Este texto foi publicado no Jus no endereço https://jus.com.br/artigos/26064
Para ver outras publicações como esta, acesse https://jus.com.br

Os benefícios previdenciários, o seu requerimento administrativo e a rede de atendimento do INSS: ligeiras considerações

Os benefícios previdenciários, o seu requerimento administrativo e a rede de atendimento do INSS: ligeiras considerações

Publicado em . Elaborado em .

O RGPS compreende diversos benefícios previdenciários, cujo requerimento administrativo é feito junto ao INSS, autarquia federal a quem compete a sua gestão e que ostenta uma ampla, ramificada e eficaz rede de atendimento aos seus segurados e dependentes.

O Regime Geral da Previdência Social

A Constituição Federal estabelece, em seu art. 194, caput, que a seguridade social é composta por um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social[1], e tendo como objetivos: i) a universalidade da cobertura e do atendimento; ii) a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; iii) a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; iv) a irredutibilidade do valor dos benefícios; v) a equidade na forma de participação no custeio; vi) a diversidade da base de financiamento; e vii) o caráter democrático e descentralizado da administração[2] (CF, art. 194, parágrafo único).

Especificamente com referência à previdência social (porção da seguridade social que interessa ao fim deste texto), urge registrar que existem no Brasil dois sistemas de previdência, a saber, o privado e público. A previdência privada, de uma face, é um sistema complementar e facultativo, de natureza contratual, cujas normas básicas estão insculpidas no art. 202 da Carta Política de 1988[3] e nas Leis Complementares nºs 108[4] e 109[5], ambas de 29 de maio de 2001. Já a previdência pública é caraterizada por ser mantida por pessoa jurídica de direito público, ter natureza institucional, ser de filiação obrigatória e ostentar as suas contribuições natureza tributária, podendo ser destinada aos servidores públicos (regime próprio[6]) ou aos trabalhadores da iniciativa privada (regime geral).

No que concerne ao Regime Geral da Previdência Social – RGPS[7], ele é gerido pelo Instituto Nacional do Segural Social – INSS[8] e, como ressaltado por Marcelo Leonardo Tavares[9], a sua previdência é conceituada “como seguro público, coletivo, compulsóro, mediante contribuição e que visa a cobrir os seguintes riscos sociais: incapacidade, idade avançada, tempo de contribuição, encargos de família, morte e reclusão”. A Constituição Federal, por sua vez, assim o normatiza:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário[10];

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar.

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para trabalhadores de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo, exceto aposentadoria por tempo de contribuição.

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo.

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social.

Quanto aos destinatários das prestações do RGPS, a saber, os beneficiários, estes são, nos termos do art. 10 da Lei nº 8.213/91[11]: i) os segurados, pessoas físicas que mantêm vínculo em nome próprio com o Regime, estando elencados nos artigos 11 a 13 da Lei nº 8.213/91[12]; e ii) os dependentes, que são as pessoas físicas que dependem economicamente dos segurados, consoante preconiza o art. 16 da Lei nº 8.213/91[13].


Os Benefícios Previdenciários

Ademais, a teor do que insculpe o art. 18, caput, da Lei nº 8.213/91, o RGPS compreende duas espécies de prestações, quais sejam, as prestações de cunho pecuniário (os benefícios) e as prestações não pecuniárias (os serviços). Vejamos, sem o intuito de esgotamento da matéria, quais são os benefícios previdenciários e algumas de suas respectivas características[14].

De um lado, são benefícios previdenciários devidos ao segurado: a) a aposentadoria por invalidez; b) a aposentadoria por idade; c) a aposentadoria por tempo de contribuição; d) a aposentadoria especial; e) o auxílio-doença; f) o salário-família; g) o salário-maternidade; e h) o auxílio-acidente (Lei nº 8.213/91, art. 18, I). Por outra banda, são devidos ao dependente do segurado os benefícios: 1) pensão por morte; e 2) auxílio-reclusão (Lei nº 8.213/91, art. 18, II).

A aposentadoria por invalidez é o benefício devido “ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição” (Lei nº 8.213/91, art. 42). Outrossim, é de titularidade de todos os segurados que cumprirem o período de carência[15] de 12 (doze) meses[16] (salvo nos casos previstos nos arts. 26, II, e 151 da Lei nº 8.213/91[17], que independem de carência). Por fim, ostenta renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário de benefício[18] (Lei nº 8.213, art. 44[19]), sendo este valor acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) quando o segurado necessitar de assistência permanente de outra pessoa (Lei nº 8.213/91, art. 45[20]).

Já a aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência de 180 (cento e oitenta) meses (Lei nº 8.213/91, art. 25, II), completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher (Lei n° 8.213/91, art. 48, caput), sendo os referidos limites etários reduzidos em 05 (cinco) anos no caso, v.g., de trabalhadores rurais, salvo quando ausente o efetivo exercício de atividade rural por tempo igual à aludida carência, hipótese em que, mesmo para os trabalhadores rurais, e cumprida a carência em espeque com a consideração de períodos de contribuição sob outras categorias de segurado, não há redução do ventilado limite etário, devendo ser observada a regra geral para este tipo de benefício (Lei n° 8.213/91, art. 48, §§ 1º, 2º e 3º[21]). Ainda, é de titularidade de todos os segurados e ostenta renda mensal de “70% (setenta por cento) do salário de benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% (cem por cento) do salário de benefício” (Lei n° 8.213/91, art. 50). Por último, a aposentadoria por idade “pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria” (Lei n° 8.113/91, art. 51).

Com relação à aposentadoria por tempo de contribuição, ela é, a teor do que reza o inciso I do § 7º do art. 201 da Constituição Federal, devida ao segurado que completar 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher. Para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, os mencionados tempos de contribuição são reduzidos em 05 (cinco) anos (CF, art. 201, § 8º). Finalmente, é de titularidade de todos os segurados (desde que contribuam e não optem pelo plano simplificado de previdência[22]) e detém renda mensal de 100% (cem por cento) do salário de benefício.

A aposentadoria especial, por seu turno, é o benefício devido ao segurado que houver trabalhado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos da legislação (Lei n° 8.213/91, art. 57, caput[23]), dependendo a sua concessão de “comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado”[24], bem como de demonstração de, “além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício”[25]. Ademais, é de titularidade do segurado empregado, do trabalhador avulso e do contribuinte individual filiado a cooperativa de produção ou de trabalho, desde que cumprida a carência de 180 (cento e oitenta) meses (Lei n° 8.213/91, art. 25, II). Por último, ostenta renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário de benefício, de acordo com o disposto no art. 57, § 1º, da Lei n° 8.213/91[26].

No que concerne ao auxílio-doença, ele é o benefício devido ao segurado que ficar temporariamente incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, nos termos do art. 59 da Lei nº 8.213/91[27]. Também, é de titularidade de todos os segurados que cumprirem o período de carência de 12 (doze) meses (Lei nº 8.213/91, art. 25, II), excetuadas as já referidas hipóteses de dispensa de carência previstas nos arts. 26, II, e 151 da Lei nº 8.213/91. Finalmente, a sua renda mensal é no valor de 91% (noventa e um por cento) do salário de benefício, consoante preconiza o art. 61 da Lei nº 8.213/91[28].

Prosseguindo, o salário-família será devido ao empregado e ao trabalhador avulso (em atividade ou em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou aposentadoria por idade), assim como aos demais segurados que estejam aposentados e tenham pelo menos 65 (sessenta e cinco) anos, se homem, ou 60 (sessenta) anos, se mulher (observando-se, também, a redução de 05 – cinco – para o caso de trabalhadores rurais). Ainda, é pago por cota na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados[29] até a idade de 14 (quatorze) anos ou inválido de qualquer idade[30]. Derradeiramente, o seu pagamento independe de carência[31], requer a observância do limite máximo da renda permitida (deve ser segurado de baixa renda, de acordo com portaria editada pelo Ministério da Previdência Social) e “é condicionado à apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória e de comprovação de frequência à escola do filho ou equiparado, nos termos do regulamento” (Lei nº 8.213/91, art. 67).

Quanto ao salário-maternidade, este é devido[32]: i) à segurada, “durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade” (Lei nº 8.213/91, art. 71); e ii) ao segurado ou segurada “que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias” (Lei nº 8.213/91, art. 71-A, caput), não podendo, nesta hipótese, caso decorra do mesmo processo de adoção ou guarda, ser concedido a mais de um segurado, mesmo que os cônjuges ou companheiros estejam submetidos a Regime Próprio de Previdência Social, ressalvado o seu pagamento à mãe biológica e o disposto no art. 71-B da Lei nº 8.213/91, que preconiza que, “no caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade”[33]. À demasia, é de titularidade de todos os segurados, sendo a carência de 10 (dez) meses exigida somente do contribuinte individual e do segurado facultativo (Lei nº 8.213/91, art. 25, III[34]), o que resulta na sua dispensa para o empregado, o empregado doméstico e o trabalhador avulso (Lei nº 8.213/91, art. 26, VI)[35]. Por fim, a renda mensal do salário-maternidade é regulada pelos arts. 72 e 73 da Lei nº 8.213/91, in verbis:

Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral.

(...)

Art. 73. Assegurado o valor de um salário-mínimo, o salário-maternidade para as demais seguradas, pago diretamente pela Previdência Social, consistirá:

I - em um valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição, para a segurada empregada doméstica;

II - em um doze avos do valor sobre o qual incidiu sua última contribuição anual, para a segurada especial;

III - em um doze avos da soma dos doze últimos salários-de-contribuição, apurados em um período não superior a quinze meses, para as demais seguradas.

O auxílio-acidente, por sua vez, é o benefício concedido, como indenização, ao segurado “quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia”[36] (art. 86, caput, da Lei nº 8.213/91). Ele somente é devido aos empregados, aos trabalhadores avulsos e aos segurados especiais[37], e ostenta renda mensal de 50% (cinquenta por cento) do salário de benefício[38]. Por último, independe de carência, a teor do que preconiza o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91.

Por outro lado, a pensão por morte é devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, esteja aposentado ou não (Lei nº 8.213/91, art. 75[39]). Ademais, este benefício independe de carência (art. 26, I, da Lei nº 8.213/91) e terá o valor mensal de 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado o teto dos benefícios do RGPS insculpido no art. 33 da Lei n° 8.213/91 (Lei nº 8.213/91, art. 75). Finalmente, ainda sobre a pensão por morte, a Lei n° 8.213/91 também preconiza que:

Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou habilitação.

§ 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a companheira, que somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de dependência econômica.

§ 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes referidos no inciso I do art. 16 desta Lei.

Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais.

§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar.

§ 2º A parte individual da pensão extingue-se:

I - pela morte do pensionista;

II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

III - para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição.

§ 3º Com a extinção da parte do último pensionista a pensão extinguir-se-á.

§ 4º A parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30% (trinta por cento), devendo ser integralmente restabelecida em face da extinção da relação de trabalho ou da atividade empreendedora.

(...)

Art. 79. Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei[40] ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei.

E o auxílio-reclusão “será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço[41]”, devendo o seu requerimento “ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário” (Lei nº 8.213/91, art. 80). Derradeiramente, ele independe de carência (art. 26, I, da Lei nº 8.213/91), requer a observância do limite máximo da renda permitida (deve ser segurado de baixa renda) e terá o valor mensal de 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu recolhimento à prisão, observado o teto dos benefícios do RGPS (art. 33 da Lei n° 8.213/91).

Para concluir, impende gizar que, nos termos do art. 124 da Lei n° 8.213/91, não é permitido, ressalvado o direito adquirido, o recebimento conjunto dos seguintes benefícios: i) aposentadoria e auxílio-doença; ii) mais de uma aposentadoria; iii) aposentadoria e abono de permanência em serviço; iv) salário-maternidade e auxílio-doença; v) mais de um auxílio-acidente; e vi) mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, salvo o direito de opção pela mais vantajosa[42]. Ademais, é vedada, outrossim, a acumulação do auxílio-acidente com qualquer aposentadoria (Lei n° 8.213/91, art. 86, §§ 1º, 2º e 3º).


O Requerimento Administrativo dos Benefícios Previdenciários e a Rede de Atendimento do INSS

Noutro giro, o requerimento administrativo dos benefícios previdenciários é feito junto ao INSS, que, como visto, é a autarquia federal a quem compete a gestão do Plano de Benefícios e Serviços do RGPS, nos termos das Leis n°s 8.029/90, 8.212/91 e 8.213/91.

Com relação ao INSS, a sua rede de atendimento aos segurados e dependentes do RGPS é composta por Agências da Previdência Social – APS fixas, pela Agência Eletrônica de Serviços ao Segurado, pela Central Telefônica de Atendimento, por Unidades Móveis Flutuantes, por Unidades de Atendimento Móveis e pelas unidades de atendimento denominadas PREVCIDADE.

No que concerne às APS fixas, elas estão atualmente presentes nas 27 (vinte e sete) unidades da federação e em 1.220 (um mil, duzentos e vinte) municípios brasileiros, totalizando 1.506 (um mil, quinhentos e seis) APS fixas[43], que detêm acesso facilitado para idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais.

Quanto à Agência Eletrônica de Serviços ao Segurado, ela está presente na internet (http://www.previdencia.gov.br) e oferece 51 (cinquenta e um) serviços e links informativos com o objetivo de desburocratizar o atendimento ao segurado, como, por exemplo, o requerimento e os pedidos de prorrogação e reconsideração de alguns benefícios.

Acerca da Central Telefônica de Atendimento, ela é realizada pelo telefone gratuito 135 (cento e trinta e cinco) e oferece aos segurados e dependentes diversos serviços, como a prestação de informações e o agendamento de requerimento de benefícios previdenciários e de pedidos de prorrogação e reconsideração.

Sobre as Unidades Móveis Flutuantes, elas são efetuadas pelos PREVBarcos e levam à população ribeirinha que habita nas margens dos rios dos Estados do Amazonas, do Pará e de Rondônia (populações que vivem em áreas isoladas e de difícil acesso onde não há uma agência fixa da Previdência Social) todos os serviços disponíveis nas APS.

No que pertine às Unidades de Atendimento Móveis – UAM, elas hoje somam 35 (trinta e cinco) UAM espalhadas por todo o Brasil e são uma alternativa para facilitar a vida dos segurados e dependentes que moram em cidades que não dispõem de uma APS fixa, na medida em que se deslocam para onde o cidadão está e oferecem todos os serviços de uma APS fixa.

E quanto às denominadas PREVCidade, estas são unidades de atendimento instaladas por meio de convênios[44] entre o INSS (que capacita, supervisiona e faz a orientação técnica dos servidores da Prefeituras) e as Prefeituras (que arcam com a infraestrutura e os recursos humanos), e que, objetivando facilitar a vida do cidadão, prestam alguns serviços previdenciários (como, v.g., informação e recebimento, análise, conferência e formatação de todos os requerimentos) preferencialmente nas localidades onde não existe uma APS.

De outra banda, urge salientar, por oportuno, que desde janeiro de 2009 ocorre o chamado Projeto de Expansão da Rede de Atendimento do INSS – PEX, que visa a interiorizar e aumentar o número de Agências da Previdência Social – APS em todo o País, reforçando, desse modo, o atendimento nas cidades de porte médio (com mais de 20 – vinte – mil habitantes, que até então não dispunham de uma APS) e, outrossim, facilitando o acesso aos segurados e dependentes do INSS. Ainda, o PEX previu originalmente a instalação de 720 (setecentos e vinte) novas APS e, também, a construção de outras APS mediante a detecção de necessidades pontuais, o que resultará, ao fim de sua execução, num total de 1.853 (um mil, oitocentos e cinquenta e três) APS fixas funcionando em todo o País[45].

À demasia, impende registrar a eficácia do atendimento da rede do INSS, na medida em que mais da metade dos benefícios requeridos é deferida na via administrativa, consoante se observa dos seguintes números:

ANO

REQUERIDOS[46]

DEFERIDOS

PERCENTUAL

2010

7.813.605

4.322.141

55,32

2011

8.046.149

4.404.081

54,74

2012

8.425.295

4.573.239

54,28

2013[47]

4.244.327

2.348.151

55,32

Derradeiramente, urge salientar que, quanto ao tempo médio, o cidadão costuma: i) esperar 20 (vinte) dias para ser atendido na APS (a contar da data do agendamento); ii) aguardar 30 (trinta) minutos para ser efetivamente recebido no balcão de atendimento (a contar da sua chegada na APS); e iii) esperar 30 (trinta) minutos para realizar o seu pedido (a partir de sua chegada ao balcão), onde na maioria dos casos (em média 56% – cinquenta e seis por cento[48]) já obtém imediata decisão sobre tal requerimento; e iv) aguardar 29 (vinte e nove) dias por uma decisão sobre o seu requerimento de benefício (a contar da data do agendamento)[49].


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 28ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.

CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 4ª ed. Salvador: JusPodivm, 2010.

Informações sobre a Rede de Atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36ª ed. São Paulo: Malheiros, 2012.

TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário: regime geral da previdência social e regimes próprios de previdência social. 9ª ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2007.


Notas

[1] Nos termos do art. 6º da Constituição Federal, “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

[2] Por meio de gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados, a teor do que preconiza o inciso VII do parágrafo único do art. 194 da Constituição Federal.

[3] CF, art. 202: “O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. § 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação.”.

[4] Dispõe sobre a relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar, e dá outras providências.

[5] Dispõe sobre o Regime de Previdência Complementar e dá outras providências.

[6] Não teceremos maiores comentários acerca do regime próprio da previdência social, porquanto ele se revela estranho ao fim buscado com o vertente escrito.

[7] Instituído pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências), e regulamentado pelo Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999 (aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras providências).

[8] Autarquia federal a quem compete a gestão do Plano de Benefícios e Serviços do RGPS, nos termos das Leis n°s 8.029, de 12 de abril de 1990 (dispõe sobre a extinção e dissolução de entidades da administração Pública Federal, e dá outras providências), 8.212, de 24 de julho de 1991 (dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências), e 8.213/91.

[9] In Direito Previdenciário: regime geral da previdência social e regimes próprios de previdência social. 9ª ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 24.

[10] Sobre o desemprego involuntário, cumpre salientar que ele “é coberto pelo seguro-desemprego, benefício previdenciário pago pela Caixa Econômica Federal, mediante autorização do Ministério do Trabalho. De todos os riscos sociais, é o único que não integra o Regime Geral da Previdência Social e também não recebe cobertura do INSS” (in TAVARES, op. cit., p. 51).

[11] Lei nº 8.213/91, art. 10: “Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social classificam-se como segurados e dependentes, nos termos das Seções I e II deste capítulo.”.

[12] Lei nº 8.213/91: “Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I - como empregado: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas; c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social ; i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; V - como contribuinte individual: a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo; b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento; VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. § 1o  Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. § 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. § 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social. § 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura. § 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundações. § 6o  Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. § 7o  O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença. § 8o  Não descaracteriza a condição de segurado especial: I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; e IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo; V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e VI - a associação em cooperativa agropecuária; e VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do § 12. § 9o  Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o deste artigo; III - exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais; V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; e VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social. § 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria: I – a contar do primeiro dia do mês em que: a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o deste artigo; b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9o e no § 12, sem prejuízo do disposto no art. 15; c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; e d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada em desacordo com as limitações impostas pelo § 12; II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o § 7o deste artigo; b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9o deste artigo; e c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste artigo. § 11.  Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que participe da atividade rural por este explorada. § 12.  A participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma do inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica componha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades. Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência social. § 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas atividades. § 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição. Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, desde que não incluído nas disposições do art. 11.”.

[13] Lei nº 8.213/91: “Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. § 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. § 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. § 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.”.

[14] Frise-se que, em razão do objetivo limitado do atual texto, não teceremos maiores considerações sobre os serviços, cumprindo apenas registrar que estes são o serviço social e a reabilitação profissional, ambos devidos tanto ao segurado quanto ao dependente, nos termos do art. 18, III, da Lei nº 8.213/91.

[15] De acordo com a cabeça do art. 24 da Lei nº 8.213/91, “período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências”.

[16] Lei nº 8.213/91: “Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais;”.

[17] Lei nº 8.213/91: “Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: (...) II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado”; e “Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionadas no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids; e contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.”.

[18] Lei nº 8.213/91, art. 29: “O salário-de-benefício consiste: I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário; II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo. § 2º O valor do salário-de-benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-de-contribuição na data de início do benefício. § 3º Serão considerados para cálculo do salário-de-benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo-terceiro salário (gratificação natalina). § 4º Não será considerado, para o cálculo do salário-de-benefício, o aumento dos salários-de-contribuição que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente anteriores ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva. § 5º Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo. § 6o O salário-de-benefício do segurado especial consiste no valor equivalente ao salário-mínimo, ressalvado o disposto no inciso II do art. 39 e nos §§ 3o e 4o do art. 48 desta Lei. § 7o O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, segundo a fórmula constante do Anexo desta Lei.”.

[19] Lei nº 8.213/91, art. 44: “a aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei.”. E o art. 33 da Lei em debate preconiza que “a renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-de-contribuição, ressalvado o disposto no art. 45 [acréscimo de vinte e cinco por cento no valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar de assistência permanente de outra pessoa] desta Lei”.

[20] Lei nº 8.213/91, art. 45: “o valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).”.

[21] Lei nº 8.213/91, art. 48: (...) “§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11. § 2o  Para os efeitos do disposto no § 1o deste artigo, o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido, computado o período  a que se referem os incisos III a VIII do § 9o do art. 11 desta Lei. § 3o  Os trabalhadores rurais de que trata o § 1o deste artigo que não atendam ao disposto no § 2o deste artigo, mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias do segurado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher.”.

[22] Consoante reza o art. 18, § 3º, da Lei nº 8.213/91, “o segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam na forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991 [plano que exclui o direito à aposentadoria por tempo de contribuição], não farão jus à aposentadoria por tempo de contribuição”.

[23] Lei nº 8.213/91, art. 57, caput: “a aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.”.

[24] Art. 57, § 3º, da Lei nº 8.213/91.

[25] Art. 57, § 4º, da Lei nº 8.213/91.

[26] Lei nº 8.213/91, art. 57, § 1º: “a aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.”.

[27] Lei nº 8.213/91: “Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.”.

[28] Lei nº 8.213/91, art. 61: “o auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei.”.

[29]Art. 16, § 2º, da Lei nº 8.213/91.

[30] Lei nº 8.213/91: “Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos termos do § 2º do art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66. Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria. Art. 66. O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade ou inválido de qualquer idade é de: (...) Art. 70. A cota do salário-família não será incorporada, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício.”.

[31]Art. 26, I, da Lei nº 8.213/91.

[32]Frise-se que “a percepção do salário-maternidade (...) está condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão do benefício”, nos termos do art. 71-C da Lei nº 8.213/91.

[33]Saliente-se que o preceito do art. 71-B da Lei nº 8.213/91 também se aplica à hipótese de salário-maternidade prevista no art. 71 da mesma Lei. Além disso, consoante esclarecem os §§ 1º e 2º do art. 71-B da Lei nº 8.213/91, o benefício em tela, na situação de falecimento do segurado ou da segurada, “deverá ser requerido até o último dia do prazo previsto para o término do salário-maternidade originário” e será pago “durante o período entre a data do óbito e o último dia do término do salário-maternidade originário e será calculado sobre: I - a remuneração integral, para o empregado e trabalhador avulso; II - o último salário-de-contribuição, para o empregado doméstico; III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários de contribuição, apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses, para o contribuinte individual, facultativo e desempregado; e IV - o valor do salário mínimo, para o segurado especial”.

[34]Registre-se que, “em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado”, de acordo com o verbado no art. 25, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91.

[35]Urge averbar que, em se tratando de segurado especial, deve haver a comprovação do exercício de atividade rural nos últimos dez meses imediatamente anteriores ao requerimento administrativo, ainda que de forma descontínua (art. 25, III, c/c art. 39 da Lei nº 8.213/91).

[36]Gize-se que “a perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia” (art. 86, § 4º, da Lei nº 8.213/91).

[37]Nesse sentido é o art. 18, § 1º, da Lei nº 8.213/91, que dispõe que “somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, VI e VII do art. 11 desta Lei”.

[38]Sobre a renda mensal e outras regras do auxílio-acidente, os §§ 1º, 2º e 3º do art. 86 da Lei nº 8.213/91 assim textualizam: “§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário-de-benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. § 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. § 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.”.

[39] Lei nº 8.213/91, art. 74: “A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.”.

[40] Lei nº 8.213/91: “Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo. Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.”.

[41]O abono de permanência foi extinto pela Lei nº 8.870/94.

[42]Pondere-se que também “é vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente” (Lei n° 8.213/91, art. 124, parágrafo único).

[43]Dados de 29.07.2013, segundo consta no “Informações sobre a Rede de Atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS”.

[44]Havia, até junho de 2013, 161 (cento e sessenta e um) convênios celebrados.

[45]Ressalte-se, mais uma vez, que hoje já há 1.506 (um mil, quinhentos e seis) APS fixas em pleno funcionamento.

[46]Frise-se que os requerimentos de benefícios não são as únicas demandas das APS, visto que outros serviços (como, v.g., a contagem de tempo de contribuição) também constituem parcela relevante do atendimento. E considerando todos esses serviços, as APS atenderam as seguintes quantidades de pessoas: a) 48.449.651 em 2010; b) 49.681.568 em 2011; c) 47.529.685 em 2012; e d) 22.554.721 até junho de 2013.

[47]Dados até junho de 2013.

[48]Ressalvadas as espécies de benefícios que dependem de perícia médica.

[49]Dados constantes no “Informações sobre a Rede de Atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS”.


Autor


Informações sobre o texto

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

RIBEIRO, Wendson. Os benefícios previdenciários, o seu requerimento administrativo e a rede de atendimento do INSS: ligeiras considerações. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3813, 9 dez. 2013. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/26064. Acesso em: 25 abr. 2024.