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O surgimento do risco na sociedade contemporânea : A necessidade do pensamento complexo

O surgimento do risco na sociedade contemporânea : A necessidade do pensamento complexo

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A modernidade permitiu ao homem viver experiências mais seguras e gratificantes. Porém, trouxe consigo um lado sombrio, que começou a ser descoberto no final do século XX, e que não mais aceita o paradigma da simplificação para ser enfrentado.

Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar um panorama das alterações da sociedade contemporânea, enfatizando as consequências da globalização e o surgimento do risco, para demonstrar a necessidade de aplicação do pensamento complexo.

Palavras-chaves: Sociedade contemporânea – Globalização – Pós-Modernidade - Risco – Pensamento complexo.

Sumário: 1. Introdução. 2. Observações dos sociólogos clássicos a respeito da modernidade. 3. A realidade conhecida no final da era da modernidade. 4. Período de transição para a pós-modernidade. 5. Surgimento do risco. 6. Modernização e globalização. 7.Considerações finais: a Inteligência cega e o pensamento complexo.


INTRODUÇÃO

Especialmente as teorias marxistas utilizam a ideia de que o desenvolvimento da história humana não ocorre de maneira linear e homogênea, sendo certo que na evolução da sociedade ocorrem diversas descontinuidades[1].

Assim como adotado por Anthony Giddens, o conceito de descontinuidade não estará diretamente relacionado ao materialismo histórico e não terá o condão de abranger a totalidade da história humana, mas terá a finalidade de apontar alguns pontos de transição específicos que serão responsáveis por apresentar o panorama social atual.[2]

A modernidade surgiu na Europa, no início do século XVII, e trouxe consigo um novo estilo de vida, novos costumes e uma nova organização social, que rapidamente tornaram-se tendências mundiais, alterando a ordem social tradicional de uma maneira profunda e sem precedentes, eis que, tanto em sua extensão, quanto em sua intensidade, as mudanças foram extremamente significativas[3].

De acordo com o Anthony Giddens, sob a análise de extensão, as mudanças trazidas pela modernidade estabeleceram formas de interconexão social que abrangem todo o globo. Em relação à intensidade, as mudanças alteraram as mais íntimas e pessoais características da existência humana[4].

Apesar das abruptas situações de descontinuidade ocorridas na transição da sociedade para a modernidade, é necessário esclarecer que a ruptura não atingiu integralmente todas as características sociais, eis que alguns institutos ainda guardam continuidade entre o tradicional e o moderno.

Umas das primeiras características que demonstram a descontinuidade da ordem social tradicional para a ordem moderna é o ritmo da mudança, uma vez que as transformações modernas ocorrem com uma rapidez extrema, jamais vista nas civilizações tradicionais.

A segunda característica da descontinuidade é apresentada pelo escopo da mudança, que está relacionada com a interconexão mundial que as transformações sociais atingiram todo o globo.

A terceira delas está relacionada à natureza intrínseca das instituições modernas, tendo em vista que algumas formas sociais, como o estado-nação, a necessidade de fontes de energia, transformação em mercadorias de produtos e o trabalho assalariado, não estavam presentes nos períodos históricos anteriores.

Percebe-se que a modernidade proporcionou oportunidades para os seres humanos gozarem de uma experiência mais segura e gratificante do que as encontradas nos sistemas sociais anteriores. Em contrapartida, a modernidade trouxe consigo um lado sombrio, que começou a ser descoberto no final do século XX. É sobre este aspecto que o presente artigo reflete.


OBSERVAÇÕES DOS SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS A RESPEITO DA MODERNIDADE

Os fundadores clássicos da sociologia, em geral, enfatizaram as oportunidades que a modernidade poderia proporcionar. Marx e Durkheim analisaram a era moderna como uma era turbulenta, porém, acreditavam que os benefícios trazidos com a modernidade iriam superar os malefícios. Até mesmo Karl Marx relatou que a luta de classes seria o ápice do conflito existente no capitalismo, mas acreditava no posterior surgimento de um sistema social mais humano. Émile Durkheim, por sua vez, acreditava que o industrialismo seria responsável pelo estabelecimento de uma vida social mais harmoniosa e gratificante[5].

Considerado o sociólogo clássico mais pessimista, Max Weber relatou que o progresso material do mundo moderno seria obtido à custa da intensificação da burocracia e da diminuição da autonomia individual[6].

Em relação ao trabalho industrial moderno, os três sociólogos concluíram que os trabalhadores sofreriam consequências degradantes e que seriam submetidos a atividades laborais repetitivas e maçantes. No entanto, nenhum dos mencionados autores previu o potencial destrutivo das forças de produção em larga escala ao meio ambiente, tampouco há relatos de preocupações ecológicas.[7]


A REALIDADE CONHECIDA NO FINAL DA ERA DA MODERNIDADE

Apesar das inúmeras previsões de oportunidades e benefícios trazidos com a modernidade, o século XX foi marcado por inúmeros conflitos militares, que culminaram em um número alarmante de perdas de vidas[8], incluindo duas grandes guerras mundiais, as catástrofes de Auschwitz, Nagasaki, Harrisburg, Bhopal e Chernobyl. [9] 

Ou seja, a crença de que a modernidade seria capaz de garantir uma ordem social feliz e segura foi desmascarada[10] e outras questões jamais suscitadas passaram a ser discutidas, inclusive a crença de que o crescimento econômico somente traria benefícios.

Nas palavras de Ulrich Beck[11], foi desmistificado:

o mito de que a sociedade industrial desenvolvida, com a sua articulação esquemática de trabalho e vida, seus setores produtivos, seu pensamento em categorias de crescimento econômico, sua compreensão científica e tecnológica e suas formas democráticas, constitui uma sociedade inteiramente moderna, o ápice da modernidade, para além do que nada de razoável existe que possa sequer ser mencionado.


PERÍODO DE TRANSIÇÃO PARA A PÓS MODERNIDADE

É evidente que a era da modernidade está alcançando seu fim e uma nova organização da sociedade está despontando[12]:

assim como no século XIX a modernização dissolveu a esclerosada sociedade agrária estamental e, ao depurá-la, extraiu a imagem estrutural da sociedade industrial, hoje a modernização dissolve os contornos da sociedade industrial e, na continuidade da modernidade, surge outra configuração social.

Entretanto, esta mudança está acontecendo sem a ocorrência de um evento político específico, como uma revolução ou a convocação de eleições democráticas, mas a sociedade pode observar que modernidade “nos passos leves da normalidade, se despede do palco da história, saindo pelos bastidores dos efeitos secundários”[13].

A ruptura da modernidade abandona suas características e assume uma nova forma social, a qual é chamada por inúmeros termos, tais como sociedade da informação, sociedade de consumo, pós-modernidade, pós-modernismo, sociedade pós-industrial[14] ou então sociedade de risco[15].


SURGIMENTO DO RISCO

Durante todo o período de implantação e desenvolvimento do sistema industrial, a natureza jamais foi considerada, sendo subjugada e explorada até o final do século XX. Essa situação se reflete nos tempos atuais, em que se verifica a impotência do sistema industrial mundial diante da “natureza industrialmente integrada e contaminada”.[16]

O homem aprendeu que contra as ameaças da natureza externa era necessário construir cabanas que o protegessem dos fenômenos meteorológicos e armazenar conhecimentos, entretanto, diante das ameaças da “natureza absorvida pelo sistema industrial” o homem se vê indefeso.[17]

Atualmente, o homem se vê indefeso não só perante as respostas produzidas pela natureza, mas em face de todas as consequências advindas da modernidade, de modo que os perigos passaram a assombrar o cotidiano da sociedade.

Consigna Ulrich Beck que a palavra-chave da contemporaneidade é o prefixo “pós”, que é considerada a senha para a desorientação atual e retrata “um passado ainda vigente” e “um futuro que já se anuncia no presente”[18]

Como afirma Boaventura de Sousa Santos, vivemos em uma época que “há um desassossego no ar. Temos a sensação de estar na orla do tempo, entre um presente quase a terminar e um futuro que ainda não nasceu”[19]

Na sociedade contemporânea a produção social de riqueza é sistematicamente seguida pela produção de riscos[20], que se originaram da crença incontestável no crescimento econômico e da busca cega e desmedida por avanços tecnológicos e científicos, sem a cogitação de consequências futuras.

O mito da necessidade de avanços econômicos para o alcance do bem estar social, da extinção da miséria e da fome, que fundamentou os processos de modernização por algumas décadas, produziu diversos efeitos colaterais ou ameaças colaterais. A civilização foi responsável pela fabricação dos próprios riscos que amedrontam a sociedade atual, ou seja, o processo de modernização tornou-se reflexivo, convertendo-se “a si mesmo em tema e problema”[21].

Enquanto na sociedade industrial a lógica da produção de riqueza domina a lógica da produção do risco, na sociedade de risco esta relação se inverte. Na reflexividade dos processos de modernização, as forças produtivas perderam sua inocência.

A distribuição dos riscos atuais não segue regra de distribuição de riquezas. As áreas de maior concentração financeira não são poupadas, não há como identificar pontos geográficos de incidência dos riscos, já que os riscos ameaçam toda a civilização de maneira global.

A respeito da definição da sociedade de risco, Ulrich Beck esclarece[22]:

“Sociedade de risco” significa que vivemos em um mundo fora de controle. Não há nada certo além da incerteza. Mas vamos aos detalhes. O termo “risco” tem dois sentidos radicalmente diferentes. Aplica-se, em primeiro lugar, a um mundo governado inteiramente pelas leis da probabilidade, onde tudo é mensurável e calculável. Esta palavra também é comumente usada para referir-se a incertezas não quantificáveis, a “riscos que não podem ser mensurados”. Quando falo de “sociedade de risco”, é nesse último sentido de incertezas fabricadas. Essas “verdadeiras” incertezas, reforçadas por rápidas inovações tecnológicas e respostas sociais aceleradas, estão criando uma nova paisagem de risco global. Em todas essas novas tecnologias incertas de risco, estamos separados da possibilidade e dos resultados por um oceano de ignorância.

A respeito da sociedade de risco, Ulrich Beck apresenta cinco teses[23].

A primeira delas se refere ao risco e relata que, como os riscos são produzidos nos estágios mais avançado da produção, eles não são perceptíveis aos seres humanos em um primeiro momento, como a radioatividade, as toxinas e poluentes encontrados no ar, na água e nos alimentos, porém, podem ser verificados a curto ou a longo prazo.

Tais riscos são considerados, na maior parte das vezes, irreversíveis e invisíveis.  Com efeito, baseiam-se em interpretações causais, o que permite sua verificação somente se houver conhecimento científico sobre eles, podendo ser aumentados ou diminuídos com base no conhecimento e abertos a processos sociais de definição, o que os leva a ocupar uma posição chave em termos sociopolíticos.

A segunda tese relata que, com a distribuição e o incremento dos riscos, surgem situações de ameaça que ignoram classes sociais e distribuição de riquezas e podem atingir quem foi responsável pela sua produção e como auferiu lucro. Trata-se do chamado “efeito bumerangue”.

A conquista de riquezas não protege as classes sociais mais abastadas dos riscos. Não só a saúde pode ser afetada, mas também o próprio lucro, já que o reconhecimento social de riscos da modernização acompanha desvalorizações e desapropriações ecológicas que podem ferir os interesses do lucro e da propriedade.

Ademais, estes riscos produzem novos desníveis internacionais, atingindo tanto os países em desenvolvimento como os países desenvolvidos e industrializados, sem ater-se aos limites do Estado nacional, o que leva o futuro da humanidade depender de assinaturas e cumprimento de acordos internacionais.

A terceira tese exposta por Beck afirma que a expansão dos riscos não altera a lógica capitalista do desenvolvimento, já que para os economistas o crescimento econômico é indispensável para a saciedade das necessidades humanas, ou seja, “com a canibalização econômica dos riscos que são desencadeados através dela, a sociedade industrial produz as situações de ameaça e o potencial político da sociedade de risco”[24].

A quarta tese relata que, não obstante a quantidade de riqueza acumulada, os riscos afetam toda a civilização. Em situações relativas a classes ou camadas sociais, “a consciência é determinada pela existência”[25], enquanto nas situações de ameaça, “é a consciência que determina a existência”[26], uma vez que o conhecimento adquire importante relevância política e desencadeia o surgimento da teoria do conhecimento sobre os riscos.

Por fim, a última tese afirma que riscos são socialmente reconhecidos, já que discussões como a defesa do meio ambiente começaram a emergir e exigem o combate às causas da degradação no próprio processo de industrialização.

Após a aceitação destes riscos, o poder público passou a estipular regras relacionadas ao gerenciamento empresarial. Assim, constata-se que o combate aos riscos transcende a esfera da saúde e busca evitar os efeitos colaterais sociais, econômicos e políticos, tais como a depreciação do capital, perdas no mercado e etc.


MODERNIDADE E GLOBALIZAÇÃO

Não há como se falar em modernidade sem abordar a globalização, já que é uma característica intrínseca das instituições modernas, definida por Anthony Giddens como:

a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa. Este é um processo dialético porque tais acontecimentos locais podem se deslocar numa direção anversa às relações muito distanciadas que os modelam. A transformação local é tanto uma parte da globalização quanto a extensão lateral das conexões sociais através do tempo e do espaço. Assim, quem quer que estude as cidades hoje em dia, em qualquer parte do mundo, está ciente de que o que ocorre numa vizinhança local tende a ser influenciado por fatores – tais como dinheiro mundial e mercado de bens – operando a uma distância indefinida da vizinhança em questão. O resultado não é necessariamente, ou mesmo usualmente, um conjunto generalizado de mudanças atuando numa direção uniforme, mas consiste em tendências mutuamente opostas. A prosperidade crescente de uma área urbana em Singapura pode ter suas causas relacionadas, via uma complicada rede de laços econômicos globais, ao empobrecimento de uma vizinhança em Pittsburgh cujos produtos locais não são competitivos nos mercados mundiais[27].

Nas palavras de Zygmunt Bauman, a globalização inspira a situação de desconfiança e desordem presentes na sociedade pós-moderna: “o significado mais profundo transmitido pela ideia da globalização é o do caráter indeterminado, indisciplinado e de autopropulsão dos assuntos mundiais; ausência de um centro, de um painel de controle, de uma comissão diretora, de um gabinete administrativo”[28].

A globalização trouxe consigo a alteração dos conceitos de limites geográficos e de distância, uma vez que, com a interconexão mundial, as fronteiras desenhadas na cartografia e o espaço físico existente entre uma localidade e outra são rapidamente superados pelos meios de comunicação, pela velocidade com que a informação é dissipada e pela intensa interação social[29].

Além disso, a globalização alterou a força das políticas nacionais dos Estados, já que o capital e a economia alteram seus rumos em uma velocidade ímpar, impossível de ser seguida pelos atos estatais. Observa-se que o poder dos Estados está sendo desgastado por forças transacionais e como os Estados são os únicos capazes de promover iniciativas políticas efetivas, essas forças agem de forma avessa às ações deliberadas e racionais, causando uma sensação de desordem mundial. Deste modo, o “mundo em que o capital não tem domicílio e os fluxos financeiros estão bem além do controle dos governos nacionais, muitas das alavancas da política econômica não mais funcionam”[30].


CONSIDERAÇÕES FINAIS: A INTELIGÊNCIA CEGA E O PENSAMENTO COMPLEXO

A partir da análise das características presentes no panorama atual, é possível observar que vivemos em:

uma sociedade humana cada vez mais complexa, onde os valores econômicos sufocam os valores éticos, culturais e humanos ancestrais, gerando uma corrida desenfreada ao enriquecimento fácil e desrespeitador da utilização, da exploração e da gestão racionais dos recursos naturais finitos, em nome de filosofias hedonistas, de índole individualista, dominadas pela competição, pelo egoísmo, pelo desprezo e desrespeito pelo outro, onde a responsabilidade tende a diluir-se na massa social amorfa.[31]

Esta exposição feita da sociedade contemporânea é fruto da “inteligência cega”, expressão utilizada por Edgar Morin, que age sob o paradigma da simplificação, com o fim de abstrair conjuntos e totalidades e isolar objetos individualmente[32].

Sob este raciocínio da individualização das ações e objetos o mundo regeu-se durante anos. Em busca do chamado progresso e do crescimento econômico, inúmeros valores foram esquecidos e o todo não foi observado.

Com a revolução industrial, a força de trabalho assalariada foi submetida a condições laborais jamais vistas. As jornadas de trabalho eram extremamente excessivas, o descanso para a reposição das forças físicas e mentais era inexistente, havia grande exploração das mulheres, crianças e adolescentes – por serem considerados mão-de-obra barata –  e inúmeros foram os acidentes de trabalho que culminaram em incapacidade física ou até a morte[33].

Neste passo, com a finalidade única do crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico, a natureza foi totalmente devastada, com altíssimo nível de degradação ambiental, emissão de poluentes, produção de toxinas, sem nenhuma preocupação ecológica.

As mais graves ameaças hoje vivenciadas pela sociedade foram produzidas pela própria civilização e “estão ligadas ao progresso cego e incontrolado do conhecimento (armas termonucleares, manipulações de todo o tipo, desregramento ecológico etc.)”[34].

Enfim, todos os erros, perigos e a chamada cegueira da sociedade foram desencadeados pela ausência da capacidade de reconhecimento da complexidade real, da observação multidimensional e da constatação de que todos os fatores, ações e objetos devem ser analisados como um todo.

Partindo dessas premissas, nasceu o pensamento complexo de Edgar Morin, que pode ser melhor entendido nas palavras do próprio autor[35]:

O que é complexidade? A um primeiro olhar, a complexidade é um tecido (complexus: o que é tecido conjunto) de constituintes heterogêneas inseparavelmente associadas: ela coloca o paradoxo do uno e do múltiplo. Num segundo momento, a complexidade se apresenta com os traços inquietantes do emaranhado, do inextricável, da desordem, da ambiguidade, da incerteza... Por isso o conhecimento necessita ordenar os fenômenos rechaçando a desordem, afastar o incerto, isto é, selecionar os elementos da ordem e da certeza, precisar, clarificar, distinguir, hierarquizar (...) Mas tais operações, necessárias à inteligibilidade, correm o risco de provocar cegueira, se elas eliminam os outros aspectos do complexus; e efetivamente, como eu o indiquei, elas nos deixaram cegos.

Assim, o pensamento complexo reflete a necessidade de um olhar que alcance a completude da existência, abarcando o todo e permitindo a classificação ou separação somente com o fim pedagógico, sem jamais se afastar da complexidade real, pois “só o pensamento complexo nos permitirá civilizar nosso conhecimento”[36].


BIBLIOGRAFIA

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: Ed. 34, 2010.

CRUZ, Branca Martins da. “Desenvolvimento sustentável e responsabilidade ambiental”. In: Sustentabilidade e temas fundamentais de direito ambiental. Organizado por José Roberto Marques. Campinas: Millennium Editora, 2009. p. 3-48.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Trad. Raul Filker. São Paulo: Editora Unesp, 1991.

________________. A política da mudança climática. Trad. Vera Ribeiro, revisão técnica André Piani, apresentação à edição brasileira Sérgio Besserman Vianna. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 3. ed. Trad. Eliane Lisboa. Porto Alegre: Sulina, 2007.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho. 20. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005.

SANTOS, Boaventura de Sousa. “A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência para um novo senso comum”. A ciência, o direito e a política na transição paradigmática. 5. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2005. vol. 1.


Notas

[1]   GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade, p. 13.

[2]   Idem, p. 14.

[3]   Idem.

[4]   Ibid.

[5]   GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade, p. 16-17.

[6]   Idem.

[7]   Ibid.

[8]   Idem, p. 19.

[9]   BECK, Ulrich. Sociedade de risco, p. 7.

[10] GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade, p. 19.

[11] BECK, Ulrich. Sociedade de risco, p. 14.

[12] Idem, p. 12.

[13] Idem, p. 13.

[14] GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade, p. 11.

[15] BECK, Ulrich. Sociedade de risco, p. 12.

[16] Idem, p. 9.

[17] Idem.

[18] Ibid., p. 11.

[19] SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência para um novo senso comum, p. 41.

[20] BECK, Ulrich. Sociedade de risco, p. 23.

[21] Idem, p. 24.

[22] Ibid.

[23] BECK, Ulrich. Sociedade de risco, p. 27-28.

[24] Idem.

[25] BECK, Ulrich. Sociedade de risco, p. 28.

[26] Idem.

[27] GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade, p. 69.

[28] BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas, p. 67.

[29] Idem, p. 19-21.

[30] Idem, p. 64.

[31] CRUZ, Branca Martins da. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade ambiental, p. 3.

[32] MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo, p. 9-12.

[33] NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho, p. 15.

[34] MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo, p. 9.

[35] Idem, p. 13 -14.

[36] Idem, p. 16.


Autor


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Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

DAVID, Ana Paula Sawaya Pereira do Vale B.. O surgimento do risco na sociedade contemporânea : A necessidade do pensamento complexo. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n. 5507, 30 jul. 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/65200. Acesso em: 16 abr. 2024.