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Execução de alimentos no novo CPC

21/12/2017 às 15:53
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Uma das ações que mais aparecem no Judiciário é a ação de execução de alimentos. Entenda como se dá o trâmite deste procedimento e quais suas consequências jurídicas para o alimentante inadimplente.

Uma das ações que mais aparecem no Judiciário é a execução de alimentos.

Os alimentos são fixados pelo judiciário para prover a subsistência do alimentante (daquele que precisa de alimentos – que pode ser o filho menor, ou em razão da idade avançada, ou em razão de doença, ou pela falta de trabalho do cônjuge ou do ex-companheiro). Geralmente os pedidos de alimentos são feitos aos parentes mais próximos, ao cônjuge ou ao companheiro.

Para que a pensão alimentícia seja concedida, será necessária a observação de três requisitos, quais sejam; I – vinculo entres a pessoa que solicita alimentos e a pessoa que vai pagar a pensão. II – Necessidade de quem recebe alimentos e; III – possibilidade de quem paga alimentos. O valor será fixado na proporção das necessidades de quem recebe versus a possibilidade de quem será obrigado a pagar o valor a título de alimentos.

Como dito anteriormente, muito comum após a fixação de alimentos ocorrer o inadimplemento (atraso) por parte daquele que deveria prover a subsistência do alimentando, e é nesse momento que entra em cena essa modalidade de ação, que irá cobrar judicialmente os valores em atraso.

Existem duas formas de promover a cobrança, a primeira é a Execução pelo rito de prisão, previsto nos artigos 528 a 533 do Código de Processo Civil e na Constituição Federal em seu art. 5º inciso LXVII, vejamos:

Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.[1]

 A segunda forma é a Execução pelo rito de penhora, previsto nos artigos 523 a 527 também do Código de Processo Civil.

E a Execução pelo rito de prisão irá cobrar as três últimas parcelas anteriores ao ajuizamento da execução e as que vencerem no curso do processo (art. 528, §7º, do CPC), inclusive com entendimento jurisprudencial na Súmula nº 309 do Superior Tribunal de Justiça.[2]

O Débito Alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que vencerem no curso do processo. [3]

O devedor nesse caso será citado para pagamento do débito em 3 dias, sob pena de prisão. Ou poderá apresentar justificativa para o não pagamento. O juiz analisará as justificativas e deverá decidir pela prisão ou não do devedor.

A execução pelo rito de penhora das outras parcelas - além das três que serão cobradas pelo rito prisão (se houver), nesse procedimento - será permitida a penhora de bens do devedor para satisfação do crédito do credor. O devedor será citado para pagamento em 15 dias.

Os alimentos são devidos enquanto persistir a necessidade do alimentando. O devedor de alimentos deverá propor uma ação de exoneração de alimentos e comprovar que o alimentante não precisa mais dos valores. Importante observar que o pedido de exoneração não é automático e observará sempre o contraditório e ampla defesa, por meio do qual o alimentante poderá provar que necessita manter o valor pago.


Notas

[1] Art. 5º inciso LXVII da Constituição Federal de 1988;

[2] Araújo Junior, Gediel Claudino – PRÁTICA NO DIREITO DE FAMÍLIA – 7º. Ed. – São Paulo: Atlas, 2015, pg.87;

[3] Súmula nº309 do Superior Tribunal de Justiça;

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Sobre a autora
Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

ARRUDA, Milviane. Execução de alimentos no novo CPC. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 22, n. 5286, 21 dez. 2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/62477. Acesso em: 29 mar. 2024.

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