Covid-19: prevenir com água e sabão (que água?) - O ano começa com a maior crise sanitária mundial da nossa época, como afirma a OMS. Enquanto escrevo, já temos no mundo mais de 740 mil casos confirmados de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus e cerca de 35 mil mortes.
Milhares de cientistas, autoridades e especialistas estão empenhados em reduzir a proliferação do vírus e, consequentemente, as mortes. Nota-se, no entanto, que, para todos, uma ação é unânime: o aprimoramento da higiene. O simples ato de lavar as mãos com água e sabão ajuda a reduzir em mais de 40% a possibilidade de doenças como viroses e infecções diarreicas, segundo a OMS.
Parece tão óbvio, tão banal. Mas não é! No Brasil ainda existem cerca de 35 milhões de pessoas sem acesso a água tratada, segundo dados extraídos do Instituto Trata Brasil. Não há como exigir higiene de uma população que sequer tem acesso ao item mais básico do saneamento.
Neste cenário, há alguma esperança com o novo marco legal do saneamento, que prevê metas de universalização de acesso ao saneamento pelo Brasil. Espera-se, com isso, que 99% da população tenha acesso à água tratada até o final de 2033 e que 90% tenha acesso à coleta e tratamento de esgoto no mesmo período.
Com a universalização, acredita-se que o setor de fornecimento de químicos e tecnologias para o tratamento de água e esgoto cresça consideravelmente durante a próxima década. Ao longo dos últimos anos, já se observa uma busca incessante por tecnologias mais eficientes e sustentáveis para algumas etapas dos processos de tratamento, como é o caso do dióxido de cloro utilizado na pré-oxidação em estações de tratamento de água. Este produto vai totalmente de encontro a um assunto muito recorrente nos dias de hoje, que é a segurança da água.
O dióxido de cloro é uma das barreiras químicas mais eficazes contra protozoários como a Giárdia e o Cryptosporidium, microorganismos responsáveis por surtos de doenças diarreicas que matam milhares de pessoas todos os anos, principalmente em regiões mais carentes, justamente onde o acesso ao saneamento é precário ou inexistente.
Seguimos confiantes de que os próximos anos serão muito positivos para o saneamento no Brasil. Além disso, após essa pandemia, todos os olhos estarão voltados ao aprimoramento da higiene e teremos um real e mais profundo entendimento sobre a importância do acesso à água tratada para todos. Teremos, assim, uma melhora na qualidade de vida das pessoas, principalmente daquelas que enfrentam as piores mazelas nas regiões mais carentes.