Prescrição intercorrente no âmbito da lei de execuções fiscais:entendimento jurisprudencial do STJ

10/11/2018 às 15:38
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A prescrição intercorrente, instituto que regula o marco da extinção do crédito tributário sempre foi tema de divergência tanto doutrinária quanto jurisprudencial a respeito do teor do art. 40 e parágrafos da LEF.

REsp 1.340.553-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018 (Tema 566)

REsp 1.340.553-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018 (Temas 567 e 569)

REsp 1.340.553-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018 (Tema 568)

O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/1980 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução. 

No acórdão, os ministros entendem que o início da contagem de prazo para o cômputo da Suspensão da Execução fiscal seria da ciência por parte da Fazenda, devendo o juíz de logo, declarar a suspensão do prazo.

No segundo recurso em análise, aduzem os ministros que logo após o término do prazo previsto para a suspensão da Execução, é que se inicia a contagem do prazo prescricional.

Findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão, inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo), durante o qual o processo deveria estar arquivado sem baixa na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da Lei n. 6.830/1980 - LEF, findo o qual o Juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.

O terceiro rescurso trata da interrupção do prazo prescricional. os eminentes ministros entendem que soment está apto a interromper o prazo da prescrição intercorrente a efetiva constrição ou citação do réu. Vejamos:

A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens. Os requerimentos feitos pelo exequente, dentro da soma do prazo máximo de 1 (um) ano de suspensão mais o prazo de prescrição aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) deverão ser processados, ainda que para além da soma desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital) os devedores e penhorados os bens, a qualquer tempo – mesmo depois de escoados os referidos prazos –, considera-se interrompida a prescrição intercorrente, retroativamente, na data do protocolo da petição que requereu a providência frutífera.

Diante do exposto, podemos concluir que em matéria de prescrição intercorrente, o STJ firma seu entendimento quanto aos principais marcos em torno da disposição do art. 40 da LEF, pincipalmente no que tange à efetiva constrição ou ciência por parte do réu de que está sendo movida contra sí uma ação judicial ou que o credor demonstre atrvés de busca, que existam bens passíveis de penhora, causa apta a interromper o prazo prescricional.

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Sobre o autor
Wagner Sousa

Advogado atuante nas áreas Cível e Administrativa. Experiente no cotidiano cartorário e movimentação processual por sistemas. Atuo na seara do Direito de Família e Sucessões e relação contratual.

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