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Manifestações totalmente populares e sem influência da mídia e de partidos?

Um olhar além da "normalidade"

Agenda 13/03/2016 às 19:45

Hoje está ocorrendo — até o momento em que digito — no Brasil mais uma manifestação popular contra o PT. Com certeza teremos outra em defesa do PT. Parece que a manifestação de hoje tem plena ação tão somente do povo, isto é, sem qualquer influência de partidos políticos. Bom, sinto muito dizer, mas não é verdade. Temos que recordar que muito antes do PT ingressar na cadeira da Presidência da República, com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tanto as mídias tradicionais — as que imperavam antes do Golpe Militar [1964 a 1985], e as que conseguiram as concessões durante, ou fortalecidas durante o Golpe — quanto os partidos de oposição “antiesquerda” [lê-se “direita”] alertaram os brasileiros sobre os grandes males da esquerda no poder.

Mesmo diante dos “prognósticos” astrológicos de tiras de jornais, querendo ou não, o Brasil se desenvolveu na questão dos direitos sociais. As redes sociais, o lado negro da “força”, do darwinismo social, desde o século XIX, não esconderam os âmagos doentios dos neodarwinistas [sociais] e dos neonazistas: ataques como kamikazes vorazes contra as ascensões dos párias [negros, nordestinos, pessoas com necessidades especiais]. Aeroportos, shoppings, enfim, os párias estavam próximos das elites darwinistas, pois existem as elites que são humanistas, jamais visto na história do Brasil.

É necessário reprisar que as elites brasileiras, agindo em conluios com os agentes políticos, estou me referindo antes de 1988, sempre ditaram como o Brasil deveria se desenvolver. Várias tentativas de diminuir e banir os párias foram aplicadas, sem total sucesso. Existe, nas manifestações “antiPT”, de que o PT é ditador. Ora, déspotas sempre existiram no Brasil, muito antes do PT. Por exemplo, os movimentos populares no Brasil sempre foram rechaçados através de extrema violência pelos governantes. Os que digam os moradores de comunidades carentes das periferias e dos morros. O remanejo desses moradores, para localidades desprovidas de qualquer infraestrutura [sanitária, água potável, hospitais, transporte público etc.] sempre foi aplicado pelos governantes, como no caso contemporâneo dos moradores da Vila do Autódromo no Rio de Janeiro, por exemplo.

Ora, a lucidez humanística pensaria, e agiria em fazer obras de infraestruturas nas localidades às quais abrigariam os párias retirados de certas localidades. Todavia, os gestores públicos derrubavam as precárias casas dos párias e os mandavam para locais sem quaisquer condições para dar dignidade humana. Ou, como no caso, por exemplo, nas reformas "bota abaixo" de Francisco Pereira Passos, os párias foram expulsos sem que nenhum local fosse pensado para o assentamento deles. Com as tábuas de seus cortiços ao solo, não tiveram outra opção de construírem novas residências no morros. Não muito diferente, está acontecendo na Vila Autódromo.

Manifestações

Sempre ocorreram manifestações no Brasil, o que não é anormal quando há defesa de interesses coletivos voltados aos párias. Outras manifestações tiveram tão somente a defesa de grupos elitizados. Abaixo, algumas manifestações [vídeos] no Brasil:

https://www.youtube.com/watch?v=BALEN3km8_0

https://www.youtube.com/watch?v=krjD3w1fjoM

https://www.youtube.com/watch?v=KyqwGG04BOI

https://www.youtube.com/watch?v=ZkrS4eY3OB0

https://www.youtube.com/watch?v=tqNotXh_JLY

Não podemos esquecer de que houve outros movimentos sociais no Brasil, como o impeachment de Collor, as manifestações contra o voto secreto, o qual livrou vários deputados e deputadas da cassação, como ocorreu com a deputada Jaqueline Roriz — a mesma "sorte" não teve o Natan Donadon. Também há a manifestação de junho de 2013 a qual levou os estudantes às ruas contra o aumento de passagem de ônibus. Na época, as mídias tradicionais "amordaça o povo" logo chancelaram os estudantes de "vândalos". Felizmente, as TVs nos lares brasileiros não eram os únicos meios de acesso à informação aos milhões de brasileiros. A internet mudou o padrão "planilha [des] informativa" dos jornais "amordaça o povo". Desde então, apesar dos inúmeros atos de sufocar o Estado Democrático de Direito, as "planilhas [des] informativas" não tiveram tanta eficácia com nos velhos tempos das manipulações do "gado humano", o povo.

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A liberdade de expressão tem seu fundamento tanto na CF/88 quanto nas leis internacionais de direitos humanos, contudo, ela não é absoluta, como qualquer outro direito. A CF/88 consagrou o "direito de resposta" em casos de abusos e pilantragens em notícias e noticiários sem quaisquer embasamentos, apenas sensacionalistas. O Caso Escola Base, um dos mais famosos do sensacionalismo midiático, serve muitíssimo bem aos tempos atuais, de grande comoção. Existe corrupção? Claro, e não é invenção do PT, PSDB ou qualquer outro partido. Não obstante, a corrupção é sistêmica. Os sindicatos reclamam que há corrupção, mas bem que poderiam alugar espaços em horários nobres das principais TVs aberta para alerta o povo [consumidor] contra a prática de corrupção generalizada do preço psicológico nos fornecedores de produtos, como supermercados, hipermercados, padarias etc. Dizem os sindicatos e federações que os fornecedores são prejudicados pelas cargas tributárias, mas não dizem aos consumidores que os fornecedores cometem crimes: preço psicológico, venda condicionada quantitativamente [exemplo, mais de um iogurte numa bandeja".

Ora, o povo, milhões hipossuficientes, sobrevivem com alguma dignidade graças aos programas sociais, iniciados pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, mas mesmo assim, ainda vivem em miséria, se compararmos as reais potencialidades econômicas no Brasil, uma das maiores do planeta. A venda quantitativa cria pobreza, miséria, desnutrição, pois os dependentes dos incentivos sociais do governo Federal não podem comprar produtos, que cada vez mais são maioria, quantitativos.

Fala-se em parlamentarismo, mas se o Congresso Nacional está repleto de ratos pestilentos nada mudará. Apenas mudou o tipo de sistema de Governo. Se há, contemporaneamente, combate à corrupção, se deve a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, assinada pelo Brasil em 9 de dezembro de 2003. Como na maioria das vezes, o Brasil — lê-se agentes políticos — agem em prol da CF/88 e do povo quando são impelidos, como bois teimosos, a marcharem em benefício do povo, e não deles próprios, como é secularmente neste país.

O fisiologismo"toma lá dá ca"que a direita detinha causou frenesi a eles quando a esquerda tomou a cadeira da Presidência da República. A esquerda começou [ Mensalão] a comer o bolo sozinho. Para repartir, a direita tinha que negociar e favorecer a esquerda {PT] no Congresso, a casa dos monarcas ditosos. Se por uma lado o PT conseguiu elevar o padrão social dos párias, por outro, demonstrou que negociar com os lobistas é a imensa necessidade de se manter no poder. A máquina de moer antropofágica necessita de conluios para funcionar. E os poderosos que pregam a total independência [neoliberalismo] do Estado, não perdem tempo em sangrar vidas humanas pelo lucro certo. Os acionistas, por sua vez, não querem saber das perdas, mas querem saber de lucros, mesmo que a empresa explora o trabalho infantil, as indústrias transnacionais poluam etc. Por isso, a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção é de extrema urgência contra qualquer ato que transgride os direitos humanos.

Se há corrupção, que ela seja combatida, que as investigações e o jornalismo sejam coesos aos Estado Democrático de Direito, e não mais aos interesses de poucos a eternizar o antropofagismo — João e Maria [os quais representam o povo] — do poder pelo poder. O dinheiro público sempre foi mal aplicado ou desperdiçado com obras públicas que começam e não terminam, de medicamentos comprados sem que o povo tenha acesso a eles, de maquinários hospitalares comprados, mas que enferrujam por burocracias. Esses problemas não são da esquerda, e não se pode dizer que é totalmente da direita, mas são problemas gerados por minorias de indivíduos que querem, e lucram, com o caos no Brasil. Quanto maior a desconfiança entre as pessoas, maior a manipulação. As desigualdades sociais favorecem aos antropofágicos, que são como se fossem clãs de famílias, em suas ações nefastas. O ódio étnico, morfológico, sexual e linguístico, gerados e mantidos por este clãs, se fazem diuturnamente, através de boatos, publicidades e propagandas. Alimentam, assim, a divisão nacional e regionais.

Na" pureza "de verborragias, de melhor ou pior, os vermes se alimentam da carne putrefata da guerra entre os cidadãos brasileiros. Tal fato é de fácil reconhecimento quando se analisa o mundo obscuro da internet. Machismo, abuso de poder e de autoridade, racismo, preconceitos, perseguições religiosas. O Brasil e suaArquitetura da Discriminação favorece aos abutres ávidos por carniças. E nas loucuras ideológicas de tempos imemoriais [Império brasileiro], e mais" recente ", da Guerra Fria [Comunismo e Capitalismo], os abutres se disseminam graças ao antropofagismo.

É momento propício de união, sem qualquer ato discriminatório [art. 3º, da CF/88], de forma que os abutres sedentos de carnes — e os leões e as leoas, já que adoram carne fresca — não mais atuem com suas artimanhas publicitárias, propagandistas e jornalísticas. O foco deve ser o bem-estar de todos os cidadãos, de forma que as desigualdades sociais sejam diminuídas. Desigualdades estás que não tem a ver centralizadamente com a economia [renda per capta], mas a desigualdade ocasionada pelas ideologias racistas e preconceituosas. No Brasil, e em muitos países com extremas desigualdade sociais, a problemática do convívio humano se deve mais às ideologias de" superioridade "e" inferioridade ". Países os quais possuem cidadãos comprometidos com o bem-estar de todos, mesmo apresentando pobreza, tem menos corrupções, toxicodependência, gravidez precoce, suicídios etc. [1] A ideia de que a economia forte favorece à diminuição das desigualdades sociais é inverídica. A desigualdade social está condicionada ao modo de se pensar de uma Nação em relação aos concidadãos e, assim, a influências na políticas públicas.

Imagens do livro O Espírito da Igualdade

Tristemente, no Brasil, o que há é uma promiscuidade [maioria dos partidos políticos e políticos, e até quem pretenderá entrar na política] entre interesses públicos e privados. Por sua vez, de políticos com cidadãos que ainda persistem nas ideologias da Arquitetura da Discriminação. Somente a educação universalista pode salvar o Brasil. Ou viverá no túnel do tempo: inflações, abusos de autoridades, crimes contra a Administração Pública, racismos, preconceitos, perseguições religiosas.


Nota:

[1] — WILKINSON, Richard; PICKETT, Kate. O Espírito da Igualdade. Livraria Cultura.

Sobre o autor
Sérgio Henrique da Silva Pereira

Articulista/colunista nos sites: Academia Brasileira de Direito (ABDIR), Âmbito Jurídico, Conteúdo Jurídico, Editora JC, Governet Editora [Revista Governet – A Revista do Administrador Público], JusBrasil, JusNavigandi, JurisWay, Portal Educação, Revista do Portal Jurídico Investidura. Participação na Rádio Justiça. Podcast SHSPJORNAL

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