Um homem invade uma faculdade, tranca alunos em uma das salas e ordena que todos se deitem. Então, manda que, um a um, se levante e diga a que religião pertence. Todos os que se dizem cristãos são imediatamente degolados. Nesse cenário, não há a menor dúvida de que se trata de um ato terrorista, muito parecido com aqueles praticados pelo Estado Islâmico, como vem sendo ultimamente alardeado nos noticiários.
A compreensão também não mudaria se os cristãos fossem explodidos, queimados, afogados, enterrados ou vítimas de qualquer outro tipo de crueldade. Seria sempre terrorismo. Porém, se foram mortos por arma de fogo, tudo parece mudar. O contexto não mais importa, a motivação fundamentalista do agressor muito menos, tudo o que parece ter relevância é que uma arma foi o instrumento do ataque. É ela que precisa ser combatida.
É essa lógica - ou pura ausência dela - que norteia a ideologia democrata norte-americana, capitaneada pelo presidente Barack Obama e toda a sua horda de séquitos desarmamentistas, que por aqui bem se representam pelas ONGs "da paz". "Mate-se o mensageiro" é o que se ouve nas entrelinhas de um discurso sem sentido, como se a arma tivesse entrado sozinha no local do ataque e, sem fé, começado a disparar contra quem a tem, sem ninguém para empunhá-la.
O quadro já seria suficiente para demonstrar a insanidade tangente à ideologia antiarmas, aqui ou lá, mas a negação à realidade fica ainda pior. O último ataque, no Oregon, foi mais um em uma área em que armas são proibidas - as gun-free zones. Foi o mesmo em Columbine, em Virginia Tech e no cinema de Aurora, apenas para citar alguns. A proibição, como visto, não impediu a ação do agressor em nenhum desses lugares; ao contrário, a facilitou.
Num local onde ninguém está armado, pois todos seguem a lei, basta um transgressor dela para fazer um imenso estrago, valendo-se da falta de contraposição. Os que tentam acabam tendo a si reservado o rótulo de herói ou mártir, mas sem efetividade em suas ações. Foi o caso de Chris Mintz, aluno da faculdade do Oregon, que confrontou o agressor. Ele pode até ter salvado algumas vidas, mas, sem conseguir contê-lo, levou sete tiros - felizmente, está vivo.
O proselitismo desarmamentista de Barack Obama é cruelmente irresponsável. Vale-se do sangue de vítimas inocentes para, num apelo estritamente emocional, tentar subverter a lógica da realidade, a fim de que sua ideologia prevaleça. Sem emoção, sua tarefa seria impossível, pois não há racionalidade em, diante de ataques armados a vítimas inocentes, buscar desarmar justamente elas, as únicas que seguem a lei.
A realidade é outra. As armas que Obama combate estão associadas à redução recorde dos homicídios em seu país. São mais de 30 milhões delas vendidas por ano, número que faz o total em circulação nos EUA superar as 300 milhões, já se aproximando de uma por habitante.
No mesmo período do crescimento nas vendas de armas, de acordo com o FBI, o número de homicídios vem despencando, numa taxa de decréscimo já próxima de 5% ao ano e que hoje já os faz igualar patamares da década de 1950. É por isso que o discurso do presidente democrata até hoje não é aceito por lá, e também é essa a razão para que ele tenha que requentá-lo junto ao sangue das vítimas indefesas a cada novo ataque. E nem assim cola.