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Arborização urbana e a sua importância à qualidade de vida

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Agenda 18/05/2017 às 15:50

3 CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

Ao iniciar um projeto de arborização se faz necessário pensar nos tipos de mudas e principalmente a sua escolha, as mudas que serão plantadas em ruas e avenidas, de maneira geral, devem apresentar algumas características básicas, como bem destacadas pelo Manual de Arborização (CEMIG, 2011):

  • Altura mínima da primeira bifurcação ou ponto de emissão de galhos de 2,5 m.
  • Diâmetro mínimo do caule à altura do colo de 5 cm.
  • Tamanho e formato adequados dos recipientes.
  • Inexistência de raízes expostas na parte superior do recipiente.
  • Boa perpendicularidade (ângulo reto em relação ao nível do solo).
  • Trabalhadas com podas de condução e formação.
  • Inexistência de danos mecânicos.
  • Inexistência de plantas daninhas no recipiente.
  • Galhos bem distribuídos e com boa inserção no tronco.
  • Inexistência de doenças, pragas ou deficiência nutricional. (CEMIG, 2011, p. 45).

Embora exista uma multiplicidade de diversidade de espécies da flora brasileira, não são todas as espécies de árvores que são adequadas ao plantio em áreas urbanas. Muitas apresentam tamanho elevado ou raízes muito densas, outras possuem frutos muito grandes ou seus galhos quebram facilmente com o vento, isto coloca em risco a população (LORENZI, 2009).

3.1 ESPÉCIES MAIS UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO URBANA NO BRASIL

            Conforme estudo e planejamento de projetos de arborização urbana utilizando árvores ornamentais estas pode ajudar a viabilizar o equilíbrio ecológico nas cidades. No entanto, devem ser adequadas ao espaço e às condições climáticas do local. Para que as espécies a serem implementadas na arborização diversas árvores podem ser utilizadas, desde que se conheçam suas particularidades. Eis alguns exemplos:

          

             Figura 3 – Acácia minosa                                                            Figura 4 – Bordo

         Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17)                                            Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17)

Acacia mimosa (Acaciapodalyriaefolia) - Apresenta rápido crescimento, produz cachos de flores amarelas e perfumadas que perduram no outono e inverno. As folhas são pilosas, pequenas e de formato circular, sua coloração é verde-prateado. Seu desenvolvimento é satisfatório ainda que sob o sol casticante.

Bordo (Acer platanoides) - De porte grande se desenvolve de forma rápida, suas folhas são lobuladas, que trazem durante o outono uma coloração amarela ou vermelha. As flores amarelas geralmente aparecem na primavera. Sua adaptação é melhor em climas de altitude, especialmente na região Sul.

               

       Figura 5 – Ailanto ou Árvore-do-paraíso                     Figura 6 – Amérstia ou Rainha das Árvores

            Fonte: Lorenzi (2009,  p. 16-17).                                   Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17).

Ailanto ou árvore-do-paraíso (Ailanthusaltissima) - Apresenta copa ovalada e elegante, com folhas longas e acinzentadas. A produção nas árvores fêmeas constitui de frutinhos vermelhos no outono. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste são onde elas se se adaptam melhor.

Amérstia ou rainha-das-árvores (Amherstianobilis) - De copa majestosa, produz folhas pinadas e pendentes, que se apresentam rosadas quando novas. As flores vermelhas, mescladas com branco, tem uma semelhança com orquídeas e aparecem em cachos durante a primavera. Desenvolve-se bem à meia-sombra ou sol pleno.

                   

          Figura 7 – Carambola                                                               Figura 8 – Pata de Vaca

     Fonte:  Lorenzi  (2009, p. 16-17)                                               Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17).

Carambola (Averrhoa carambola) - Árvore tropical de crescimento lento. Seus frutos amarelos e carnudos são produzidos no verão. Indicadas para a formação de sombras. Floresce o ano todo.

Pata-de-vaca (Bauhiniasp.) – Árvore de pequeno porte, de forma especial tem a sua indicação na arborização de ruas. Suas flores, que geralmente se contrastam em cores o branco ao vinho, tem semelhança com pequenas orquídeas.

                                 

                Figura 9 – Bétula                                                         Figura 10 – Sibipiruna

                Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17).                         Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17).

Bétula (Betula) – sua característica é de copa aberta, em que suas folhas tornam-se amarelas no outono. As flores surgem no início da primavera. Na maturidade, exibe a parte lenhosa do caule esbranquiçada, a questão decorativa é bastante prominente. Adapta-se melhor aos climas de altitude.

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Sibipiruna (Caesalpiniapeltophoroides) – Sua copa apresenta-se em forma densa, arredondada e irregular. Produz folhas compostas, leves e brilhantes. As flores, amarelas e delicadas, brotam em cachos rígidos.

                         

              Figura 11 – Pau-de-ferro                                   Figura 12 – Cássia-imperial

      Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17)                          Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17).

Pau-de-ferro ou pau-ferro (Caesalpiniaferreavar.parviflora) - Apresenta tronco de aspecto decorativo, por ser envolvido por uma fina casca. Produz cachos terminais, em que pequenas flores amarelas se destacam, durante o verão. Ao término do inverno, produz frutos achatados e alongados. Apresenta-se bom desenvolvimento sob sol pleno ou à meia-sombra.

Cássia-imperial, chuva-de-ouro (Cassia fistula) - De porte médio, sua composição é de uma folhagem leve, que durante o inverno ou épocas de secas caem. O intenso amarelo-dourado das flores brota em longos e elegantes cachos suspensos. Produz frutos cilíndricos. Desenvolve-se melhor sob sol pleno.

Neste sentido, um projeto de arborização deve ponderar acerca das adversidades típicas do ambiente urbano selecionando espécies de árvores mais apropriadas ao espaço físico disponível e às condições ambientais e antrópicas da localidade, tendo em vista verificar o histórico de comportamento das mesmas nos espaços urbanos.

3.2 ESPÉCIES MAIS COMUNS NA REGIÃO NORTE

De acordo com Paiva e Gonçalves (2002), ainda que existam inúmeros municípios sem uma legislação apropriada e até mesmo sem nenhuma norma que verse acerca do assunto se faz interessante descrever algumas espécies de árvores mais comumente utilizadas na arborização urbana na Região Norte, conforme apontadas a seguir.

                             

         Figura 11 – Jacarandá-minoso                                                    Figura 12 – Alamanda

         Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17)                                             Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17)

Jacarandá-minoso: Árvore de porte médio, que pode atingir até 15 metros. Sua copa é rala, arredondada a irregular, sua folhagem delicada. Seu caule, 30 a 40 cm de diâmetro, é um pouco retorcido, com casca clara e lisa quando jovem, que gradualmente vai se tornando áspera e escura com a idade. Suas folhas, que medem 40 cm de comprimento, são opostas e bipinadas, compostas por 25 a 30 pares de pequenos folíolos ovais delicados, de coloração verde-clara acinzentada, e se concentram na extremidade dos ramos. Segundo o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), ao chegar o inverno essa espécie perde suas folhas, dando lugar às flores na primavera.

Suas flores são duráveis, perfumadas e grandes, de coloração azul ou arroxeada, em forma de trompete e arranjada em inflorescências do tipo panícula. A floração se estende por toda a primavera e início do verão. Os frutos de cápsula lenhosa surgem no outono, são duros, deiscentes e contém numerosas e pequenas sementes (BRASIL, 2014, p. 2).

Espécie pioneira e tem enorme valor ornamental, sobretudo pelo seu porte e fineza de suas folhas, cor e uma quantidade enorme de flores, geralmente são encontradas em parques e avenidas. Sua floração acontece nos meses de agosto e novembro e seus frutos esse processo ocorre de maio a setembro, ocasião em que árvore fica desnuda das suas folhagens.

Allamanda cathártica: Trepadeira arbustiva e latescente bastante conhecida e utilizada no paisagismo no Brasil. A alamanda apresenta vistosas flores amarelo-ouro (fasciculadas, axilares e campanuladas) praticamente o ano inteiro. Fruto cápsula bivalve, contendo poucas sementes. Essa espécie encontra-se amplamente disseminada nas regiões tropicais e subtropicais.  

A folhagem (folhas 4-verticiladas, oblongas ou ovadas, acuminadas e glabras), tem uma beleza ornamental que incluem folhas verdes e brilhantes. Por ser analisada como planta tóxica, deve ser mantida à distância do alcance de crianças pequenas e filhotes de cães (embora à algum tempo já se conheça seus efeitos tóxicos, não há estudos significativos esclarecendo acerca dos seus malefícios).

Deve ser cultivado a pleno sol, em solo fértil e com regras regulares. É perfeita para cobrir pérgolas, muros e caramanchões, porém necessita ser protegida inicialmente. Em virtude do seu peso da ramagem robusta, recomenda-se evitar utilizá-la em treliças e cercas mais frágeis. Seu crescimento é moderado. Sua adaptação é fértil, ou seja, em todos os estados brasileiros se dá muito bem, mas prefere o calor. Multiplica-se por sementes e por estaquia.

             

       Figura 13 – Laranjinha do serrado                                       Figura 14 - Espatódea

          Fonte: Lorenzi (2009, p. 16-17)                                        Lorenzi (2009, p. 16-17)

O Styraxferrugineus: também conhecido como laranjinha do cerrado, em virtude da sua aparência e do cheiro de suas flores – é uma árvore que nativa dos cerrados brasileiros: no meio do ano, as pétalas brancas do Styrax perfumam os ares de grande parte do Brasil, incluindo a Região Norte.

As flores exibem cinco pétalas, e os grandes estames amarelos tem uma produção de pólen muito grande. O tronco do Styrax brota uma resina perfumada que é utilizada como incenso em cerimônias religiosas. Segundo alguns estudiosos essa planta tem características medicinais contra alergias, febres e como antisséptica.

A espatódea: trata-se de uma planta parente dos ipês e dos cipó-de-São João. Também conhecida como “bisnagueira” e “tulipa africana”, suas flores geralmente são avantajadas e elegantes. Como plantas ornamentais são muito populares que, podem ser vistas em calçadas, fazendas, sítios, escolas, terreno. A despeito de essa planta ser tão disseminada no Brasil, não se trata de uma planta nativa. A sua gênese remete às florestas tropicais existentes nas regiões central e ocidental da África, em virtude disso e a sua adaptação ao clima tropical do País pode ser encontrada em todo o território brasileiro.

Enfim, no planejamento e na gestão urbana, a arborização precisa ser analisada de maneira integrada na paisagem, através da vinculação entre áreas verdes, arborização viária e espaços livres, permitindo um equilíbrio quer seja na preservação ambiental ou, como amplo destaque para controlar a poluição e o melhoramento do microclima urbano, além dos aspectos estéticos, de lazer, recreação e sociabilidade (ROSA, 2010).

Sobre o autor
José Carlos Sabadini Junior

Advogado, Bacharel em Direito - Faculdades Associadas de Ariquemes/RO (FAAR), Bacharel em Turismo (Centro Universitário de Jales/SP), Mestrando em Direção e Gestão dos Sistemas de Seguridade Social, pela Organização Iberoamericana de Seguridade Social (OISS) e Universidade de Alcalá - Madrid (Espanha). Pós-Graduado em Gestão Ambiental - Faculdades Integradas de Ariquemes/RO (FIAR) e Especialista em Direito Constitucional e Direito e Processo Previdenciário (Faculdade Damásio Ariquemes/RO). Membro Associado do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP). Participações no XXVII Simpósio Brasileiro de Direito Previdenciário (2017) - Teresina/PI, IX Congresso Brasileiro de Direito Previdenciário/Belo Horizonte/BH, X Congresso Brasileiro de Direito Previdenciário e IV Congresso de Direito Previdenciário do Mercosul/Florianópolis/SC. Participação do III Congresso Jurídico Online - Direito do Trabalho e Previdenciário - CERS

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

SABADINI JR., José Carlos Sabadini Junior. Arborização urbana e a sua importância à qualidade de vida. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 22, n. 5069, 18 mai. 2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/57680. Acesso em: 22 nov. 2024.

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