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A universidade como pilar na produção do conhecimento

Agenda 08/01/2018 às 14:30

Universidades são importantes para o mundo e sofrem transformação. São peças fundamentais da história que ajudaram a criar e a derrubar governos. Assim, foram refúgio de novas gerações e berço de inovações tecnológicas que mudaram o mundo.

SUMÁRIO: 1. Introdução: a história da Universidade como formadora de mentes. 2. A universidade como pilar social nos dias atuais. 3 A Universidade que evolui com o mundo. Conclusão.

RESUMO: Universidades são importantes para o mundo e sofrem transformação. São peças fundamentais da história que ajudaram a criar e a derrubar governos. Assim, foram refúgio de novas gerações e berço de inovações tecnológicas que mudaram o mundo. Há séculos presente neste planeta, da Grécia antiga, passando pelo Império Romano, Idade Média e Idade Contemporânea, a universidade, como incubadora de cérebros, teve diversas formas de acessibilidade, estrutura organizacional e funções. Atua como desenvolvedora da tecnologia de ponta e também como salvaguarda da ordem e da democracia, na medida em que forma pessoas prontas para defender ideais de liberdade e de justiça.

Palavras-chave: Universidade. Conhecimento.


 INTRODUÇÃO: A história da Universidade como formadora de mentes

A Universidade é o lugar privilegiado para uma educação dirigida às exigências de nossos tempos. Atribui-se a ela a responsabilidade de educar e, devido a isso, formar o futuro de um país. É de fundamental importância entender todo o processo de surgimento dessa instituição e como ela age atualmente.

Na Grécia Clássica do século V surgiram os primeiros modelos de instituições do ensino superior: as universidades. Mas elas começaram como um local onde os pensadores transmitiam seus saberes sem incentivar o debate. Os romanos, aproveitando a hegemonia do seu império, desenvolvem-no culturalmente absorvendo a educação grega. Com a sua expansão e popularização ao redor do mundo, as universidades formaram centros de desenvolvimento e produção de mentes pensantes, onde os professores e alunos, além de desenvolverem a profissão, incentivaram o questionamento da realidade que os cercavam e a liberdade de pensamento.

Durante a Idade Média, uma grande parte da população ainda não tinha acesso ao conhecimento, nem mesmo o básico, que é ler e escrever, e não tinha nenhuma perspectiva na vida de reter tais conhecimentos nas universidades. Ler e escrever eram privilégios de uma pequena parcela da população.

Com o advento das revoluções econômicas impulsionadas pela Revolução Industrial, deu-se maior atenção às instituições de formação de cérebros. A partir daí, a demanda por investimento em educação implicou em financiar o futuro tecnológico de uma sociedade. O investimento em Centros Universitários foi uma procura exigida pelo próprio capitalismo que buscava, por meio de novas tecnologias que só podiam ser obtidas nestes centros, redução nos gatos e aumento da lucratividade.

No entanto, Centros Acadêmicos Universitários, principalmente na Idade Contemporânea, foram alvos de Estados totalitários, armas de governo populista e fortaleza de revolucionários da vanguarda estudantil. Isso porque, como centro portador e produtor de mentes, a Universidade tem um papel de formar os futuros cidadãos, e tal poder pode receber a alcunha de pilar estrutural da sociedade moderna.


1  A UNIVERSIDADE COMO PILAR SOCIAL NOS DIAS ATUAIS

A produção do conhecimento tem como seu cerne a Universidade. Esta produção, no entanto, não ocorre da mesma forma ao redor do mundo. Diferentes culturas e sociedades apresentam uma forma de estruturação, organização e desenvolvimento diferentes da forma de pensar.      

“Neste sentido, as universidades são diariamente chamadas a exercer um papel de liderança na proposição de uma forma de educação inter(trans) disciplinar que comporte uma dimensão ética e que tenha por objetivo conceber soluções para os problemas ligados ao desenvolvimento sustentável.” (KRAEMER, 2005, despaginado).

A universidade é montada para suprir as necessidades da organização social. Em um Estado que se destina à produção rural, evidentemente será dada maior importância no desenvolvimento de tecnologias e formação de profissionais nesta área. Já os países que visam ao desenvolvimento do setor bélico, investem nas áreas de engenharia, importando e produzindo cérebros para a criação de novas tecnologias.

Emerson, Ralph (séc 21, despaginado) diz: “O que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la.”.

O conhecimento, a dúvida intelectual e a pesquisa continuada são fortes armas proporcionadas pelo ensino universitário à sociedade. Durante muito tempo, a história provou que estes instrumentos intelectuais foram úteis no combate ao totalitarismo - de esquerda ou direita - e na defesa à liberdade individual e de comunicação. No Brasil, durante a vigência militar de 64 a 85, movimentos estudantis resguardados por suas instituições universitárias foram salvaguardas da ordem e justiça.      

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“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” (Paulo Freire, sec 21, despaginado).

O papel da universidade como formadora de cérebros hoje é evidente, pois com a ajuda dela, este país prova da democracia absoluta e da liberdade de expressão indelével.        


2 A Universidade que evolui com o mundo

A Universidade anda necessariamente acompanhada com a evolução tecnológica, social e intelectual do universo humano. No século XXI, a Revolução digital - com avanço vertiginoso e contínuo das tecnologias da informação e de comunicações –, a globalização de mercado, a desregulamentação na área da educação - que acabará com a reserva de mercados -, são evoluções em nosso mundo que transformam o modo de aprender na sociedade que alimenta cada vez mais exigências.

“A universidade é, dentre as várias instituições de ensino formal, aquela à qual compete ministrar o mais elevado grau de ensino, o superior, ou seja, o da educação para máxima capacitação e qualificação dos seus cidadãos na resolução e antecipação dos problemas que mais a afetam.” (KRAEMER, 2005, despaginado).

A geração Y- símbolo deste século- está produzindo um novo tipo de aluno, mais reflexivo, mais questionador, plugado na rede, mais exigente; uma geração construtivista, que não aceita o tom professoral e prefere descobrir a ser ensinada. Um novo tipo de aluno requisita um novo tipo de professor, uma nova universidade. Este é um desafio para todas as organizações educacionais.


 CONCLUSÃO

São evidentes os bens proporcionados por uma instituição de ensino universitária. A partir dela podemos melhorar a sociedade e a natureza. A primeira, pela geração de humanos qualificados para desenvolver os mecanismos sociais trazendo bem-estar à população, a segunda, pelos produtos gerados por estes indivíduos a partir do desenvolvimento sustentável. As Universidades também são um pilar de uma sociedade que almeja bases sólidas na educação. Elas são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano.

Portanto, as instituições do Ensino Superior recobrem-se de utilidades sociais como prestação de diferentes serviços à comunidade de acordo com sua competência e capacidade, logo, deve-se dar total assistência para que se garanta o perfeito funcionamento de uma universidade, pois um país cresce quando em seu território a universidade é levada a sério.


REFERÊNCIAS

MOSQUERA, J. J. A universidade e a produção de conhecimento. Revista Famecos, Porto Alegre, n.7, p.29-33,nov.1997.

LUCKESI, Cipriano Carlos. [et.al]. Fazer universidade: uma proposta metodológica. São Paulo: Cortez, 2005.

TRINDADE, J.C.S.;PRIGENZI, L.S.Instituições universitárias e produção do conhecimento.São Paulo em Perspectiva, v.16, n. 4, São Paulo out./dez.2002

SGUISSARDI, V. Universidade no Brasil: dos modelos clássicos aos modelos de ocasião. In MOROSINI, M. (Org.). A universidade no Brasil: concepções e modelos. Brasília: INEP. 2006. Cap. 19, p. 351 - 369.

Sobre o autor
Gian Paolo Bosco

ADVOGADO. Aprovado para Procurador dos municípios de Belo Horizonte/MG e São Luís/MA. Acadêmico de Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Estagiário por 2 anos no Ministério Público Federal pelo 10º Ofício Criminal e Cível da PRMA.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

BOSCO, Gian Paolo. A universidade como pilar na produção do conhecimento. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n. 5304, 8 jan. 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/61517. Acesso em: 25 nov. 2024.

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