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A pesquisa como mediação do ensino e instrumento promotor da autonomia acadêmica

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16/10/2013 às 14:51
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Considerações Finais

Esse estudo esboçou uma reflexão importante, ainda que de modo pontual e exploratório, considerando-se a complexidade do tema em pauta. As concepções e princípios evidenciados refletiram a perspectiva teórica de autores que abordam a educação e o conhecimento – elementos fundadores da dignidade humana -, amparados nos novos paradigmas científicos e sociais da atualidade.

No decorrer do texto, as relações pedagógicas promotoras de autonomia e emancipação vão se esclarecendo através de questionamentos que destacam significativamente os fatores que revigoram o exercício da docência e contribuem para a formação do aluno que sabe pensar.

A pesquisa analisada em seu caráter educativo e científico é compreendida como mediação pedagógica capaz de concretizar o aprender a aprender, contribuindo para a formação das cabeças-bem-feitas.

Por fim, confirma-se a necessidade de mudanças no ambiente pedagógico das instituições de ensino superior que, mesmo diante dos avanços técnico-científicos, das políticas de inclusão, da revitalização das concepções didático-metodológicas, precisam repensar as suas práticas pedagógicas. A autonomia não pode ser compreendida como uma capacidade individual, um atributo prévio à ação dos sujeitos, mas como uma qualidade circunstanciada ao ambiente cotidiano e social em que vivemos, construída no dia a dia, através das relações que nos habilita a tomar decisões pelas quais somos socialmente responsáveis.


REFERÊNCIAS

CONTRERAS, José. (Tradução: Sandra Trabucco Valenzuela). A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002.

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para UNESCO. Lisboa. Portugal: Editora Porto Codex. 1996.

DEMO, Pedro. Saber pensar. São Paulo: Cortez Editora, 2001.

____________ Desafios Modernos da Educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1993

____________ ABC Iniciação à competência reconstrutiva do professor básico. São Paulo: Papirus, 1995;

____________. Conhecimento Moderno: sobre ética e intervenção do conhecimento. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.

____________. Conhecer e Aprender. Porto Alegre: Artmed, 2000.

MORIN, Edgar. (Tradução: Eloá Jacobina). A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bretrand Brasil, 2001

PIMENTA, Selma Garrido e GHEDIN, Evandro. (orgs). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002;

PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002;

SILVA, Tomaz Tadeu da. (org.) Alienígenas na sala de aula. Petrópolis, Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1995.

SCHON, Donald, A. Educando o profissional reflexivo. Porto Alegre: Artmed, 2000.

TARDIF, Maurício. Saberes Docentes e formação docente. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002


Notas

[1] DEMO, Pedro. Saber pensar. São Paulo: Cortez Editora, 2001. O livro nos permite refletir sobre questões que nos ajudam a entender melhor aspectos fundamentais da educação contemporânea e os desafios futuros que envolvem o processo de ensinar e aprender. Destaca a necessidade de professores e alunos assumirem uma postura autônoma e criativa; relaciona o trabalho acadêmico à pesquisa científica, caracterizando a aprendizagem como ato político-pedagógico capaz de fazer do homem, o sujeito da história.

[2] Considera-se o termo fazer não no sentido estritamente instrumental e mecânico, inserido no contexto de uma pedagogia tecnicista, mas sim, no sentido mais amplo, que extrapola a possibilidade de preparar para o exercício de tarefas e rotinas antecipadamente prescritas. Esclarece-se, portanto, sob a noção de competências que orienta a organização dos currículos na atualidade. Cf. in: DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para UNESCO. Lisboa. Portugal: Editora Porto Codex. 1996.

[3] Cf. MORIN, (2001, pp. 21;24) uma cabeça bem-feita significa em vez de acumular o saber, é mais importante dispor ao mesmo tempo de: - uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas; - princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido. (...) é uma cabeça apta a organizar os conhecimentos e, com isso, evitar sua acumulação estéril.

[4] MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bretrand Brasil, 2001

[5] IDEM, (pp. 23;24)

[6] IDEM, p. 33

[7] DEMO, Pedro, Desafios Modernos da Educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1993. (p.130)

[8] Entre os vários autores que estudam e pesquisam as questões relativas à formação e à prática docentes, no âmbito das concepções que envolvem a formação do professor-reflexivo e professor-pesquisador destaca-se PIMENTA, Selma Garrido e GHEDIN, Evandro. (orgs). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez, 2002; PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002; SCHON, Donald, A. Educando o profissional reflexivo. Porto Alegre: Artmed, 2000. Nesse contexto de referências, DEMO é o autor que perfaz um contínuo de estudos cuja linha mestra orienta-se pela reflexão sobre a necessidade de mudanças na prática acadêmica de modo a favorecer a conquista da autonomia docente/discente, ao privilegiar a pesquisa – cerne da universidade - como princípio educativo e científico e instrumento de emancipação e de crescimento intelectual. Pode-se então consultar as obras: DEMO, Pedro. ABC Iniciação à competência reconstrutiva do professor básico. São Paulo: Papirus, 1995; DEMO, Pedro. Conhecimento Moderno: sobre ética e intervenção do conhecimento. Rio de Janeiro: Vozes, 1997. DEMO, Pedro. Saber pensar. São Paulo: Cortez, 2001. DEMO, Pedro. Conhecer e Aprender. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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[9] Cf. Capítulos 5 e 7 in: CONTRERAS, José. A autonomia de professores. Trad. Valenzuela, Sandra Trabucco. São Paulo: Cortez, 2002.

[10] IDEM, 194

[11] IDEM, 195

[12] IDEM, (pp.198,199)

[13] Cf em Contreras (2002, p. 158). Giroux e o professor como intelectual crítico. Observa-se nesse texto, que Contreras esclarece a origem do pensamento de Giroux sobre a concepção do intelectual crítico-reflexivo a partir de Gramsci quando aborda o papel dos intelectuais na produção da vida social; Também a incapacidade das teorias radicais de possibilitar o sucesso do sistema educacional promove a teoria do professor como intelectual transformador.

[14] DEMO, Pedro, 1993, p. 198

[15] DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1998, p. 131

[16] SILVA, Tomaz Tadeu, 1997, p. 77


ABSTRACT: This study outlined an important consideration, albeit in an ad hoc and exploratory, given the complexity of the issue at hand. The concepts and principles disclosed reflect the theoretical perspective of authors that deal with education and knowledge - the founding elements of human dignity - supported in the new scientific and social paradigms of today. Throughout the text, the pedagogical relationships that promote autonomy and emancipation will be clarified through questions that highlight the factors that significantly invigorate the practice of teaching and contribute to the formation of the student who can think. The research examined in character education and scientific pedagogical mediation is understood as capable of achieving the learning to learn, contributing to the formation of head-and-done.

Keywords: research, mediation, education, empowerment, knowledge

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Sobre o autor
Guilherme da Costa Nascimento

Pós- Graduado em Direito Público - UNIASELV-SC Mestrando em Direito Constitucional - UFS-SE

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

NASCIMENTO, Guilherme Costa. A pesquisa como mediação do ensino e instrumento promotor da autonomia acadêmica . Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3759, 16 out. 2013. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/25525. Acesso em: 18 abr. 2024.

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