FEDERAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES DE OFICIAIS MILITARES ESTADUAIS. Nova lei altera substancialmente o Código Penal Militar. Disponível em: <http://www.feneme.org.br/pagina/1647/nova-lei-altera-substancialmente-o-coacutedigo-penal>.

[6] LOPES JR., Aury. Lei 13.491/2017 fez muito mais do que retirar os militares do tribunal do júri. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-out-20/limite-penal-lei-134912017-fez-retirar-militares-tribunal-juri>.

[7] FOUREAUX, Rodrigo. A Lei 13.491/17 e a ampliação da competência da Justiça Militar. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/61251/a-lei-13-491-17-e-a-ampliacao-da-competencia-da-justica-militar>.

[8] Súmula 06 – STJ: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.”

Súmula 75 – STJ: “Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.”

Súmula 90 – STJ: “Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele.”

Súmula 172 – STJ: “Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.”

[9] MACEDO, Amilcar Fagundes Freitas. Ampliação da competência da Justiça Militar vem em boa hora. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-out-18/amilcar-macedo-modificacao-codigo-penal-militar-vem-boa-hora>.

[10] CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Crimes militares praticados contra civil – Competência de acordo com a Lei 13.491/17. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/61211/crimes-militares-praticados-contra-civil-competencia-de-acordo-com-a-lei-13-491-17>.

[11] FOUREAUX, Rodrigo. A Lei 13.491/17 e a ampliação da competência da Justiça Militar. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/61251/a-lei-13-491-17-e-a-ampliacao-da-competencia-da-justica-militar>

[12] Sobre esse assunto, assim já havia me manifestado na obra “Crime militar: da prisão em flagrante à audiência de custódia – teoria & prática”: “O que se verifica é que a Lei Maria da Penha não criou tipos penais de modo a tornar-se uma norma penal especial com o fim de atrair a sua aplicação isolada a todos os casos de violência doméstica. Trata-se, portanto, de uma norma penal geral complementar ao codex penal aplicável à conduta praticada. Nesse sentido, tem-se que se a violência doméstica for praticada por civil ou militar fora das situações descritas no art. 9º do CPM, será crime comum, de competência da Justiça Comum. Agora, se praticada por militar, em uma das situações descritas no art. 9º do CPM e encontrar amoldamento em sua Parte Especial, será crime militar – essa regra não foi afetada pela Lei Maria da Penha.”

Assuntos relacionados
Sobre o autor
Maurício José de Oliveira

É Major da Polícia Militar de Minas Gerais. Exerce a função de Chefe da Seção de Assessoria Jurídica da Diretoria de Recursos Humanos da PMMG. Possui graduação em Ciências Militares, bacharelado em Direito, Especialização em Direito Público, em Segurança Pública e em Gestão Estratégica em Segurança Pública. Membro Colaborador da Comissão de Direito Militar da OAB/MG. Membro efetivo-curricular da Academia de Letras João Guimarães Rosa da PMMG. É autor dos livros: Comentários ao Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais – CEDM (Lei n. 14.310 de 2002) - 3ª edição; Crime Militar: da prisão em flagrante à audiência de custódia – teoria & prática. É professor na Academia da PMMG, nas cadeiras de Direito Penal Militar e Processos Administrativos. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6206960816866778

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Leia seus artigos favoritos sem distrações, em qualquer lugar e como quiser

Assine o JusPlus e tenha recursos exclusivos

  • Baixe arquivos PDF: imprima ou leia depois
  • Navegue sem anúncios: concentre-se mais
  • Esteja na frente: descubra novas ferramentas
Economize 17%
Logo JusPlus
JusPlus
de R$
29,50
por

R$ 2,95

No primeiro mês

Cobrança mensal, cancele quando quiser
Assinar
Já é assinante? Faça login
Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!
Colabore
Publique seus artigos
Fique sempre informado! Seja o primeiro a receber nossas novidades exclusivas e recentes diretamente em sua caixa de entrada.
Publique seus artigos