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Auditoria especial de gestão ambiental no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso e Municípios.

Um enfoque na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei nº 12.305/2010)

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17/06/2014 às 14:18
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6  CONCLUSÃO 

Este trabalho de pesquisa teve como objetivo principal discutir acerca da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), sobre a lei que a instituiu, os prazos para cumprimento das ações nela contidas, e o controle que está sendo exercido pelos Tribunais de Contas, Ministério Público e outros entes fiscalizadores em relação à situação da disposição final dos resíduos sólidos nos municípios do Estado de Mato Grosso.

Verificou-se que o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso não dispõe de um plano estratégico de auditoria ambiental em ação, tampouco voltado à Auditoria de Resíduos Sólidos, em que pese a PNRS estar em vigência e a todo vapor.

No entanto, constou do Planejamento Estratégico TCE-MT[37], biênio 2012/2013: “Coibir erros, fraudes e desvios na administração pública do Planejamento Estratégico 2012/2013, com ênfase à implantação de auditoria especial de gestão ambiental no TCE”.  Também, mediante portaria, foram designados membros e servidores para elaboração de estudos, mas infelizmente não foi dado prosseguimento a essas iniciativas.

Do exposto, permanecendo inexistentes ações e pendente de regulamentação interna referente à auditoria de resíduos sólidos no TCE-MT, neste trabalho pretendeu-se dar conhecimento quanto à importância local do tema e da necessidade de medidas, seja mediante regulamentações, treinamentos, estudos, parcerias, elaboração de manual de auditoria, confecção de matriz de planejamento, inspeções in loco, adaptações no Sistema GEO-OBRAS, criação de matriz de relatórios técnicos, bem como propositura de medidas saneadoras e/ou mitigadoras aos jurisdicionados, e ações de monitoramento que visem à efetiva aplicabilidade da Lei nº 12.305/98 e da finalidade do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso.

  Por derradeiro, diante da atual conjuntura, qual seja, exigência legal advinda da Política Nacional de Resíduos Sólidos, apesar de o Sistema de Limpeza Pública (SLP) ser apenas um quesito no âmbito da gestão ambiental, mas se tratando de um tema de grande escopo e que exige ação deste Tribunal de Contas, registra-se a sugestão de:

- desenvolvimento do Sistema GEO-OBRAS TCE-MT para recebimento em módulo segregado de informações e documentos relativos ao Sistema de Limpeza Pública/Resíduos Sólidos de cada município/entidade do Estado de Mato Grosso.

- regulamentação da obrigação do encaminhamento das informações e documentos pertinentes ao Sistema de Limpeza Pública (SLP)/Resíduos Sólidos de cada município/entidade do Estado de Mato Grosso no Sistema GEO-OBRAS;

- elaboração de manual relativo à auditoria de resíduos sólidos do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso;

-  elaboração de manual orientativo para o encaminhamento pelos jurisdicionados ao TCE-MT de informações relativas à limpeza urbana/resíduos sólidos;

-  treinamento e capacitação dos auditores no que se refere à auditoria de resíduos sólidos;

-  contratação de especialista em Auditoria de Resíduos Sólidos; e

-  criação de indicadores de desempenho de cada município referentes a resíduos sólidos.


REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei nº 12.187/2009, de 29 de dezembro de 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil.  Acesso em: 30 jan. 2014.

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MALHEIROS, Telma M. Análise da efetividade da avaliação de impactos ambientais: uma aplicação em nível federal. COPPE: UFRJ, 1995.

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MEDAUAR, O. et al. Políticas públicas ambientais. São Paulo: RT, 2009.

MENESES, Hamifrancy B.; SOUSA, Verônica M. P. L.; FERNANDES, Francisco J. S. Cartilha Técnica: Planejamento, construção e operação de aterros para a disposição final de resíduos sólido. Teresina: TCE-PI, 2008.

MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Poder, direito e Estado: o direito administrativo em tempos de globalização. In memoriam de Marcos Juruena Villela Souto. Belo Horizonte: Fórum, 2011.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Relatório Brundtland. Nosso futuro comum: Teoria do Desenvolvimento Sustentável. Tradução de Márcio Estevam. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1991.

UNIDADES DE Conservação no Brasil: o caminho da Gestão para Resultados. Organizado por NEXUCS. São Carlos: RIMA Editora, 2012.

ZVEIBIL, Victor Zular. (Coord.). Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.

ZYMLER, Benjamin; ALMEIDA, Guilherme Henrique de La Rocque. O controle externo das concessões de serviços públicos e das parcerias público-privadas. Belo Horizonte: Fórum, 2005.


APÊNDICE

APÊNDICE A - Dados complementares ao questionário SLP*[38]

Tópico 1 - Características gerais do município (nome, população, gestor, área, etc.)

Município:

 

Gestor/período:

___________________________________________/201____

População:       

_________hab.

Área do município:

_______ __km2

Serviço Limpeza Pública:

Área atendida (km²)/Região de cobertura

(além da sede do município, quais distritos ou povoados são atendidos?)

Quantidade serviço mensal medida/R$/Fonte de recursos

RESPONSABILIDADE

PREFEITURA DE _________________________________________/MT

1. varrição

Área atendida/região de cobertura: _____

Quem realiza (planeja/ designa e fiscaliza) o serviço de limpeza é:__________

mediante: ____________________

empresa contratada:______________

objeto:____________________________

Quantidade de serviço medida:_________________

2. capinação

   

Responsável da administração pelo gerenciamento dos serviços:

Secretaria de: _____________________ Secretário: ______________________

Responsável pela fiscalização do serviço:___________________________

Documentos comprobatórios da designação dos servidores responsáveis pela  fiscalização:_________________________________________________

RESPONSABILIDADE

__________________________________/MT

1. coleta

   

2. transporte

   

3. destinação final

   

4. separação e reciclagem dos resíduos sólidos

  -

-

5. coleta de entulhos

-

-

     

Produção lixo do município:

Diária - ______ toneladas (média)

 
 

mensal - _____toneladas (média)

 

Receita da Prefeitura decorrente da cobrança da taxa de lixo:

R$ _________

 
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Receita da Prefeitura decorrente da cobrança da taxa de lixo:

R$ ___________

Tópicos 2; 3; 4; 5 e 6: Infraestrutura administrativa e de fiscalização dos serviços de limpeza

Coleta

1. Viaturas e demais equipamentos utilizados na coleta e transporte de lixo

Pela: (  ) contratada    ( ) próprio município     ( ) concessionária

 ( ) outro. Qual? _____________

Coleta

Domiciliar ou Regular[39]

Tipos: viaturas

 

Quant.

especificar o veículo (modelo, placa e capacidade deles)

Compactadoras

     
     

Sem compactação

     
     

Outros equipamentos

 

Quant.

especificar o equipamento

       
       

Coleta de resíduos volumosos[40]

Tipos: viaturas

 

Quant.

especificar o veículo (modelo, placa e capacidade deles)

Compactadoras

     
     

Sem compactação

     
     
     

Outros equipamentos

 

Quant.

especificar o equipamento

       
       

Coleta de podação [41]

Tipos: viaturas

 

Quant.

especificar o veículo (modelo, placa e capacidade deles)

Compactadoras

     

Sem compactação

     

Outros equipamentos

 

Quant.

especificar o equipamento

       

Coleta de lixo hospitalar[42]

Tipos: viaturas

 

Quant.

especificar o veículo (modelo, placa e capacidade deles)

Compactadoras

     

Sem compactação

     

Outros equipamentos

 

Quant.

especificar o equipamento

       

Grandes Geradores[43]

Tipos: viaturas

 

Quant.

especificar o veículo (modelo, placa e capacidade deles)

compactadoras

     

Sem compactação

     

Outros equipamentos

 

Quant.

especificar o equipamento

       

1.1. Caminhões reserva. Identificar quantidade e dados.

   
   

2. Mão de obra (identificar de forma segregada a forma de contratação, área de atuação (coleta domiciliar, hospitalar, saúde, etc.)

Pessoal do município

Nome

Função/cargo

Tipo coleta que atua:

Forma admissão

Salário (R$)

         

Pessoal da contratada

Nome

Função/cargo

Tipo coleta que atua:

Forma admissão

Salário (R$)

         
     

3. INSTALAÇÕES

Possui:

Sim/

Não

Adequada? Observações:

garagem

   

pátio de estacionamento

   

escritório para controle e planejamento das atividades

   

instalações para atendimento de pessoal operacional: vestiário com chuveiros e sanitários, armários e refeitórios

   

local adequado para lavagem e desinfecção diárias dos caminhões

   
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Sobre a autora
Valesca Olavarria de Pinho

Estudante em Gestão Ambiental na Faculdade Estácio de Sá do Estado de Goiás. Especialista em Direito do Estado, na FGV Rio (2013). Especialista Gestão Pública (2005) e em Auditoria – UFMT (2003). Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT (1993). Iniciou sua carreira profissional em empresa mineradora e distribuidora de água mineral. A partir de 2000 tomou posse como Auditora Pública do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso onde permanece até hoje. Tem experiência na área de análise e treinamento de prestação de contas eleitoral (2002), auditoria pública, auditoria interna e auditoria no sistema de limpeza pública com enfoque nos resíduos sólidos (Lei nº 12.305/2010). Certificações em contratações para obras e serviços de engenharia (2011), em auditoria de obras públicas (2010), lei de responsabilidade fiscal, previdência própria, avaliação atuarial e compensação financeira previdenciária, análise de balanços públicos, FNDE e FUNDEF.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

PINHO, Valesca Olavarria. Auditoria especial de gestão ambiental no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso e Municípios.: Um enfoque na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei nº 12.305/2010). Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 4003, 17 jun. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/28350. Acesso em: 19 abr. 2024.

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Monografia de especialização entregue à Fundação Getúlio Vargas

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