Casamento homoafetivo

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25/02/2018 às 20:55

Resumo:


  • O casamento homoafetivo no Brasil carece de legislação específica, apesar de ser uma realidade social e contar com decisões baseadas em alterações legais e jurisprudências que reconhecem a união estável entre pessoas do mesmo sexo.

  • A falta de um instrumento normativo específico para proteger o casamento entre pessoas do mesmo sexo vai contra os princípios fundamentais do Estado Brasileiro, como a dignidade da pessoa humana e a igualdade, deixando as uniões homoafetivas em desvantagem jurídica.

  • O Poder Judiciário tem atuado na garantia dos direitos dos casais homoafetivos, demonstrando a necessidade de regulamentação e proteção jurídica para essas uniões, a fim de combater a discriminação e assegurar a igualdade material.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

CONCLUSÃO

Apesar de progredido bastante nos últimos cinquenta anos, a sociedade brasileira ainda rejeita o direito à livre orientação sexual, marginalizando tudo aquilo que não é considerado como padrão na sociedade. Entretanto, a homossexualidade é um fator social que sempre acompanhou a história da humanidade, ela não pode ser considerada como uma perversão, tampouco como doença; ela tem que ser aceita como uma opção de vida, uma vez que exprime afeto.

Apesar de todo o tipo de preconceito e discriminação que os casais homossexuais sofrem não há que se deixar essa parte da população sem uma tutela jurídica ou à margem da lei.

Por tal motivo, é que o Judiciário tem amparado os casais homossexuais, já que eles buscam a tutela jurisprudencial necessária para poderem se casar e constituir uma família; consequentemente, o Judiciário, dada a omissão do Poder Legislativo, vem tentando diminuir o efeito negativo frente a falta de regulamentação do casamento homoafetivo, julgando positivamente várias lides, dando a devida proteção àqueles que vivem em união homoafetiva.

Importante foi o reconhecimento do STF da união homoafetiva como entidade familiar, equiparando – a à união heteroafetiva, por tal decisão, vislumbra-se, o princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana em seu grau máximo, rompendo assim com o pensamento arcaico de grande parte da sociedade. Ressalta-se que o próprio conjunto de princípios que alicerçam a Constituição Federal não dá abertura a outro tipo de entendimento, já que proíbe o preconceito e iguala os direitos e deveres de todos os brasileiros.

A negativa ao casamento homossexual deve ser repelida pelos operadores do direito, já que não há nenhuma lógica racional que embase a não constituição de família por pessoas do mesmo sexo. Não podemos permitir qualquer tipo de distinção entre as pessoas por razão da orientação sexual das mesmas.

Diante de todo o contexto exposto no decorrer deste artigo, é possível concluir que o casamento homoafetivo possui as mesmas características do casamento heterossexual, tais sejam: publicidade, estabilidade, mútua assistência, pautada no afeto e com o objetivo de constituir família; desta forma, não há que se falar em proibição do mesmo e em ausência de legislação especifica, inclusive, aqui se necessário transcrever uma citação de Maria Berenice Dias em seu artigo “ As uniões homoafetivas frente a Constituição Federal”:

A Justiça não é cega nem surda. Também não pode ser muda. Precisa ter olhos abertos para ver a realidade social, os ouvidos atentos para ouvir o clamor dos que por ela esperam e coragem para dizer o Direito em consonância com a Justiça. (DIAS, 2011, p.3)

Por fim, conclui-se que cabe ao Poder Legislativo seguir o mesmo entendimento do Poder Judiciário, equiparando o casamento homoafetivo ao casamento entre homem e mulher; pois dessa forma, as relações homossexuais serão acolhidas e integradas no Estado, por meio da realização desses casais ao poderem ser unir tendo um apoio legal.


Referências Bibliográficas

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________. Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o novo código civil. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 23 agosto de 2017.

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