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Boilesen

Agenda 26/07/2016 às 13:13

O artigo relembra fato ocorrido no período da ditadura militar no Brasil.

Hennin Albert Boilesen foi um executivo dinamarquês radicado no Brasil. Foi presidente da Ultragaz e fundador do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola.

Foi um dos supostos apoiadores da repressão governamental a organizações clandestinas de esquerda durante a ditadura militar brasileira. Acabou assassinado por militantes do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e da Ação Libertadora Nacional (ALN) em 15 de abril de 1971, na cidade de São Paulo, em ação planejada como represália a seu envolvimento na repressão.

O empresário foi assassinado (ou justiçado, como dizem os ex-militantes de esquerda) em 1971. Seu carro foi fechado, ele levou um tiro de fuzil, saiu correndo baleado, levou outros cinco tiros pelas costas e caiu com o rosto na sarjeta, ao lado do meio-fio.

Carlos Eugênio da Paz  aproximou-se rapidamente do corpo ensanguentado. Apontou sua arma para o rosto da vítima. Dizem que foram 25 tiros. O enterro seria em caixão fechado.

Chega ao fim a vida de Henning Albert Boilesen, mas sua história secreta só então começa a ser contada.

Panfletos foram jogados no corpo de Boilesen após a execução, espalharam-se pela rua e a seguinte mensagem era revelada:

"Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que todos eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente".

"Boilesen, já ao chão, levou 25 tiros na cabeça".

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Um assassinato cruel em que não houve punição. Homicídio qualificado.

Uma triste história de um momento sangrento e infeliz por que passou a Nação.

Não se pode aplaudir o “olho por olho e dente por dente”.

Homem fruto de uma época em que capitalismo e comunismo eram aparentemente os dois únicos caminhos, um símbolo da união da elite brasileira com governos ilegítimos, em que a democracia na prática era um mero detalhe, embora conservasse importância retórica; Boilesen deu a entender que  acreditava que tudo era  válido pela manutenção da ordem vigente e no combate ao perigo comunista. As mãos de Boilesen estavam sujas de sangue no momento em que financiou a Oban, e isso foi o determinante em sua execução, mas ele não foi o único. Ele não era uma anomalia no meio social de sua época. Seus executores já haviam alertado:

“Como ele existem muitos outros e sabemos quem são”.

Sobre o autor
Rogério Tadeu Romano

Procurador Regional da República aposentado. Professor de Processo Penal e Direito Penal. Advogado.

Informações sobre o texto

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