Essa frase ficaria bem em letras de música de samba, marchinhas de carnaval ou na irreverência dos humoristas. Lembro-me do fantástico Chico Anysio, representando o personagem Professor Raimundo, que fazia perguntas desconcertantes aos seus alunos, buscando deles respostas indecorosas de toda espécie. E, ao final, concluía: “Isto faz sentido”.
O que causa perplexidade, contudo, é que a citada frase foi pronunciada por um historiador, membro da ABL, em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo.
Ora, todos sabemos que Jair Bolsonaro foi eleito para presidir o Brasil. Nessa qualidade, ao tomar posse, tornou-se Presidente da República. Assim, deixou de ser capitão, assim como outros deixaram de ser sociólogo, metalúrgico, economista ou constitucionalista. Quanto à penúltima profissão, é fato que há controvérsias.
Analisando, entretanto, a frase do título acima, o entrevistado silenciou quanto a uma questão importante: seria conforto ou desconforto os militares baterem continência para um metalúrgico? Além disso, trata-se de uma afirmação preconceituosa, que não condiz com a postura de um intelectual. Tal comentário revela desconhecimento – ou simulação de desconhecimento – acerca da formação dos militares, que são submetidos a rigorosos exames e avaliações para fazer jus à patente mencionada.
A título de exemplo, o edital do concurso nº 06/2018, do Estado de Minas Gerais, para o cargo de soldado, exigia, além de provas físicas, a realização de “40 questões de múltipla escolha, cada uma com 4 opções, abordando as seguintes matérias: Língua Portuguesa, Direito Penal, Direito Constitucional, Direito Penal Militar, Estatística, Direitos Humanos e Legislação Extravagante”.
Como se vê, se, para a admissão de um soldado, é preciso atender a tais exigências, o que se pode dizer sobre os cursos que Bolsonaro teve de concluir para atingir a patente de capitão? Ademais, os requisitos para candidatura à Presidência da República não fazem alusão a escolaridade nem a profissão. Assim sendo, Bolsonaro possui qualidades culturais mais do que suficientes para exercer o honroso cargo.
Entretanto, certos intelectuais, artistas, alguns juristas, padres afastados ou expulsos da Igreja Católica, professores universitários e alunos insistem em lançar impropérios. Chegam ao ponto de, como fez Leonardo Boff em artigo no jornal O Tempo, afirmar que Fidel Castro era uma pessoa terna!
Outras heresias proliferam: “a prisão de Lula é política”; “não há provas contra ele, apenas evidências”. Ora, tais pronunciamentos denotam desconhecimento do Código de Processo Penal.
O que é mais grave, no entanto, é que a maioria dos intelectuais não só conhece esse Código como também está a par dos fatos que envolvem o Brasil. Outros, por sua vez, seguem a onda, assumindo a postura de "cegos de olhos abertos", conforme dito por Vieira, referindo-se aos fariseus, que pregavam uma coisa e praticavam outra, impondo pesados fardos sobre os ombros alheios.
A propósito, o TRF4, ao julgar o processo de Lula, deu uma lição de seriedade e tranquilidade, características que devem pautar o comportamento dos tribunais. Os desembargadores deixaram de lado o exibicionismo, tão comum em certos julgamentos, nos quais magistrados fazem questão de exibir seus conhecimentos jurídicos com citações de leis da época imperial ou longas e cansativas teses, recheadas de doutrinas estrangeiras, especialmente americanas. Tais assertivas talvez sejam úteis em defesas de teses acadêmicas, mas são desnecessárias em julgamentos.
Os desembargadores do TRF4 basearam-se numa análise minuciosa do processo, o que resultou em uma memorável decisão, cujo julgamento servirá de paradigma para outros tribunais. Feitas essas considerações, dificilmente o acórdão será reformado pelas instâncias superiores.
Por fim, não posso deixar de mencionar os gritos petistas, ressoando pelos quatro cantos, de que o impeachment de Dilma foi um golpe. No entanto, o resultado das urnas revelou o contrário: Dilma sofreu uma derrota esmagadora e vexatória, terminando em 4º lugar.
O PT prega democracia, mas o partido está longe de ser democrático. Basta observar como seu líder maior age, mandando e desmandando, à maneira do coronelismo dos tempos antigos no Brasil. Os seguidores petistas são dirigidos e abençoados pelo "coronel" que está hospedado na “República de Curitiba” e de lá pretendia governar o Brasil. Todavia, todos esses fatos não abalam os convertidos nem os ativistas.
O povo, entretanto, foi sábio ao votar nas eleições do segundo turno, elegendo o Presidente do Brasil.
Ainda há pessoas que desdenham da sabedoria popular!
Finalizando: os militares baterão, confortados, continência a Jair Messias Bolsonaro, Presidente do Brasil.