Este texto foi publicado no Jus no endereço https://jus.com.br/artigos/43352
Para ver outras publicações como esta, acesse https://jus.com.br

Como vota o eleitor cuiabano? Evidências das eleições municipais

Como vota o eleitor cuiabano? Evidências das eleições municipais

|||

Publicado em . Elaborado em .

O objetivo deste trabalho é analisar e explicar os fatores que foram relevantes na decisão de voto dos eleitores cuiabanos na eleição para prefeito em 2012.

INTRODUÇÃO

Os determinantes do voto é assunto que desperta bastante interesse, tanto de cientistas políticos quanto políticos, assessores, marketeiros, jornalistas e eleitores que de uma forma geral se interessam pelo “jogo” político.

Muitos são os estudos que tratam do tema no país, analisando teorias do comportamento eleitoral ou ainda especificamente as eleições para presidente, governador, senador, deputado e prefeitos, conforme podemos observar em Carreirão (2002), Castro (1994), Figueiredo (1991), Lavareda (2011), Rocha (2008), Singer (2002), entre outros. No entanto, notamos uma lacuna de pesquisas acadêmicas acerca da ação política do eleitor da capital mato-grossense.

No intuito de contribuir com os estudos que versam sobre os determinantes do voto, nos propomos a investigar o caso da cidade de Cuiabá. Segundo a estimativa realizada para 2012 pelo IBGE, a população de Cuiabá era de 561.3291 habitantes, enquanto a população da região metropolitana possuia quase 1 milhão de habitantes. Cuiabá possui a maior população de Mato Grosso e figura no 35º lugar entre todos os municípios do Brasil. Em julho de 2012, contava com 397.626 eleitores, representando 18,31% do total de eleitores do estado.

O objetivo deste trabalho é analisar os fatores que são relevantes na decisão do voto dos eleitores cuiabanos nas eleições municipais, mais especificamente para prefeito. O que estes indivíduos levam em consideração na hora de votar, quais variáveis são determinantes, enfim, desvendar que fatores motivam estes eleitores.

METODOLOGIA

Os dados analisados em nossa pesquisa foram coletados por meio de instrumentos quantitativo e qualitativo, sendo eles survey acadêmico; algumas pesquisas do IBOPE; grupos focais; e análise documental.

Em nosso survey acadêmico contamos com a utilização de software especializado em estatística, planilhas e gráficos. A amostragem foi realizada a partir de uma fórmula para universo finito, com margem de erro de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos. Os resultados das tabelas foram arredondados pelo programa para totalizarem 100%. Nossos pesquisadores ouviram 600 eleitores de 73 bairros de Cuiabá nos dias 26 e 27 de outubro de 2012.

Com base nos dados colhidos, observamos as possíveis associações entre as intenções de voto dos eleitores cuiabanos e um conjunto significativo de variáveis de natureza socioeconômica (sexo, idade, escolaridade e renda), política (avaliação de desempenho dos governantes em âmbito federal, estadual e municipal e identificação ideológica) e emotiva (confiança e medo), e ainda dos atributos dos candidatos que disputaram as eleições municipais em Cuiabá no ano de 2012.

Como método qualitativo, utilizamos grupos focais que foram realizados entre os dias 14 e 26 de outubro, totalizando 13 grupos, sendo que cada grupo focal contou com um total de 10 participantes, sendo homens e mulheres, com idades entre 18 e 45 anos, das classes C e D.

Por fim, nossa análise documental teve como recorte reportagens sobre a eleição para prefeito de Cuiabá em 2012 em alguns dos principais veículos de comunicação do estado de Mato Grosso (Midianews; Rdnews; Gazeta Digital), bem como dados oficiais do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso e do Tribunal Superior Eleitoral.

AS PRINCIPAIS TEORIAS DO COMPORTAMENTO ELEITORAL

A explicação da decisão do voto é objeto de três grandes vertentes teóricas: a sociológica, a psicossociológica e a teoria da escolha racional. Cada uma das teorias orienta que o comportamento eleitoral do indivíduo é determinado por diferentes processos, bem como delimitam distintas motivações e origens da ação política.

A teoria sociológica utiliza o princípio macro da análise e parte do contexto social do grupo. Para a sociologia as decisões individuais são compreendidas através dos contextos dos grupos sociais. Destaca a importância das variáveis sociais, culturais, econômicas e da estrutura de classe na formação das clivagens sociais. De acordo com a corrente sociológica, os grupos sociais se expressam por meio dos partidos políticos com os quais se identificam e a participação política se processa a partir das interações sociais dentro de um contexto.

Para a psicologia, diferentemente da sociologia, a unidade de análise do comportamento eleitoral é o indivíduo e a sua motivação psicológica, e não o grupo social em que está inserido. O comportamento eleitoral baseia-se na estrutura de personalidade dos indivíduos e no seu sistema de crenças, independente do contexto social em que vivem.

Segundo a abordagem psicológica, a identificação partidária e a participação política estão vinculadas diretamente as percepções e motivações dos indivíduos em relação a política e aos partidos. Em contrapartida, para explicar o interesse e a participação política a perspectiva psicossociológica (que integra princípios sociológicos e psicológicos) aponta para o modelo da centralidade, considerando a posição do indivíduo na estrutura da sociedade (RADMANN, 2001).

Para a teoria da escolha racional, o comportamento político não se condiciona por identidades sociais bem como características individuais são irrelevantes. Tendo como princípio que os indivíduos são racionais e objetivam sempre maximizar seus ganhos, a teoria da escolha racional entende que a participação política condiciona-se a partir de uma decisão racional do indivíduo.

Esta teoria esta baseada na suposição de que os indivíduos agem intencionalmente de forma a ampliar os ganhos que podem obter. O processo de decisão do voto, de acordo com este modelo, implica em adquirir informações, avaliá-las, dispor as opções eleitorais possíveis segundo uma ordem de preferência e escolher a que oferece maior benefício. Dessa forma, o voto assume um caráter instrumental, no sentido de que eleitores optam pelo partido e/ou candidato que possui maior chance de oferecer benefícios, sejam de ordem social ou econômica. Por outro lado, partidos e candidatos atuam de forma a arregimentar o maior número de votos com o intuito de ganhar a eleição.


 

A ELEIÇÃO DE 2012


 

Contexto

O contexto da eleição para a prefeitura de Cuiabá em 2012 se mostrou atípico e emblemático. Como Chico Galindo (PTB), prefeito à época, não disputou a reeleição - primeiro caso de renúncia à candidatura na Capital após a lei que permite concorrer a outro mandato consecutivo - não podemos avaliar a teoria de Fiorina (1981), de que, mesmo que o eleitor seja prospectivo(voltado para o futuro), a avaliação de desempenho da primeira gestão do candidato à reeleição é uma das variáveis mais confiáveis e relevantes para explicar o voto.

Levando em conta medidas impopulares e ao alto índice de rejeição2 (avaliado em survey que realizamos nas vésperas da eleição do segundo turno com uma amostra de 600 entrevistados), como já ressaltamos anteriormente - apesar das tentativas de seu partido para uma possível candidatura- somente em maio, Chico Galindo anunciou sua desistência à candidatura por "motivos de ordem pessoal", mas não especificou quais. Quando da sua desistência oficial, Chico Galindo pediu compreensão aos "companheiros de legenda", alegando que, em momento algum, desde quando começaram as articulações para definir a participação do PTB no processo, disse que seria candidato. No entanto era sabido nos bastidores que Chico Galindo tentava articular sua candidatura, porém sem êxito.

Em âmbito nacional, a presidenta Dilma (PT) apresentava altos índices de popularidade. Especificamente em Cuiabá, em nosso survey, a presidenta apresentou um índice de aprovação de 91,8%3, enquanto que o governador Silval Barbosa (PMDB) apresentou índice de popularidade de 61%4.

Candidatos e resultados

Na eleição de 2012, Cuiabá teve seis candidatos concorrendo à sucessão do prefeito Chico Galindo (PTB), no Palácio Alencastro. Foram homologados pelas respectivas convenções partidárias, os candidatos Mauro Mendes (PSB), Lúdio Cabral (PT), Guilherme Maluf (PSDB), Carlos Brito (PSD), Procurador Mauro (PSOL) e ainda Adolfo Grassi (PPL).

Mauro Mendes (PSB) liderou a coligação “Um novo caminho para Cuiabá” que contou com o apoio do PDT, PR, PPS e PV. Como candidato a vice-prefeito, Mauro Mendes contou com o ex-secretário de Cultura do Estado, o deputado estadual João Malheiros (PR). A coligação de Mendes contou com 110 candidatos a vereador.

Dentre as lideranças do arco de alianças de Mendes, estavam o senador Pedro Taques (PDT), bem como o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR).

O vereador Lúdio Cabral (PT) foi o que mais surpreendeu no quesito alianças. Ele tentou convencer Pedro Taques (PDT) para que formasse uma composição, mas não obteve êxito. Sozinho, sem conseguir sequer um partido para apoiá-lo, já falava em "chapa pura". Porém, surpreendeu ao ser anunciado como candidato da coligação “Cuiabá/Mato Grosso/Brasil”, que contava com o PMDB do governador Silval Barbosa e do vice-presidente da República, Michel Temer.

Lúdio Cabral teve ao seu lado o advogado Francisco Faiad (PMDB), ex-presidente da OAB-MT, como candidato a vice-prefeito. A coligação “Cuiabá/Mato Grosso/Brasil” lançou 58 candidatos a vereador.

O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) liderou a coligação “Cuiabá pra você”, composta também por PRP, PT do B, PP, PMN e DEM.

A idéia de Maluf era levar para a disputa a esposa do ex-prefeito Roberto França (DEM), Iraci França(DEM), que não aceitou a composição. O advogado João Celestino (DEM), acabou compondo a vice da coligação que contou com 120 candidatos a vereador.

Dentre as lideranças políticas que apoiaram Maluf, estavam o senador Jayme Campos (DEM), e os deputados federais Júlio Campos (DEM) e Pedro Henry5(PP).

O candidato a prefeito pelo PSD, Carlos Brito, e o candidato a vice-prefeito Paulo Roberto Alves (PSD), encabeçaram a coligação denominada “Sentimento Cuiabano”, que contou com 9 (nove) partidos (PSD, PCdoB, PSDC, PSC, PRTB, PHS, PTN, PSL e PTC). A coligação lançou o total de 128 candidatos à Câmara Municipal, divididos em três chapas proporcionais. O PSD tem como principal líder no estado de Mato Grosso o deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa, José Riva.

O PSOL foi o primeiro a realizar as convenções no dia 19 de junho de 2012. O partido lançou, mais uma vez, Mauro César Lara de Barros, mais conhecido como Procurador Mauro, para a disputa. Ele concorreu com uma chapa pura, denominada "Socialismo e Liberdade" que contou com José Roberto Cavalcante como candidato a vice prefeito e mais 7 (sete) candidatos ao Legislativo municipal.


 

Tabela 1 - Evolução das Intenções de voto para os candidatos a prefeito de Cuiabá – MT: 1º Turno (2012).

Intenção de Voto

27 de ago

14 de set

06 de out

Mauro Mendes (PSB)

47,00%

38,00%

43,00%

Lúdio Cabral (PT)

14,00%

29,00%

36,00%

Guilherme Maluf (PSDB)

8,00%

6,00%

4,00%

Carlos Brito (PSD)

4,00%

3,00%

3,00%

Procurador Mauro (PSOL)

4,00%

3,00%

3,00%

Adolfo Grassi (PPL)

1,00%

0,00%

0,00%

Brancos e Nulos

12,00%

8,00%

4,00%

Indecisos

11,00%

13,00%

7,00%

Fonte: Ibope. Pesquisas: 00149/2012 (27 ago. 2012); 00250/2012 (14 set. 2012); 00647/2012 (06 out.


 

Com a consolidação de Mauro Mendes em primeiro lugar, se esperava uma disputa acirrada entre Lúdio Cabral (PT), Guilherme Maluf (PSDB) e Carlos Brito (PSD) para ver quem ficaria em segundo e disputaria um possível segundo turno. Porém, a ascensão de Lúdio Cabral (PT) nas pesquisas foi impressionante. O petista saiu dos 14% no final de agosto para 36% no começo de outubro, enquanto Guilherme Maluf (PSDB) caiu de 8% para 4% e Carlos Brito (PSD) que não conseguiu cair no gosto da população cuiabana, chegou na ultima pesquisa com apenas 3%.

Ao final, a disputa se tornou eletrizante entre Mauro Mendes (PSB) e Lúdio Cabral (PT), quando alguns institutos de pesquisas chegaram a prenunciar a vitória do petista. Nesta fala em um dos grupos focais6 realizados durante a eleição, podemos observar como a população reagiu a ascensão de Lúdio Cabral:

“Foi uma caixinha de surpresas por que todo mundo tava esperando o segundo turno entre Mauro e Guilherme no começo. Aí o Lúdio foi crescendo, crescendo. Outra novidade foi o Procurador Mauro em terceiro lugar. Deixou os outros dois [Guilherme e Brito] pra trás!”. (P9G3)

Apesar do crescimento de Lúdio Cabral, Mendes venceu a eleição com 43,9% dos votos válidos, enquanto Lúdio obteve 42,3%, uma diferença de apenas 5.248 votos. O candidato do PSOL, Procurador Mauro, com 5,4% dos votos válidos, surpreendeu e acabou ficando em terceiro lugar, ultrapassando Guilherme Maluf (PSDB) e Carlos Brito (PSD) que perderam força no final da campanha.


 

Tabela 2 - Resultado da eleição para Prefeito de Cuiabá: 1º turno (2012).

Candidato

Partido

Situação

Votos Válidos

%

Mauro Mendes Ferreira

PSB

2º turno

137.125

43,956

Ludio Frank Mendes Cabral

PT

2º turno

131.877

42,273

Adolfo Grassi de Oliveira

PPL

Não eleito

611

0,196

Carlos Brito de Lima

PSD

Não eleito

11.107

3,56

Guilherme Antonio Maluf

PSDB

Não eleito

14.323

4,591

Mauro César Lara de Barros

PSOL

Não eleito

16.920

5,424

Fonte: TRE – MT

Em meio a este clima de acusações, a eleição para prefeito em Cuiabá foi se acirrando tanto no marketing agressivo dos candidatos quanto nas pesquisas eleitorais, onde podemos observar, assim como no final do primeiro turno, uma disputa muito apertada.

Em meio a um quadro que se apresentava empatado segundo as pesquisas de opinião que foram divulgadas nas vésperas da eleição, Mauro Mendes (PSB) venceu uma das eleições mais disputadas que os cuiabanos já viram. Mauro Mendes obteve 54,65% dos votos válidos, contra 45,34% de Lúdio Cabral. Dado importante é que mais de 74 mil eleitores não votaram no 2º turno em Cuiabá, o que representa 18,79% de abstenções.  O comparecimento foi de 322.918 votantes – 81,21%. No primeiro turno, foram 65.514 pessoas que não compareceram nas urnas (16,48%).

Tabela 3 - Resultado da eleição para prefeito de Cuiabá-MT: 2º turno (2012).

Candidato

Partido

Situação

Votos Válidos

%

Mauro Mendes Ferreira

PSB

Eleito

169.688

54,652

Ludio Frank Mendes Cabral

PT

Não eleito

140.798

45,348

Fonte: TRE-MT

Os eleitores dos candidatos derrotados no primeiro turno migraram em massa para Mauro Mendes no segundo turno. Entre uma votação e outra, o candidato do PSB recebeu 32.563 novos votos, pulando de 137.125 na primeira votação para 169.688 na segunda.

Enquanto isso, Lúdio Cabral somou apenas 8.921 novos votos, passando de 131.877 para 140.798. Tais números apontam que a cada cinco eleitores de candidatos que não passaram ao segundo turno, quatro optaram por Mauro, e apenas um por Lúdio.

O incremento de votos de Mauro Mendes entre um turno e outro foi de 23,75%, enquanto o adversário cresceu apenas 6,76% entre as duas votações.

Ao contrário do que se esperava, Mauro venceu em todas as seis zonas eleitorais de Cuiabá, com maior vantagem na 1ª, onde ele teve 58,50% dos votos válidos, contra 41,50% do adversário. A 1ª Zona engloba bairros da região central, como Duque de Caxias, Consil, Centro, Araés e Bosque da Saúde. Ali, entre o dia 7 e 28 de outubro, Mauro incrementou em 28,07% sua votação, contra 8,92% para Lúdio. Na 39ª Zona, Mauro também elevou bastante seu desempenho, com aumento de 27,34% nos votos. Nesta zona, Lúdio cresceu apenas 7,26%. A 39ª Zona engloba regiões como o centro-sul, Goiabeiras, Coophamil, Jardim Cuiabá, Santa Rosa e Jardim Independência.

O voto do eleitor cuiabano

Quais razões explicariam a eleição de Mauro Mendes (PSB) e a ascensão surpreendente de Lúdio Cabral (PT) na disputa, considerando que a princípio o candidato do PSB levava larga vantagem entre os concorrentes e o petista se via em meio a uma disputa que deveria ser acirrada entre Guilherme Maluf (PSDB) e Carlos Brito (PSD) para a conquista do segundo lugar e um possível segundo turno? Comecemos por arrolar alguns aspectos que dizem respeito às estruturas de campanha dos candidatos.

A divisão de tempo do HGPE é mostrada na tabela 6.

Tabela 4- Divisão de tempo do HGPE

Nome para Urna

Partido

Nome da Coligação

Partido/Coligação

Tempo de cada Programa

Adolfo Grassi

PPL

Partido não coligado

1min40seg

Carlos Brito

PSD

Sentimento Cuiabano

PSD / PC do B / PSDC / PRTB / PSC / PTN / PHS / PSL / PTC

5min15seg

Guilherme Maluf

PSDB

Cuiabá Pra Você!

PSDB / PRP / PT do B / PP / PMN / DEM

6min41seg

Lúdio

PT

Cuiabá/Mato Grosso/Brasil

PMDB / PT

8min20seg

Procurador Mauro

PSOL

Partido não coligado

1min47seg

Mauro Mendes

PSB

Um novo caminho para Cuiabá

PDT / PR / PPS / PSB / PV

6min14seg

Fonte: TRE-MT


 

Como podemos observar, o candidato Lúdio Cabral (PT) foi quem teve o maior tempo no HGPE, com 8 minutos e 20 segundos, seguido por Guilherme Maluf (PSDB) com 6 minutos e 41 segundos. Mauro Mendes (PSB) obtinha o terceiro maior tempo, com 6 minutos e 14 segundos. É certo que o bom tempo de HGPE de Guilherme Maluf – seu tempo foi maior que o do vencedor Mauro Mendes – e Carlos Brito (PSD), com 5 minutos e 15 segundos, não fez com que estes candidatos tivessem uma boa votação, chegando a ficar atrás do candidato do PSOL, Procurador Mauro, que detinha 1 minuto e 47 segundos apenas. Porém, no caso de dois candidatos de peso eleitoral maior, uma vantagem no tempo de propaganda eleitoral pode ser muito importante. No que se refere a Lúdio Cabral (PT), segundo lugar nas pesquisas com uma diferença apertada7 para seus concorrentes diretos à época do inicio da propaganda eleitoral, o tempo maior de HGPE foi fundamental para que pudesse apresentar suas propostas. Logo após o inicio do HGPE, o candidato petista começou a subir nas pesquisas de forma surpreendente, chegando a ameaçar o primeiro lugar de Mauro Mendes.

No que se refere ao financiamento de campanha, Mendes apresentou grande vantagem em relação aos seus concorrentes, conforme podemos observar na tabela 7, o candidato do PSB gastou mais 70% do que seu principal adversário, enquanto que Lúdio Cabral foi o segundo que mais gastou, seguido por Guilherme Maluf e Carlos Brito.

Tabela 5 – Gastos de Campanha

Candidato

Gasto de Campanha

%

Mauro Mendes Ferreira

12.468.088,4

50,00

Ludio Frank Mendes Cabral

7.320.823

30,00

Mauro César Lara de Barros

46.747,85

0,00

Guilherme Antonio Maluf

4.308.667,63

17,00

Adolfo Grassi de Oliveira

40.290,3

0,00

Carlos Brito de Lima

519.747,49

2,00

Total

24.704.364,67

100,00

Fonte: TSE

O perfil do eleitor cuiabano


 

Neste tópico apresentamos o perfil do eleitor cuiabano com base em nosso survey acadêmico8, realizado às vésperas da eleição do segundo turno, nos dias 26 e 27 outubro . Na tabela 8 podemos observar uma leve vantagem do sexo feminino com 50,2%, enquanto que os homens representaram 49,8% dos entrevistados.


 

Tabela 6 – Sexo dos entrevistados

Entrevistados

%

Feminino

301

50,2

Masculino

299

49,8

Total

600

100,0

Fonte: Survey acadêmico

No que se refere à faixa etária dos entrevistados, a variável “25 a 34 anos de idade” foi a que apresentou a maior porcentagem da amostra, com 35,5%, seguida por “18 a 24 anos de idade” que obteve 20,7%. Destaca-se por tanto um eleitorado em sua maioria jovem.


 

Tabela 7 – Faixa etária dos entrevistados

Faixa Etária

Entrevistados

%

16-17

6

1,00

18-24

124

20,70

25-34

213

35,50

35-44

102

17,00

45-59

116

19,30

+ de 60

39

6,50

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

Ao avaliarmos o nível de escolaridade dos entrevistados, conforme a tabela 10, observamos que metade dos entrevistados têm 2° grau completo ou superior incompleto. Já os entrevistados com 1° grau completo ou 2° grau incompleto compuseram 22,3% da amostra.

Tabela 8 – Nível de escolaridade dos entrevistados

Escolaridade 

Entrevistados

%

Superior Completo

73

12,20

2º Grau Completo/Superior Incompleto

300

50,00

1º Grau Completo/2º Grau Incompleto

134

22,30

Primário Completo/1º Grau Incompleto

71

11,80

Analfabeto/Primário Incompleto

22

3,70

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

No que se refere a renda dos entrevistados, o destaque ficou por conta do elevado número daqueles com renda mensal de até 5 salários mínimos, que somados chegaram a 88,8%. Também chamou a atenção aqueles com renda acima de 20 salários mínimos mensais, com apenas 1,8%.

Tabela 9- Renda individual dos entrevistados

Renda

Entrevistados

%

Até 1 Salário Mínimo

212

35,30

De 1 À 5 Salários

303

50,50

De 5 À 10 Salários

52

8,70

De 10 À 20 Salários

22

3,70

+ De 20 Salários

11

1,80

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

Dado importante para a nossa análise é como os entrevistados avaliaram as gestões dos nossos chefes do executivo (presidente, governador e prefeito). A nossa presidente repetiu em Cuiabá os altos índices de aprovação que tem obtido a nível nacional, com avaliação positiva de 91,8%.

Tabela 10– Avaliação da gestão de Dilma Roussef

Entrevistados

%

Ótimo

95

15,80

Bom

332

55,30

Regular Positivo

124

20,70

Regular Negativo

26

4,30

Ruim

7

1,20

Péssimo

11

1,80

Ns/Nr

5

0,80

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

O governador Silval Barbosa (PMDB), também obteve uma boa avaliação, porém bem mais discreta que a da presidente petista. Dentre os entrevistados, 61% avaliou a gestão do governador como positiva, enquanto 37% fez uma avaliação negativa da gestão do governador de Mato Grosso.


 

Tabela 11 – Avaliação da gestão de Silval Barbosa

Avaliação

Entrevistados

%

Péssimo

65

10,80

Ruim

49

8,20

Regular Negativo

108

18,00

Regular Positivo

180

30,00

Bom

168

28,00

Regular Positivo

180

30,00

Ótimo

18

3,00

Ns/Nr

12

2,00

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

O grande destaque das avaliações dos chefes do executivo ficou por conta de Chico Galindo (PTB). O ex-prefeito apresentou um alto índice de rejeição, 67% da amostra, conforme podemos observar na tabela abaixo.

Tabela 12 – Avaliação da gestão de Chico Galindo

Avaliação

Entrevistados

%

Péssimo

229

38,20

Ruim

104

17,30

Regular Negativo

69

11,50

Regular Positivo

111

18,50

Bom

71

11,80

Ótimo

2

0,30

Ns/Nr

14

2,30

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

Este alto índice de rejeição apresentado por Galindo em nosso survey, corrobora com estas falas retiradas dos grupos focais realizados no segundo turno:

“Chico Galindo e sua poeira zero. Só sei disso que ele fez!”. (P4G1)

“Pra mim é isso: poeira zero: administração zero!”. (P6G1)

“O povo não é mais burro, não! E o Galindo sabe. Tanto que nem se candidatou, ele não ia ganhar de jeito nenhum!”. (P7G1)

“Chico Galindo! Nem me fale esse nome!”. (P1G1)

“Ele não sabe administrar! Caiu de bobo na conversa de Wilson Santos e só agora tá vendo que roubada ele pegou”. (P2G2)

“Antes vinha água dia sim, dia não. Depois vinha num certo horário do dia. Só de noite, quase. Como que faz pra lavar roupa de madrugada? Agora parece que tá pior!”. (P8G2)

Avaliamos ainda, a preferência partidária dos entrevistados.

Tabela 13 – Preferência Partidária

Preferência

Entrevistados

%

NS/NR

440

73,30

PT

116

19,30

PSDB

12

2,00

PMDB

10

1,70

PSD

8

1,30

PSB

4

0,70

PPS

4

0,70

PR

2

0,30

PDT

1

0,20

PV

1

0,20

PC DO B

1

0,20

PSOL

1

0,20

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

Conforme ocorre a nível nacional, dentre aqueles que se posicionaram simpáticos por algum partido, a grande maioria optou pelo PT, 19,3% da amostra. O destaque ficou por conta dos que não se posicionaram por algum partido, este universo foi de 73,3% dos entrevistados. Já ao analisarmos o partido com maior rejeição, o PT também foi o mais lembrado, com 4,7%, sendo que a grande maioria dos entrevistados, 85,8%, disse não saber ou não respondeu qual partido não gosta de jeito nenhum.

Foi apresentada ainda aos entrevistados uma série de motivos que os levariam a votar em seu candidato no segundo turno, onde o entrevistado deveria escolher um. Dentre os motivos mais escolhidos estavam “as propostas” com 19,3%, “é mais preparado” com 14,7% e “passa segurança, confiança, seriedade e honestidade” com 9,7%. Fato interessante é que as variáveis “melhor administrador” e “gosta dele, é simpático”, ficaram muito próximas, com 7,8% e 7,7% respectivamente, o que pode evidenciar um eleitor emotivo.

Tabela 14 - Principal motivo que o levaria a votar no seu candidato.

Entrevistados

%

As propostas

116

19,30

É mais preparado

88

14,70

Passa segurança, confiança , seriedade e honestidade

58

9,70

Ns/nr

47

7,80

Melhor administrador

46

7,70

Gosta dele, é simpático

33

5,50

Mais competente

29

4,80

É melhor que o outro candidato

27

4,50

É empresário rico

15

2,50

Por que ele é médico

12

2,00

Tem mais experiência

11

1,80

Pelo partido

11

1,80

Bom politico, novo

10

1,70

Pelo apoio do partido

9

1,50

Melhorar a saúde

9

1,50

Mudanças para cuiabá

8

1,30

Nenhum/branco/nulo

8

1,30

É um homem de bem

7

1,20

Pelo apoio do lula

7

1,20

Próximo do povo

6

1,00

Os dois candidatos são ruins

5

0,80

É mais inteligente

4

0,70

É humilde e simples

4

0,70

Merece uma oportunidade

4

0,70

É de família

3

0,50

É determinado, mais firme

2

0,30

Pelo trabalho na campanha, confiança, seriedade, honestidade

2

0,30

É convicente

2

0,30

Ele é jovem

2

0,30

Ele é arrogante

2

0,30

Por causa do mensalão

2

0,30

Tem visão de futuro

2

0,30

Por que vai ficar quatro anos

2

0,30

Por que votou no primeiro turno

2

0,30

Baixaria da mulher do Lúdio

2

0,30

Acho que vai fazer muito pela cidade

1

0,20

Por que ele está apoiando o cuiabá vest

1

0,20

Por ser evangélico

1

0,20

Total

600

100,00

Fonte: Survey acadêmico

Ao compararmos os dados da tabela acima com as falas retiradas em nossos grupos focais, podemos notar certa coerência do eleitorado cuiabano, pois as variáveis mais citadas como principal motivo do voto dos entrevistados em nosso survey, também foram citadas em nossos grupos focais como fator determinante do voto. É o que indicam estas falas que se referem ao candidato Mauro Mendes:

“Ele fala bem firme e acho que ele tem ótimas propostas, acho que as melhores são dele”. (P3G11)

“O Mauro perdeu alguns votos por que nem ele nem a mulher dele tem feição do povo no rosto. Já o Lúdio traz uma carinha mais humilde, de pau mandado... a mulher dele também, aí o povo cai fácil por que se identifica ali”. (P7G11)

“Administrou as coisas dele muito bem e administrando Cuiabá a cidade vai crescer muito. Cuiabá precisa de qualidade de vida, de empregos bem remunerados, precisa de um sacode! Lúdio não tem cara de quem vai dar um sacode em Cuiabá!”. (P10G11)

“Mauro falou melhor todo o tempo. Senti mais confiança nele do que no outro. Parece mais honesto que o outro. O outro tá me lembrando Wilson [Santos], credo!”. (P9G11)

“Ele passou confiança pra mim. Tá super preparado. Ele é bem objetivo no que ele fala, no que ele faz. É meu candidato, tomara que ganhe”. (P2G11)

“Eu acredito que se for eleito ele vai ser um bom prefeito, ele é um administrador nato. Ele passa confiança no modo como ele fala. Diferente dos outros. É firme, transparente”. (P4G11)

“Acho que o Mauro é mais capaz. Por que ele é um ótimo administrador. Não resolvi meu voto, mas acho que ele está bem mais preparado. Vamos ver se ele não faz mais cagada até as eleições, ficar brigando com os outros”. (P5G11)

“Mauro tem mais competência, ele é um administrador. Ele entrando na prefeitura ele vai ver que área está pior e vai mexer. Tem que melhorar o bairro antes, pra saúde ficar certinha. Ele vai entrar, fazer, tem estudo, tem mais cabeça e conhecimento pra saber onde investir, onde trabalhar”. (P8G11)

Em relação às falas referentes ao candidato Lúdio Cabral, também podemos observar a mesma coerência. É o que mostram os segmentos abaixo:

“Sempre votei no Mauro, nas outras eleições. Tô pensando em mudar por que achei as propostas do Lúdio melhor”. (P1G12)

“O Lúdio tá lá dentro da saúde... Ele sabe o que tá falando, vestiu a camisa da saúde na campanha. O povo quer saúde, por isso ele subiu!”. (P3G12)

“Acho que não é beleza. É carisma... Ele tem mais carisma que o Mauro Mendes, aí o povo foi nele”. (P4G12)

“O Lúdio vai arrumar bem a saúde, por que é a área dele”. (P6G12)

“Ele é firme, seguro no que ele fala”. (P6G12)

“Gosto dele pelo partido, sou petista vermelha! Ele brigou pela Sanecap também...”. (P7G12)

“Ele não caiu de paraquedas, ele tem sangue político nas veias. Tem experiência na vida pública e sempre foi envolvido nas demandas da sociedade”. (P9G12)

“Ele é da saúde. O maior problema é a saúde! Além disso, ele tá com muita força na campanha dele. Ele é muito carismático!”. (P3G13)

Explicando o voto do eleitor cuiabano

Nesta seção do trabalho, também com base em nosso survey acadêmico, apresentaremos um modelo de “explicação” do voto do eleitor cuiabano no segundo turno, com base em duas análises de regressão logística binomial. Analisamos possíveis associações entre as intenções de voto dos eleitores em Mauro Mendes e Lúdio Cabral e um conjunto significativo de variáveis de natureza socioeconômica(sexo, idade, escolaridade e renda), política(avaliação de desempenho dos governantes em âmbito federal, estadual e municipal) e emotiva( confiança e medo).

Para analisarmos o voto em Mauro Mendes, a variável dependente foi assim operacionalizada: 0 = “Não Votaria”; 1 = “Votaria”. As variáveis independentes são: sexo (masculino; feminino); idade (16 a 17 anos; 18 a 24 anos; 25 a 34 anos; 45 a 59 anos; mais de 60 anos); escola (analfabeto e primário incompleto; primário completo e 1° grau incompleto; 1° grau completo e 2° grau incompleto; 2° grau completo e superior incompleto; superior incompleto); renda (até 1 salário mínimo; de 1 à 5 salários mínimos; de 5 à 10 salários mínimos; de 10 à 20 salários mínimos; mais de 20 salários mínimos); avaliações de governo (Dilma, Silval e Chico Galindo) ( péssimo; ruim; regular negativo; regular positivo; bom; ótimo); confiança ( Mauro Mendes; Lúdio Cabral); medo/insegurança ( Mauro Mendes; Lúdio Cabral). A tabela 17 apresenta os dados referentes a esta análise. O modelo se mostrou bastante confiável, tendo em vista que apresentou um R² de Nagelkerke de 0,8359 e percentual de 93% dos votos preditos.

Dentre as variáveis aplicadas, as que se mostraram estatisticamente significativas (nível 0,05) foram: sexo, escola, confiança e medo/insegurança.


 

Tabela 15 - Modelo: intenção de voto em Mauro Mendes no 2° turno (2012)

Variáveis

B

S.E.

Wald

Sig.

Exp(B)

sexo(1)

-,953

,390

5,975

,015

,386

Idade

1,881

,865

idade(1)

1,365

2,778

,241

,623

3,915

idade(2)

,122

,941

,017

,897

1,130

idade(3)

-,078

,936

,007

,934

,925

idade(4)

-,430

,956

,202

,653

,651

idade(5)

-,523

,949

,304

,582

,593

Escola

9,876

,043

escola(1)

-,642

1,128

,323

,570

,526

escola(2)

,437

,792

,305

,581

1,548

escola(3)

1,737

,714

5,917

,015

5,679

escola(4)

,314

,633

,246

,620

1,369

Renda

2,788

,594

renda(1)

,658

,854

,594

,441

1,931

renda(2)

,250

,774

,104

,747

1,284

renda(3)

-,180

,796

,051

,821

,835

renda(4)

,792

,885

,801

,371

2,208

avaliação_Dilma

15,921

,014

avaliação_Dilma(1)

-14,127

8681,156

,000

,999

,000

avaliação_Dilma(2)

-16,054

8681,156

,000

,999

,000

avaliação_Dilma(3)

-18,618

8681,156

,000

,998

,000

avaliação_Dilma(4)

-17,056

8681,156

,000

,998

,000

avaliação_Dilma(5)

-17,115

8681,156

,000

,998

,000

avaliação_Dilma(6)

-15,434

8681,156

,000

,999

,000

avaliação_Silval

6,924

,328

avaliação_Silval(1)

-,236

2,516

,009

,925

,790

avaliação_Silval(2)

-1,514

2,510

,364

,546

,220

avaliação_Silval(3)

-,240

2,494

,009

,923

,786

avaliação_Silval(4)

,334

2,461

,018

,892

1,397

avaliação_Silval(5)

-,572

2,474

,053

,817

,564

avaliação_Silval(6)

,181

2,676

,005

,946

1,198

avaliação_Chico

7,879

,247

avaliação_Chico(1)

33,431

12141,358

,000

,998

330404733426011,000

avaliação_Chico(2)

32,502

12141,358

,000

,998

130476750100829,000

avaliação_Chico(3)

32,909

12141,358

,000

,998

195986063652752,000

avaliação_Chico(4)

33,821

12141,358

,000

,998

487807696654993,000

avaliação_Chico(5)

32,714

12141,358

,000

,998

161239779667047,000

avaliação_Chico(6)

29,165

12141,359

,000

,998

4638287864638,360

Confiança

118,020

,000

confiança(1)

5,041

,956

27,813

,000

154,592

confiança(2)

-,930

1,010

,848

,357

,395

medo_insegurança

34,128

,000

medo_insegurança(1)

-,487

,592

,678

,410

,614

medo_insegurança(2)

2,094

,608

11,876

,001

8,119

partido_ideologia

2,495

,476

partido_ideologia(1)

-,112

,543

,043

,836

,894

partido_ideologia(2)

1,352

,868

2,428

,119

3,865

partido_ideologia(3)

17,859

12352,016

,000

,999

57053285,024

Constante

-19,080

8488,243

,000

,998

,000

Fonte : Survey acadêmico realizado nos dias 26 e 27 de outubro de 2012.

Notas: regressão logística: variável dependente: voto no 2° turno( 0=Lúdio Cabral; 1= Mauro Mendes); adequação do modelo: Nagelkerke R Square = 0,835; porcentagens de votos preditos: Lúdio Cabral = 93,5%; Mauro Mendes = 92,4%; total: 93%

Os dados obtidos nos revelam que a probabilidade das mulheres votarem em Mauro Mendes é menor do que a dos homens. Em contrapartida a probabilidade do candidato do PSB ser votado é maior entre aqueles com maior escolaridade.

A probabilidade de Mauro ser votado também aumenta, e muito, entre aqueles que dizem confiar no candidato, bem como entre os que afirmam sentir medo ou insegurança com Lúdio Cabral.

Para analisarmos o voto em Lúdio Cabral, a variável dependente foi assim operacionalizada: 0 = “Não Votaria”; 1 = “Votaria”. As variáveis independentes são: sexo (masculino; feminino); idade (16 a 17 anos; 18 a 24 anos; 25 a 34 anos; 45 a 59 anos; mais de 60 anos); escola ( analfabeto e primário incompleto; primário completo e 1° grau incompleto; 1° grau completo e 2° grau incompleto; 2° grau completo e superior incompleto; superior incompleto); renda ( até 1 salário mínimo; de 1 à 5 salários mínimos; de 5 à 10 salários mínimos; de 10 à 20 salários mínimos; mais de 20 salários mínimos); avaliações de governo (Dilma, Silval e Chico Galindo) ( péssimo; ruim; regular negativo; regular positivo; bom; ótimo); confiança ( Mauro Mendes; Lúdio Cabral); medo/insegurança ( Mauro Mendes; Lúdio Cabral). A tabela 18 apresenta os dados referentes a esta análise. O modelo, assim como no caso de Mauro Mendes, também se mostrou bastante confiável, tendo em vista que apresentou um R² de Nagelkerke de 0,769 e percentual de 91% dos votos preditos.

Podemos observar que dentre as variáveis aplicadas, as que se mostraram estatisticamente significativas (nível 0,05) foram: sexo, idade, confiança e medo/insegurança.


 

Tabela 16 - Modelo: intenção de voto em Lúdio Cabral no 2° turno (2012)

Variáveis

B

S.E.

Wald

Sig.

Exp(B)

sexo(1)

,813

,327

6,177

,013

2,254

Idade

5,978

,308

idade(1)

-21,850

13046,707

,000

,999

,000

idade(2)

1,188

,726

2,677

,102

3,279

idade(3)

1,706

,729

5,471

,019

5,508

idade(4)

1,528

,734

4,335

,037

4,609

idade(5)

1,427

,732

3,805

,051

4,167

Escola

8,805

,066

escola(1)

-,893

,982

,826

,363

,410

escola(2)

,225

,677

,111

,739

1,253

escola(3)

-1,125

,616

3,330

,068

,325

escola(4)

-1,036

,541

3,662

,056

,355

Renda

1,316

,859

renda(1)

-,754

,721

1,093

,296

,471

renda(2)

-,618

,637

,943

,332

,539

renda(3)

-,590

,665

,787

,375

,554

renda(4)

-,402

,722

,310

,578

,669

avaliação_Dilma

2,095

,911

avaliação_Dilma(1)

-20,040

11395,844

,000

,999

,000

avaliação_Dilma(2)

-19,945

15026,527

,000

,999

,000

avaliação_Dilma(3)

-2,018

1,892

1,138

,286

,133

avaliação_Dilma(4)

-1,808

1,709

1,119

,290

,164

avaliação_Dilma(5)

-1,641

1,642

,999

,318

,194

avaliação_Dilma(6)

-2,079

1,712

1,476

,224

,125

avaliação_Silval

3,482

,746

avaliação_Silval(1)

,922

1,558

,351

,554

2,515

avaliação_Silval(2)

1,646

1,574

1,093

,296

5,185

avaliação_Silval(3)

1,738

1,514

1,318

,251

5,688

avaliação_Silval(4)

1,066

1,475

,522

,470

2,903

avaliação_Silval(5)

1,401

1,491

,884

,347

4,061

avaliação_Silval(6)

,830

1,613

,265

,607

2,293

avaliação_Chico

3,798

,704

avaliação_Chico(1)

-1,573

1,563

1,013

,314

,207

avaliação_Chico(2)

-1,485

1,569

,895

,344

,227

avaliação_Chico(3)

-,852

1,610

,280

,597

,427

avaliação_Chico(4)

-1,880

1,560

1,451

,228

,153

avaliação_Chico(5)

-1,196

1,554

,593

,441

,302

avaliação_Chico(6)

-17,226

24512,842

,000

,999

,000

Confiança

125,741

,000

confiança(1)

,621

,829

,560

,454

1,860

confiança(2)

5,183

,883

34,492

,000

178,297

medo_insegurança

29,318

,000

medo_insegurança(1)

,269

,486

,307

,579

1,309

medo_insegurança(2)

-1,581

,494

10,254

,001

,206

partido_ideologia

1,986

,575

partido_ideologia(1)

-,479

,405

1,400

,237

,619

partido_ideologia(2)

-,745

,863

,746

,388

,475

partido_ideologia(3)

-18,076

11964,771

,000

,999

,000

Constante

-1,086

1,938

,314

,575

,337

Fonte: Survey acadêmico realizado nos dias 26 e 27 de outubro de 2012.

Notas: regressão logística: variável dependente: voto no 2° turno( 0=Mauro Mendes; 1= Lúdio Cabral); adequação do modelo: Nagelkerke R Square = 0,769; porcentagens de votos preditos: Lúdio Cabral = 90,3%; Mauro Mendes = 91,7%; total: 91%

Ao aplicarmos o nosso modelo de regressão logística binomial ao candidato Lúdio Cabral, podemos observar que o petista, ao contrário do que acontece com Mauro Mendes, apresenta maior probabilidade em ser votado pelas mulheres, bem como entre os eleitores mais velhos.

Lúdio também tem mais chance de ser votado entre aqueles que sentem medo ou insegurança em relação a Mendes, porém o destaque fica entre aqueles que sentem confiança no candidato petista, pois entre estes a probabilidade do voto em Lúdio Cabral aumenta bastante.

CONCLUSÃO

Passaremos a sistematizar algumas questões que consideramos importantes na explicação do resultado da eleição para prefeito de Cuiabá em 2012, com vistas aos métodos científicos utilizados em nossa pesquisa. Neste trabalho, como já foi visto, utilizamos a análise documental, onde nos baseamos em dados oficiais do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso – TRE-MT e Tribunal Superior Eleitoral – TSE, bem como reportagens referentes às eleições de Cuiabá durante o segundo semestre de 2011 e todo o ano de 2012. Utilizamos ainda os métodos quantitativo e qualitativo, no que diz respeito ao primeiro, nos baseamos em pesquisas eleitorais do IBOPE e também em um survey acadêmico, realizado às vésperas da votação do segundo turno, enquanto que, também no segundo turno, como método qualitativo, foram realizados grupos focais.

Primeiramente, com base na nossa análise documental, precisamos considerar a estrutura de campanha de cada candidato. Mauro Mendes contava, entre outros, com o apoio dos partidos dos senadores Pedro Taques (PDT) e Blairo Maggi (PR), ambos são grandes lideranças no estado. Enquanto isso, Lúdio Cabral não ficava atrás e contava com o apoio do PMDB, partido do governador do estado, Silval Barbosa.

No que tange aos gastos de campanha, Mauro Mendes superou em muito ao seu concorrente direto, gastando algo em torno de 70% a mais que Ludio10, apresentando uma campanha mais ostensiva e estruturada. Em contrapartida, o candidato petista teve maior tempo de HGPE, contando com 02(dois) minutos e 06(seis) segundos a mais por programa que Mauro Mendes no primeiro turno. Ao nosso ver, os programas eleitorais de ambos se equivaliam, porém o tempo maior pode ter ajudado Lúdio na sua arrancada para o segundo turno, mas não o bastante para alcançar a vitória.

Segundo o nosso modelo de regressão binomial, as variáveis de natureza política, onde se enquadram variáveis importantes como a identificação ideológica e a avaliação dos governos Dilma, Silval e Galindo, não influenciaram no voto dos eleitores cuiabanos11, sendo que o fato de Chico Galindo não ser candidato à reeleição, impossibilitou o teste de uma explicação importante do voto segundo Fiorina (1981), de que, embora o eleitor seja prospectivo (leva em consideração o futuro), a avaliação de desempenho do candidato em gestão passada é uma das variáveis mais importantes para determinar o voto.

No que diz respeito a Mauro Mendes, em nosso modelo de regressão binomial podemos destacar uma certa rejeição do candidato entre as mulheres, bem como uma aceitação maior entre aqueles com maior escolaridade. Entre os eleitores que sentiam confiança em Mauro e medo e insegurança em Lúdio, a probabilidade de votar em Mauro era muito grande.

No caso do candidato Lúdio Cabral, nosso modelo apresentou uma maior aceitação por parte das mulheres e dos eleitores mais velhos ao candidato petista. Em relação às variáveis emotivas(“confiança” e “medo/insegurança”), o candidato Lúdio apresentou os mesmos resultados que Mauro, tendo uma maior probabilidade de ser votado entre os eleitores que sentiam confiança nele e entre os que sentiam medo e insegurança no candidato adversário.

Ao analisarmos os grupos focais realizados podemos identificar falas interessantes com relação à eleição e aos candidatos. Os cuiabanos, assim como nas pesquisas quantitativas, apresentaram uma rejeição elevadíssima à gestão 2008-2012 de Wilson Santos e Chico Galindo, porém ao mesmo tempo se mostravam esperançosos com uma possível mudança de rumo da política da capital de Mato Grosso, advinda de uma nova gestão do futuro prefeito.

Com relação aos eleitores de Mendes, podemos observar que os participantes dos grupos focais destacaram o fato de que, para eles, o candidato do PSB seria mais preparado, um bom administrador e que transmitia mais confiança do que seu adversário. Ao compararmos as falas dos grupos focais com os dados obtidos no survey acadêmico, concluímos que as “qualidades” de Mauro elencadas pelos entrevistados nos grupos focais, iam de acordo com os dados obtidos no método quantitativo aplicado, pois podemos observar que os eleitores ao serem perguntados sobre qual seria o principal motivo que o levaria a votar no seu candidato12, as variáveis “as propostas”, “é mais preparado”, “passa segurança, confiança , seriedade e honestidade” e “melhor administrador” foram as respostas mais frequentes, somando 51,4% do total da amostra, muito próximo ao resultado de Mauro nas urnas no segundo turno, que foi de 54,65%, fato este que mostra certa correlação dos métodos aplicados e o resultado da eleição.

No que diz respeito ao candidato Lúdio Cabral, nos grupos focais, os seus eleitores sempre destacavam: o fato do petista, por ser médico, entender melhor as questões da saúde; o fato do candidato ser mais carismático/simpático; consideravam o candidato mais experiente na política e com melhores propostas, o fato dele ser do PT, bem como acreditavam que o petista transmitia uma imagem de segurança, seriedade, honestidade e ainda de ser mais próximo à população. Se fizermos o mesmo comparativo que fizemos no parágrafo anterior, observaremos que as variáveis13“as propostas”, “passa segurança, confiança , seriedade e honestidade”, “gosto dele, é simpático”, “porque ele é médico”, “melhorar a saúde”, “próximo do povo”, “tem mais experiência” e “pelo partido” somam 42,6%, enquanto que o candidato recebeu 45,3% dos votos no segundo turno. Mais uma vez podemos observar certa correlação entre os métodos aplicados e o resultado das urnas.

Os resultados obtidos em nossa pesquisa, nos leva a uma junção de fatores para a explicação do voto do eleitor cuiabano nessa eleição de 2012. Tais fatores estão abarcados pela união das teorias do comportamento eleitoral existentes, porém destacamos uma nova corrente, defendida por Lavareda (2011), que busca desvendar o voto por meio de variáveis emotivas. Em nossa análise, como base nos dados apresentados em nosso modelo de regressão binomial e nos grupos focais, podemos observar um eleitor emotivo, apesar das técnicas utilizadas neste trabalho não serem as ideais para uma análise mais sólida, devendo ser aplicados os métodos utilizadas por Lavareda (2011), tais como o EEG (Eletroencefalógrafo) que permite o monitoramento da atividade das ondas cerebrais produzidas pelo córtex, permitindo identificar com excelente resolução temporal (um milésimo de segundo) as emoções – positivas e negativas – a cada momento, bem como o Eye Tracker, que monitora a direção do olhar (tempo e trajetória) e o envolvimento emocional com estímulos testados (LAVAREDA, 2011, p. 25 e 26).

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Alberto C. Á Esquerda dos Números à Direita dos Fatos. Insight/Inteligência. 2001. 15p.

ALMEIDA, Jorge. Como vota o brasileiro: perfil ideológico do eleitor e evolução do voto na pesquisas de opinião de 1994. São Paulo: Editora Xamã. 2a ed. 1998.

ALBUQUERQUE, José A. Gilhon. Identidade, Oposição e Pragmatismo: uma Teoria Política do Voto. Lua Nova, 1992. 26p, 53-80p.

ALVES, Maria Teresa. Conteúdos ideológicos da nova direita no município de São Paulo: análise de survey. Opinião Pública, vol.6, (2000. 2p, 171-190p. out.

ANDRADE, Adriana Oliveira. Aplicação do Modelo Logístico Multinomial no Estudo da Decisão do Voto. 2006. Dissertação de Mestrado. ENCE

BABBIE, Earl. Métodos de pesquisas de survey. Belo Horizonte: Editora UFMG. 1999.

BALBACHEVSKY, Elizabeth. Identidade Partidária e Instituições Políticas no Brasil. Lua Nova. 1992. 26p, 133-165p.

BAQUERO, Marcello. Novos Padrões de Comportamento Eleitoral: Pragmatismo nas Eleições Municipais de 1996 em Porto Alegre. In: BAQUERO, Marcello. (org.) A Lógica do Processo Eleitoral em Tempos Modernos. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS e Centro Educacional La Salle de Ensino Superior,1997.

BALBACHEVSKY, Elizabeth. e HOLZHACKER, Denilde O. Identidade, oposição e pragmatismo: o conteúdo estratégico da decisão eleitoral em 13 anos de eleição. Lua Nova. 1992. 26p, 133-165p.

BAQUERO, Marcello. As Eleições de 1982 no Rio Grande do Sul num Contexto de Abertura Política. In: BAQUERO, Marcello (org.). Abertura Política e Comportamento Eleitoral: Nas Eleições de 1982 no Rio Grande do Sul. Ed. da Universidade, UFRGS, 1984.

BAQUERO, Marcello. Paradigma de Converse: Sistema de Crenças e o Processo Eleitoral de 1982 em Porto Alegre/RS. Revista do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Porto Alegre: vol.13, 1985.

BAQUERO, Marcello. Os Desafios na Construção de uma Cultura Política Democrática na América Latina: Estados e Partidos Políticos. In: BAQUERO, Marcello (org.) Cultura Política e Democracia: Os Desafios da Sociedade Contemporânea. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFGRS, 1994.

BAQUERO, Marcello & CASTRO, Henrique Carlos de O. “A Erosão das Bases Democráticas: Um Estudo de Cultura Política” In: BAQUERO, Marcello (org.) Condicionantes da Consolidação Democrática: Ética, Mídia e Cultura Política. Porto Alegre. Ed. Universidade/UFRGS, 1996.

BORBA, Julian. Cultura política, ideologia e comportamento eleitoral: alguns apontamentos teóricos sobre o caso brasileiro. Opinião Pública. Campinas, vol. 11. 2005. 1p, 147-168p.

CAMPBELL, A.; CONVERSE, P.; MILLER, W. E. & STOKES, D. The American voter. Nova Iorque, John Wiley & Sons, Inc. 1965.

CARDOSO, Fernando Henrique e LAMOUNIER, Bolivar. Os Partidos e as Eleições no Brasil. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1975.

CARREIRÃO, Yan de Souza. A decisão do voto nas eleições presidenciais brasileiras. Florianópolis/Rio de Janeiro: Editora da UFSC/Editora FGV. 2002.

CARREIRÃO, Yan de Souza. A eleição presidencial de 2002: uma análise preliminar do processo e dos resultados eleitorais. Revista de Sociologia e Política, jun. nº 22. 2004. 179-194p.

CARREIRÃO, Yan de Souza e BARBETA, PEDRO A. A eleição presidencial de 2002 a decisão do voto na região da Grande São Paulo. Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol. 19. nº 56, 2004. 75-152p, out.

CASTRO, Mônica Machado de. Determinantes do Comportamento Eleitoral. A Centralidade da Sofisticação Política. Tese de Doutorado. IUPERJ. 1994.

DOWNS, Anthony. An Economic Theory of Democracy. New York, Harper and Collins. 1957.

FIGUEIREDO, Marcus. A Decisão do Voto. São Paulo: Editora Sumaré, ANPOCS. 1991.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 15 de fev. 2011.

KINZO, Maria. D’Alva Gil. A Eleição Presidencial de 1989: o Comportamento Eleitoral em uma Cidade Brasileira. Dados, vol.35, n. 1, 49-65p, 1992.

LAVAREDA, Antônio. A Democracia nas Urnas. Rio de Janeiro, IUPERJ/Rio Fundo Editora. 1991.

LAVAREDA, Antônio. Emoções ocultas e estratégias eleitorais. Rio de Janeiro: Editora Objetiva. 2009.

LAVAREDA, Antonio. Neuropolítica: o papel das emoções e do inconsciente. Dossiê Marketing Político, n. 90, p. 120-146, jun./ago. 2011.

LAVAREDA, Antônio e TELLES, Helcimara. Como o eleitor escolhe o seu prefeito: campanha e voto nas eleições municipais. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2011.

LAZARSFELD, P.9 PERELSON, E. & GAIDET, H. The people's choice. Nova Iorque e Londres, Columbia University Press. 1965.


 

LIPSET, ler. S. & ROKKAN, S. Cleavage structures, party systems and voter alignments: an introduction, in M. S. Lipset & S. Rokkan (ed.), Party systems and voter alignments. Nova Iorque, MacMillan. 1967.

LIMA JÚNIOR, Olavo Brasil de. Eleições Presidenciais: Centralidade, Contexto e Implicações. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 14, n.40, 11-30. 1999.

LUPIA, Arthur. Shortcuts Versus Encyclopedias: Information and Voting Behavior in California Insurance. The American Political Science Review, Vol. 88, No. 1, pp. 63-76. 1994.

MONROE,Kristen R. Econometric Analyses of Electoral Behavior: A Critical Review. Political Behavior, Vol. 1, No. 2, pp. 137-173. 1979.


 

NEUMAN, W. R. The paradox of mass politics - knowledge and opinion in the American electorate. Cambridge e Londres, Harvard University Press. 1986.

RADMANN, Elis Rejane Heinemann. O Eleitor Brasileiro: Uma Análise do Comportamento Eleitoral. Dissertação de Mestrado.UFRGS. 2001.

REIS, Fábio Wanderley e Mônica M. M. Castro. Regiões, Classe e Ideologia no Processo Eleitoral Brasileiro. Lua Nova 26, 81-131. 1992.

REIS, Fábio Wanderley. Identidade, Política e a Teoria da Escolha Racional. Revista Brasileira de Ciências Sociais. ANPOCS/Vértice, n. 6, vol. 3, 26-38. 1988.

ROCHA, Enivaldo Carvalho da. Os determinantes do voto na eleição para prefeito do Recife em 2008. Revista Política Hoje, Vol. 17, Nº1, 17-37, ano 2008.

SAMUELS, David. Determinantes do Voto Partidário em Sistemas Eleitorais Centrados no Candidato: Evidências sobre o Brasil. Dados, vol. 40, n.3, 493- 533. 1997.

SAMUELS, David. As bases do Petismo. Opinião Pública, Campinas, vol.10, n.2, 221-241. 2004.

SARTORI, Giovanni. Partidos e Sistemas Partidários. Rio de Janeiro. Zahar Editora. 1982.

SILVA, Enídia Ferreira da. “Personalismo e comportamento eleitoral”. In: Baquero, Marcello. Abertura Política e Comportamento Eleitoral nas Eleições de 1982 no Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul. Editora da Universidade, UFRGS. 1984.

SINGER, André. Collor na Periferia: a Volta por cima do Populismo?. In, Bolívar Lamounier (org.) De Geisel a Collor: o Balanço da Transição. Suamré/IDESP. 1990.

SINGER, André. Esquerda e Direita no Eleitorado Brasileiro. São Paulo, Edusp e Fapesp. 2000.

1Ver http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1.

2Em nosso survey, Chico Galindo apresentou um índice de rejeição de 67%, divididos em 11,5% regular negativo, 17,3% ruim e 38,2% péssimo.

3A presidenta apresentou os seguintes índices: 20,7 % regular positivo, 55,3% bom e 15,8% ótimo.

4O governador de Mato Grosso apresentou os seguintes índices: 30,0 % regular positivo, 28,0% bom e 3,0% ótimo.

5 Pedro Henry foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 26 de novembro de 2012, no processo do mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sua pena foi de 7 anos e 2 meses, além de uma multa no valor de R$ 932.000,00. Sobre o tema, ver <www.g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2012/11/supremo-define-pena-de-pedro-henry-7-anos-e-2-meses.html>. Acesso em: janeiro 2013.

6 O perfil desses grupos foi o seguinte: homens e mulheres, com idade entre 18 e 45 anos, das classes C e D.

7 Ver tabela 3

8 Esta Pesquisa foi realizada através do método Survey, com a utilização de software especializado em estatística, planilhas e gráficos. A amostragem foi realizada a partir de uma fórmula para universo finito, com margem de erro de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos. Os resultados das tabelas foram arredondados pelo programa para totalizarem 100%. Utilizamos uma amostra de 600 questionários.

9 O R² de Nagelkerke é um indicador de ajuste do modelo de regressão, ou seja, da capacidade as variáveis independentes explicarem a variável dependente ( Carreirão, 2012).

10 Ver tabela 5.

11 Ver tabelas 15 e 16.

12 Ver tabela 14.

13 Ver tabela 14.


Autores


Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi.