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Violência cotidiana e escolar

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06/03/2014 às 10:29
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Referências

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[1] Auchwitz-Birkenau é o nome de uma rede de campos de concentração localizados ao sul da Polônia que foram operados pelo Terceiro Reich nas áreas anexadas pela Alemanha Nazista, maior símbolo do holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Em 27 de janeiro de 1945 os campos foram libertados pelas tropas soviéticas, dia este é comemorado mundialmente como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, assim designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, resolução 60/7, em 1 de novembro de 2005, durante a 30 milhões de pessoas de todo mundo, que já passaram sob o portão de ferro que tem escrito em seu cimo o infame motto Arbeit macht frei (o trabalho liberta). Em 2002, a UNESCO declarou oficialmente que as ruínas de Suchwitz-Birkenau como Patrimônio da Humanidade.

[2] O maior símbolo de Auschwitz, a inscrição "o trabalho liberta" feita em ferro forjado numa peça de cinco metros de comprimento pesando 41 kg, foi roubada da entrada do campo na manhã de 18 de dezembro de 1009. Depois da retirada, elas a carregaram por 300 metros até um buraco na parede complexo, do qual cortaram quatro barras de ferro existentes que impediam a entrada, fugindo por ali. O roubo feito por poloneses, teria a participação, como receptador de um ex-neonazista sueco Anders Hörgström. As autoridades substituíram a pela roubada por uma cópia existente, que havia sido forjada para substituir a original quando anos antes ela fora retirada para reparos. Pouco depois do roubo, o governo polonês aumentou a segurança em todos os pontos de fronteira e batidas policiais por todo o país.  A placa foi encontrada dois dias depois no nordeste da Polônia, cortada em três partes para melhor transporte de automóvel, na casa de um dos cinco suspeitos já em custódia. Os ladrões foram julgados e condenados a penas entre 18 a 30 meses de prisão. Depois de recuperada e reconstruída, as autoridades polonesas anunciaram que a placa original passaria a ser exibida em ambiente interno, enquanto que a cópia passaria a ficar exposta acima do portão de entrada.

[3] Adolf Otto Eichman ( 1906-1962) foi um político da Alemanha nazista e tenente-coronel da SS. Foi o grande responsável pela logística de extermínio de milhões de pessoas durante o Holocausto, em particular dos judeus, que foi chamada de "solução final", organizando a identificação e o transporte de pessoas para os diferentes campos de concentração, sendo por isso conhecido frequentemente como executor-chefe do Terceiro Reich.

[4] A reconquista é o processo de retomada por parte dos cristãos da Península ibérica, que perdurou por séculos sob a ocupação muçulmana. Durante a Idade Média, o embate entre cristãos e muçulmanos tornou-se muito extremizado em constante. Foi um processo que durou oito séculos. O processo já foi identificado apenas como o momento de efetiva retomada dos territórios na península ibérica, no século XV, mas os historiadores entendem agora há uma ligação entre diversos eventos ao longo de todo esse período de combate entre cristãos e muçulmanos que ansiavam por retomar os territórios originais dos cristãos. As cruzadas são um exemplo desse envolvimento com a reconquista.

Os líderes religiosos do Cristianismo apelaram para as cruzadas convocando seus fiéis a combater os muçulmanos que ocupavam a região da Terra Santa. Os muçulmanos sempre foram considerados invasores apesar de sua permanência por oito séculos. Isso acontecia por terem costumes totalmente diferenciados dos cristãos, e tampouco, procuravam interagir com os habitantes originais da região. Além de terem práticas religiosas bem diversas, mantendo sempre presente o desagrado e o não relacionamento com os cristãos. A guerra de Granada é nome pelo qual se conhece o conhece o conjunto de campanhas militares que decorreram entre 1482 e 1492, durante o reinado dos Reis Católicos, no interior do reino de Granada. Culminou com a rendição negociada mediante a capitulação do rei Boabdil que ao longo da guerra tinha oscilado entre a aliança, o jogo duplo, o apaziguamento e o confronto aberto com ambos os lados. Os dez anos de guerra não foram um esforço contínuo: houve um ritmo sazonal de campanhas iniciadas na primavera e terminadas no inverno. 

O lema Tanto Monta e a canga - yugo em espanhol que com as flechas se usava como emblema dos Reis Católicos, por coincidir com as iniciais dos seus nomes:(Y por Ysabel, F por Fernando) inscritos sobre os pré-existentes relevos nascidas do Alhambra, marcam fisicamente a tomada violenta do poder de Granada. Apesar de muitos traços medievais, foi uma das primeiras guerras que se pode considerar como modernas, pelo armamento e táticas usadas e as maquiavélicas manobras políticas apesar de não ter faltado exemplos heroicos dos cabalheiros. Também é peculiarmente moderna, a condição do exército vencedor ser heterogêneo em sua composição ou precisamente por esta, pois acudiram todo tipo de forças desde as tradicionais, reunidas por nobres, os conselhos, as ordens militares, os senhorios eclesiásticos, até outras como a Santa Irmandade, e ainda os mercenários profissionais provenientes de toda Europa, incluindo grupo de arqueiros ingleses dirigidos por Lord Scale.

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[5] O número de criptojudeus ou cristãos novos mortos em Portugal até hoje é desconhecido. Existe uma estimativa na qual calcula-se que uns 40.000 conversos tiveram que explicar suas culpas em processos diante dos tribunais do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa, Évora e Coimbra entre 1543 e 1760 aproximadamente. O conluio entre Estado e clero certamente existiu, ora em Espanha, ora em Portugal. O poder regular e o secular negociaram a Inquisição. Em jogo estava a figura desconhecida do cristão-novo. E este aparecerá várias vezes no imaginário ibérico, basta ler os autos e farsas do Plauto português Gil Vicente, Diálogos do carmelita Amador Arrais, e alguns dos setenta sermões impressos proferidos pelos padres das ordens monásticas nos Autos da fé realizados em Lisboa, Coimbra, Évora e Goa.

[6] Os judeus são principais vítimas, foram dizimados pela peste negra, pelos motins antissemitas de Aragão ou de Servilha, no século XIV muitos judeus apenas encontram salvação na conversão, pelo menos aparente à fé cristã. Chama-se-lhes de conversos ou marranos e continuam a praticar clandestinamente seus ritos. Calcula-se que pelo menos dois mil o número de conversos que terão morrido em Espanha pelo fogo, e em 15 mil os que sofreram outro castigo como a apreensão de bens ou prisão, antes que, a 31 de março de 1492 o poder régio considerasse mais eficaz expulsar de Espanha todos os judeus. A inquisição submeteu os mouriscos a idêntico jugo, primeiro, os mouros convertidos depois da queda de Granada (1492) depois os místicos e os iluminados (Teresa de Ávila e Inácio de Loyola foram hostilizados). A Inquisição puniu a fornicação, o incesto, a sodomia, a bigamia e, etc. Esta violência continuará num crescente até 1550 quando as condenações à fogueira se tornaram mais espaçadas.

[7] Índio ou indígenas é termo genérico que se refere a diversas populações nativas do continente americano. Algumas vezes o termo é usado para se referir as populações nativas da Austrália, mais conhecidas como aborígenes. Índio é que vem de Índia, quando Colombo chegou às Américas, pensava que tinha atingido à Índia e a partir daí nomeou os seus habitantes.

[8] A palavra “judeu” originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judia. Depois da libertação do cativeiro da babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus. A palavra portuguesa "judeu" se origina do latim judaeu e do grego ioudaîos. Ambas palavras advêm do aramaico, e se pronuncia-se "iahude".

[9] Carl Schmitt (1888-1985) foi jurista, filósofo e professor universitário alemão. É um dos mais significativos e também controvertidos, especialista em direito constitucional e internacional da Alemanha do século XX. A sua carreira foi manchada pela sua proximidade com o regime nacional-socialista. O seu pensamento era firmemente enraizado na fé católica, tendo girado em torno das questões do poder, da violência, bem como da materialização dos direitos.Schmitt é hoje lembrado não só como jurista maldito e como um adversário da democracia liberal, chegando a ser chamado por um de seus críticos, o jurista alemão Günter Frankernberg.

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Sobre a autora
Gisele Leite

Gisele Leite, professora universitária há quatro décadas. Mestre e Doutora em Direito. Mestre em Filosofia. Pesquisadora-Chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Jurídicas. Possui 29 obras jurídicas publicadas. Articulista e colunista dos sites e das revistas jurídicas como Jurid, Portal Investidura, Lex Magister, Revista Síntese, Revista Jures, JusBrasil e Jus.com.br, Editora Plenum e Ucho.Info.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

LEITE, Gisele. Violência cotidiana e escolar. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 3900, 6 mar. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/26842. Acesso em: 24 abr. 2024.

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