Artigo Destaque dos editores

Direitos dos animais e a ausência de maus-tratos em touros de rodeios

Exibindo página 2 de 3
Leia nesta página:

4 OS RODEIOS DE TOUROS EM SÃO PAULO

A pesquisa nos rodeios no Estado de São Paulo, assim como a no Estado de Goiás, procurou observar o tratamento dispensado aos touros de rodeios, antes, durante e depois das provas de montarias realizadas em duas cidades no Estado de São Paulo, Cajamar - SP e Fernandópolis - SP, onde foram entrevistados vários profissionais do rodeio sendo eles três juízes de rodeio, dois locutores, dois comentaristas, cinco peões, um tropeiro e um fiscal de brete.

Entre os entrevistados Henrique Duarte Prata, tropeiro relatou que:

É apenas imaginar como é feito o preparo de um atleta para ir a uma competição, os animais comem uma ração hiper balanceada de proteínas, vivem em seu hábitat natural que é no campo, tem um condicionamento psicológico eles vêm para os rodeios para se adaptar com o barulho, com o som. [...] tem uma fase de adaptação, tem uma fase de preparo, tem a fase de condicionamento físico pra depois eles virem para os rodeios. Quando eles chegam ao rodeio é como um atleta que chega no dia da competição, ele está apto a pular oito segundos ou até mais, no mínimo são oito segundos para eles explodir todo o potencial que ele tem, porque o prazer deles é pular (PRATA, 2010).

Posição confirmada por Esnar Ribeiro, comentarista:

Antes existe uma preparação que já começa na fazenda do proprietário, que os animais têm um descanso, faz um rodízio, enfim o animal foi escolhido para vir para o rodeio ele chega na terça- feira é levado para um pasto tem todo um trabalho com ração, água diária, porque o animal chega ele quer saber onde ele está então ele começa a vistoriar tudo, isso é um trabalho que os tropeiros têm muita preocupação [...] no rodeio o animal aprende, ele sabe que ali em oito segundos ele vai trabalhar e depois ficar o dia inteiro descansando, comendo. [...] o processo dele chegar ao rodeio fica em cerca de duas horas eles ficam esperando ali atrás nos currais esperando a vez dele. Se você comparar isso com um animal em quaisquer outras circunstâncias esses animais leva uma vantagem pelos outros. (RIBEIRO, 2010).

Vinícius Vulpini comentarista e produtor de televisão afirma que:

Entre mil animais você tira um que serve para o rodeio, são animais de grupos seletos diferentes do que muita gente pensa, não tem como você fazer, ensinar ou combinar com animal dele pular. O animal de rodeio é esse animal porque é mantido o respeito territorial dele, então ele não aceita ninguém próximo dele, ninguém em cima dele e isso que é o trabalho do touro de rodeio (VULPINI, 2010).

Em relação a como são transportados os touros de rodeio e qual a maior preocupação dos responsáveis por este transporte, foram consultados não só os proprietários dos animais como os demais envolvidos diretamente na atividade pesquisada. Prata (2010) informou que:

A maioria dos tropeiros eu mesmo que sou um tropeiro tenho uma empresa chamada Pro Horse, que transporta exclusivamente animais de rodeios, meus animais de rodeios têm caminhões com condições adequadas mais do que os caminhões que levam bois para frigoríficos, é quase o dobro de conforto que eles têm dentro do caminhão.

Sebastião Procópio Ribeiro, juiz de rodeio completa que:

Os tropeiros têm toda uma preocupação com horários do transporte para que os animais não peguem muito sol, eles nunca enchem o caminhão tem que ser sempre folgado para eles ficarem mais tranquilos e não correr o risco de um pisar no outro que esteja deitado, são caminhões preparados para carregar esse tipo de animal (RIBEIRO, 2010).

Vulpini (2010) esclarece que:

São transportados por caminhões ou carretas, para os animais de rodeio no caso os caminhões são especiais porque têm que ser mais alto, mais largo eles são forrados com um piso especial que é de borracha, nós chamamos de borrachão que tem uma espessura maior que é para absorver o impacto mesmo porque os animais dependem muito da movimentação.

A mesma indagação feita aos profissionais do rodeio no Estado de Goiás foi repetida a outros profissionais no Estado de São Paulo, com relação ao cumprimento das leis pertinentes durante a realização dos rodeios. Ao ser questionado se existe alguém para verificar se tudo está conforme a lei exige, Ribeiro (2010) afirmou que:

Em todo rodeio tem alguém para verificar, pois já é uma exigência, tem que ter um veterinário para fazer o acompanhamento da sanidade dos animais, pra ver se estar tudo bem com eles; e tem também o juiz de brete que fica ali no fundo verificando os equipamentos dos peões, vendo se não há nada que vá machucar o animal.

Ainda sobre o tema, Jair Honório de Oliveira (2010) juiz de rodeio, ao contar sobre a sua atuação afirma que: "além dos veterinários tem, em todas as festas, os juízes de bretes, e hoje eu estou como juiz de bretes para verificar as esporas, sedém e essas coisas todas".

Prata (2010) faz questão de acrescentar:

Primeiro somos nós mesmos, eu tenho animais e os maiores fiscais somos nós mesmos os donos, e depois a comissão de festas, o diretor de rodeio, o fiscal de pista. Há uma cadeia grande de fiscalização que não tem como uma pessoa pular e fazer algo maligno ao animal.

Gleydson Rodrigues, locutor de rodeios relata que:

Tudo é verificado conforme a lei exige, os juízes de rodeio, quando o animal chega ao recinto, verificam a espora, o sedém, e caso encontre algo fora do padrão com certeza o peão não vai montar, caso ele esteja usando de algum meio de artifício ele é automaticamente retirado da competição (RODRIGUES, 2010).

Marcio de Souza Suzuki, juiz de pista relatou fatos sobre exigências da lei para que a festa em touros aconteça tem que ter:

Um veterinário que é preciso dar um aval constatando que os animais estão em condições de participar da competição e além do veterinário tem os fiscais de bretes que ficam olhando se os animais estão em condições perfeitas, caso não estejam, automaticamente ele é eliminado e isso também acontece com os peões, seus equipamentos passam por fiscalização e se não estiver tudo dentro do padrão eles também são eliminados na hora (SUZUKI, 2010).

Outro questionamento realizado aos profissionais do rodeio no Estado de São Paulo foi quanto aos equipamentos utilizados pelos peões, se os mesmos causam alguma espécie de injúria ou ferimento ao animal. Ao ser entrevistado, o peão de rodeio Evandro Constantino dos Santos (2010) alega que: "não, porque tudo que se usa ali não corta, é tudo liso, é só para o peão ter equilíbrio". No mesmo sentido Ribeiro (2010) informa: "não, porque hoje é tudo fiscalizado para que nada venha a machucar os animais". O locutor de rodeio Almir Cambra ao ser questionado afirmou que:

Se eu ver algum machucado ou se eu ver alguém usando alguma coisa que vá prejudicar a integridade física do animal, eu mesmo denuncio. Eu preciso de um boi sadio pra eu fazer um espetáculo bonito, e outra, ninguém quer ver um animal magro, todo machucado dentro da pista (CAMBRA, 2010).

Emílio Resende (2010), peão de rodeio, relatou que: "se tiver algum profissional utilizando o material errado ele é desclassificado e não compete mais naquele rodeio e talvez até no campeonato que ele estiver disputando." Complementa João Ricardo Vieira da Silva (2010) peão de rodeio que: "hoje já tem estudos científicos que comprova que os equipamentos utilizados não causam nenhum tipo de maus tratos aos animais". Rodrigues (2010) aprofunda mais sobre o assunto citando um exemplo:

Às vezes as pessoas dizem que amarram o testículo do touro para ele pular, então amarra o testículo de um cavalo para que esse venha a pular. O ser humano se você amarrar o testículo de um homem ele não sai nem do lugar e isso não pode ser diferente do animal então aquilo que as pessoas falam que amarrar os testículos de um touro isso não existe, se a pessoa que amarrou o testículo de um touro se ele usa esse tipo de artifício para que o animal possa pular ele tem que ser preso sem direito a fiança e essa pessoa nós mesmo vamos lá aplaudir quem realizar a prisão. Se alguém fizer isso é considerado maus-tratos e ele tem que ser preso sem direito a fiança.

Sobre a utilização do polêmico sedém nos touros de rodeio Vulpini (2010) responde e pede que façamos um teste:

Não causa dor, o sedém é apenas como um tipo de comando para o touro é só para fazer umas cócegas para que o animal levante mais a anca, é como se fosse um estímulo, se causasse dor ele não teria a agilidade que ele tem. Faça um teste você em casa, você mulher chega, arruma um macho e aperte os testículos dele pra ver se ele mexe pelo menos o olho, quanto mais se ele vai conseguir pular.

Oliveira (2010) respondeu que: "de jeito nenhum, se causasse dor ou apertasse, o animal deitava, é só para ajudar ele a pular, ele só sente uma cócega". Rodrigues (2010) completou que:

O sedém é coberto por uma lã para que não venha a fazer cortes no animal. Não causa dor no animal com o peão em cima ele quer tirar aquele peão. Se nós testarmos quinhentos touros de rodeio, por exemplo, você tira ali três ou quatro touros de rodeios que venham para os rodeios se ele não vier para o rodeio ele vai para o frigorífico ele vai para o abate, as pessoas às vezes os protetores ficam pegando muito no pé do rodeio, mas você já viu um animal trabalhar em uma carroça. Eu tenho que te falar dos rodeios profissionais e se tem alguém que amarra os testículos dos animas e faz causar a dor, está pessoa está errada.

João Ricardo Vieira da Silva, peão de rodeio, faz a seguinte afirmação:

O sedém nada mais é que um alerta pro animal, só pra ele saber que na hora que abriu o brete e puxou o sedém ele tem que mostra aquilo que ele sabe fazer, porque eles já aprenderam isso desde bezerrinhos lá na fazenda e geralmente esses bois que são de rodeio já têm a habilidade de pular, já é da índole do animal pular. É só um alerta tanto e que tem boi que cai o sedém e ele pula do mesmo jeito, tem trabalhos científicos que comprova que o sedém não causa nenhum tipo de injúria ao animal. Tanto é que o animal só pula enquanto do peão está em cima dele, o peão caiu ele sai andando normalmente com o sedém, não tem problema algum ele está se locomovendo com o sedém (SILVA, 2010).

A questão também é respondida por Prata (2010) o qual nega que o sedém seja prejudicial ao animal, conforme depoimento transcrito abaixo:

Não, o sedém para as pessoas que não conhece ele é uma corda onde a maioria é revestida com uma lã, ele tem a condição única de fazer uma cócega, se fosse um objeto que ferisse você ia enxergar por ele pressionar um pouco a virilha do animal você ia ver sangue ia ver cortes e ao contrario você não vê nem um sinal você não vê nada porque se não o animal não teria condições de fazer isso pela segunda vez.

Fique sempre informado com o Jus! Receba gratuitamente as atualizações jurídicas em sua caixa de entrada. Inscreva-se agora e não perca as novidades diárias essenciais!
Os boletins são gratuitos. Não enviamos spam. Privacidade Publique seus artigos

Ao ser questionado a respeito das rosetas usadas pelos peões de rodeio, se as mesmas causariam ferimento ao touro, Rodrigues (2010) informou que:

Às esporas, elas não podem ser pontiagudas. Um exemplo na fazenda se você for verificar as esporas utilizadas no dia a dia dos fazendeiros elas são pontiagudas, mas no rodeio elas não podem ter pontas porque se elas tiverem pontas ela vai machucar o animal ela tem que ser lisa como uma prata que você possa passar na sua mão e que não venha causar corte.

Segundo Ailton Amorim do Santos (2010), peão de rodeio: "a roseta não causa ferimento de jeito nenhum, a roseta pode passar na gente mesmo é a mesma coisa de pegar uma moeda e passar na palma da mão". Com palavras diferenciadas, mas que segue o mesmo posicionamento de Santos (2010), Emílio Resende (2010) também peão de rodeio afirma que: "antes era uma coisa bem polêmica falavam que rasgava, cortava, furava o animal hoje é aberto para quem quiser ver a espora não tem ponta, nem quina, não corta a roseta, não tem nada que venha prejudicar o animal". Cambra (2010) nega que a espora seja prejudicial ao animal e, para dar uma certeza para as pessoas, responde o questionamento dando um exemplo: "Eu mesmo já vi a Michele nossa repórter, eu já vi! ela pegou uma espora de rodeio e passar na língua pra mostrar que não corta."

Vulpini (2010) ao ser indagado sobre as rosetas, responde:

Não, as rosetas que têm que estar dentro das normas dos rodeios onde essas não podem ter ponta, as rosetas tem que ser lisa e com uma espessura grossa de maneira que uma pessoa possa passar na mão ou no braço e não vá causar nenhum tipo de ferimento.

Ainda sobre as rosetas, respondeu o peão de rodeio Francisco Félix (2010): "As rosetas é padrão para todos os eventos isso está na lei que tem que ser todas padronizadas de maneira que não machuque os animais".

Foi levantada a questão se no caso de um animal vier a apresentar algum problema de saúde durante a festa de rodeio e qual seria o procedimento adotado, estes seriam mantidos ou retirados da competição.

Ribeiro (2010) relatou que: "quando o animal está com algum problema de saúde ele é retirado da competição na hora, o animal para entrar na arena tem que está com a saúde perfeita". De acordo com Resende (2010) "se isso vir a ocorrer ele é desclassificado, sempre fica de cinco a dez animais reserva, faz um novo sorteio e aquele boi que não está bem, não pula. E o dono do animal jamais deixa pular". Cambra (2010) usa as seguintes palavras: "não continuam! Eu mesmo nunca vi um touro pular doente, mesmo porque é um bicho que custa caro e nenhum tropeiro vai querer perder um animal desses fazendo-o trabalhar debilitado".

Sobre a questão respondeu Silva (2010), que:

Não participa, porque se o animal não estiver apresentando uma boa condição física, expressando saúde, com força não tem o porquê colocar um animal desses porque ele só vem a prejudicar o competidor, o tropeiro, então quando é detectado que o animal não está se sentindo bem ele já não vai pra competição porque são animais que são muito bem observados pelas pessoas que cuidam deles, ai o animal não vai mais pra competição até ele se recuperar.

Santos (2010) discorreu sobre o assunto apresentando um exemplo:

Então, aconteceu aqui no primeiro dia, o boi entrou no brete e o tropeiro e nós também percebemos que ele estava empanzinado, tinha comido demais, tiramos ele e é feito outro sorteio e colocado um para substituí-lo ai o que é retirado ele já é medicado na hora, se o boi não estiver bem eles não podem se apresentar.

Para Prata (2010):

Quem mais percebe isso é o dono do animal, por preço nenhum, por motivo nenhum ele deixaria este animal que está em um momento com algum stress ou comeu uma ração que criou uma indisposição, esse animal não participa da competição, ontem mesmo nós tivemos casos desses pelo o tipo do olhar do animal você já sabe se o animal está triste ou se ele está normal. Primeiro é o dono do animal que cuida muito bem disso, depois também os peões porque os competidores não querem um animal nessas condições pra poder competir.

No questionamento sobre como o rodeio é visto quanto à diversão e ao benefício social. Prata (2010) relata que:

Sem dúvida nenhuma ele tem todas as virtudes que você está dizendo ai, ele traz um grande beneficio social, é uma indústria de empregos. O rodeio é uma cultura do homem urbano que na essência dos antepassados o interior é muito rural, se você fizer uma pesquisa no interior é capaz de dar mais que o dobro como se pedir para que venha um time grande de futebol joga aqui ou você quer um rodeio, eles vão falar que quer o rodeio, então a cultura nossa é essa do interior é o homem adestrando e domando os animais é a nossa cultura é a cultura do país rural e isso tem que ser respeitado e traz ainda um divertimento de família, o rodeio é muita família, a gente tem muito orgulho. Meu esporte é rodeio e me sinto muito orgulhoso de sempre participar com minha família, meus filhos todos participaram comigo desde criança e esse hábito eu cultivo na minha vida. O rodeio é o único esporte nesses últimos quatro anos é um esporte que nosso campeonato nós desenvolvemos vários desafios em prol do Hospital do Câncer onde também existe também um monte de ofertas de shows de artistas durante o rodeio em beneficio ao Hospital do Câncer e pra você ter uma idéia tem um desafio de dois mil e sete em Barretos – SP o desafio que o Tião Procópio estava dezoito anos aposentado e montou num boi e em um rodeio só deu uma renda de um milhão e meio para o Hospital do Câncer de Barretos a Cristal Top Teen já deu cerca de dois milhões de reais em beneficio do desafio. O desafio que chama "Desafio do Bem" e quem criou esse desafio foi o Gleydson Rodrigues o locutor de rodeios é uns dos maiores locutores de rodeios do país, e a família do rodeio, eu posso dizer que já arrecadamos mais de seis milhões de reais no rodeio para o Hospital do Câncer de Barretos acho que nenhum outro esporte, nenhum outro segmento de entretenimento no país ofereceu tantos benefícios para ajudar o próximo como o rodeio. E nas cidades pequenas mesmo não sendo para o Hospital do Câncer isso difundiu muito porque uma vez que começou isso você vê um dia um show, um dia um desafio, um dia alguma coisa em benefício da Santa Casa daquele município a um asilo daquele município você vê os peões abrindo mão dos seus prêmios, são exemplos de solidariedade que eu não vi até hoje em nenhum outro esporte no Brasil, tenho muito orgulho que o rodeio lidere esse ranking.

Ribeiro (2010) alega que:

Para nós é visto como um esporte, para as famílias que estão ali para ver o espetáculo é uma diversão e tem também a parte que traz benefícios que são vários empregos, tem também ajuda para instituições beneficentes como o hospital do câncer de Barretos são coisas que andam uma do lado da outra onde só traz lucros e alegria.

Rodrigues (2010) com a relação se o rodeio e uma diversão ou beneficio social afirma que:

O rodeio traz um benefício social, ele se tornou também um grande comércio porque na festa onde há os rodeios tem os aquecimentos dos hotéis o aquecimento dos restaurantes, tem o aquecimento das logísticas roupas, sapatos, camisas, meias, botas. Hoje o rodeio dá milhares de empregos.

Por fim, sobre o meio ambiente, foi questionado se o rodeio traz ou não prejuízo a este. Santos (2010) responde que "não traz nenhum dano ambiental, o que acontece ali ta tudo dentro da lei". Ribeiro (2010) opinou da seguinte maneira: "o rodeio não traz nenhum dano ao meio ambiente, pois tem leis e todas são cumpridas, então não consigo visualizar onde o rodeio possa prejudicar o meio ambiente". Silva (2010) responde que: "o rodeio não prejudica o meio ambiente tem leis há serem cumpridas nos rodeios e nas fazendas, é um conjunto onde um respeita o espaço do outro".

4.1 A posição do Ministério Público em Fernandópolis - SP

Na entrevista com Promotor do Meio Ambiente, Dr. Denis Henrique Silva da cidade de Fernandópolis - SP, realizada no dia 20 de maio de 2010, o mesmo discorreu sobre o rodeio afirmando seu posicionamento sobre várias questões, conforme citação abaixo:

O rodeio sem dúvida nenhuma iniciou como uma opção de diversão principalmente no ambiente rural, mas hoje ele está bem mais profissionalizado, inclusive amparado pela legislação federal de maneira que ele se tornou uma atividade empresarial uma atividade que rende empregos, dividendos ao município a diversas pessoas, inclusive aos próprios esportistas na atividade de rodeio.

Ao meio ambiente com diz respeito à fauna ele não traz prejuízo desde que seja cumprida a legislação federal que não submeta os animais a situação de maus-tratos.

Em Fernandópolis quem verifica se está tudo conforme a lei exige é a Polícia Militar Ambiental, e o centro de zoonose do município que faz essa fiscalização à pedido do próprio Ministério Público, colaborando, portanto, com a Promotoria de Justiça para isso. Eles exercem a fiscalização e qualquer infração constatada eles comunicam a promotoria.

Concluiu afirmando:

O rodeio é uma manifestação cultural de cada região assim como na região sul, na região norte, noroeste, norte do estado de São Paulo, toda região centro oeste, do Brasil se dedica bastante a esta atividade do rodeio porque é uma questão regional e cultural e, portanto eu acho que deve ser respeitada desde que como eu disse guardada a devida obediência a legislação que existe para que não haja maus tratos ao animal para se garantir a segurança dos próprios esportistas, dos próprios peões que montam nos animais e a própria segurança da população em geral que vai prestigiar o evento.

Assuntos relacionados
Sobre a autora
Angélica Nunes Lopes Cruvinel

Bacharel em Direito,Título de Membro do Conselho Internacional do Direito e Justiça.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

CRUVINEL, Angélica Nunes Lopes. Direitos dos animais e a ausência de maus-tratos em touros de rodeios. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 15, n. 2584, 29 jul. 2010. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/17068. Acesso em: 26 abr. 2024.

Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!
Publique seus artigos