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Independência do Brasil custou 2 milhões de libras esterlinas emprestadas pela Inglaterra

Agenda 17/09/2022 às 12:00

O que aconteceu foi que Brasil fez a sua primeira dívida para pagar essa indenização, tomando emprestado dinheiro da Inglaterra para dar a Portugal.

A independência do Brasil foi o processo histórico de separação entre Brasil e Portugal que se deu em 7 de setembro de 1822. Por meio da independência, o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa e passou a ser uma nação independente, foi um passo decisivo para o início da organização do estado brasileiro. Significou soberania para que o país pudesse estabelecer suas normas políticas e sua administração pública.

A independência brasileira foi resultado do desgaste da relação de Portugal com a elite brasileira no começo do século XIX. O processo de rompimento entre Brasil e Portugal foi uma consequência direta da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808.

Entre os fatores que causaram a Independência do Brasil, podemos destacar a crise do sistema colonial, as ideias iluministas e as independências ocorridas na América Inglesa e na América Espanhola. Além disso, a própria elite agrária brasileira se beneficiaria de uma separação entre Portugal e Brasil.

O Brasil estava em crise no período de independência devido a D. Pedro I que gerou várias dívidas ao país. A Inglaterra estava interessada no Reconhecimento da Independência do Brasil por conta de seus investimentos na produção de produtos para exportação. Como vinha desenvolvendo-se na manufatura e no fornecimento de outros tipos de produto, era de interesse inglês poder comercializar com um grande mercado consumidor.

A presença da família real no Brasil havia proporcionado grandes avanços, mas, ainda assim, demonstrações de insatisfação aconteceram por meio da Revolução Pernambucana de 1817. A mudança da família real para o Brasil havia resultado em grande aumento de impostos e interferido diretamente na administração da capitania.

A Revolução Pernambucana de 1817 foi reprimida violentamente. Três anos depois de lidarem com ela, o rei D. João VI teve de lidar com insatisfações em Portugal que se manifestaram em Revolução Liberal do Porto de 1820. Esse foi o ponto de partida do processo de independência do Brasil.

No momento em que declarou a independência do Brasil, os governos e tropas de algumas províncias foram levadas a expressar sua incondicional fidelidade ao governo lusitano. Na Bahia, um violento conflito se desenrolou entre 7 de setembro de 1822 e 2 de julho de 1823.

A relação entre a Revolução do Porto e o processo de Independência do Brasil foi de impulsionar o movimento brasileiro, pois gerou instabilidade política no reino português. A Revolução do Porto de 1820 reuniu militares, liberais, o clero e parte da população, buscando uma mudança no regime político e nas políticas praticadas pelo país. Como resultado, os brasileiros aproveitaram-se do momento e D. Pedro I declarou a independência em 1822, dando início à Guerra de Independência, que resultou em sucesso concretizado em 1825.

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No dia 29 de agosto de 1825, o Tratado de Paz e Aliança finalmente oficializou o reconhecimento lusitano. Segundo esse acordo, o governo brasileiro deveria pagar uma indenização de dois milhões de libras esterlinas para que Portugal aceitasse a independência do Brasil. Acontece que o Brasil estava com o Tesouro zerado e para conseguir pagar Portugal teve que fazer um empréstimo com os bancos da Inglaterra.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a Independência do Brasil, em 1824. No entanto, por trás dessa doutrina de não - intervenção e de não-colonização, havia o interesse em diminuir a influência inglesa e em obter, com o reconhecimento, vantagens comerciais para os Estados Unidos. Depois o México e a Argentina, em 1825. A França foi o primeiro país da Europa a reconhecer a independência do Brasil. Portugal não queria aceitar a independência do Brasil.


As consequências da Independência do Brasil:


Resumo


Referências bibliográficas

ASSUNÇÃO, Paulo de. Ritmos da Vida: momentos efusivos da família real portuguesa nos trópicos. Rio de Janeiro. Ed. Arquivo Nacional, 2008. 

DEBRET, Jean, Baptiste. Viagem pitoresca e histórica do Brasil. Trad. e Notas Sérgio Milliet. Belo Horizonte/ São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1989. 

MALERBA, Jurandir. A corte no exílio: Civilização e poder no Brasil às vésperas da Independência (1808-1821), Cia das Letras, São Paulo, 2000. 

SANTOS, Luiz Gonçalves dos Santos. Memórias para servir à história do Brasil. Lisboa. Impressão Régia. T.1. 1825. 

SCHIAVINATTO, Iara Lis. Pátria Coroada: o Brasil como Corpo Político Autônomo 1780-1831, Ed. Unesp, São Paulo, 1999.

Sobre o autor
Benigno Núñez Novo

Pós-doutor em direitos humanos, sociais e difusos pela Universidad de Salamanca, Espanha, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción, com o título de doutorado reconhecido pela Universidade de Marília (SP), mestre em ciências da educação pela Universidad Autónoma de Asunción, especialista em educação: área de concentração: ensino pela Faculdade Piauiense, especialista em direitos humanos pelo EDUCAMUNDO, especialista em tutoria em educação à distância pelo EDUCAMUNDO, especialista em auditoria governamental pelo EDUCAMUNDO, especialista em controle da administração pública pelo EDUCAMUNDO, especialista em gestão e auditoria em saúde pelo Instituto de Pesquisa e Determinação Social da Saúde e bacharel em direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Assessor de gabinete de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Piauí.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

NOVO, Benigno Núñez. Independência do Brasil custou 2 milhões de libras esterlinas emprestadas pela Inglaterra. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 27, n. 7017, 17 set. 2022. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/85255. Acesso em: 21 dez. 2024.

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